quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

O conceito errado da teledramaturgia sobre o jornalismo


Se você, amigo leitor, gosta de assistir a novelas, deve ter notado que, nos últimos tempos, os personagens jornalistas estão se multiplicando nas tramas. Na novela "Fina Estampa", da TV Globo, são dois (Marcela - já morta e Beto Júnior - conhecido por publicar notícias bombásticas e temido pelas pessoas). Na próxima novela das seis, "Amor, Eterno Amor", também da TV Globo, serão mais dois.

Sobre a conduta de Marcela (personagem interpretada por Suzana Pires), ameaçadora e antiética, já comentei neste blog. Beto Júnior (interpretado por Danilo Sacramento - foto que abre o post) já fez pior. Publicou uma notícia chocante sem ouvir todos os envolvidos.

Todos na trama o temem, como se ele fosse até uma espécie de vilão, que ameaça a vida das pessoas. Outros personagens morrem de medo de ficar cara a cara com ele, numa simples entrevista.

À primeira vista e, para um leigo, a impressão que se tem é a de que o jornalistas são todosmonstros, bichos-papões ferozes e antiéticos, que fazem de tudo por uma notícia bombástica, não se importando com as vidas dos envolvidos. Esse conceito que a teledramaturgia passa sobre os jornalistas é muito errôneo.

Notícias relevantes ou bombásticas são frutos de investigações sérias e de obtenção de provas. Não se publica uma linha sequer de um jeito qualquer, aos trancos e barrancos, aos borbotões. E quem assiste a esse tipo de novela acaba achando que é assim que funciona a profissão. Isso é contribuir para a desinformação do público, justamente quando a função do jornalismo é informar.

Resumo da ópera: amigo leitor, não leve em consideração os retratos de jornalistas feitos nas novelas. Não se assemelham em nada à realidade da profissão. São personagens absolutamente caricatos. Um forte abraço.

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terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Fotos do programa Esporte na Rede, com Danielli Yuri e Flavio Honorato

O Esporte na Rede de ontem recebeu os simpáticos judocas Danielli Yuri e Flavio Honorato, que treinam em São Caetano do Sul. Eles falaram sobre a carreira, os desafios profissionais e a busca por patrocinadores.

O ER vai ao ar toda segunda-feira, AO VIVO, pela UPTV (www.uptv.com.br), às 18h45. Veja abaixo as fotos da edição de segunda, dia 27/02, e também o programa na íntegra. Um forte abraço.










segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Um dos produtos do trabalho no Carnaval

Trabalhei duro neste Carnaval. Mas o resultado foi altamente prazeroso. Foram boletins gravados, transmissão ao vivo e reportagem. Esta abaixo é pela produtora onde trabalho, em Guarulhos. O Carnaval da cidade estava muito bonito.

Alegorias bem feitas e fantasias coloridas e bem acabadas em todas as escolas. Parabenizo a Liesg (Liga Independente das Escolas de Samba de Guarulhos) pela organização. As imagens que vocês vão ver na matéria não me deixam mentir.

Depois, vou atualizar este material com alguns boletins que gravei para a TV+, uma emissora local do ABC Paulista. Um forte abraço.

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sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

A parte artística não deve interferir no telejornalismo


Costumamos dizer no meio jornalístico que "TV é imagem". De fato, foi a imagem em movimento que fez da televisão a mídia de maior sucesso perante o público. Com base nesse argumento, surgiu um profissional conhecido como diretor artístico ou diretor de arte.

Essa pessoa é responsável por avaliar a qualidade visual das imagens que vão ao ar, inclusive, no que diz respeito à aparência de atores, atrizes, jornalistas e de todos mais que aparecem na telinha.

Concordo que a imagem é importantíssima para a TV. Fundamental, essencial. Porém, no jornalismo existem (ou deveriam existir) algumas exceções. Por exemplo, existem jornalistas com uma capacidade imensa de produzir bom conteúdo. Pessoas éticas, justas e corretas, que podem não ser "visualmente bonitas".

