sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Feliz Natal e Próspero Ano Novo!!

Amigo leitor. Este blog foi criado em janeiro de 2011 e, logo mais, completará seu primeiro ano de existência. No balanço, 189 posts, 23 seguidores e quase 14 mil visitas. Um saldo que considero mais do que positivo graças a você, que tem a paciência de entrar aqui e ler estas mal digitadas linhas.

Agradeço de coração pelo acompanhamento do meu trabalho em Guarulhos, na produtora Lumiar Multimídia, e na UPTV, pela qual apresento o programa Esporte na Rede. Vou aproveitar estes dias restantes de 2011 para descansar e aproveitar a folga de uma semana da melhor forma possível.

Este blog volta em janeiro, com data marcada, no dia 02/01. Afinal, você, amigo leitor, que gosta de partilhar suas opiniões comigo, merece ler mais e mais textos relacionados ao mundo da mídia e do jornalismo o quanto antes. Quero desejar um Feliz Natal e um maravilhoso ano novo, repletos de saúde, paz, amor, harmonia e muito sucesso!

No ano que vem, tente chegar o mais próximo da realização de seus sonhos. Dê mais passos nesse sentido. Realizar tudo o que a gente quer é muito difícil, mas não impossível. Que seja um ano de muito trabalho, de muita luta e também de muitas recompensas e alegrias.

Tenha sempre em mente que, para conquistarmos objetivos e sermos pessoas melhores, muitas vezes é preciso um pouco de sacrifício e até sofrimento. Continue confiando em Deus, pois Ele sabe o que faz.

Recarregue as baterias, respire fundo e volte renovado para seus afazeres em 2012. Valorize a família. Nada é mais importante do que ela para nos dar base e sustentação no caminho em busca das realizações. Um forte abraço.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Fox Sports vai aumentar a concorrência esportiva na TV por assinatura

A Fox vai voltar a ter um canal esportivo no Brasil a partir de fevereiro de 2012. A empresa já chegou a ter uma emissora por aqui antes. Para o ano que vem, a principal aposta é a exclusividade da transmissão da Taça Libertadores da América, direito que pertencia ao SporTV.

Costumo dizer que um novo canal é sempre salutar no jornalismo. A concorrência fica mais acirrada, os profissionais ficam valorizados e o número de vagas no mercado aumenta. Será interessante ver a transmissão de partidas da principal competição sul-americana de futebol sob o olhar de uma outra emissora.

A única tecla na qual continuo batendo e discordando é o tal monopólio. Para mim, qualquer torneio do mundo deveria ter um preço fechado. Bastava à emissora interessada em transmitir o evento pagar o valor determinado e teria o direito da transmissão.

Outra fórmula possível é uma emissora que detém a exclusividade de um evento dividir com outra a exibição. Mas não nos modelos da TV aberta, como a Globo faz hoje com a Bandeirantes. Por esse modelo, a Band só pode transmitir os mesmos jogos da emissora da família Marinho.

O ideal é que a divisão possibilite aos outros canais exibir partidas diferentes da emissora que possui a exclusividade. Assim, pelo menos, o telespectador pode escolher qual partida deseja assistir ou mesmo ver mais jogos se os horários forem diferentes. Inclusive, a Fox Sports transmitirá o Campeonato Inglês (Premier League), que hoje tem seus direitos comprados pela ESPN. Esta, por sua vez, já repassou jogos para a Rede TV! e o canal TV Esporte Interativo.

De qualquer forma, um novo canal é sempre benéfico ao mercado. Gera movimentação, agita os mares midiáticos. Vamos ver onde as próximas ondas nos levam. Um forte abraço.

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segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Metade dos assinantes pagam para ver TV aberta


Ontem, assisti à entrevista de Boni no programa "De Frente com Gabi", do SBT. E ele expôs um dado que me chamou a atenção. Cerca de metade das pessoas que pagam TV por assinatura no Brasil assistem aos canais abertos. Por que esse fenômeno acontece?

Muita gente da classe C tem adquirido pacotes básicos de TV por assinatura. As velhas antenas metálicas sofrem muita interferência de sinais telefônicos, aviões ou mesmo quando um caminhão passa na rua já prejudica a imagem.

Essa parte da população não quer um conteúdo diferenciado, mas sim uma imagem melhor para assistir aos canais abertos, sem oscilação de sinal ou interferência. Os canais pagos deveriam ser uma alternativa à programação da TV aberta (cujo conteúdo, para mim, é de péssimo nível). A programação fechada mostra análises mais aprofundadas, menos superficiais no conteúdo.

