terça-feira, 30 de agosto de 2011

Fotos do programa Esporte na Rede, de 29/08

Ontem fizemos um programa diferente. Mais analítico e com dois comentaristas. Gostei do resultado. Vamos fazer isso mais vezes. O Esporte na Rede vai ao ar toda segunda-feira, às 18h45, AO VIVO, pela UPTV (www.uptv.com.br).

E para quem perder o ao vivo, pode ver a versão on demand que fica armazenada no site por uma semana.

As fotos abaixo são do nosso Gepeto, câmera de estúdio e fotógrafo. Na foto da equipe inteira, estão, da esquerda para a direita: Em pé: Reinaldo Leiva, Douglas Soares, Leandro Martins, Luciane Bruno e Marco Antonio Ribeiro. Agachados: Marco Perin (Leite) e Marco Antonio Joares, o Gepeto. A energia dessa equipe é sensacional! Um dos melhores ambientes de trabalho que já tive! Um forte abraço.





segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Alguns jornalistas e veículos têm mania de omitir o crédito


Na universidade, os professores sempre alertam os alunos na confecção de seus trabalhos acadêmicos: "se forem utilizar trechos de textos de algum autor, citem a fonte e a bibliografia". Nada mais ético e justo. No meio jornalístico, isso nem sempre acontece.

Recentemente, a denúncia de que a Zara, loja renomada de roupas, comprava roupas de fornecedores que utilizavam um trabalho praticamente escravo para produzir suas peças, repercutiu em vários veículos de comunicação. O programa "A Liga", da TV Bandeirantes, mostrou as imagens (entenda-se, provas) com exclusividade.

Pouca gente deu o crédito das denúncias em outros veículos. Um dos apresentadores, Rafinha Bastos, diz com razão que, "na hora de falar de processo judicial, meu nome e foto saem na manchete". É verdade. Na hora da desgraça, sempre citam os envolvidos. Já na hora de admitir que levaram o furo...

Existe o péssimo costume no jornalismo de não citar a fonte em alguns casos de furo de reportagem. Isso porque certo veículo não quer dar os louros para o outro. Seria como admitir um fracasso. Como dizer que o outro trabalhou melhor do que eu.

Uma atitude antiética. Contra tudo o que nos ensinam. E contra o bom senso também. Você, amigo leitor que é profissional da área ou que gostaria de trabalhar nela, não cometa esse erro. E se seu editor insistir em que você escreva um texto sem os devidos princípios éticos, é porque a empresa de comunicação não é digna de ter em seu quadro de funcionários um profissional como você. Um forte abraço.

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

É mais fácil falar com assessores do que com as estrelas do espetáculo



Como você, amigo leitor, bem sabe, apresento um programa de esportes em web TV. A estrutura do programa é calcada em um apresentador, um comentarista, uma moça que lê as participações dos internautas e um convidado. Procuro mostrar o melhor para meu telespectador. Por isso, sempre tento levar ao estúdio um nome de peso do meio esportivo.

Há mais ou menos 25 anos, era mais fácil fazer contato com o próprio convidado diretamente para trazê-lo às atrações. Assim, atletas, ex-atletas, técnicos, artistas ou outras celebridades acertavam a data e horário de participação em programas de rádio, tv ou entrevistas para veículos impressos diretamente com jornalistas e produtores.

Mas, no início da década de 90, isso mudou. Os assessores de imprensa começaram a inundar o mercado e passaram a cuidar da agenda dessas pessoas. O resultado deveria bom para os dois lados. Para a imprensa e para os assessorados. Não é bem assim.

De modo geral, os assessores são solícitos e contribuem para o bom trabalho da imprensa. Mas tem aqueles que mais atrapalham do que ajudam. São verdadeiras pedras no sapato (por isso a foto que abre o post). Ou então que servem de escudo para assessorados que querem esquivar-se de declarações à mídia.

Quando isso acontece, nós, jornalistas, damos um jeito de falarmos diretamente com a fonte. Passei recentemente por essa experiência. Porém, para minha surpresa, a pessoa com quem entrei em contato era mais mal informada do que o próprio assessor.

Ele não conhecia a própria agenda, era confuso e pediu para que eu recorresse ao assessor novamente para ver como estava seu calendário de compromissos. Infelizmente, este é um sinal dos tempos. Hoje, as pessoas não vivem mais sem celular, internet, computador, energia elétrica. Ficamos dependentes demais de algumas coisas. Umas, mais importantes e fundamentais do que outras.

O que quero deixar bem claro é que lamento que as celebridades hoje não consigam gerir as próprias vidas e as próprias carreiras. Tudo tem que passar pelas mãos de um terceiro. Antigamente, você se aproximava de um jogador e falava: "vamos lá em tal programa, tal dia?"

E o cidadão acertava tudo com você ali mesmo, no campo, antes de entrar no vestiário. Apenas verbalmente. Mas era de confiança. No horário e dia certos, a pessoa estava lá. Hoje, tem atleta que tem mais de um assessor. Nem o atleta sabe mais para onde vai em determinado dia da semana. E ainda assim, alguns dão furo no combinado. Vida dura.

Resumo da ópera: você, jornalista, hoje em dia, precisa dar a sorte de falar com bons assessores, que efetivamente vão ajudá-lo. Caso o assessorado tenha um profissional ruim ao seu lado, reze muito para que você consiga desempenhar um trabalho a contento. Tem gente que passa informação errada, esquece-se de dias e horários agendados e sequer liga para avisar sobre imprevistos.

Em qualquer setor, há bons e maus profissionais. Mas um assessor ruim atrapalha e muito o trabalho jornalístico. Eles invadiram o mercado e não há mais como a gente se livrar dessa nova realidade. A solução é tentar conseguir as informações sem a "ajuda" do assessor. Tente fugir dessas fontes e buscar outros caminhos. Um forte abraço.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

"Desglamourizando" a carreira de jornalista


Se você, que é leitor assíduo deste blog e tem vontade de cursar a carreira de jornalismo ou já está nos anos iniciais da universidade, ainda não ouviu uma certa pergunta, tenha certeza de que ouvirá em breve.

Basta que o jovem pense em cursar jornalismo e lá vêm mãe, pai, irmãos, avós, tios, primos, amigos e vizinhos com aquela velha indagação: "quando vou te ver na televisão?" (nota: em muitos casos, a palavra "televisão" é substituída por "Globo").

Para minha surpresa, os próprios estudantes do Ensino Médio não são tão deslumbrados. Tive o privilégio de participar, no último dia 20 de agosto (sábado), do Encontro de Informação Profissional, no Colégio Singular Anglo, em Santo André.

O evento funciona da seguinte maneira. Você, profissional de determinada área, fica em uma sala com mais uns cinco ou seis profissionais, sentados em uma mesa. Acima, colada na parede, uma placa indica seu nome e a área de formação.

Os alunos vão entrando, sentam-se à sua frente e vão perguntando as dúvidas sobre a carreira. Depois que se sentem satisfeitos com os esclarecimentos, agradecem e saem. O evento dura por volta de três horas e meia. Não parei de atender alunos o dia todo. Sinceramente, acreditava que 90% iam me questionar sobre o telejornalismo.

