quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Atualização de portfolio - 30/11 - Marcha pela consciência negra - Um jornalista deve sempre levar protetor solar nas pautas

Você, amigo leitor, que frequenta este blog, sabe que sempre escrevo sobre as dificuldades e peculiaridades da carreira jornalística. Não é novidade (e isso já foi dito também por 100% dos meus entrevistados) que jornalista não tem final de semana ou feriado. Nestas datas, geralmente acontecem eventos que somos escalados para cobrir.

Numa manhã de domingo, dia 20 de novembro, cobri a Marcha pela Consciência Negra em Guarulhos. O evento reuniu mais de três mil pessoas. Caminhamos por alguns quilômetros, debaixo de um sol escaldante. Recomendo a você, amigo jornalista que, entre os itens que carrega para o trabalho, traga também um protetor solar. Ajuda muito nessas horas.

Certa vez, fiz a direção de um vídeo institucional e passei o dia todo em externa. Não levei protetor. Resultado: no fim da jornada, ficou a marca dos óculos escuros em meu rosto e um "V" no meu peito, já que me queimei bem e ficou aquela maravilhosa marca da gola da camiseta, digna de tiração de sarro por parte dos companheiros de redação. Depois disso, nunca mais esqueci de levar filtro solar. Portanto, conselho de parceiro: deixe um protetor entre os itens obrigatórios de trabalho.

A Marcha caminhou por algumas ruas de Guarulhos e parou em um dos Centros Educacionais da cidade. Terminou com grande festa e shows. Gostei da organização. Saiu tudo como o esperado. Confira a reportagem no vídeo abaixo. Um forte abraço.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Fotos do programa Esporte na Rede, com Gilberto Sorriso

Ontem o programa Esporte na Rede recebeu o ex-jogador de futebol Gilberto Sorriso, que passou por São Paulo e Santos. Ele falou sobre a carreira e fez um paralelo entre o futebol antigo e moderno.

O ER vai ao ar toda segunda-feira, AO VIVO, às 18h45, pela UPTV (www.uptv.com.br). Veja abaixo as fotos e o programa na íntegra. Um forte abraço.













domingo, 27 de novembro de 2011

Blog entrevista repórter da TV Gazeta, Adriano Dolph


Amigo leitor, hoje o blog faz um bate-papo com o jornalista da TV Gazeta, Adriano Dolph. Ele atua hoje como repórter esportivo, mas já fez matérias de cunho político também. Com 13 anos de carreira, Dolph formou-se na Faculdade Cásper Líbero, em São Paulo. Na entrevista, o jornalista avalia o mercado de trabalho e diz que sonha em cobrir uma Copa do Mundo "in loco". Confira nossa conversa. Um forte abraço.

Leandro Martins - O que achou do curso de graduação quando estudou jornalismo?
Adriano Dolph - Na minha época o curso era muito diferente. A internet estava apenas começando a ser utilizada. Os computadores eram poucos. Usávamos máquinas de datilografia. Tive um curso praticamente voltado para a imprensa escrita, e hoje percebo que esta realidade mudou completamente. Minha sorte foi o estágio, onde aprendi quase tudo sobre a profissão do jornalista na televisão.

LM - Você acredita que a faculdade prepara bem uma pessoa para o mercado de trabalho?
AD - Sim, e defendo a obrigatoriedade do diploma.

LM - Em quais empresas de mídia já trabalhou?
AD - Somente na TV Gazeta

LM - Como é sua rotina hoje?
AD - Trabalho seis dias por semana. Não tenho horário fixo. Cada dia depende de uma escala.

LM - O que já fez ou faz fora do esporte?
AD - Fiz a cobertura de 3 eleições pelo jornalismo da própria TV Gazeta

LM - Quando decidiu que ia trabalhar com mídia?
AD - Acho que desde meus 10 anos. Escrevia jornais, com textos sobre futebol, fotos que recortava de revistas. Aos 11 anos já lia jornais. Na adolescência tomei gosto pelo esporte e as notícias. Coloquei na cabeça que queria ser repórter.

LM - Como foi seu início de carreira?
AD - Foi difícil. Até para entrar na faculdade. No terceiro ano da Cásper recebi um convite de até então um colega de futebol da Cásper, uma grande pessoa, chamada Adriano Lima. Ele era uma espécie de "faz tudo" do departamento de esportes da TV Gazeta. Disse que tinha possibilidade de um estágio. Perguntou se eu estava interessado, isso em 1996. Topei na hora. Vou ser sempre agradecido a ele.