Por outro lado, muitos canais fechados mostram uma programação internacionalizada, de coisas que acontecem longe de nós. Muita gente não está nem aí para os animais da Savana Africana ou para as decoradoras de casas nos Estados Unidos. Aliás, assistir a esses programas é frustrante. Você vê casas grandes, enormes, de pessoas da classe média norte-americana. Enquanto aqui a qualidade de vida é bem inferior.

Esse tipo de coisa afasta o telespectador da programação da TV fechada. É um absurdo pagar para assistir TV aberta. Mas é o que acontece. Por isso, as emissoras abertas continuam com a hegemonia da audiência. E vão manter esse estado de coisas por um bom tempo.

A tendência é que a televisão aberta reveja linha editorial, programação e linguagem. A convergência das mídias hoje é fundamental no mundo moderno. Quase nada pode ser pensado sem a internet. A tendência é que as pessoas busquem a programação da TV aberta sob demanda, para verem quando quiserem. Talvez a saída seja apostar em atrações ao vivo.

Mesmo assim, uma mídia não excluirá a outra. A TV por assinatura não vai diminuir drasticamente a audiência da emissora aberta. Fato. A menos que a TV paga seja muito, mas muito mais barata. É verdade que os pacotes estão mais acessíveis do que há dez anos, mas ainda são muito caros para quem tem outras prioridades como comida, água, gás e luz. Assim, a TV aberta ainda reinará absoluta por um longo período. Um forte abraço.

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sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Uma palavra sobre o relato de Boni - a produção do debate presidencial em 1989


José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, mais conhecido como Boni, mudou a história da televisão brasileira. Ao lado de Walter Clark, ele é o grande responsável pela instituição do tal padrão Globo de qualidade que todos enaltecem. De fato, a plasticidade das produções da TV Globo é algo a ser sempre destacado.

Boni relata em seu livro e disse em um programa de TV que, efetivamente, interferiu no debate presidencial de 1989, quando Lula vinha liderando as pesquisas e acabou derrotado nas urnas por Fernando Collor de Mello. Como de costume, a TV Globo realizou o último debate antes do dia da eleição.

O Jornal Nacional do dia seguinte ao debate apresentou um compacto tendencioso, exaltando a figura de Collor e rebaixando Lula. Não sei quais os interesses que moviam a Globo a escolher Collor como seu candidato. Porém, tal parcialidade, que foge ao bom jornalismo, foi clara e evidente. O caso, aliás, é objeto de estudo em universidades como exemplo de jornalismo interesseiro e parcial.

O que a gente não sabia e Boni relatou, é que, além da edição tacanha do compacto do debate, a Globo deu uma mãozinha à imagem de Collor. Boni diz que produziu a imagem do político. O suor dele no estúdio foi produzido. Em sua mesa uma pasta com papéis em branco simulavam supostas denúncias contra Lula. As ameaças de mostrá-las em público não foram levadas a cabo, obviamente (já que os papéis nada continham), mas igualaram a "engomação" de Collor à popularidade de Lula.

O suor parecia fazer do caçador de marajás alguém mais próximo do povo. E as tais denúncias na pasta assustavam. Lula, por sua vez, tinha uma imagem horrenda. Era do povo, mas aparecia sempre em mangas de camisa e a barba preta mal feita. Tudo isso contribuiu para que Collor fosse o primeiro presidente eleito pelo voto popular depois da ditadura militar.

O final todos já sabem. O que vale aqui é fazermos uma reflexão. Eu adoro trabalhar em TV, mas sempre digo para quem quiser ouvir que televisão é uma grande mentira. Uma farsa. E a emissora de maior audiência do país apenas comprovou minha convicção. TV é produção. Muitas vezes, essa palavra significa falsidade. Outras, não.

A coisa é tão bem articulada que não desconfiamos de nada. Mas, por trás, tudo é milimetricamente calculado. Ainda mais com política. Um outro bom exemplo disso pode ser visto no filme de ficção Mera Coincidência (foto). Em inglês, Wag The Dog.

O livro de Boni serve para que fiquemos atentos às mazelas televisivas. Jamais acredite em tudo o que você vê. Televisão tem muita coisa errada, muita mutreta, muito jogo de interesse. Pouca coisa real e verdadeira. Nem o telejornalismo é 100% confiável.