Muitos diretores picaretas barram a entrada de ótimos profissionais na TV só porque não são "visualmente atraentes". Isso é uma bobagem! Jornalistas não são atores! Não têm a obrigação de serem galãs ou mocinhas de novela, terem a pele sedosa como o pêssego ou lábios carnudos e sensuais. Jornalismo não é fábrica de sonhos e ilusões como a dramaturgia. É a busca da verdade, a divulgação da informação e a imagem da realidade. Não tem nada que ser "bonitinho". Tem que ser preciso, informativo!

Muitos diretores observam apenas a parte artística e estética, inclusive das imagens das reportagens. Considero um erro de conceito. A informação é a única (única!!!) estrela do jornalismo. Ela deve vir sempre em primeiro lugar, sobrepondo-se à imagem e, principalmente, ao jornalista.

É claro que o cuidado com a imagem é válido mas a informação deve prevalecer, mesmo sobre uma imagem ruim. Detesto quando algum diretor vem conversar comigo e fala: "Ah, essa pessoa tem carisma, mas é feia de rosto. Não serve para TV". Por que o cara não pergunta assim: "Essa pessoa formou-se onde? É jornalista? Tem diploma? Escreve e fala bem? Tem bom conteúdo?"

Nunca ouvi esse tipo de pergunta, o que considero extremamente lamentável. Certa vez, presenciei a exposição de um Trabalho de Conclusão de Curso em que um dos membros da banca era diretor de jornalismo da TV Record de São Paulo (de JORNALISMO, eu disse!!). Ele avaliava um documentário sobre jovens meninas pobres que ficaram grávidas e decidiram sair de casa.

Assisti ao documentário junto com ele. Estava na plateia. Achei um ótimo trabalho. E me vem esse tal diretor esculhambando com as autoras do projeto na parte estética e artística. O TCC era do curso de jornalismo (repito, JORNALISMO!). E o cidadão não mencionou uma frase sequer sobre o conteúdo. Falou o tempo todo apenas sobre a parte artística, imagem e áudio.

Tudo bem. Faculdade é uma coisa, realidade do mercado de trabalho é outra. Mas isso contribui cada vez mais para a formação de profissionais rasos e medíocres, sem senso crítico. Aplaudi as autoras do documentário, vaiei o diretor.

Os diretores preferem exibir pessoas que possam "vender" visulamente produtos ou informações. Logo, preferem jornalistas bonitos (principalmente mulheres) a bem informados, que saibam escrever corretamente. Preferem o visual ao conteúdo. Isso é péssimo!

Por isso, você, amigo leitor e telespectador, assiste, via de regra, a uma programação medíocre, sem qualidade na TV aberta. O conteúdo fica em segundo plano, quando deveria estar sempre no primeiro. A direção artística não pode interferir no jornalismo. Isso deve valer mais para novelas, seriados, documentários e programas de entretenimento. No jornalismo nu e cru não! Um forte abraço.

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quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

O reinado de Momo e o jornalismo

O Carnaval pode ter diversos significados para as pessoas. Para alguns, é a oportunidade de descansar. Para outros, é a chance de cair na folia e aproveitar a festa. E para outra turma, é sinal de muito trabalho. No reinado de Momo, em 2012, estive nesta última turma.

Cobri o Carnaval de São Bernardo por uma emissora local do ABC Paulista, a TV Mais (escreve-se TV+). No sábado, entramos apenas com flashes das 19h até a 1h00 do domingo. No domingo, abrimos a transmissão às 19h e terminamos por volta de 5h15 da segunda-feira (mais de 10 horas ao vivo no ar). E na segunda, fui fazer uma reportagem para a produtora onde trabalho, em Guarulhos, das 18h até 1h30.

Foram muitas horas de trabalho e poucas de sono. Mas eu queria passar pela experiência de cobrir e transmitir Carnaval. Achei bem interessante. As escolas dão verdadeiras aulas de história em seus sambas de enredo. Por meio deles, conheci mais histórias locais, nacionais e mundiais.

Cobrir Carnaval exige concentração. É difícil aguentar tantas horas sem descanso. Chega um momento em que você começa a perder o fio da meada. O sono bate. Mas a profissão e a adrenalina da situação exigem que você mantenha o foco.