Mas, foi bem o contrário. Uma minoria gostava de TV. A maioria esmagadora qustionava-me sobre jornalismo em veículos impressos. Diziam que gostavam de ler e escrever. E perguntavam-me sobre o funcionamento e o ambiente de trabalho nas redações de jornais e revistas. Fiquei feliz. O pessoal era muito pé no chão. Apenas decepcionavam-se um pouco quando lhes mostrava os pisos salariais para o estado de São Paulo.

JORNALISMO: RELAÇÃO DE AMOR E ÓDIO COM OS ALUNOS

Não posso precisar o número de calouros universitários que ingressam na faculdade com ideia de glamour ou que são pés no chão. Mas esta experiência mostrou-me um lado bem interessante.

Muitas vezes, a "glamourização" não parte somente dos aspirantes à carreira jornalística. Parentes e as pessoas que vivem ao redor dos estudantes, não raras vezes, são muito mais sonhadores com relação ao trabalho na comunicação. Eles desvirtuam a profissão, como se quisessem que os meninos fossem famosos.

Pois bem. Se você é universitário ou aluno de Ensino Médio, peça para que essas pessoas leiam bem os próximos parágrafos. Para início de conversa, pouquíssimos jornalistas são famosos. E muitos são sem mesmo gostarem de ser. Não custa dizer mais uma vez: a única estrela do jornalismo é a informação.

Não bastasse isso, o mercado é cruel, agressivo, concorrido, louco! Poucas vagas em boas empresas, muita gente querendo entrar. Resultado: o valor salarial cai (lei da oferta e da procura). O trabalho em muitos lugares acaba sendo exploratório, com jornadas de 10 ou 12 horas por dia. O reconhecimento profissional demora. E o financeiro, mais ainda.

Sem falar na concorrência desleal que os éticos enfrentam. Existe muito Q.I. (conhecido "Quem Indica" e não Quociente de Inteligência) e muita gente influente que nos rouba as parcas vagas existentes. Gente famosa, filhos dessa gente, políticos, etc.

E ainda há uma parcela que usa o corpo de todas as formas para estar na mídia. Ou sai com o diretor e faz o teste do sofá ou apenas mostra a bunda em frente às câmeras mesmo. Ainda bem que esse tipo de gente não se cria em veículos impressos, notadamente mais sérios e que exigem inteligência e agilidade de repórteres, diagramadores, editores e colunistas. E não é qualquer um que sabe escrever!

Mas, de volta ao mercado, a coisa é tão feia que muitos se frustram na carreira e a abandonam com menos de dois anos de formados. Uma pena. Têm de começar numa nova profissão, do zero. E outra. É sabido que jornalista não tem final de semana, feriado ou data comemorativa.

Está escalado? Tem evento? Tem plantão? Vai ter que trabalhar. E fim de papo. Não tem aniversário de pai, mãe ou cinema com namorada ou amigos. E aquele chopinho no bar, quando houver um tempo (raridade) você até vai poder comparecer, se não estiver demasiadamente cansado.

Como diria o técnico de futebol, Muricy Ramalho, de glamourosa, a profissão não tem nada. "Aqui é trabalho, meu filho"! Claro, como em todas as profissões, poucos ganham muito e muitos ganham pouco. Jornalismo não é uma carreira para deixá-lo rico. É para ser exercida por amor, como uma missão, religião. Um verdadeiro sacerdócio.

Ainda assim, sou feliz e amo o que faço. Mas espero, de forma realista, ter mostrado para pais, alunos, irmãos e todo o pessoal que orbita em torno de um estudante de jornalismo, a faceta bem dura do mercado de trabalho para um recém-formado. Ainda mais para os que não têm conhecidos no meio. Um forte abraço.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Fotos do programa Esporte na Rede, com Vadão

Ontem, o Esporte na Rede, da UPTV (www.uptv.com.br), recebeu Vadão, técnico de futebol do São Caetano, time que disputa a Série B do Campeonato Brasileiro. O programa começou quase 15 minutos atrasado, pois faltou energia na região.

Enquanto esperávamos o retorno da luz, um agradável bate-papo com Vadão correu solto. Gente simples, Vadão ficou à vontade. Rimos e aprendemos muito com ele antes da atração começar. Tem ótimas histórias para contar.

Algumas delas estão no próprio programa. Ele vai entrar no site da emissora hoje à noite, devido aos problemas causados pela queda de energia. Mas você pode conferir a íntegra abaixo. Para assistir ao vivo, é toda segunda-feira, às 18h45! Participe! Para mais informações sobre o programa, siga-me também no twitter: @leandropress. Um forte abraço.







segunda-feira, 22 de agosto de 2011

A "viagem" de Bonner, a emoção de Ana Paula Padrão e outros deslizes



É muito fácil para o telespectador apontar e criticar erros e falhas de repórteres e apresentadores. Só quem trabalha com mídia sabe qual é a dificuldade de fazer TV ao vivo. Alguns desses telespectadores acabam estudando jornalismo e, posteriormente, passam de pedra a vidraça. Sentem o drama na pele.

Mas, enquanto isso não acontece, observamos algumas coisas bem interessantes. O que importa não é o erro em si, mas como os jornalistas lidam com eles. Semana passada, William Bonner literalmente "viajou". Depois de Fátima Bernardes ter lido uma notícia, era a vez dele falar no Jornal Nacional.

Porém, distraiu-se. Ficou mudo e, logo que se deu conta de que era ele quem deveria falar, soltou essa: “Me distraí aqui, Fátima”. E continou sem problemas, como se nada tivesse acontecido. Já Ana Paula Padrão emocionou-se com uma reportagem sobre adoção de crianças brasileiras por italianos, no Jornal da Record. E transpareceu isso no ar.

Hoje pela manhã, no Bom Dia Brasil, da TV Globo, dois repórteres atrapalharam-se em seus respectivos "links" sobre o frio no sul do país. Ambos falavam uma nota coberta (quando algumas imagens aparecem durante a fala do repórter) e começaram a ler seus textos.

O rapaz demorou muito para ler. Acabaram as imagens e ele foi mostrado lendo no ar. Já a menina travou, talvez por estar com o papel do texto dobrado ou amassado e demorou a ler o texto sobre as imagens. Na televisão, como a atenção do telespectador é quase total, qualquer erro toma uma proporção gigante. Parece um absurdo que aquilo tenha acontecido.

Em todos esses casos, os jornalistas passaram por cima das falhas e seguiram em frente. Hoje, a sociedade aceita melhor o jornalismo mais informal, mais improvisado. O mito da bancada, do terno e gravata e da voz retumbante está caindo aos poucos.

A ideia é ser mais humano, admitir que televisão nada mais é do que produção. E quem está ali, em frente à câmera, é tão mortal como qualquer outra pessoa. Essa estratégia aproxima mais o comunicador do público, que se sente mais apto a interagir com as emissoras.

Os sites da Globo e da Record infelizmente retiraram os erros da edição. Para mim, deveriam ter ficado na internet. É um contra-senso com a linha editorial que tais veículos abordam atualmente. Quem está em casa já percebeu que nós, jornalistas, somos feitos de carne e osso e podemos cometer gafes.