Não vou ser hipócrita aqui de dizer que odeio a Globo, que a Globo é suja e etc. Não é apenas ela. Todas são. Mas como é a emissora de maior audiência do Brasil, tudo o que acontece lá dentro gera uma repercussão bem maior. Evite as armadilhas. Olho aberto! Um forte abraço.

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quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

A primeira "externa" do programa Esporte na Rede

No último sábado, dia 10/12, eu, Marco Antonio Ribeiro e Marco Antonio Joares, o Gepeto, fomos ao estádio Ícaro de Castro Melo, dentro do Complexo Esportivo Constâncio Vaz Guimarães, no Ibirapuera. Lá, cobrimos o jogo em homenagem aos 80 anos de Telê Santana.

Em campo, vários ex-jogadores e artistas. Houve arrecadação de alimentos para o Fundo Social de Solidariedade do Governo do Estado. Essa foi a primeira pauta externa do nosso ER. Espero que, como essa, venham outras mais. Trabalhamos perto de alguns ídolos dos gramados e da mídia.

As fotos você vê abaixo. O material editado vai ao ar dia 9 de janeiro de 2012, pela UPTV (www.uptv.com.br), às 18h45. Nas fotos, de cima para baixo, você vê:

1) Aílton, ex-jogador de futebol, conhecido por fazer o gol do título do Campeonato Brasileiro de 1996, pelo Grêmio, contra a Portuguesa.

2) Altair Ramos, preparador físico conhecido por levar um raio quando dava um treino no São Paulo. Altair escapou com vida. O raio entrou pela corrente de ouro que usava e saiu pelo pé.

3) Valdir Joaquim de Moraes, o inventor do cargo de preparador de goleiros no futebol brasileiro.

4) Pavão, ex-lateral-direito do "Expressinho do São Paulo", comandado pelo Mestre Telê Santana.

5) Ricardo Rocha, zagueiro tetracampeão do mundo com a Seleção Brasileira em 1994, na Copa dos Estados Unidos.

6) Mauro Beting, jornalista, eleito pela Associação dos Cronistas Esportivos do Estado de São Paulo (ACEESP) como melhor comentarista de TV aberta e de Rádio.

7) Zinho, ex-jogador de futebol. Conhecido pelo apelido de "enceradeira" na Copa de 1994, quando sagrou-se tetracampeão mundial. Passou por Flamengo, Grêmio e Palmeiras.

9) Um dos maiores locutores esportivos do mundo, o Pai da Matéria, Osmar Santos, em campanha pela Gorduchinha como nome da bola da Copa de 2014.

10) Kiko Zambianchi, músico.

11) Eu, Marco Antonio Ribeiro (à direita) e Marco Antonio Joares, o Gepeto (à esquerda). Equipe que foi cobrir o evento.

Obrigado a todos que colaboraram com a reportagem. Um forte abraço.











segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Os limites do Gonzo Jornalismo

O JORNALISTA AMERICANO HUNTER THOMPSOM
É TIDO COMO O CRIADOR DO GONZO JORNALISMO

Muitos repórteres e editores de conteúdo jornalístico julgam-se os paladinos da verdade e da imparcialidade. Como se sabe, as premissas básicas do jornalismo são contar sempre a verdade, ouvir todos os lados envolvidos no relato e fazer a reportagem com imparcialidade e objetividade.

O estilo Gonzo de jornalismo vai na contramão desta última premissa. A narrativa nesse modelo prevê a participação do jornalista nas situações que apura de modo direto, de forma que ele se torna personagem da reportagem. Nesse estilo, o profissional vivencia as situações para então poder contar como foi sua experiência de ter sentido determinada situação na pele.

Por exemplo: suponha que um jornalista queira fazer uma reportagem especial sobre moradores de rua. No Gonzo jornalismo, o repórter moraria uma semana ou um mês na rua, sem qualquer ajuda, para vivenciar o dia-a-dia daqueles que não têm um teto. No momento de confeccionar a reportagem, além das entrevistas coletadas, ia dar sua própria versão dos fatos, contando o que viveu nos dias em que dormiu ao relento.

Ou seja, é viver, sentir na pele determinada situação. Também considera-se Gonzo jornalismo quando o repórter se transforma em um outro personagem para tentar denunciar algum crime. Por exemplo, quando ele vai até alguém que falsifica e vende documentos como carteira de motorista, de trabalho e de identidade. O jornalista solicita esses serviços (o que é crime) para que possa gravá-los e denunciá-los com câmera escondida ou algo similar. Aqui, questiona-se se isso é ético, já que o profissional não se identifica como sendo da imprensa.