Também exige jogo de cintura para sair de algumas saias justas. Por exemplo, alguns foliões que desfilam pelas escolas acabam ficando completamente alcoolizados, bêbados. E quando veem você com o microfone, querem falar. Quiseram até tomar o microfone das minhas mãos. Esse tipo de coisa repudio veementemente.

Apesar desses episódios desagradáveis, no fim, deu tudo certo. Tanto na TV+ como na produtora Guarulhense. Entrevistei não apenas um, mas vários reis Momos, rainhas e princesas deste Carnaval. Valorizo cada minuto que passei ao lado das mais diversas figuras, fantasiados ou sem fantasia.

Carnaval é sim, entretenimento, diversão e também muita informação. Geralmente, os jornalistas esportivos são escalados para fazer esse tipo de cobertura, uma vez que o perfil de quem cobre esportes (mais divertido, informal e menos sério) é o mais indicado para cobrir a folia.

Gostei da experiência. Cada minuto de cansaço foi recompensado pela sensação e a certeza de ter feito um bom trabalho. O retorno do público, pelo menos, foi bem positivo. Mas de Carnaval agora, só quero saber no ano que vem! Um forte abraço.

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sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Não é somente "o aluno que faz a faculdade"


Quando você, amigo leitor, foi procurar conselhos sobre qual carreira seguir e em qual faculdade estudar, deve ter ouvido uma centena de vezes aquele velho clichê: "ah, tanto faz o lugar em que você vai fazer o curso. Afinal, o aluno faz a faculdade". Se você ainda está no Ensino Médio, pode ter certeza de que vai ouvir isso muito em breve.

A frase diz apenas meia verdade. Para que um aluno faça uma boa faculdade e saia com a sensação de ter aprendido o essencial para desempenhar sua profissão decentemente, é preciso que haja esforço de ambas as partes. Uma formação sólida é feita 50% pelo aluno e 50% pela universidade. A faculdade também faz o aluno.

De nada adianta um grande autodidata em uma faculdade precária ou um aluno preguiçoso em uma ótima faculdade. A combinação tem que ser positiva, tem de "dar liga".

Ao aluno cabe esforçar-se, ter vontade de aprender, dedicar-se ao máximo, empenhar-se na execução dos trabalhos, das tarefas e sempre agregar conhecimento. A preguiça é a mãe da acomodação e da paralisia cerebral no aprendizado. Se você é aluno, não deixe que o ócio o domine. Esqueça a internet. Use-a apenas para o essencial. Leia livros interessantes, leia jornais, revistas, atualize-se!

À universidade, cabe dar a estrutura adequada para que o aluno desenvolva satisfatoriamente seu aprendizado, com capacidade de assistir o estudante em aulas teóricas e práticas, com bons e funcionais equipamentos, salas adequadas, dependências e instalações com o mínimo de conforto e, acima de tudo, BONS professores! Aquele que ensina é a figura fundamental na formação do aluno e futuro profissional. Portanto, ter BONS professores é mais do que necessário.

Algumas faculdades particulares, também conhecidas como caça-níqueis, montam vários cursos na grade, mesmo sem estrutura adequada, contratam profissionais meia-boca (e lhes pagam péssimos salários), tudo isso apenas para ter alunos matriculados e dinheiro entrando em caixa.

Isso é mais do que enriquecer às custas de alunos enganados, é formar cidadãos, profissionais e seres humanos medíocres. É nivelar por baixo. É pegar a educação do país, que já é precária, e terminar de jogá-la na lata do lixo, mesmo com tanta gente fazendo um curso superior.

Por isso, as melhores faculdades ainda são as mais tradicionais, com nomes mais fortes no mercado. Pesquise bem antes de decidir em qual universidade você vai se matricular. De preferência, tente assistir aulas como ouvinte e pergunte aos alunos se gostam do curso, se aprendem teoria e prática, se os professores são bons.