E a "desglamourização" do telejornalismo tem outro grande benefício. Mostra para estudantes da área ou pessoas que querem cursar jornalismo que, de glamourosa, a profissão não tem nada. Tem sim, muita ralação, muito trabalho, muito suor, muita crítica e, quando necessária, uma boa dose de improviso. Um forte abraço.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

O que a televisão nos reserva?


Semana passada, mais precisamente no dia 11 agosto, foi comemorado dia de Santa Clara (ilustração acima). Com uma luz próxima às mãos, ela é considerada a padroeira da televisão no Brasil. Logo, dia 11/08 também é conhecido como o dia da televisão.

O veículo de comunicação é, de longe, o que atinge o maior público no país. Ao longo dos anos, a televisão não apenas mudou de formato, tamanho, resolução da tela e cores. Além dos novos recursos tecnológicos, a TV, como é carinhosamente chamada, também mudou por dentro.

A programação das diversas emissoras sofreu muitas alterações. No Brasil, a TV começou como uma cópia do rádio, com leitura de notícias, narrações com a voz impostada, shows musicais como o das "Cantoras do Rádio".

Depois, descobriu sua linguagem própria. Começou a relacionar texto e imagem. Marcou história com programas, novelas, jornalistas, esporte, entretenimento e até com publicidades que jamais saíram de nossas mentes ou que sobrevivem ao tempo, como a dos Cobertores Parahyba (vídeo abaixo).


Os especialistas dizem que o futuro da TV será baseado em dramaturgia e jornalismo informal, com mais aproximação do público, menos impostação da voz e o sumiço das bancadas de telejornais. O apresentador ficará de pé. Essa realmente pode ser uma fórmula interessante. Apresento um programa em web TV, o Esporte na Rede (www.uptv.com.br) e fico em pé. A aceitação do público é muito boa.

Apesar das inovações, sou crítico contumaz da programação das emissoras abertas, que fazem guerra pela audiência a qualquer preço e, por isso, tendem a cometer bizarrices. Fico decepcionado com a absoluta falta de qualidade de diversas atrações desses canais. O alento é que o público está mais exigente e, aos poucos, aprende a selecionar a programação ou mesmo migra para a TV por assinatura. Pena que nem todos têm acesso aos canais fechados.

Hoje, o show de horrores tomou conta da telinha. Reality shows bizarros (BBB, A Fazenda), programas policiais sangrentos (Brasil Urgente, Cidade Alerta) e humor que passa dos limites (Pânico na TV) são alguns exemplos de "atrações" que não acrescentam nada a quem assiste TV.

A EVOLUÇÃO TECNOLÓGICA DA TV, AO LONGO DOS TEMPOS

Marcelo Tas, no CQC, costuma dizer que a televisão é "um tubo infecto de elétrons". O sistema de tubo hoje quase não existe mais. Mas que a TV está infectada, isso está. Parece que, quanto mais finas ficam as telas dos televisores, mais a qualidade da programação cai. É uma proporção inversa.

A tecnologia melhora muito a qualidade da imagem para vermos cada vez mais porcarias. Torço muito para que essa realidade mude. A TV pode até educar como faziam alguns ótimos programas da TV Cultura como Bambalalão, Catavento, Castelo Rá-Tim-Bum!, Vestibulando, Universo Mecânico e Mundo da Lua.

O Canal Futura também é elogiável, assim como os antigos Telecursos do primeiro e segundo graus. Hoje a programação está, tal e qual o programa da Fundação Padre Anchieta, no mundo da lua, de fato. De pernas para o ar. A televisão é formadora de opinião. Se exibir bons programas, vai criar uma consciência mais crítica no povo. Ainda há uma luz no fim do túnel. E não é o trem vindo ao contrário. Um forte abraço.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Jornalismo: uma carreira insegura

Recentemente, todos os profissionais que trabalham com comunicação ficaram chocados com o caso da Rádio Record AM, que demitiu todos os funcionários e voltou a programação apenas para música e religião. Espanto geral.

O fato chamou a atenção de comunicadores, jornalistas, técnicos e diversos profissionais para um grave e persistente problema midiático: a insegurança no trabalho. Na semana passada, o jornal Diário do Grande ABC, com sede em Santo André-SP, também mandou embora muita gente. Foram 14 pessoas demitidas de uma só vez. Doze jornalistas. A alegação foi o velho corte de gastos.

Em entrevista a Silvana Chaves, no site Comunique-se, uma ex-repórter do veículo, que não quis se identificar, disse que "era uma das que mais trabalhava e tinha um dos menores salários". Ou seja, tem caroço no angu. No caso da Record, a justificativa da contenção de despesas nem se aplica, já que a empresa tinha um bom faturamento.

O que aconteceu nos dois veículos é mais comum do que se imagina. Muitas empresas de comunicação se desmancham com um simples sopro de crise econômica. Outras mudam completamente o foco ao sabor dos interesses dos proprietários. E nós, profissionais da comunicação, que nos viremos.

A Rádio Record tinha profissionais consagrados como Gil Gomes, Paulo Barboza, Rony Magrini, Leão Lobo. Este último, havia renovado por dois anos com a emissora e recusado propostas da televisão para permanecer na empresa.

Fatos assim deixam jornalistas, radialistas, comunicadores e profissionais da parte técnica inseguros com relação ao local onde trabalham. Como essas situações são comuns, o jornalista sempre trabalha com frio na barriga e sob enorme pressão. Seja para entregar as reportagens no prazo, para atender às expectativas do editor ou então para se manter no emprego.

Pergunto: onde foi parar a humanização dos empregadores? Os empresários pouco se importam se as pessoas têm ou não família, filhos e casa para sustentar. Por isso, muita gente acaba desistindo da carreira em comunicação e procura coisas mais seguras e estáveis para fincar raízes, como cargos públicos conseguidos em concursos.

Resumo da ópera. Jornalismo é uma carreira insegura. Profissão de risco. Muitos altos e baixos. A gangorra está sempre em movimento. Estabilidade é luxo. Você, que pensa em iniciar na área, pense muito bem. Essa corda bamba sempre existirá e o chão que pisar sempre parecerá areia movediça. Adrenalina constante. De todas maneiras. Boas e ruins. Um forte abraço.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Fotos do programa Esporte na Rede, com Pintado

Ontem o Esporte na Rede recebeu o ex-volante do São Paulo e atual técnico de futebol, Pintado. O treinador estava no Estados Unidos, estudando e fazendo cursos. Agora, está de volta ao Brasil em busca de um clube para trabalhar.

Pintado falou sobre a carreira, relembrou os tempos de São Paulo e comentou o Campeonato Brasileiro das Séries A e B. O ex-jogador também falou sobre Seleção Brasileira. Assista a íntegra do programa no site da UPTV (www.uptv.com.br).

O Esporte na Rede é AO VIVO, toda segunda-feira, às 18h45. Tem análise, debate, bom humor e quadros especiais! Tudo, com a participação do internauta em tempo real! Não perca! Confira as fotos abaixo. Um forte abraço.






segunda-feira, 15 de agosto de 2011

A primeira vez a gente nunca esquece

Na última quarta-feira, dia 10/08, ministrei uma palestra sobre a carreira e a profissão para alunos de Ensino Médio do Colégio Singular Anglo, em Santo André. Pude falar sobre os bastidores da profissão e as dificuldades encontradas no mercado de trabalho.