Pelo grau de envolvimento que o jornalista tem com a situação, o Gonzo jornalismo pode ser perigoso. Para denunciar uma quadrilha de traficantes, seria válido o jornalista se passar por um usuário da droga? Tim Lopes tentou se passar por alguém que curtia bailes funks em favelas para denunciar um esquema parecido. Foi reconhecido e assassinado.

Para falar sobre os efeitos da maconha ou do álcool, vale o repórter consumir essas drogas? Esse tipo de coisa extrapola o bom senso e se transforma em casos de saúde pública ou de polícia. Para mostrar as gangues que desencadeiam a violência em estádios de futebol, é sensato o repórter travestir-se de torcedor e integrar a multidão transgressora? Ou ele estaria cometendo um crime também ao praticar a violência?

Por causa desses conflitos éticos, muita gente não considera o estilo Gonzo como jornalismo. Não costumo ser tão radical com as coisas. Entendo que algumas denúncias são válidas, desde que não coloque a vida do profissional em risco. Deve haver limites.

Recentemente, um jornalista do Estadão foi fiscal de prova na realização do Enem e comprovou de perto a desorganização na aplicação das avaliações. Já outro repórter de O Globo conseguiu divulgar o tema da redação antes do término da prova, através da mensagem enviada pelo celular de um estudante, que escondeu o aparelho na cueca. Como não há revista íntima no Enem, ele conseguiu, do banheiro, transmitir a informação.

No primeiro caso, o fiscal inscreveu-se dentro das regras e trabalhou normalmente, o que é válido. No segundo, a pauta foi mais pelo sensacionalismo. A publicação do tema da redação no portal do veículo de comunicação causaria furor no público e geraria audiência e repercussão. Porém, todo cuidado é pouco. O reporter poderia ter interferido diretamente na vida de milhares de estudantes, caso o vazamento mencionado fosse entendido pelo MEC como prejudicial e fosse remarcado um novo exame.

O repórter não tem o direito de atrapalhar a vida das pessoas. Portanto, o limite entre o bom relato e a interferência é tênue no estilo Gonzo. Repito: para fazer algumas denúncias, acho válido. Atrapalhar a vida das pessoas, não.

Devemos ainda observar que, todo relato de experiência vivenciada, ainda que feito por um jornalista, é carregado de subjetividade. A visão dele pode não ser a minha, caso eu tivesse vivido a situação. O que para ele pode ser bom, para mim pode ser ruim. Não há verdade absoluta. Funciona mais como uma curiosidade do que propriamente uma reportagem para o leitor, ouvinte ou telespectador. Um forte abraço.

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quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Se na TV tem monopólio, no rádio tem concorrência


A televisão, quando transmite determinado evento, geralmente compra os direitos para exibi-lo com exclusividade. Pode ser um show, campeonato esportivo, concurso de miss, etc. Pudemos observar isso mais de perto recentemente, com a briga pela transmissão do Campeonato Brasileiro de futebol de 2012. A TV Globo desbancou qualquer esquema contrário aos seus interesses, fechou contratos com os clubes individualmente e garantiu o monopólio da exibição do torneio até 2014.

Na emissoras de televisão, INFELIZMENTE (indignação com letras garrafais), esse é o caminho natural. Existem muitos interesses políticos e outros que envolvem as "fatias" do bolo de patrocinadores e anunciantes. Por isso, o monopólio é a regra e não a exceção.

Se isso acontece na TV, nas emissoras de rádio a coisa é bem diferente. Geralmente, elas não pagam para transmitir determinados eventos, como o próprio Brasileirão. Por isso, a concorrência é gigantesca. Só para se ter uma ideia, dez emissoras transmitem simultaneamente o torneio em São Paulo. São elas:

-Jovem Pan AM 620  e Jovem Pan 2 FM 100.9
-CBN AM 780 e FM 90.5
-Bandeirantes AM 840 e  FM 90.9
-Capital AM 1040
-Globo AM 1100
-Super Rádio Tupi AM 1150 e FM 97.3
-Band News FM 96.9
-Transamérica FM 100.1
-105 FM 105.1
-Estadão ESPN AM 700 e FM 92.9

Partilho da opinião da maioria dos jornalistas, que gostam desse tipo de concorrência. É uma concorrência salutar. Várias emissoras transmitindo um evento significa mais vagas no mercado. Assim, quem sai de um veículo pode encontrar emprego em outro.