LM - Como avalia o mercado de trabalho na mídia hoje?
AD - Muitas vagas, mas muitos profissionais também. Quando me formei a situação começou a mudar com as inúmeras vagas para escrever em sites, e também o ramo da assessoria de imprensa.

LM - Alguns jornalistas tornam-se amigos de fontes pela convivência. Você acredita que o jornalista ser amigo da fonte ajuda ou atrapalha o trabalho?
AD - Ajuda. A amizade sela uma confiança que não se compra.

LM - Em algumas empresas de diversos setores existe sempre uma puxada de tapete. Você já se sentiu alvo de perseguição no meio? Sentiu-se traído?
AD - Já. Muitas vezes. Mas isso não é exclusividade do jornalismo. A profissão ensina cada um a lidar com esse tipo de situação.

LM - Qual foi a maior emoção da sua carreira até hoje?
AD - Foi uma entrevista com o rei Pelé.

LM - Cobrir outros esportes que não o futebol é mais fácil ou mais difícil para o repórter?
AD - Mais fácil. Os entrevistados lidam melhor com o repórter, são mais atenciosos em 95% dos casos comparando com jogadores de futebol.

LM - O que faz para preservar a voz?
AD - Na verdade, nada em especial.

LM - Como vê a disputa pela transmissão do futebol brasileiro em 2012? Acha certo um regime monopolista?
AD - Eu acho que a disputa é sadia. Mas os valores são absurdos. Hoje quem paga mais leva. Mas lógico que existe muito interesse nos bastidores, e a briga é de cachorro grande.

LM - Para os estudantes de jornalismo ou jornalistas recém-formados que pensam que o jornalismo é só televisão e que vão ficar famosos, o que tem a dizer? E o que falaria para aqueles que pensam que não vão trabalhar muito e nem aos finais de semana?
AD - Que saibam que não terão folgas, vida própria aos finais de semana. A carreira não é fácil. Muitas horas trabalhadas, poucas folgas... E muita responsabilidade. É a sua imagem, na tela de uma emissora. Na página de uma revista ou jornal. Um errinho por mais simples que seja, pode ser fatal.

LM - O que gostaria de fazer na carreira e ainda não conseguiu realizar?
AD - Cobrir uma copa do mundo.

LM - Você acha que um jornalista esportivo deve assumir seu time de coração?
AD - Acho que não, por questões de segurança. Muitos torcedores não entendem, e se tornam agressivos e violentos. Quando estou trabalhando não tenho time. Só lembro da missão e da profissão.

LM - Quem são os jornalistas e/ou profissionais da comunicação que mais admira?
AD - Gosto muito do Celso Cardoso que trabalha comigo. Correto, ético e um grande caráter.
Como repórter, o William Lopes da Band News, foi uma espécie de "espelho" pra mim. Ele trabalhou por um tempo na Gazeta, e gostei muito do estilo e da competência dele.

EXEMPLOS DE PROFISSIONAIS PARA ADRIANO DOLPH

LM - Tem alguma história curiosa ou engraçada da profissão?
AD - Em Criciúma, fiz a cobertura do título da Série B pelo Corinthians em 2008. Foi uma viagem tétrica. Trabalhei 18h por dia, valeu a pena demais, mas na volta, uma chuva na estrada até Florianópolis fez toda nossa equipe ficar de cabelo em pé. Beijei o chão quando saí do táxi.

LM - Deixe uma mensagem para quem pensa em seguir carreira, principalmente no jornalismo esportivo.
AD - Persistência, estudo, foco. Isso é o básico pra não desistir.

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quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Existe uma maneira certa de escrever para crianças e adolescentes?


Escrever para crianças e adolescentes sempre foi um desafio para os jornalistas. É preciso uma medida certa para que o texto não fique infantilizado demais e nem adulto demais. A abordagem de certos assuntos mais delicados para os adolescentes como sexo, drogas e violência exigem palavras precisas, claras e concisas.

Fiz em meu trabalho de conclusão de curso uma revista que falava sobre meio ambiente. O público-alvo era composto por jovens que cursavam o Ensino Médio em escolas públicas no ABC Paulista. Tivemos uma excelente orientação. Algumas gírias podiam e deviam ser usadas para melhorar a comunicação com o público. E funcionou.

Já para escrever um texto mais direcionado a crianças, frases curtas e simples são as mais recomendadas. Evite termos muito técnicos. Porém, se você escrever uma palavra mais difícil no meio do texto, pode representar um desafio para os garotos, que buscarão no dicionário seu significado e, assim, melhorarão o vocabulário e a cultura geral.