O evento me rendeu um convite para retornar ao local, no dia 20/08, no Encontro de Informação Profissional, o qual aceitei com o maior prazer. Abaixo, seguem algumas fotos tiradas pela ouvinte Juliana. Obrigado aos participantes e espero ter contribuído para esclarecer dúvidas importantes. Um forte abraço.






sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Blog entrevista jornalista Rodrigo Cabral, da Rede TV! de Minas Gerais

RODRIGO CABRAL, NA COPA DA ÁFRICA, EM 2010

Dizem por aí que os mineiros gostam de comer o mingau pelas beiradas. Assim foi com o jornalista Rodrigo Alessandro Cabral ou, simplesmente, Rodrigo Cabral, da Rede TV! de Minas Gerais. Nascido em Belo Horizonte, a capital mineira, ele se formou em 1996 na UFMG.

Aos poucos, o jornalista diplomado, inteligente e perspicaz cresceu na carreira. Subindo de degrau em degrau, é hoje apresentador e repórter na terra do pão-de-queijo, depois de trabalhar na terra da garoa (São Paulo), por 11 anos.

Rodrigo foi para Minas para ficar perto da família. Ele diz que não é fácil conciliar família e trabalho e que, durante a Copa da África, em 2010, chegou a ficar quase dois meses longe de casa. O profissional ainda avalia a situação do mercado de trabalho na área jornalística atualmente: "muito concorido".

O jornalista começou a carreira para valer na área esportiva. Com 14 anos de carreira, o ele sabe bem como a coisa funciona. Em um ano de trabalho, teve apenas quatro ou cinco fins de semana de folga. E quanto aos feriados, é contundente: "esqueça".

Rodrigo Cabral revela que ainda tem vontade de trabalhar efetivamente em rádio, já que passou pelo veículo apenas como estagiário. E ainda cita uma história engraçada que vivenciou na carreira, quando quase teve de "transmitir" um jogo sem nenhuma câmera. Confira o bate-papo com o colega de profissão.

Leandro Martins - O que achou do curso de graduação quando estudou jornalismo?
Rodrigo Cabral - Sinceramente, esperava mais. Muita teoria e pouca prática.

LM - Você acredita que a faculdade prepara bem uma pessoa para o mercado de trabalho?
RC - Depende. Hoje em dia existem muitas faculdades e nem sempre  são bem avaliadas. O interesse e o envolvimento do aluno também contam muito.

LM - Em quais empresas de mídia já trabalhou?
RC - Comecei no extinto Canal 15 em BH (uma tv a cabo local) e depois fui para a Rede TV!, onde estou há quase 11 anos.

LM - Como é sua rotina hoje?
RC - Depois de 10 anos em São Paulo, pedi transferência para a sucursal da Rede TV! em BH, no final do ano passado. Aqui, faço reportagens para o Rede TV! News e também para um telejornal local chamado Notícias de Minas. No momento, estou apresentando este telejornal também. Normalmente trabalho no período da tarde até à noite. Normalmente de 13h às 21h. Mas isso varia muito de acordo com o factual.

RODRIGO ENTREVISTA CAFU, EX-LATERAL DA SELEÇÃO BRASILEIRA

LM - Ainda está no esporte?
RC - Não. Trabalhei exclusivamente com esporte até 2007.

LM - O que já fez ou faz fora do esporte?
RC - Nos últimos anos tenho feito todo tipo de cobertura. Política, polícia, economia, factuais em geral.

LM - Já foi setorista de um clube? Como é essa experiência?
RC - Nunca fui setorista. TV normalmente não tem setorista. Os repórteres fazem cobertura em todos os clubes.

LM - Quando decidiu que ia trabalhar com mídia? Como foi que tudo aconteceu?
RC - Foi meio de uma hora pra outra. Tentei vestibular primeiro para Medicina Veterinária  em 1992 mas depois desisti. Acompanhava tudo de esporte na época e achei que seria interessante ser jornalista e trabalhar na área. Em 1993, passei no vestilar para Comunicação Social. Deu certo. Tive a oportunidade de fazer estágio na maior emissora de rádio de Minas (Itatiaia) e aprendi muito lá. No último período de faculdade fiz um teste no Canal 15 que ia começar as trasmissões em BH, fui chamado e quando me formei já estava com emprego garantido. Não parei mais até hoje.

LM - Como foi seu início de carreira? Quais as principais dificuldades e obstáculos encontrados?
RC - Meu início de carreira foi fantástico. Fui acompanhado de perto por profissionais de primeira linha que durante muito tempo trabalharam na TV Globo Minas e me ensinaram muita coisa. Alberico Souza Cruz (ex-diretor de jornalismo da Rede Globo), Lauro Diniz (ex-editor regional da Globo Minas), Soraia Vasconcelos (ex-repórter da Globo Minas) entre outros. O Canal 15 foi uma escola pra mim.

LM - Como avalia o mercado de trabalho na mídia hoje?
RC - Poucas vagas e muita gente de fora. A Rede TV! fez uma seleção para Web Repórter aqui em BH e muita gente que está desempregada com pós-graduação na área se inscreveu. Não é fácil.

LM - Alguns jornalistas tornam-se amigos de fontes pela convivência. Você acredita que o jornalista ser amigo da fonte ajuda ou atrapalha o trabalho? Em que sentido?
RC - Não vejo problema em ser amigo da fonte. Desde que o profissionalismo não seja deixado de lado.

LM - Em algumas empresas de diversos setores existe sempre uma puxada de tapete. Você já se sentiu alvo de perseguição no meio? Sentiu-se traído?
RC - Se fizeram sacanagem, não conseguiram me prejudicar. Não posso dizer que já me senti traído, mas já me decepcionei com algumas pessoas.

LM - Como é cobrir um grande evento como a Copa do Mundo e as Olimpíadas?
RC - É fascinante você participar de uma cobertura desse tipo. A maioria dos jornalistas gostaria de viver essa experiência que fica marcada para o resto da vida. Mas que ninguém se iluda. Tem que trabalhar muito. Normalmente, o dobro do normal.

LM - Quantas edições de cada uma você já cobriu?
RC - Trabalhei na cobertura de duas Copas do Mundo (Alemanha 2006 e África do Sul 2010).

LM - Qual foi a maior emoção da sua carreira até hoje?
RC - Tenho 14 anos  de carreira. A maior emoção, difícil escolher. Já participei de grandes coberturas, finais de campeonatos importantes, Seleção Brasileira, casos de grande repercussão nacional.

LM - Cobrir outros esportes que não o futebol é mais fácil ou mais difícil? Por quê?
RC - Tudo fica mais difícil sem informação e conhecimento. É preciso estudar as regras e buscar muitas informações antes de entrar numa cobertura. Mas o futebol também é cheio de pegadinhas para quem trabalha em transmissões ao vivo.

LM - O que faz para preservar a voz?
RC - Sinceramente, quase nada. Hoje, na Rede TV!, tenho acompanhamento de uma fonoaudióloga (Telma Santos) que me ajuda muito com várias dicas e observações.

LM - Como vê a disputa pela transmissão do futebol brasileiro em 2012? Acha certo um regime monopolista?
RC - Qualquer tipo de monopólio não é sadio, mas não vamos mudar isso nos direitos de transmissão do futebol aqui no Brasil da noite pro dia. O fato do assunto ter sido muito debatido já foi uma evolução.