Acredite, isso vai poupar seu tempo e dinheiro. Em tempo, desejo a você um bom Carnaval. Agitado para quem gosta da folia, calmo para quem quer apenas descansar. Aproveite com responsabilidade. Um forte abraço.

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quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Organização e estrutura são fundamentais para um bom trabalho

Em qualquer empresa, organização e estrutura adequada são fundamentais para que engenheiros, mecânicos, executivos, secretários, jornalistas, editores, cinegrafistas, padeiros, pizzaiolos e demais profissionais de todas as áreas e setores desenvolvam um bom trabalho.

É preciso também apostar em bons profissionais. O fato é que, muitas empresas, sejam de mídia ou não, acabam indo à falência por falta de investimento estrutural e organizacional. A organização é a mãe da estrutura. Com organização, consegue-se identificar as carências da empresa, os tempos ociosos de funcionários e outras brechas que interferem na qualidade e na produtividade.

Não adianta ter uma estrutura gigantesca e pouco trabalho a fazer, assim como não resolve ter uma estrutura reduzida e muita coisa a ser feita. Ou vai sobrecarregar, ou vai ter gente sem fazer nada durante o expediente. A organização consegue eliminar grande parte destes problemas.

Quando falo em organização quero dizer planejamento. Os chefes devem parar um pouco com a correria, sentar, refletir sobre a empresa e não querer fazer tudo de qualquer jeito. É preciso conversas e reuniões sérias e produtivas com as direções para que estas situações se ajustem.

Não é à toa que o Boni criou o padrão Globo de qualidade. Ele é minucioso. Sempre pensou nos detalhes, jamais admitiu erros. Sua organização, aliada à grande estrutura que teve nas mãos, fizeram a TV Globo estar hoje entre as quatro maiores emissoras do planeta.

Essa é a receita para o sucesso. Misture organização com estrutura e acrescente bons profissionais. Mexa sempre e espere que o volume de trabalho, demanda e também de lucro dobre de tamanho. Leve para o forno e o resultado é um lindo bolo que apetece a todos os públicos.

Boa organização significa que cada coisa deve ficar em seu lugar. Parece óbvio, mas muitas empresas sequer conseguem organizar seus documentos em pastas. Estrutura significa ter um espaço adequado ao ramo de atividade que a empresa executa, equipamentos bons, funcionais e modernos, gente de qualidade, com inteligência, no comando e na execução das ações.


Muitas empresas de mídia querem fazer muito com com pouco. E aí acabam se dando mal. Porque farão um trabalho sem qualidade ou irão, fatalmente, entregar o serviço fora do prazo. A foto acima representa bem o que acontece no mercado. É preciso paciência, inteligência e vontade de empresas e clientes para que um trabalho saia bem feito.

Tem emissora de TV que atrasa os salários da equipe. Isso significa falta de organização. E o lugar começa a virar a casa da mãe Joana. Salários pagos em dia são fundamentais na organização empresarial, pois só assim o empregador poderá cobrar de seu contratado profissionalismo, correção e qualidade.

Tem jornal que não tem equipamento nem para tirar foto. Falha estrutural. Não dá para fazer milagre! Simples assim. As empresas, de modo geral, principalmente as de mídia, precisam apoiar-se nesse tripé para vingarem: organização, estrutura e bons profissionais. Com isso, não tem como uma empresa dar errado e só vai fechar se o proprietário quiser.

Se você, amigo leitor, for empresário, pense nisso com carinho. Se for assalariado, leve esta reflexão para os donos da empresa em que trabalha. E um dia, se você virar empresário, mantenha essa ideologia que o sucesso o acompanhará eternamente. Um forte abraço.

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terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Fotos do programa Esporte na Rede, de 13/02/2012

No programa Esporte na Rede de ontem falamos sobre Taça Libertadores da América, Campeonato Paulista e Fórmula-1. Tivemos a estreia do companheiro Paulo Arnaldo Lima, que vai integrar nossa equipe e falar muito dos esportes a motor.