Não existe receita de bolo nem fórmula mágica. O segredo é não subestimar nem superestimar seu público. E tratá-lo com respeito sempre. Fazer um texto de forma natural é o mais recomendável. Caso contrário, pode parecer forçado demais.

Mesmo assim, não é fácil achar o ponto certo dessa tênue linha. O ideal é mostrar o texto a parentes e amigos das idades que você quer atingir. Podem ser sobrinhos, priminhos, filhos de amigos. Submeta-os à esta leitura e ouça o que eles têm a dizer. Afinal, a opinião deles é mais abalisada do que de muitos jornalistas experientes. É uma pesquisa de mercado feita diretamente com o público-alvo. E vai dar a você mais subsídios para que componha um texto melhor. Um forte abraço.

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terça-feira, 22 de novembro de 2011

Fotos do programa Esporte na Rede, com Frank Fortes

O Esporte na Rede recebeu ontem o jornalista da Rádio Bandeirantes, Frank Fortes. Ele falou sobre a carreira, desafios do jornalismo, opinou sobre questões polêmicas e comentou o Campeonato Brasileiro das Séries A e B.

Veja as fotos abaixo e o vídeo do programa, já disponível no Youtube. O ER vai ao ar toda segunda-feira, AO VIVO, às 18h45, pela UPTV (www.uptv.com.br). Um forte abraço!








segunda-feira, 21 de novembro de 2011

O jornalista 2.0: profisional de mídia pode ter perfil pessoal em redes sociais?


O termo "2.0" é relativamente novo e está sendo usado com frequência como um adjetivo que significa "eletrônico", "virtual", "interatividade na internet", "cibernético" e coisas do gênero. O jornalista 2.0 nada mais é do que o comunicador "plugado" nas tendências do mundo on-line.

Ou seja, é a pessoa que usa a internet para se informar e se relacionar. E isso compreende, é claro, o uso das redes sociais. Existe uma linha de raciocínio de editores de grandes veículos de comunicação que defende que o jornalista não pode nem deve ter perfil pessoal em twitter ou facebook.

Os defensores desta linha dizem que não é possível desvincular o pessoal do profissional. Logo, qualquer opinião que o jornalista exprima nas redes representa também a posição do veículo de comunicação com relação a determinado tema. Assim, por exemplo, se o profissional falar mal de certo político nas redes sociais corre o risco de, mais tarde, ter de entrevistá-lo. Seria, no mínimo, uma saia justa.

Outros veículos preferem determinar regras para o uso das redes sociais. Permitem que o jornalista tenha perfis pessoais na internet mas limita o conteúdo que ele pode postar. Por exemplo, se o jornalista tem uma informação importante e divulga nas redes antes de publicar no jornal no qual trabalha, não seria justo com o veículo de comunicação. Seria um "furo" contra a empresa para a qual trabalha. Logo, um tiro no pé.

A linha mais branda, que é a que defendo, diz o óbvio. Os jornalistas podem ter seus perfis pessoais nas redes sociais (afinal, são pessoas comuns também), desde que usem o bom senso. Verdade seja dita, o bom senso é fundamental em todos os setores da vida. Uma boa dose diária de bom senso é recomendada a todo ser humano.

Entendo que é injusto a empresa de comunicação barrar totalmente o uso das redes pelos funcionários, jornalistas ou não. A sociedade reconhece que jornalistas não são robôs. Também sentem raiva, alegria, tristeza.

E, às vezes, a internet funciona como uma espécie de diário onde as pessoas desabafam sobre as agruras e felicidades da vida. Compartilham seus estados de espírito com amigos e conhecidos. Isso é normal e não diminui a credibilidade do jornalista. Mas as opiniões devem ser dadas com parcimônia. Fato. Nunca se sabe qual será a pauta que o jornalista vai executar amanhã. Um forte abraço.

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sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Os limites entre investigação e invasão de privacidade


Não é novidade para ninguém que os jornalistas sempre estão atrás de um bom furo de reportagem, uma bomba, um escândalo político ou policial. Para que consigam realizar boas matérias, os repórteres precisam apurar informações e, é claro, investigar fatos. O jornalismo investigativo é fascinante e sempre atrai profissionais da comunicação.