LM - Para os estudantes de jornalismo ou jornalistas recém-formados que pensam que o jornalismo é só televisão e que vão ficar famosos, o que tem a dizer? E o que falaria para aqueles que pensam que não vão trabalhar muito e nem aos finais de semana?
RC - Durante os anos que trabalhei só com esporte, folgava uns 4 ou 5 finais de semana por ano. Feriado, pode esquecer, a não ser nas escalas especiais de Natal, Reveillón, Carnaval e Semana Santa quando normalmente o jornalista folga um e trabalha dobrado no outro. Eu sempre trabalhei em TV, mas é cada vez maior a variedade de opções para se fazer jornalismo. Este blog é um ótimo exemplo. Os deslumbrados com a possibilidade de ficarem famosos normalmente se dão mal.

ALGUNS ÍDOLOS DE CABRAL NO JORNALISMO

LM - O que gostaria de fazer na carreira e ainda não conseguiu realizar?
RC - Eu ainda quero trabalhar em rádio. Comecei lá, mas fui parar na tv. Acho o rádio um veículo fascinante pelo imediatismo.

LM - Você acha que um jornalista esportivo deve assumir seu time de coração? Sim? Não? Por quê?
RC - Repórter é complicado porque está sempre no meio das torcidas e, nos momentos de crise, de derrota, tem "torcedor" que mistura as coisas e perde a cabeça. Imagina se souber que o profissional torce para o rival do time dele. Mas tudo bem, eu falo. Eu sou atleticano.

LM - É muito difícil trabalhar num jogo do seu time e ter de controlar as emoções? Tem uma técnica para ensinar aos jovens que estão começando na profissão?
RC - Pra mim, nunca foi porque não sou e nunca fui fanático. Acredito que seja complicado para quem é. Técnica? Na hora de fazer uma reportagem, jornalista não pode ter time, religião, nem partido político.

LM - Quem são os jornalistas e/ou profissionais da comunicação que mais admira?
RC - Tive a oportunidade de trabalhar com profissionais consagrados. Fernando Vannucci, Jorge Kajuru, Roberto Avallone, Juarez Soares, Téo José, Luiz Alfredo, Silvio Luis, Rodolfo Gamberini. E não posso me esquecer de uma referência do jornalismo esportivo. Juca Kfouri.

LM - Tem alguma história curiosa ou engraçada da profissão?
RC - Me lembro da final do Campeonato Paulista da Série A-2, de 2002. Jogo em Franca, no interior de São Paulo. Eu era o narrador e o Juarez Soares, comentarista.  Quando chegamos no estádio, não havia uma câmera. O caminhão de transmissão havia quebrado na estrada e  chegou quase na hora do jogo. Conseguimos atrasar o início da partida em meia hora, mas foi um tumulto só. No final, a Rede TV!, mesmo com todos os problemas, conseguiu uma grande audiência.

LM - É possível conciliar família e trabalho?
RC - Fiquei dez anos em São Paulo, morando longe da minha família. Às vezes, as oportunidades que aparecem te cobram um preço alto. Aí, vai da opção de cada um. Na Copa da África, foram 55 dias longe de casa. É desgastante mas, ao mesmo tempo, gratificante. É preciso muita determinação e, às vezes, preparo psicológico. Não sou casado nem tenho filhos.

LM - Deixe uma mensagem para quem pensa em seguir carreira, principalmente no jornalismo esportivo.
RC - Saiba que não é fácil entrar no mercado dos grandes meios de comunicação. Quem optar pela cobertura jornalística do dia-a-dia, tenha certeza que terá de abrir mão de muitos finais de semana, da maioria dos feriados e emendar nem pensar. Mas, se a profissão te fascina, mergulhe de cabeça. Eu fiz isso e não me arrependo.

LM - Alguma pergunta que gostaria de ter respondido e que eu não fiz?
RC - Sobre salário de jornalista. Quem optar pela profissão, precisa ter em mente que, na média, a realidade não é das mais animadoras. Mesmo em TV. É mais um dos desafios da profissão. Obrigado pela oportunidade e parabéns pelo blog!

Agradeço demais ao Rodrigo pela entrevista e pelos elogios muito gentis que fez ao meu blog. Para quem quiser seguir o jornalista no twitter, basta procurar por @_rodrigocabral. Para seguir este blogueiro, digite @leandropress. Um forte abraço.

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

O desafio de sintetizar e simplificar o texto




Em Guarulhos, onde trabalho, sou editor-chefe de um programa institucional, vinculado à Secretaria de Comunicação e à Prefeitura local. O projeto previa que entregássemos, toda semana, uma atração de aproximadamente 50 minutos, repleta de reportagens e quadros especiais.

No entanto, após uma reunião, foi decidido que o projeto teria seu foco mudado. Agora, faremos uma espécie de TV Minuto, similar à do metrô de São Paulo. Teremos quatro reportagens factuais, uma de obras do município e, para completar a programação, muitos serviços e notas escritas.

Como editor de texto, também estou responsável por essa parte escrita. Deparei-me com uma linguagem nova, sintética, desafiadora. Os textos devem dizer muito em poucas linhas. É uma compactação bem interessante. A intenção é identificar e transmitir a essência máxima da notícia em poucas palavras.

Não é fácil. Por isso, sempre recomendo que todo jornalista trabalhe um tempo em veículos impressos. Nos jornais e revistas o profissional aprende a moldar o texto. O "treino" melhora a escrita, que fica mais aguçada, flui com maior facilidade. O jornal diário treina a rapidez com que escrevemos. A revista formata o estilo, imprime reflexão e profundidade ao texto.

Escrever em pílulas: esse é o segredo para se passar uma informação rápida, precisa e útil. Estamos no caminho certo. O programa é exibido em espaços públicos, como hospitais, unidades de saúde, restaurantes populares, postos de serviço de atendimento ao público, etc. Ou seja, é preciso pouco áudio e muita informação.

Também devemos pensar sempre em simplificar o texto. Ter cuidado com cada palavra escrita. Em vez de escrever "reduzir", prefira "diminuir". Em vez de "produzir", "fazer". Em vez de "obter", "ter" e assim por diante. Tenha em mente a linguagem mais popular e coloquial. É uma nova linha editorial.

Essa é uma das coisas mais interessantes na carreira de um jornalista. Ter, a cada dia, um desafio novo. Mudar a rotina de tempos em tempos. Atualizar-se, modernizar-se, não ficar estático, estagnado. É dar cara nova a uma publicação, acompanhar o nascimento de um novo veículo.

Este blog entrevista, toda sexta-feira, um colega de profissão. E muitos fizeram parte de acontecimentos importantes como a fundação de novas publicações ou novas emissoras de rádio e TV, como CBN, ESPN, SporTV, Bandnews, etc. É a prova de que um jornalista também pode fazer parte da história. Um forte abraço.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Fotos do programa Esporte na Rede, com Magrão

O Esporte na Rede de ontem (08/08) recebeu o ex-jogador e atual empresário de jogadores, Magrão. O ex-centroavante passou pelo Palmeiras, Goiás, Coritiba, São Caetano e Verdy Tokyo, do Japão. Ele falou sobre a posição de centroavante, escassa no futebol brasileiro e explicou detalhadamente como age um empresário dentro do futebol.