O Esporte na Rede vai ao ar toda segunda-feira, AO VIVO, a partir das 18h45, na UPTV (www.uptv.com.br). Um forte abraço.







segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

A produção em TV não pode significar mentiras ao telespectador


Muitos profissionais, infelizmente, confundem produção com farsa e mentira. Ludibriam o telespectador. A produção é um dos motores da televisão. Talvez o maior deles. Quando você vê belas imagens, pessoas bem maquiadas, bem penteadas, bom jogo de luz, tudo perfeito, é porque a produção foi caprichada.

A televisão é máquina de fabricar sonhos, vender ilusões (no bom e no mau sentidos), e não de mentiras! O tema do post de hoje me foi suscitado por uma pessoa que encontrei recentemente, durante uma pauta em Guarulhos. Ela me disse que, certa vez, marcou uma reportagem com a TV Gazeta para mostrar o funcionamento de seu ambiente de trabalho.

Para começar, a equipe de gravação chegou no fim do expediente, completamente atrasada. O repórter pediu para que todos os trabalhadores, que já estavam saindo, voltassem a seus postos e simulassem uma situação de trabalho. A simulação em determinadas reportagens é necessária para que o cinegrafista capte alguma imagem ou um procedimento específico.

Mas houve uma coisa grave. Segundo esta pessoa com quem falei, o repórter pediu para que os entrevistados dissessem as declarações que ele indicava. Ou seja, o repórter não tinha habilidade para extrair determinada declaração do entrevistado e simplesmente pedia à fonte que dissesse o que ele queria ou precisava para confirmar a pauta de sua reportagem.

Infelizmente, muitos péssimos profissionais fazem isso para confirmarem o sentido da pauta. Imagina se o jornalista volta para a redação sem as declarações que confirmam o conteúdo da reportagem? Por exemplo, suponhamos que a pauta seja sobre as emissões de cheques sem fundo que aumentaram no país.

Aí, a produção consegue entrevista com um gerente de banco e, quando o repórter chega lá, a fonte diz que "não, aqui no nosso banco isso não acontece. A maioria dos cheques aqui estão em ordem". É um caso de "queda" de pauta. As declarações da fonte não confirmam a veracidade da reportagem. Eis que, então, o espertinho do repórter pede para que o gerente diga que lá há sim muitos cheques sem fundo! Erro de quem pede, erro de quem atende.

Quem falhou? A produção, inicialmente, pois não conversou a fundo com o entrevistado para saber se o fato da pauta acontecia ali, naquela agência bancária. Faltou também boa apuração.

A atitude do repórter significa produzir farsa, mentira, notícia falsa. É o mau jornalismo em sua pior nuance. Porque é distorcer fatos, enganar o público e fazer o oposto da ética jornalística principal, que é a busca da verdade.

O pior é que isso, em televisão, muitas vezes, é mais regra do que exceção. Tenha consciência de que, quando você assiste a um programa de televisão, muito do que está vendo ali é a mais pura mentira deslavada. Fique atento. Tente perceber nas entrelinhas, na maneira como é feita uma reportagem, se o material é ou não verdadeiro. É difícil, mas com muita atenção a gente pode ficar mais exigente ao ver TV. Um forte abraço.

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quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Técnicas de entrevista: quando o entrevistado fala muito ou pouco


Durante o curso de jornalismo na faculdade, aprendemos algumas técnicas de entrevista para aplicarmos em reportagens externas e no estúdio. São dicas muito úteis, que ajudam no momento de conversar com as fontes. Porém, algumas situações vivenciamos somente na prática. E em meio a saias justas, precisamos tomar decisões para contornar problemas.

Alguns entrevistados conversam com você fora do ar com evidente naturalidade. Mas, basta ligar a câmera que a pessoa "trava". Gagueja, não consegue se expressar com clareza, chega a suar frio. O nervosismo, muitas vezes aliado à falta de domínio do assunto, de informação, de cultura geral e à leitura precária, faz com que esse tipo de fonte fale pouco.

Cabe ao entrevistador extrair da fonte, ainda assim, as melhores declarações. A saída é tentar deixar o entrevistado mais à vontade, para que relaxe e "esqueça" que está diante de uma câmera. Comece fazendo perguntas mais leves, que falem de amenidades. Desta forma, a fonte pode se soltar mais e dar declarações importantes, ainda que seja lacônica e burocrática.