Porém, o jornalista se vê, às vezes, diante de alguns dilemas. Quais os limites entre a investigação e a invasão de privacidade? Por exemplo, há quase três meses, José Dirceu, figura conhecida da política nacional (mais por escândalos do que qualquer outra coisa) afirmou que o repórter Gustavo Ribeiro, da revista Veja, havia tentado invadir seu quarto em um hotel em Brasília.

O repórter investigava supostas reuniões de Dirceu com autoridades ligadas ao governo federal. Segundo a reportagem da revista Veja, as reuniões se davam com a base aliada da presidente Dilma Rousseff (partidos PT e PMDB) e aumentaram durante o período em que o ex-ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, estava sob investigações que culminaram com sua queda.

José Dirceu registrou um Boletim de Ocorrência e o caso estava sendo investigado pela 5ª Delegacia de Polícia do Distrito Federal. Gustavo Ribeiro queria, obviamente, conseguir informações bombásticas para fazer uma reportagem-denúncia. Não ficou provado que o repórter tentou efetivamente invadir o quarto do político. Mas caso isso tivesse acontecido, ele estaria certo ou errado?

Nesse momento, o jornalista se vê diante de um impasse. Violar domicílio é crime e todos sabemos disso. Porém, aqui no Brasil, o país da impunidade e da bandalheira, as coisas são muito bem escondidas. Ou seja, se o profissional não ousar, também não conseguirá fazer uma denúncia. A quebra de regras faz parte de algumas investigações.

Recentemente, o tablóide The News of The World fechou por causa de denúncias de que o jornal usava escutas ilegais para conseguir informações da vida pessoal de celebridades e políticos e, desta forma, dava furos sensacionalistas de reportagem.

Também comentei no post anterior sobre a jornalista Marcela, personagem da novela Fina Estampa, da TV Globo. Ela invade a vida pessoal de suas fontes para conseguir informações privilegiadas e até manipular os fatos. São situações diferentes, mas com o mesmo foco. O limite entre a investigação e a invasão.

Particularmente, sou daqueles que gostam de agir dentro das leis. Logo, invasão de privacidade é algo que eu jamais faria. Até porque cometer um crime para descobrir outro é o mesmo que o roto falando do esfarrapado. O jornalista é menos criminoso que o político? A saída é tentar, junto aos juízes de direito, a liberação de escutas telefônicas legais e exigir que esse processo seja mais rápido. Essa pode ser uma saída.

Outra possibilidade é investigar pessoas próximas às fontes acusadas, alguém que esteja descontente ou incomodado, que você sente que pode dar declarações relevantes. Paparazzos e invasão de vida pessoal de modo desnecessário é algo com que não compactuo. E você, agiria de que forma? Um forte abraço.

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quarta-feira, 16 de novembro de 2011

O comportamento da personagem Marcela, da novela Fina Estampa

SUZANA PIRES, A MARCELA DE FINA ESTAMPA

Fique tranquilo, amigo leitor, que não estamos mudando o foco do blog e nem vamos falar sobre novela. Mas a personagem vivida por Suzana Pires na novela Fina Estampa, da TV Globo, sugere algumas reflexões do meio jornalístico. Suzana interpreta a jornalista Marcela, que está sempre atrás de um furo de reportagem para o "Diário de Notícias".

Recentemente, a personagem agiu da maneira que alguns jornalistas agem quando buscam matérias exclusivas e bombásticas. Marcela interferiu na vida pessoal de suas fontes. Aparentemente, o lutador Wallace Mu (Dudu Azevedo) tem um problema cardíaco e não pode lutar. O rapaz é teimoso e, mesmo assim, treina para uma luta.

O lutador namora Teodora (Carolina Dieckman), interesseira que só pensa em dinheiro. Teodora não queria que Wallace lutasse mais. A jornalista disse à mulher do lutador Wallace que ele havia feito um seguro de vida no nome dela e que ficaria rica caso ele morresse. Depois, Marcela foi até o local onde o lutador treina e contou que havia dito isso à mulher dele. Disse que ela mudaria de opinião por ser interesseira. E foi além. Disse que, se estivesse certa, Wallace deveria uma entrevista exclusiva a ela.

Alguns jornalistas usam deste expediente para criar conflito entre suas fontes e, dessa maneira, conseguir uma reportagem bombástica. Usam da perspicácia e das informações privilegiadas para fazer com que os fatos aconteçam da forma como imaginam. A atitude é antiética. É o sensacionalismo a qualquer preço.

Isso existe no mundo real. Porém, a interferência na vida pessoal de uma fonte pode causar grandes estragos. Logo, é uma invasão de privacidade. Tanto quanto as fotos tiradas de Neymar em seu iate, ao lado da modelo Carol Abranches, com quem, especula-se, tenha um "affair".