Guardados os devidos avanços da modernidade, o rádio ainda é a mídia mais romântica. Sem dúvida, é a que passa mais vibração, já que não pode se apoiar na imagem. Por isso, ainda mexe com a imaginação dos ouvintes.

Costumo dizer que quem faz rádio é porque tem dom. Cada locutor, repórter e comentarista tem um estilo único, inconfundível quando entra no ar. Isso faz um evento ser transmitido de milhares de maneiras diferentes, o que cativa o ouvinte que prefere esta ou aquela estação, este ou aquele locutor.

O rádio é democrático, dinâmico, instantâneo. Mexe com a mente, cria bordões. É realmente especial. Gosto muito de rádio! E um dia ainda vou trabalhar para valer neste veículo. Um forte abraço.

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terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Fotos do último programa Esporte na Rede do ano

Ontem fizemos o último Esporte na Rede de 2011. No estúdio, a equipe de primeira com os comentaristas Reinaldo Leiva, Alexandre Aníbal e Douglas Soares. No contato com o internauta, Luciane Bruno. Na apresentação, eu, Leandro Martins.

Falamos sobre o título do Campeonato Brasileiro conquistado pelo Corinthians, Mundial de Clubes da FIFA e Copa Sul-Americana. Mas o ponto alto foi quando o cinegrafista Marco Antonio Joares, o Gepeto, o coordenador de switcher, Marco Antonio Ribeiro e o diretor de imagem, Marco Perin, o Leite, foram convidados a entrar no estúdio para falarem sobre o programa.

Abaixo seguem as fotos e o vídeo. Voltamos dia 9 de janeiro, com um programa gravado, recheado de entrevistas especiais. E, no dia 16/01, retornamos com o ER AO VIVO, com convidados mais do que especiais! O Esporte na Rede vai ao ar pela UPTV (www.uptv.com.br), toda segunda, às 18h45.

Mais abaixo, fotos de nossa confraternização em uma pizzaria. Reinaldo Leiva, que sentaria numa cadeira de bebê, não foi. Por que, Reinaldo? Claro, o bom humor faz parte de nosso programa. Obrigado a você, amigo teleinternauta, pelo carinho, pela paciência e pela vontade de assistir ao ER.Um forte abraço.


















segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Os pisos salarais para um jornalista na região Sudeste


Muita gente tem dúvida antes de optar por uma determinada carreira. Para uma boa escolha, é preciso fazer pesquisas sobre a prática do trabalho, perspectivas de crescimento, como está a situação da profissão escolhida no mercado, que possibilidades apresenta e, claro, quais são os salários pagos.

Os sindicatos dos jornalistas são estaduais e, como órgãos de fiscalização dos direitos dos trabalhadores, devem garantir o mínimo de dignidade no exercício da profissão. Fiz um levantamento do que os sindicatos recomendam na região Sudeste. Cada estado apresenta um valor diferente para os pisos salariais, bem como peculiariaridades nos contratos e acordos coletivos.

Abaixo segue uma tabela com os valores pagos nas capitais de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo. Após a tabela, comento as peculiaridades de cada estado.

Pisos Salariais Estado (capitais)                    5h                     7h
Jornais e Revistas São Paulo                           R$ 1.940,00   R$ 3.104,00
Jornais e Revistas Rio de Janeiro                    R$ 4.359,00   R$ 6.975,00
Jornais e Revistas Minas Gerais                      R$ 1.708,75   R$ 3.075,75
Jornais e Revistas Espírito Santo                     R$ 1.320,72   não tem
Rádio                        São Paulo                           R$ 1.593,00   R$ 2.787,75
Rádio                        Rio de Janeiro                     R$ 4.359,00     R$ 6.975,00
Rádio                        Minas Gerais                       R$ 1.383,00     R$ 2.489,40
Rádio                       Espírito Santo                       R$ 1.122,61     não tem
Televisão                  São Paulo                            R$ 1.593,00   R$ 2.787,75
Televisão                  Rio de Janeiro                      R$ 4.359,00   R$ 6.975,00
Televisão                  Minas Gerais                       R$ 1.502,00   R$ 2.703,60
Televisão                  Espírito Santo                      R$ 1.320,72   não tem
Ass. de imprensa São Paulo                            R$ 2.196,00   R$ 3.514,20
Ass. de imprensa Rio de Janeiro                     R$ 4.359,00   R$ 6.975,00
Ass. de imprensa Minas Gerais                       R$ 1.493,48   R$ 2.389,57
Ass. de imprensa Espírito Santo                     R$ 1.345,00   não tem

Bem, vamos aos comentários. São Paulo, Espírito Santo e Minas Gerais fazem distinção de funções (jornais, revistas, televisão, rádio e assessoria) e as remuneram de formas diferentes. Também fazem distinção se o jornalista trabalha na capital ou fora dela. Nesse caso, os valores para quem trabalha fora das capitais são menores.