O repórter precisa estar sempre preparado. E ter sempre boas perguntas na manga para instigar o entrevistado a falar. Evite fazer perguntas que possam receber respostas monossilábicas como "é", "sim" ou "não". Em vez de dizer, por exemplo: "Você está gostando da festa?", pergunte: "O que você acha da festa"?

Perguntas que obrigam o entrevistado a dar sua opinião sobre determinado assunto sempre suscitam declarações mais completas e abrangentes. Pelo menos, é certeza absoluta que o entrevistado irá falar mais. Quando ele fala pouco, pode trazer prejuízo à reportagem, que perde o ritmo, principalmente em entradas ao vivo.

No lado oposto está o entrevistado que adora falar. Fala tanto que não para mais. Sequer oferece o chamado "ponto de corte" para a intervenção do jornalista. Normalmente, faz verdadeiros dircursos. Fala no mesmo tom o tempo inteiro e parece ter um fôlego de atleta olímpico de natação, já que quase não respira. Isso é muito comum em políticos.

Verdadeiros oradores natos, eles usam esta artimanha para aparecer o maior tempo possível na televisão. Ontem, vi o governador da Bahia, Jaques Wagner, falando ao vivo ao Bom Dia Brasil, da TV Globo, sobre a greve dos policiais no estado. O governador praticamente não respirava e conseguia dar respostas longas, de mais de um minuto e meio.

Esse tempo é gigante em televisão. Para se ter uma ideia, em reportagens gravadas, as sonoras ou entrevistas costumam ter entre 10 e 15 segundos. E uma publicidade de 30 segundos pode custar alguns milhões de reais. Pois bem. Jaques Wagner ainda usava um fone para se comunicar com os apresentadores Chico Pinheiro e Ana Paula Araújo. Como a conexão era distante (Bahia - São Paulo), sempre há um "delay" (atraso no som) entre a pergunta do jornalista e a resposta do entrevistado.

Chico Pinheiro e Ana Paula Araújo clamaram pelo governador quando este se estendeu em uma resposta e ambos, aos berros, chamavam: "Governador! Governador!". Como o político já é experiente e sabe desse "delay", aproveitou para fingir que não ouviu os apresentadores e continuou até que se deu por satisfeito. A resposta dele foi bem explicada, mas as intervenções dos apresentadores provocaram um "ruído" e prejudicaram a compreensão.

Ou seja, não adianta o entrevistado querer falar cinco minutos seguidos, porque sua mensagem não vai chegar ao público na íntegra. Chico e Ana Paula agiram com correção. Como suas intervenções foram ignoradas, esperaram o político acabar de responder e fizeram uma nova pergunta.

No entanto, como o tempo da TV é pequeno, o político ocupou um espaço em que poderia ter respondido mais perguntas, em vez de apenas duas, que foi o que aconteceu. O prejudicado foi o público, que ficou privado de obter mais informações da boca do governador sobre um assunto tão delicado.

Os políticos são "macacos velhos". São preparados para isso. Mas é sempre bom alertá-los sobre o tempo da entrevista. Para lidar com esse tipo de fonte que fala muito, políticos ou não, o repórter deve explicar que o tempo da televisão é curto e que as respostas devem ser sucintas, claras, coesas e objetivas.

A prioridade é informar a população e não fazer discurso. E se o entrevistado não compreender e não seguir as regras, será "cortado" pelas intervenções dos jornalistas ou mesmo tirado do ar pelo diretor de imagem e seu áudio ficará mudo.

Ainda assim, é mais fácil lidar com o entrevistado que fala demais do que com aquele que fala de menos. Porque é mais fácil cortar os excessos do que extrair leite de pedra. O fato é que nos dois casos a informação pode ficar prejudicada. Um forte abraço.

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terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Fotos do programa Esporte na Rede, com Altair Ramos

No Esporte na Rede de ontem recebemos o preparador físico Altair Ramos, ex-São Paulo e Grêmio Barueri, que também passou pelo Japão. Figura simpaticíssima, Altair dividiu com o amigo internauta a experiência de vastos anos no futebol.