Vida pessoal não deve ser da conta dos jornalistas. Como jornalista, analiso o que Neymar faz em campo. Fora dele, só me importa se cometer um crime. Isso é notícia. O resto, não. Neymar pode ficar com quem quiser, beber e comer o que quiser. A vida pública do jogador é dentro de campo.

Conclusão: amigos jornalistas, não misturem vida pessoal com a vida profissional de suas fontes. Ninguém gosta de bisbilhoteiros fuçando na vida alheia. Para tudo há um limite. É preciso equilíbrio para não passar do ponto. Use o bom senso e ouça a voz da sua consciência. Um forte abraço.

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sexta-feira, 11 de novembro de 2011

A operação policial, a prisão de Nem Lopes e a repercussão da morte de Gelson Domingos

NEM LOPES, CHEFE DO TRÁFICO DE DROGAS
NA FAVELA DA ROCINHA, NO RIO DE JANEIRO

O texto de hoje é para responder alguns comentários de leitores no post que escrevi a respeito da morte do cinegrafista da TV Bandeirantes, Gelson Domingos. Na ocasião, defendi que as pautas policiais de alto risco não devem ser feitas pelos jornalistas. Repito: as imagens de um tiroteio não acrescentam nada de relevante à reportagem. E disse que os profissionais deveriam se recusar a ir nesse tipo de pauta.

Roberto Rocha disse que concorda comigo, mas faz uma pergunta: "Se não fosse ele que fizesse, outro profissional o faria. Ou seja qual escolha ele teria?" Teria a escolha de não ir e salvar sua vida.

Sim, o que você disse é verdade, Roberto. Se ele não fizesse, alguém iria no lugar dele. O problema é que os jornalistas não são unidos e não formam sequer uma classe. Nenhum jornalista ou cinegrafista deveria aceitar ir em gravações que coloquem a vida em risco. Se isso acontecesse, não haveria pauta e ponto final. O dono da emissora é que não iria fazer o trabalho.

O ABC PAULISTA F.C. levantou uma questão interessante. Diz ele: "com o advento das câmeras digitais (filmadoras) e celulares multimídia, os cinegrafistas vivem em constante estresse, pois sentem-se na obrigação de obter melhores ângulos e melhores imagens antes que um amador o faça. Hoje qualquer pessoa capta uma imagem interessante, ou flagrante, de seu celular ou câmera digital antes das equipes de jornalismo".

É verdade. Por isso mesmo são cinegrafistas amadores. Que podem apenas estar passando pelo local no momento de um incidente. Mas onde um amador vai, não significa que seja lugar para um profissional ir. O morador da favela Antares, por exemplo, está muito mais habituado ao local do que alguém que não conhece a comunidade. E outra. Gravar com um celular chama bem menos a atenção de bandidos do que com uma câmera de oito quilos nas costas.

GELSON DOMINGOS, MORTO DURANTE A COBERTURA
DE UMA OPERAÇÃO POLICIAL

Essa obcessão pela melhor imagem, pelo melhor ângulo, por mostrar os momentos mais drásticos e dramáticos, às vezes, partem muito mais dos próprios jornalistas do que de seus diretores e proprietários das emissoras. É a sede de ganhar um prêmio, de ser quase um herói. É isso que atrapalha. Já disse e repito: jornalista não é presidente da república, nem personagem de desenho animado, nem super-herói e nem policial. Então, não deve fazer esse tipo de coisa.

Para fechar, vou falar sobre a reportagem da prisão do chefe do tráfico de drogas na Favela da Rocinha, no Rio de Janeiro, apoiando-me na mensagem do leitor e amigo Paulo Arnaldo. Diz ele: "a presença da imprensa deve atrapalhar muito a operação da polícia! Deixa os próprios policiais em risco e correndo sério risco de comprometer a operação".

Na realidade, Paulo, o que acontece é que os próprios policiais incitam a imprensa a comparecer a essas prisões e operações em flagrante, pois é um meio de exaltarem seu trabalho e, mais uma vez, passar a imagem de heróis. Embora para os policiais essa imagem esteja bem mais próxima do que dos jornalistas, também é equivocada.

Policial é pago para defender a sociedade. É um trabalho de risco. Mas não fazem mais do que a obrigação. Eles devem zelar pela paz da população, seja em favela ou não. E muitas vezes, ainda se corrompem por causa de dinheiro fácil, como vemos tantas quadrilhas por aí.

