quarta-feira, 2 de maio de 2012

As justas críticas do jogador Loco Abreu à imprensa brasileira



Como é bom voltar do feriado do dia do trabalhador e atualizar o blog. Sempre que me ausento, sinto saudade de postar aqui. Hoje, gostaria de falar um pouco sobre as críticas que o jogador de futebol do Botafogo, Loco Abreu (foto que abre o post), fez com relação à imprensa brasileira.

Loco é uruguaio e criticou o modo como a imprensa esportiva daqui aborda determinadas situações. Recentemente, o atleta participou do programa Redação SporTV, comandado pelo jornalista André Rizek.

No programa, endossado pelo comentarista Lédio Carmona, Loco disse: "Tem uma situação que eu fico analisando: por que dar mais importância ao gol perdido do que aos dois gols que um jogador faz em um clássico? Aí você vê a matéria: 'por que perdeu um gol?'. Não. Tinha que perguntar primeiro 'por que fez dois gols?' e depois fazer a pergunta: 'o que aconteceu na jogada [do gol perdido]?'. Ficamos mais pensando na negatividade do que no positivo", reclamou o uruguaio.

Loco disse que não fala mais com três repórteres do Globo Esporte. E acrescentou: "Aí só fica analisando porque perdeu o gol. Analise o jogo todo. Acho que a formação de opinião está atrapalhando o torcedor de poder aprender o futebol e conhecer um pouco mais de tática. Errou o gol? Acontece. Primeiro tem que fazer a análise para depois poder cobrar. Mas vai direto na cobrança para ver se ele, em um momento de cabeça quente, fala alguma coisa errada para poder ter matéria no outro dia".

E, para terminar, disse, a meu ver, uma verdade: "Muitos jornalistas do dia-a-dia parecem que se preparam para o jornalismo de confusão e não para o jornalismo de futebol. Você fala com eles [sobre tática] e entendem que você está criticando o treinador. Então, não dá para falar, porque tudo o que eu fale de tática vão querer pegar alguma coisa para dar confusão".

Para mim, as críticas de Loco Abreu são mais do que justas e deveriam estender-se, além do esporte, para todo o telejornalismo brasileiro. Aqui se procura muita desgraça e se vende jornal, revista, rádio e TV às custas de dramas alheios.

Tudo é motivo para o sensacionalismo e o negativismo catastrófico. Jornalismo é um fazer crítico, obviamente. Nós, profissionais da comunicação, não estamos aqui para endeusar ou destruir ninguém. Logo, não vamos colocar a pessoa em um altar e beatificar, mas também não podemos enxovalhar quem quer que seja. Devemos sim, ser equilibrados e objetivos no relato.

Existem momentos em que é preciso olhar as coisas boas e relatá-las. Isso também pode fazer bem. Depois reclamam que o brasileiro tem memória curta ou não preserva seus ídolos! Claro! De que jeito? Se a imprensa acaba os destruindo?

Lamentável. O sangue aqui no Brasil vende... Haja vista os programas policiais que vários canais de TV aberta mantêm no ar. Eis um relato que ouvi. Certa vez, numa grande emissora, enquanto esperava para ser atendida por conta de um teste, uma conhecida presenciou uma pauteira desses programas policiais ao telefone. Assim que desligou, ela lamentou a falta de pautas no dia com a frase: "Mas que p...! Será que ninguém mais mata a mãe nessa cidade? Preciso de pauta!".

Ou seja, preciso dizer mais alguma coisa? Como sempre digo, você tem o livre arbítrio e pode escolher os caminhos a seguir. Ninguém precisa pronunciar a barbaridade que essa pauteira imbecil disse. Muito menos rogar pela desgraça alheia.

Por essas e outras, Loco Abreu tem toda razão. Aqui é melhor fazer jornalismo de confusão do que trabalhar decentemente e ser digno e ético. Não podemos generalizar, também é verdade. Tem gente sim, de bom caráter, que procura executar suas funções de modo transparente e correto. Mas que o sensacionalismo ainda predomina no noticiário, infelizmente, predomina. Um forte abraço.

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