Uma rica entrevista e um bate-papo descontraído. Assista ao programa no site da UPTV (www.uptv.com.br). E não perca a atração AO VIVO, toda segunda-feira, às 18h45! Participe! As fotos abaixo são de Marco Antonio Joares, o Gepeto! Um forte abraço.






segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Blog responde a perguntas de uma leitora



Na próxima quarta-feira, dia 10/08, ministrarei minha primeira palestra sobre a profissão de jornalista. O público: alunos de Ensino Médio do Colégio Singular Anglo, no qual estudei durante três anos.

Confesso que a ansiedade bate. É um momento especial quando podemos falar sobre a carreira para pessoas ávidas por conhecimento sobre a carreira. É o que tento fazer neste blog. Explicar o jornalismo alunos que ainda não decidiram qual profissão seguir e que pensam em fazer graduação na área.

Também falo para estudantes universitários e mesmo iniciantes na profissão. Para isso, apoio-me em textos e entrevistas com profissionais renomados que possam elucidar os bastidores do mundo das comunicações.

Por isso, transcrevo abaixo o comentário que a Aline fez neste blog, com algumas perguntas interessantes, cujas respostas dariam uma verdadeira dissertação. Mas tentarei ser o mais pontual e sucinto possível para expressar meu raciocínio.

Escreve a Aline. "Olá Leandro, meu nome é Aline e queria saber a respeito dessa carreira de jornalismo. Sou uma pessoa muito extrovertida e nenhum um pouco inibida. Acho fundamental o jornalismo nas nossas vidas e tenho muito interesse em seguir esse tipo de carreira, mas tenho minhas duvidas... O que é essencial para ser um bom jornalista? O que é preciso para se tornar um repórter? Adoraria ser repórter, fazer entrevistas com cidadãos dos mais simples ao mais importantes. Mas queria saber os prós e os contras dessa profissão".

Bem, como diria aquele nosso amigo "Jack", vamos por partes. Pergunta a pergunta.

O que é essencial para ser um bom jornalista?
R: Ler muito, informar-se sobre os mais diversos assuntos, ser um curioso nato, perguntar sobre tudo. Além disso, trabalhar com ética, dignidade, respeito, apurar bem as informações, não ser preguiçoso e querer saber sempre mais. Falar outros idiomas ajuda, mas nada como dominar o português e não cometer erros crassos. Isso acaba com a credibilidade de qualquer jornalista.

O que é preciso para se tornar um repórter?
R: Tudo o que já foi dito acima e mais. Ter um bom faro para notícias, gostar de se relacionar com todo tipo de pessoa (a leitora está no caminho certo) e saber, acima de tudo, que vai trabalhar muito. Em feriados, plantões de fim de semana, datas comemorativas, eventos pequenos, médios e grandes. Sim, sua vida social muda muito. Muitas festinhas de família serão perdidas. Procure pessoas que o apoiem e entendam que sua profissão é assim. Essas serão capazes de estar ao seu lado e dar o suporte necessário para que você avance ainda mais na carreira.

Prós e contras
Quando você faz o que gosta, os prós são sempre maiores do que os contras. Hoje, temos um mercado muito concorrido e saturado, ainda mais com a queda do diploma. Talvez, esse seja o maior contra no momento. Como disse acima, a vida social fica prejudicada. Você trabalha em horários pouco convencionais, mas deve entender que isso faz parte da profissão que escolheu, que também é pouco convencional. Os prós vêm com o tempo. Quando você faz uma reportagem que efetivamente ajude a sociedade, com o reconhecimento do público, com a oportunidade de estar em locais em que nunca imaginou pisar. É isso. Um forte abraço.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Blog entrevista jornalista Emerson Tchalian, da Rede TV! Nordeste


Depois de cinco anos como bancário, ele abandonou o trabalho para iniciar a carreira na televisão. E a "brincadeira" já dura 16 anos. O paulistano Emerson Tchalian Ferreira, conhecido na TV apenas pelos dois primeiros nomes, é o entrevistado de hoje do blog.

Formado em jornalismo pela Universidade São Judas, em São Paulo, o profissional encara os desafios do dia-a-dia com seriedade. Autêntico, conta histórias engraçadas que já vivenciou, como a de um companheiro cinegrafista que não parava de rir em velórios.

Ávido por bons trabalhos, Emerson Tchalian foi o único repórter brasileiro presente nos Jogos Paraolímpicos do México, em 1999, quando a mídia, de modo geral, dava pouca importância ao evento. Na conversa, o jornalista ainda fala o que pensa do mercado de trabalho: "saturado".

Tchalian já trabalhou em diversas editorias e chegou até a ir a recantos esquecidos do planeta. Acompanhou a visita de oftalmologistas da Unifesp a um vilarejo "isolado do mundo", na Amazônia. Hoje, ele é editor-regional da Rede TV! Nordeste e mora na cidade considerada um dos grandes paraísos brasileiros: Fortaleza. Acompanhe o bate-papo.

Leandro Martins - O que achou do curso de graduação quando estudou jornalismo?
Emerson Tchalian Ferreira - O curso me apresentou as noções básicas do Jornalismo. Nos primeiros anos, confesso que muitas matérias não me despertaram nenhum interesse. Alegria mesmo foi o último ano, quando fomos para as aulas práticas. Aí sim deu para sentir o que viria pela frente.

LM - Você acredita que a faculdade prepara bem uma pessoa para o mercado de trabalho?
ETF - Não...acredito que a pessoa já nasce com potencial. Na verdade acredito em dons: para música, teatro, jornalismo...etc. A faculdade te dá noções básicas...e bem básicas!
Para encarar o mercado é preciso de muita força de vontade, disposição para a dura vida dura das redações e paciência para subir alguns degraus.

LM - Em quais empresas de mídia já trabalhou?
ETF - Minha primeira emissora foi o SBT-SP, onde trabalhei durante 3 anos no "TJ Brasil", na época comandado por Bóris Casoy. Depois fui para a TV Unifesp (Univ.Federal de SP), onde fui o primeiro repórter da tv e também apresentador de programas de saúde veiculados no CNU e na TV Gazeta-SP. Desde 2001, estou na RedeTV! Comecei como repórter esportivo, depois passei à editoria geral e agora, em Fortaleza, como editor-regional do Nordeste.

LM - Como é sua rotina hoje?
ETF - Foram 7 anos cobrindo esporte pela RedeTV!. Hoje me dedico à implantação da programação local da RedeTV! no Nordeste. Vamos produzir um jornal regional que será transmitido para todos os estados nordestinos. Já montamos a equipe e agora trabalhamos na parte estrutural e editorial. Minha rotina na tv começa na parte da manhã e só termina à noite... claro sem horário pra sair. Enquanto nosso jornal não vai ao ar, temos o desafio diário de buscar pautas de interesse nacional a serem exibidas no RedeTV! News e nos outros noticiários da RedeTV! Coordenar e manter a redação em ordem, com tudo funcionando bem, como se fosse uma engrenagem, também exige muito. Também sou responsável pelo jornalismo da RedeTV! em Salvador, na Bahia.

