terça-feira, 27 de outubro de 2015

Canais esportivos pagos estão se tornando popularescos


Até meados da década de 1990, os canais esportivos pagos eram a grande novidade da TV por assinatura. E para o consumo de poucos. Há quase 30 anos, os canais a cabo eram muito caros e apenas uma pequena parte da população (elite) tinha acesso a eles. Não que os preços tenham mudado muito de lá pra cá, na verdade. Mas o acesso, sem dúvida, foi ampliado.

De qualquer forma, a TV começava a ser segmentada para atrair nichos determinados de público. Dentre eles, não poderiam faltar os "fãs de esporte" (termo importado dos EUA, que trata os torcedores, apaixonados, aficionados como "sports fans").

A proposta desses canais era justamente serem diferentes da TV aberta. Em tudo. No oferecimento de conteúdos exclusivos, na maneira de cobrir e transmitir eventos, na linguagem e, principalmente, nas análises mais aprofundadas sobre as diversas modalidades esportivas, com a participação de especialistas gabaritados.

Agora, vem minha decepção. E a coluna passa a ser, a partir daqui, uma crítica ferrenha à mídia, de modo geral. Até dois anos atrás, considerava a ESPN como o exemplo mais bem acabado do que essa diferença entre TV aberta e canais pagos deveria representar. Meu sonho era trabalhar lá. Fui, por muito tempo, admirador da filosofia de trabalho da emissora. Sempre privilegiou o jornalismo dentro do esporte, a análise criteriosa e bem feita e a informação acima de tudo, com repórteres de primeira linha. Não à toa, o slogan da empresa era "informação é o nosso esporte". Assim foi, até a gestão do grande jornalista José Trajano como diretor.

A emissora sempre deu um banho de conteúdo nas concorrentes, SporTV, Band Sports, PSN, entre outras. O SporTV, apesar de ter exclusividade de transmissão da maioria dos campeonatos nacionais de futebol, sempre perdeu para as análises da ESPN. O canal das Organizações Globo apostava e continua apostando ferrenhamente em ex-jogadores como comentaristas. A ESPN ia na linha contrária e privilegiava o trabalho sério e embasado dos jornalistas.

Respeito muitíssimo o colega de profissão João Palomino. Mas, depois que ele assumiu a direção dos canais ESPN, a qualidade despencou. Parece ter se contaminado com a linha popularesca das concorrentes a cabo e da TV aberta. Tudo virou mais show do que análise. Ex-jogadores inundaram os comentários nos jogos e nos programas. Em alguns eventos, ainda havia um ex-jogador e um jornalista. Hoje, há jogos que a ESPN faz só com ex-jogadores.

Uma postura absolutamente lamentável, que jogou a única emissora esportiva que era diferente na vala comum das demais. Unindo-se a SporTV, Band Sports e outras. Atualmente, a FOX vem com um formato diferenciado, destacando-se nessa linha jornalística, melhor até do que a ESPN. Some-se a isso a exibição maçante de programas repetidos em várias edições diárias, todas ao vivo. Os documentários, filmes e reportagens especiais ficaram mais raros. E as demissões de jornalistas consagrados, mais frequentes.

O que era para ser exclusivo, aprofundado, tornou-se banal e vazio de conteúdo. A busca pela grana na parte comercial e pela audiência fez isso. Em vez de melhorar a qualidade, nivelou por baixo. Amigo leitor, desculpe. Mas a coluna de hoje foi um desabafo de alguém que prima pelo trabalho bem qualificado, acima de tudo. E não consigo ver mais na ESPN. Não pelos profissionais, que trabalham duro, dão o sangue e são muito bons no que fazem. Mas pela linha editorial que mudou para "agradar ao mercado". Um forte abraço.

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sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Novelas têm formato ultrapassado para TV


Amigo leitor. Começo o post de hoje com um pedido de desculpas. Faz um bom tempo que não escrevo por estas bandas. Infelizmente, às vezes, a correria é tão grande que fica difícil nos dedicarmos a tantas tarefas. Porém, volto para atualizar este veículo uma vez por semana, prometo!

Hoje, quero fazer uma reflexão sobre as novelas. Toda semana, leio algumas notícias com as seguintes manchetes: "audiência da novela XYZ (nome fictício) cai e emissora resolve mudar roteiro"; "novela tem queda de audiência e emissora vai trocar o autor", entre outras.

O problema da queda ou da baixa audiência das telenovelas está mais no formato do que no conteúdo ou no modo como os autores as escrevem. Claro que, quanto mais realistas forem as novelas, menos atraentes ficam. Ninguém assiste a uma novela em busca de realidade, mas sim de ficção. As novelas que retratam muito fielmente a vida real afastam o telespectador, em vez de aproximá-lo.

No entanto, acredito que as telenovelas têm perdido audiência, de modo geral, por conta de seus formatos de exibição. O mundo moderno, hoje inteiramente sob demanda, praticamente não aceita um produto tão longo, com 100, 120 capítulos. As pessoas vivem na correria, em constante comunicação na internet. É o mundo online.

Os vídeos são assistidos "on demand". Curtos, de preferência. Até no celular é possível de se assistir a um vídeo ou à TV. Há pouca paciência e disposição em assistir capítulos e mais capítulos, que trazem suspenses e mistérios previamente revelados pela própria web, no tal formato de "spoilers" (palavra da moda)

Por que, então, uma novela como Os Dez Mandamentos, da TV Record, ou Verdades Secretas, da TV Globo, fizeram tanto sucesso? No caso da trama da Record, o grande atrativo é o roteiro bíblico, que, só por esse motivo, já atrai milhares de evangélicos e mesmo católicos para a frente da telinha (ou religiosos e outros curiosos, de modo geral). Este mesmo roteiro remonta a um tempo longínquo, configurando-se em pura obra de ficção, bem distante dos formatos de novelas realistas da atualidade.

Por outro lado, Verdades Secretas, apesar de abordar muitos aspectos da vida real, trouxe à tona temas fortes, pesados, como a prostituição de modelos através do famoso Book Rosa e o uso de drogas no meio, que pode levar muita gente a perder tudo na vida. Além do velho conflito do cara rico e poderoso que quer tudo a qualquer preço. E ainda, da filha que trai a mãe com o padrasto.

Ainda assim, creio que o principal elemento de atratividade para o público foi o formato. Pouco capítulos (68) e de curta duração. Como nas séries de TV, que fazem tanto sucesso entre os jovens. Uma novela com poucos capítulos obriga o autor a, em cada um deles, apresentar acontecimentos relevantes, de modo a aumentar o dinamismo e diminuir a enrolação.

A sociedade está imediatista. Ninguém quer ficar esperando 15 capítulos para saber o que vai acontecer na história. Tem que ser tudo para ontem. Em cada capítulo, algo novo e forte. Portanto, as novelas diárias, das seis horas, sete, oito, nove, estão com seus formatos ultrapassados e condenados ao fracasso. Ou as emissoras enxergam isso, ou a tendência é que a audiência continue a cair constantemente. Um forte abraço.

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