Ontem pela manhã assisti no jornal Bom Dia Brasil, da TV Globo, a reportagem sobre a prisão de Antônio Francisco Bonfim Lopes, o Nem Lopes, chefe do tráfico de drogas na favela da Rocinha. A reportagem foi construída exatamente da maneira como acho que deve ser e como disse no post sobre o Gelson.

A repórter usou imagens da prisão em flagrante, imagens gerais (aéreas e terrestres da Rocinha) e mostrou o que foi apreendido com os comparsas. Pronto, está mais do que resolvida a matéria! Precisa mostrar um tiroteio ou a operação da polícia no ato da prisão? Não! E a notícia foi relevante de qualquer forma! E os policiais ainda recusaram 30 mil reais de suborno. Maravilha! Tudo certo! É assim que deve ser!

Na reportagem, ainda é possível ouvir um dos policiais gritando para Nem: "vira aí pra câmera"! Para mostrar o rosto dele, como um peixe grande que finalmente foi pescado. Ou seja, até os policiais gostam desse "Big Brother" da imprensa. Está errado! O caminho não é esse. O caminho é o da informação! Ela é a única estrela do jornalismo. O resto é sensacionalismo besta para vender jornal. Obrigado pelos comentários de vocês. Um forte abraço.

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quarta-feira, 9 de novembro de 2011

É possível jogar tudo para o alto e (re)começar do zero na carreira?


Olhe para dentro de si mesmo e reflita sobre seu trabalho. Você realmente faz o que gosta? O salário é compensador? Atua na sua área de formação? Gostaria de ser mais feliz profissionalmente? Gostaria de mudar de área e respirar novos ares? Está num serviço que não lhe traz prazer e tem medo de jogar tudo para o alto, ficar sem renda para o sustento do lar e recomeçar do zero? Você não é o único, amigo leitor.

Alguns dos entrevistados deste blog passaram por este dilema. Decidiram deixar um trabalho assalariado resgistrado e vários anos de empresa em busa da felicidade e da satisfação profissional.

Eram pessoas que trabalhavam em bancos, vendiam produtos nas ruas ou eram até mecânicos. E jogaram uma relativa estabilidade para o alto para recomeçar do zero na carreira e na profissão que queriam exercer: o jornalismo. Outros fizeram o caminho contrário. Deixaram o jornalismo para serem felizes em outras carreiras como marketing, publicidade e comércio exterior.

Também já fiz este tipo de escolha no âmbito universitário. Comecei a estudar jornalismo na ECA-USP. Fiquei lá dois anos e, diante da falta de estrutura para as aulas práticas, pedi transferência para a Universidade Metodista de São Paulo. Louco foi o adjetivo mais leve que ouvi. Como as grades curriculares das faculdades não tinham equivalência, tive de recomeçar do zero e fazer todos os quatro anos novamente.

Quando alguém faz este tipo de escolha, deve saber que há implicações boas e ruins. As vantagens não são muitas, de início. Você vai estudar ou fazer o que gosta e sentir-se bem mental e emocionalmente. Até a página dois, quando as desvantagens começam a pesar na balança.

As desvantagens são claras. Recomeçar significa receber salários baixos, de estagiário. Significa, também, não ter o mesmo reconhecimento que já havia adquirido na outra empresa, com o tempo de casa. Significa aceitar receber ordens de pessoas bem mais jovens do que você, mas que já estavam em determinada área desde o início da carreira. Significa deixar cargos de importância e ser apenas mais um na nova corporação.

Isso deve ser muito bem trabalhado psicologicamente. Tal mudança representa força de vontade. É um ato de coragem. Que pode dar certo ou não. Com meus entrevistados e comigo deu muito certo. Meus entrevistados realizaram sonhos, cobriram Copas do Mundo, Olimpíadas, grandes eventos jornalísticos nacionais e internacionais. Transformaram-se em profissionais gabaritados e respeitados. Prosperaram na nova carreira, apesar do sofrimento inicial.

Mas também, é bom ressaltar que não tiveram preguiça. Batalharam duro. Esforçaram-se. Foram à luta. Mas é um risco que se corre. O importante é ter muito claro que somos responsáveis pelos nossos atos. E, caso a tentativa de mudança não saia como o esperado, nada de arrependimento!

Não tem conhecimento necessário? Estude! Não seja braço curto. O mercado não tolera pessoas assim. Com empenho todos são capazes de prosperar na vida. Muito trabalho! Esse é o único segredo do sucesso. Um forte abraço.