O Esporte na Rede vai ao ar toda segunda-feira, AO VIVO, 18h45, na UPTV (www.uptv.com.br). Um forte abraço.










segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

As empresas de mídia, as demissões e a instabilidade do mercado


Janeiro é um mês que sempre movimenta o mercado de trabalho na mídia, tanto em contratações como em demissões. Enquanto presenciamos a criação de uma nova emissora esportiva (Fox Sports), por exemplo, vimos também demissões na Folha de S. Paulo, Diário de S. Paulo, Rede Record e Band.

Infelizmente, os profissionais da mídia são obrigados a conviver com a instabilidade do mercado. As empresas privadas contratam e demitem muito. Algumas substituem jornalistas experientes por estagiários. Outras preferem apostar justamente em profissionais tarimbados e os contratam por altos salários.

Tudo depende da demanda do momento. O fato é que, nesse meio, não há muita segurança para desenvolver um trabalho a longo prazo e em paz. A pressão é constante e a concorrência, enorme. A instabilidade sempre predomina.

Quem decide cursar jornalismo na faculdade e ingressar na área, deve estar preparado para isso. Num dia, vai dormir empregado. No outro, acorda "à disposição do mercado". O pior de tudo isso é que nossas contas são fixas. E não ficam suspensas temporariamente enquanto não encontramos uma vaga de emprego.

Por isso, a dica para os estudantes de jornalismo ou profissionais da comunicação recém-formados na área é a seguinte: não mantenha a ilusão de que trabalhar em uma grande corporação seja a garantia de alta remuneração e estabilidade. Muitas vezes, fazer um concurso público no setor pode render um salário melhor, pressão menor e tranquilidade para trabalhar.

É preciso desmistificar certas ilusões. Nem sempre uma grande empresa é um bom lugar para trabalhar. Vide o número gigantesco de demissões. Um forte abraço.

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sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Fox Sports Brasil estreia domingo com incertezas e equipe cara


Quem gosta de esportes e assiste TV por assinatura vai ter mais uma opção para acompanhar jogos além dos canais ESPN e SporTV. A Fox Sports promete vir com tudo para botar fogo no mercado e transmitir várias competições. Já comprou os direitos de exclusividade da Copa Libertadores da América e deve também transmitir jogos do Campeonato Italiano.

A estreia oficial do canal é dia 05/02, próximo domingo. Mas a emissora ainda não negociou a distribuição do sinal para grandes operadoras de TV por assinatura, como NET e Sky. Apesar disso, montou uma equipe cara. Dizem que poucos ali são os que ganham menos de 40 mil reais por mês.

Fazem parte do time: Anita Paschkes (ex-ESPN e Rede TV!), Eduardo Elias (ex-apresentador do "Rock Gol", da MTV), Erich Pelitz (ex-"Malhação", da Globo), Renata Cordeiro (ex-SporTV), José Ilan (ex-Globo), Tammy Di Calafiori (atriz da Globo em novelas como "Passione" e "Alma Gêmea").

A narração das partidas caberá a Éder Reis, Hamilton Rodrigues, João Guilherme e Marco de Vargas. No comentário, o ex-árbitro Carlos Eugênio Simon e o jornalista Paulo Julio Clement. Na reportagem, André Cavalcante, Fernando Caetano (ex-ESPN), Flávio Winick, Juliana Rios e Victorino Chermont (ex-Globo).

Assisti no FX (canal da Fox) à partida entre Flamengo e Real Potosí, pela rodada de volta da pré-Libertadores. A transmissão teve o padrão SporTV. Mas Carlos Eugênio Simon ainda está muito preso, pouco didático e falando sem firmeza. Problemas típicos de quem não está acostumado com mídia (apesar de Simon ser efetivamente jornalista). Aliás, incrível como as emissoras contratam ex-árbitros que cometeram erros grotescos na carreira para serem comentaristas.