LM - O que já fez ou faz fora do esporte?
ETF - Já fui repórter de saúde. Foram 3 anos de muito aprendizado, vivenciando os dramas da saúde. Me deparei com cenas e situações que me fizeram repensar muitos conceitos. Os principais momentos foram a cobertura dos Jogos Paraolímpicos no México, em 99, quando as emissoras brasileiras ainda não se interessavam pelo assunto. E um documentário na Amazônia, também em 99, mostrando uma expedição de oftalmologistas da Unifesp num vilarejo esquecido em plena selva amazônica.

VIDA DE REPÓRTER: JORNALISTA GRAVA
PASSAGEM EM QUALQUER LUGAR, ATÉ NO MEIO DO MATO!

LM - Quando decidiu que ia trabalhar com mídia? Como foi que tudo aconteceu?
ETF - Nasci com o desejo de ser jornalista. E eu digo nasci porque essa é a única explicação. Ninguém na família passou nem perto da área de comunicação. Mas eu sempre fui apaixonado por jornalismo, televisão e rádio!!! (Nota do blogueiro: faço minhas as suas palavras!)

LM - Como foi seu início de carreira? Quais as principais dificuldades e obstáculos encontrados?
ETF - Depois de trabalhar 5 anos como bancário (Bradesco e Banco Bandeirantes) decidi que era preciso começar minha carreira na televisão. Não aguentava mais calcular faturas e fazer movimentações financeiras. Aliás, números não são o meu forte. Então, no terceiro ano da faculdade, descobri que um importante diretor de tv era um conhecido da família. Procurei ele e pedi uma chance, mesmo não sendo formado. Ele não parecia disposto a me receber. Então, certo dia, pedi para a secretária dele avisá-lo que eu estava faltando ao trabalho só pra conversar com ele na Vila Guilherme, antiga sede do SBT. Desse modo ele me recebeu e me deu uma chance na função de rádio escuta. Foi uma das maiores alegrias da minha vida e nunca tive privilégios pela indicação. Na emissora enfrentei muito preconceito, principalmente dos mais experientes, que não respeitavam as limitações de um jovem estudante. Mas superei todas as situações e aprendi com cada uma delas.

LM - Como avalia o mercado de trabalho na mídia hoje?
ETF - Hoje, com a multiplicação dos cursos, o mercado ficou saturado. Claro que não há vagas para todos que se formam. Mas a chegada das novas mídias abriu um pouco mais espaço neste disputado mercado. Quem tem talento e é persistente chega lá.

LM - Alguns jornalistas tornam-se amigos de fontes pela convivência. Você acredita que o jornalista ser amigo da fonte ajuda ou atrapalha o trabalho? Em que sentido?
ETF - É uma relação muito delicada e o ideal é evitar a amizade. O compromisso do jornalista deve ser com a notícia !!!

LM - Em algumas empresas de diversos setores existe sempre uma puxada de tapete. Você já se sentiu alvo de perseguição no meio? Sentiu-se traído?
ETF - Não... nunca! Pelo menos nada que mereça destaque.

LM - Como é cobrir um grande evento como a Copa do Mundo e as Olimpíadas? Dorme-se pouco e trabalha-se muito?
ETF - Nas Paraolímpiadas do México, em 1999, deu pra perceber que é exatamente isso. Você não tem tempo pra nada. Acorda, toma um rápido café e já vai para os locais de competição. Passa o dia inteiro atrás de personagens, histórias, curiosidades... depois organiza as informações, fecha o texto e... quando vê já chegou a hora de dormir. Mas só um pouquinho porque o outro dia já está pra começar.

LM - Quantas edições de cada uma você já cobriu?
ETF - Cobri as Copas do Mundo de 2002 e 2006 com reportagens no Brasil. E as Olimpíadas de 2004 e 2008  também à distância. Sempre pela RedeTV! O maior evento in loco foram os Jogos Paraolímpicos do México, em 99. Aliás, fui o único repórter da tv brasileira que cobriu o evento!

LM - Qual foi a maior emoção da sua carreira até hoje?
ETF - São 16 anos de carreira na televisão. As maiores emoções foram os Jogos Paraolímpicos do México e o documentário na Amazônia, experiências felizes que nunca vão se apagar de minha memória. Mas, os fatos tristes também emocionam. Jamais vou me esquecer do acidente da Tam, em 96, e dos Mamonas no mesmo ano. Vivi de perto essas duas tragédias.

LM - Cobrir outros esportes que não o futebol é mais fácil ou mais difícil?
ETF - Mais difícil. Porque o brasileiro, em geral, só acompanha o futebol. Os outros esportes ele assiste quando não tem opção. E é claro que é muito mais complicado falar sobre o que você não tem domínio. As regras do futebol, as polêmicas, as curiosidades, tudo isso o brasileiro sabe bem. Agora o que é set point, meia de rede, cem metros crawl, etc... isso poucos sabem! Claro que o jornalista também não domina todos os esportes, mas temos de estar preparados para tudo.

LM - O que faz para preservar a voz?
ETF - Nunca tomei nenhum cuidado! Apenas não fumo e não bebo.

LM - Como vê a disputa pela transmissão do futebol brasileiro em 2012? Acha certo um regime monopolista?
ETF - É uma triste página da televisão e do nosso futebol. Infelizmente muitos interesses estão por trás desses direitos. Só tenho que lamentar!

LM - Para os estudantes de jornalismo ou jornalistas recém-formados que pensam que o jornalismo é só televisão e que vão ficar famosos, o que tem a dizer? E o que falaria para aqueles que pensam que não vão trabalhar muito e nem aos finais de semana?
ETF - Jornalismo é pra quem gosta de jornalismo. Tem que ter a notícia na veia! Tem que pensar em jornalismo o tempo todo. Esquecer feriados, Natal, Ano Novo... festinhas de família. Agora quem pensa que vai ficar famoso ou ganhar dinheiro tem que buscar outra profissão. Jornalismo é por prazer a amor à profissão.

LM - O que gostaria de fazer na carreira e ainda não conseguiu realizar?
ETF - Graças a DEUS realizei muitos sonhos na carreira. O principal foi ser repórter esportivo.Hoje não sonho, apenas alimento os desafios... e são muitos.

TINO MARCOS É A REFERÊNCIA JORNALÍSTICA DE TCHALIAN

LM - Você acha que um jornalista esportivo deve assumir seu time de coração?
ETF - Enquanto ele estiver trabalhando como jornalista esportivo não deve revelar nem por tortura. Sofremos muito nos estádios por conta de algumas pessoas intolerantes, que não chamo de torcedores. Eles descontam em você quando o time não está num dia feliz. Já levei cusparada na cara, fui ameaçado de agressão, expulso de quadra de torcida... isso tudo sem revelar meu time, que, aliás, todo jornalista tem! Mas sempre fui profissional, nunca misturei a paixão com a profissão.

LM - Quem são os jornalistas e/ou profissionais da comunicação que mais admira?
ETF - No esporte o Tino Marcos pra mim é insuperável, referência de texto, criatividade, postura. (Nota do blogueiro: concordo em gênero, número e grau!) Admiro também o Pedrinho Bassan, excelente pessoa e texto brilhante.