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terça-feira, 8 de novembro de 2011

Fotos do programa Esporte na Rede, de 07/11

Ontem, o Esporte na Rede teve bancada cheia. Os três comentaristas compareceram para comentar a 33ª rodada do Campeonato Brasileiro da Série A e a Seleção Brasileira, que fará dois amistosos contra Gabão e Egito.

Na semana que vem, dia 14/11, não teremos programa por conta da emenda do feriado de Proclamação da República, comemorado no dia 15/11. Voltaremos dia 21/11 com novidades e um convidado mais do que especial: o jornalista da Rádio Bandeirantes, Frank Fortes.

Confira as imagens de ontem e assistam ao ER no site da UPTV (www.uptv.com.br). O programa é AO VIVO e vai ao ar toda segunda-feira, às 18h45. As fotos são de Marco Antonio Joares, o popular Gepeto. Um forte abraço.










segunda-feira, 7 de novembro de 2011

O preço do sensacionalismo e a morte do cinegrafista da TV Bandeirantes

CINEGRAFISTA GELSON DOMINGOS, MORTO NO ÚLTIMO DIA 06

Vou na contramão da maioria de amigos jornalistas e demais profissionais da mídia com relação à morte do cinegrafista da TV Bandeirantes, Gelson Domingos, ocorrida no último domingo. Gelson fazia a cobertura da operação policial na favela Antares, no Rio de Janeiro, quando foi atingido por um tiro de fuzil, que perfurou o colete a prova de balas e matou o jornalista.

A maioria da imprensa defende mais segurança para jornalistas em coberturas desse tipo. Não concordo e sou mais radical. Para mim, não deveria haver coberturas deste tipo. Simples assim. Já escrevi diversas vezes aqui que jornalista não é presidente da república, nem personagem de desenho animado e muito menos super-herói. Logo, também não é policial.

A vida é o mais alto dos preços que uma cobertura sensacionalista cobra. Operação policial deve ser feita pela polícia. Só! Jornalista não deve nem chegar perto. Afinal das contas, qual é a grande notícia que vai ser dada no jornal? "Polícia faz operação e prende traficantes na favela Antares".

Pergunto a você, amigo leitor: as imagens do tiroteio entre polícia e bandidos são realmente necessárias à reportagem? Ou a notícia da prisão, com imagens das provas não é suficiente? Sim, é suficiente! O resto é sensacionalismo.

Já que jornalista não é super-herói, sabe que não é imortal. Logo, corre um risco imenso nesse tipo de cobertura que é feita por pessoal treinado e preparado. Não sei se é ou não uma escolha do jornalista cobrir guerras ou conflitos armados como este. Se for, cada um responde pelo risco que assume.

Mas, se os responsáveis forem diretores ou editores dos veículos, meus pêsames. Jornalistas, recusem-se a ir nesse tipo de pauta. Ninguém é obrigado, por lei, a assumir um risco de morte deste tamanho em nome do trabalho.

Mostrar imagens de tiroteios é algo descabido e desnecessário. As pessoas não querem ver sangue. Querem paz. É um tipo de cobertura em que todos saem perdendo. Isso não é jornalismo. É querer ser herói, virar personagem de vídeo-game como nos jogos de guerra.

Repito. A notícia, sem essas imagens, não perderia em nada o conteúdo. Bastava mostrar os presos na cadeia, as provas reunidas e algumas imagens do local (favela Antares), bem depois da operação policial, apenas para contextualizar o telespectador. Enquanto coberturas desse tipo continuarem a ser realizadas, outras mortes virão. De repórteres, de cinegrafistas e demais envolvidos. Jornalismo policial é uma coisa. Sensacionalismo é outra.

Lamento pelo Gelson e por sua família, que passa por um momento de grande pesar. E justamente por isso, defendo, não mais segurança para os jornalistas, mas sim o fim de coberturas arriscadas. Quem invade morro é policial. Não repórter. Um forte abraço.

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sexta-feira, 4 de novembro de 2011

As razões pelas quais um jornalista muda de editoria


Bom, para ínicio de conversa, é preciso esclarecer você, amigo leitor, que nem sempre é alguém do meio jornalístico, acerca do termo "editoria". Editoria é o tema no qual o jornalista trabalha. Antigamente, quando existiam apenas os jornais impressos, a palavra se igualava a "caderno". Editoria, portanto, é o assunto. Economia, política, cultura, polícia, esportes, ciência e tecnologia, cotidiano, etc.