Esse considero um erro crasso. Pelo menos, o comentarista de tática é um jornalista conhecido e não um ex-jogador. O fato é que a criação de mais um canal esportivo mexe com o mercado. Espero que o canal dure bastante e que continue comprando direitos de transmissão de mais campeonatos para dar diversidade à programação esportiva em TV fechada.

Apenas acredito que emissoras novas poderiam dar oportunidades também a talentos e revelações do jornalismo. Gente jovem, com sangue novo e outra visão editorial. Nisso, quase todas as emissoras agem de modo igual. São velhacas e conservadoras. O que é uma pena para focas e recém-formados na área. O mercado não deve ser restrito, mas sim, ampliado.

RECADO IMPORTANTE - alguns leitores comentam em meus posts e fazem perguntas. Agora, o Blogger fornece um mecanismo com a possibilidade de responder as dúvidas no próprio comentário. Eu respondo a todos os comentários no mesmo dia ou no dia seguinte, sempre nos posts em que foram feitos. Muita gente tem mandado dúvidas e não tem lido as respostas. Então fiquem ligados que eu sempre respondo por ali! Obrigado pelo carinho da sua leitura! Um forte abraço.

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quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

É mais fácil entrevistar famosos ou anônimos?


Quando um repórter vai cobrir determinada pauta, as possibilidades de entrevistas são muitas. Algumas já estão previamente agendadas pela produção e outras acontecem ali, no momento, de supetão. As entrevistas marcadas costumam ser com fontes mais conhecidas (artistas, atletas, ocupantes de altos cargos públicos, etc).

Já as declarações coletadas sem hora marcada costumam ser de populares (o tradicional "povo fala") ou de "personagens" inusitados, exóticos ou que acabam acrescentando conteúdo pitoresco às reportagens. Podem também ser testemunhas de algum fato importante como acidentes ou crimes.

Entrevistar famosos e anônimos tem suas vantagens e desvantagens. Os famosos (ou os que são entrevistados frequentemente), via de regra, já estão acostumados a dar declarações para a mídia. Quase sempre, essas fontes sabem medir as palavras certas e manter uma postura adequada diante de das lentes, gravadores ou câmeras fotográficas.

O ponto negativo fica por conta da empáfia. Alguns famosos são muito arrogantes. Deglutiram vários monarcas de uma só vez (têm o rei na barriga ;). Acham que sabem tudo. Não aceitam sugestões e ainda falam com um tom de soberba. Outros ainda esnobam a imprensa e deixam de passar informações importantes ao público. Ou seja, esquecem-se de que o público é que o torna famosos. Mas, pelo menos comigo, isso sempre foi exceção e não regra.

Nesse ponto, entrevistar anônimos é bem mais tranquilo. Os "desconhecidos" costumam ser sempre simpáticos e atenciosos com os jornalistas. O ponto negativo é que, por não estarem habituados com entrevistas, podem gaguejar, falar muitas gírias e se esquecerem de fazer o plural das palavras, o que pode comprometer a boa compreensão da informação pelo repórter.

Por isso, algumas declarações saem "distorcidas". Para que isso não aconteça, o entrevistado deve se expressar de forma clara e cristalina, com coesão e objetividade. Ttem muita gente anônima que fala bem, sabe se posicionar diante da imprensa e dá declarações consistentes e interessantes.

Mas esse é um papel que cabe ao repórter.Algumas entrevistas com famosos ficam péssimas e com anônimos, ótimas. E vice-versa. A culpa ou mérito por uma péssima ou ótima reportagem será sempre do jornalista. Alguns profissionais da comunicação escondem seus erros e preferem colocar a culpa nas fontes por possíveis problemas na reportagem. Balela! Pura enganação! A responsabilidade é única e exclusivamente do repórter!

Cabe a ele, condutor principal da matéria, extrair habilmente o melhor de cada entrevistado, seja ele quem for. A melhor imagem, o melhor ângulo e a melhor e mais objetiva declaração. Existem algumas técnicas de entrevista que ajudam o jornalista durante o desempenho de sua função, mas isso é tema para um outro post. Um forte abraço.

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