LM - Tem alguma história curiosa ou engraçada da profissão?
ETF - Histórias são muitas. Momentos engraçados, incontáveis. Já passei por maus bocados por causa de um amigo cinegrafista que não consegue conter o riso em velórios. Pior que ele resolveu rir enquanto eu gravava com o filho do falecido. Você imagina a saia justa? Quase perdi a concentração numa entrada ao vivo quando o auxiliar de câmera começou a desfilar na minha frente. E, num ao vivo do Corinthians, fui chamado quando a equipe ainda fazia os últimos acertos e entrei no ar sem o microfone. Graças a DEUS uma ágil produtora me entregou o microfone enquanto eu aparecia balançando a cabeça fingindo que estava ouvindo a pergunta... foi tenso mas deu certo!

LM - É possível conciliar família e trabalho?
ETF - Ou você concilia trabalho e família ou você não constitui família. Não tem outra opção. No meu caso, sempre procurei dividir bem as coisas. Sou casado e tenho dois filhos.

LM - Deixe uma mensagem para quem pensa em seguir carreira  no jornalismo.
ETF - Jornalismo é paixão, envolvimento, entrega. Ser jornalista é um privilégio. O que o mundo vê pela tv, pelos jornais... o jornalista testemunha com seus próprios olhos. Por isso, recomendo que somente siga essa honrosa carreira quem realmente tem a notícia na veia. Não faça jornalismo como segunda opção, o jornalismo tem que ser prioridade em sua vida. No jornalismo a disputa é grande, mas sempre tem lugar para os persistentes. Aliás, a persistência deve ser uma ferramenta do jornalista. Nunca se contente com o básico, busque sempre algo mais!

Emerson foi muito simpático e deu uma das melhores entrevistas que esse blog já teve, com opiniões firmes, sinceras e ótimas histórias. Só tenho a agradecê-lo. Para quem quiser seguir o jornalista no twitter, basta digitar @EmersonTchalian. Já para seguir este blogueiro, digite @leandropress. Um forte abraço.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

O absurdo cometido em um edital, dias atrás

Ainda na primeira quinzena de julho, a AVAPE-SP publicou edital de concurso para preenchimento de alguns cargos. A surpresa foi o salário oferecido aos jornalistas, totalmente longe do piso e com uma carga horária absurda (veja fotos abaixo).


TABELA EM DETALHE

A reportagem de Izabela Vasconcelos foi publicada pelo site Comunique-se e recebeu comentários indignados dos leitores. Primeiramente, o salário oferecido ao jornalista com curso superior é inferior ao oferecido para quem tem apenas o Ensino Fundamental Completo. Só o valor da inscrição é maior (que engraçado... estou rindo até agora).

Das duas uma: ou houve um erro grave de digitação, ou realmente a profissão de jornalista já era, até mesmo em concursos públicos. O edital foi coordenado pela Consulplan, que, segundo o site, "afirmou que iria reavaliar o edital e, caso necessário, faria alguma alteração".

O salário irrisório de de 1.200 reais está longe do piso de um assessor de imprensa da capital paulista que, pelo Sindicato (quase sempre omisso), deveria ser R$ 2.196,00 para 5 horas de trabalho diárias (mais ou menos 100 horas por mês) e de R$ 3.514,20 para 7 horas de trabalho diárias (mais ou menos 140 horas por mês).

Se o salário está longe do satisfatório, a carga horária mais ainda. Trabalhar 200 horas por mês significa, em média, 50 horas por semana. Ou seja, tomando por base que a função seja executada de segunda a sexta, as jornadas seriam de 10 horas de diárias. Se o trabalho for executado em 8 horas por dia, a pessoa teria de trabalhar 6 dias por semana (o que invadiria dois dias de descanso semanais) e mais 2 horas avulsas.

Recuso-me a acreditar que esses números do edital estivessem certos. Mas, como o brasileiro sempre foi explorado em sua mão-de-obra (pouco qualificada por falta de educação pública decente), não me assusto tanto. Uma pena. O que falta aos jornalistas para que o quadro mude? Um sindicato mais atuante, uma federação (Fenaj) que se posicione firmemente e a união dos profissionais, sempre tão aclamada por todos os jornalistas e nunca praticada por nenhum! Um forte abraço.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Fotos do programa Esporte na Rede, com Hugo Hoyama

O programa Esporte na Rede, da UPTV (www.uptv.com.br), recebeu ontem o mesatenista Hugo Hoyama. Ícone do esporte brasileiro, Hugo falou do título que conquistou nos Jogos Regionais, na categoria individual.

Hugo é uma pessoa extremamente simpática, humilde e simples. Grande caráter e mereceu conquistar tudo que conquistou na carreira. Assista o programa no site da emissora. E acompanhe a atração também ao vivo, toda segunda-feira, 18h45. Um forte abraço.





segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Narrar um gol na TV depois do lance fica estranho

Na última quarta-feira, Coritiba e São Paulo enfrentaram-se pelo Campeonato Brasileiro da Série A, na capital paranaense. A TV Globo transmitiu o jogo. Na narração, Cleber Machado. Admiro muito o trabalho do Cleber como locutor e como apresentador. Para mim, ele dava uma verdadeira aula de como fazer um debate esportivo em alto nível no programa Arena SporTV, do canal a cabo SporTV.

Mas, no jogo mencionado, Cleber fez algo pouco usual em uma narração de futebol na TV. Em dado momento, o São Paulo vencia o Coritiba por 3 a 0, quando perdeu um lance no campo de ataque. Nesse instante, o locutor chamou a propaganda com o tradicional slogan da emissora "Globo, a gente se liga em você".

A propaganda entrou e o Coritiba perdeu a bola logo na saída de jogo. A redonda parou no pé de Lucas que, sem perder tempo, colocou de cobertura sobre o goleiro do Coxa e marcou um golaço. A propaganda ainda estava rolando na TV, mas o gol já tinha saído e a torcida são-paulina explodido de alegria.

Assim que o locutor acabou de falar a propaganda, Cleber entrou, recuperou o lance e o narrou como se ele ainda estivesse acontecendo para, só depois, gritar o gol. Esse é um recurso muito utilizado pelos locutores de rádio. Quando algo os impede de narrar o lance no momento em que acontece, eles o recuperam e narram novamente para que o ouvinte "visualize" bem o jogo.

No rádio, que não faz uso da imagem para passar a informação, isso é mais do que justificável. Já na TV não tem sentido, pois o telespectador vê o fato no instante em que ocorre. No meu entender, seria muito melhor Cleber Machado ter apenas narrado "gooooolll" assim que a propaganda terminasse. Recuperar o lance foi perda de tempo. O torcedor do São Paulo que assistia à partida já estava mais do que comemorando.

O que Cleber fez não chega a ser considerado um erro. Isso é subjetivo. Vai do estilo de cada narrador. Eu faria diferente, pois acho que ficou esquisito na televisão da forma como foi feito. Veja o vídeo abaixo e repare no quarto gol do Tricolor do Morumbi.

Depois da expulsão do jogador do Coritiba, o narrador vai dizer o slogan da TV e "chamar" a propaganda. Nesse momento, o vídeo fica em silêncio, pois já está editado. Você não vai ouvir a propaganda, mas o comercial ocupou esse espaço na transmissão ao vivo. Confira. Um forte abraço.