Toda pessoa que cursa jornalismo na faculdade, em tese, tem preferência por determinada editoria. Porém, quando o estudante vai ao mercado de trabalho, nem sempre consegue uma vaga (isso quando consegue uma) na editoria da qual gosta. Com as poucas vagas disponíveis, é melhor garantir, ao menos, um emprego na área. O gosto pessoal acaba ficando para depois.

Por isso, muitos jornalistas acabam mudando de editoria ao longo da carreira. Sem dúvida, a mais enriquecedora é a geral. É composta por reportagens que abrangem, em algum grau, quase todos os tipos de editoria. É importante que todo jornalista passe por ela um dia.

Trabalhar na editoria da qual não gosta é fator fundamental para que o jornalista seja um frustrado na carreira. Isso e os baixos salários iniciais são realmente desestimulantes. Ao profissional que tem de executar um serviço que não aprecia, cabem algumas situações possíveis.

Situação 1: Ele vai ficar a vida toda trabalhando em algo que o desagrada, será frustrado, terá algumas doenças por conta do estado de frustração e tristeza, mas não vai abandonar a profissão que escolheu com medo de não conseguir ou não saber fazer outra coisa. Prefere garantir permanência na vaga que tanto suou para conseguir.

Na situação 1, existe ainda a possibilidade de que o profissional acostume-se ao trabalho que faz e, com o passar dos anos, acabe gostando do que faz. Porém, uma coisa deve ficar muito clara: gostar não significa amar nem ser apaixonado.

Situação 2: Por fazer o que não gosta e por causa de outros fatores desestimulantes, abandona a carreira, toma coragem, joga tudo para o alto e vai em busca de uma nova profissão. Talvez para ganhar melhores salários, o que pode compensar o trabalho no que não gosta. Ou então para se ver livre do peso, da pressão e da correria que o jornalismo normalmente impõe aos profissionais.

Situação 3: O jornalista consegue, depois de muito batalhar, trabalhar na editoria que tanto almejou. E daí vem outras duas situações. O jornalista pode frustrar-se ao notar que o trabalho na editoria que ele tanto almejava não era nada daquilo que imaginava. Ou então, perceber que realmente está no lugar certo, foi feito para aquilo e ser muito feliz.

Situação 4 (raríssima): Começar trabalhando na editoria que ama, progredir rapidamente na empresa em que atua, obter grande reconhecimento profissional e receber um poupudo salário. Isso é para pouquíssimos afortunados.

As três primeiras situações são as que mais ocorrem. Alguns jornalistas ainda tornam-se apresentadores e, de certa forma, não trabalham com uma editoria, mas sim, com todas. Também existem profissionais que amam determinada editoria, mas amam o dinheiro mais ainda. Estes recebem ótimas propostas para trocarem de "caderno" e acabam aceitando em troca do bolso cheio.

Resumo da ópera: um jornalista muda de editoria (salvo exceções) para satisfazer seus desejos pueris e universitários. Trabalhar no que não gosta é realmente frustrante para o comunicador. Com agravantes, quando tem de conviver com pessoas que o prejudicam ou que são danosas de alguma forma. E também com atenuantes, quando encontra pessoas solícitas, bem humoradas e que diminuem sua frustração com o trabalho pelo convívio em um ambiente agradável.

De qualquer forma, é preciso perseverar. Seja qual for a carreira escolhida ou mesmo pela troca de profissão. Tem muito jornalista que aponta o dedo e critica quem abandona o barco. Eu não faço isso. Como diz meu pai, cada um sabe onde o calo aperta. A pessoa que muda de profissão não é fraca nem fracassada. É sim, corajosa. Para jogar uma certa estabilidade para o alto e começar tudo de novo. Aliás, bom tema para o próximo post. Este fica por aqui. Um forte abraço.

Facebook: Leandro Martins
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terça-feira, 1 de novembro de 2011

Fotos do programa Esporte na Rede, de 31/10

Aí vão as imagens do programa Esporte na Rede de ontem. Entre as curiosidades, um boné personalizado do nosso cinegrafista e fotógrafo, Marco Antonio Joares, o Gepeto. E entre nós, nossa praticamente empresária Carol Sak, que também é minha amiga pessoal.

O ER vai ao ar toda segunda-feira, AO VIVO, a partir das 18h45, pela UPTV (www.uptv.com.br). Para assistir à atração, basta acessar o site. Esporte na Rede, análise esportiva de qualidade! Um forte abraço.