No Rio de Janeiro, não existe distinção entre as funções. Por isso, a mesma tabela de salários para todas as atividades jornalísticas.

Por fim, no Espírito Santo, não se menciona o valor das horas extras. Por isso, os salários são calculados apenas para 5 horas de trabalho por dia. Mas lá existe uma peculiaridade. O sindicato firmou acordo coletivo com as empresas de mídia que prevê algunas pontos bem interessantes.

1) Reajuste de 6,3% nos salários de 2010 para 2011.
2) Abono de R$ 220,00
3) "As empresas se comprometem a liberar, de 3 (três) em 3 (três) meses, o valor de R$ 427,28 (quatrocentos e vinte e sete reais e vinte e oito centavos) para repórteres e apresentadores de televisão, objetivando a aquisição de roupas, mediante comprovação das despesas, caso as empresas não optem por fornecer a roupa a ser utilizada pelo profissional".
4) "As empresas se comprometem em providenciar serviços de maquiagem e cabeleireiro para repórteres de vídeo e apresentadores de televisão".

Vou tentar estender, na medida do possível, a pesquisa para todas as regiões brasileiras. Por enquanto, espero ter contribuído para esclarecer o valor dos pisos salariais dos jornalistas na região sudeste. Vendo a tabela, concluímos que o Rio de Janeiro é o que melhor paga.

No entanto, muitas vezes os jornalistas se sujeitam a receber valores abaixo da tabela para garantir um emprego e, não raramente, aceitam ser registrados em outra função que não a de jornalista. De qualquer forma, aí vão números para você que pensa em ingressar na carreira ou que já está nela e não sabe quanto é o piso da categoria.

Vale lembrar que estes números foram determinados para 2011. Em abril do ano que vem, deve haver novas alterações. E se você quiser saber mais sobre as condições de trabalho de um jornalista, acesse o site do sindicato de seu estado. O endereço você encontra em qualquer mecanismo de busca na internet. Um forte abraço.

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sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

A busca de fontes na internet - a visão do criador do site "Ajude um Repórter", Gustavo Carneiro


Quando um estudante de jornalismo inicia a faculdade, toma contato com um dos princípios básicos e até instintivos da profissão: a maneira de se confeccionar uma reportagem. E uso aqui a palavra "confecção" em seu sentido amplo, pois fazer um texto, significa "tecer", entrelaçar vocábulos e contar histórias (boas, de preferência).

Todo jornalista é, por essência, repórter. É curioso, vai atrás de informação. A apuração é o coração da reportagem. E, necessariamente, passa por conversas com várias pessoas, chamadas no meio midiático de fontes. As fontes podem ajudar o repórter a confirmar ou negar informações, além de serem usadas como entrevistadas nas matérias. No jornalismo, as chamamos também de "personagens" das histórias que contamos.

O trabalho braçal de um jornalista encontra-se, primordialmente, no momento em que ele precisa encontrar tais personagens. Muitas vezes, o profissional de comunicação procura desesperadamente especialistas em determinadas situações, pessoas que viveram certo tipo de drama ou dilema, etc. E os perfis são os mais específicos possíveis.

Por exemplo. Se eu estiver fazendo uma reportagem sobre despejo, precisaria encontrar um inquilino que foi despejado por algum motivo. É bem específico. E isso não se acha num estalar de dedos.

Até aí, pouca novidade. Com o surgimento da internet, jornalistas e fontes começaram a se encontrar com maior facilidade. As redes sociais aproximaram o profissional do público. Mas ainda é insuficiente quando precisamos entrevistar alguém com características tão específicas.

Com essa visão, o Relações Públicas, Gustavo Carneiro, decidiu criar o site Ajude um Repórter. Lá, jornalista e fonte cadastram-se gratuitamente e podem ser encontrados com mais facilidade. As fontes são dividas em categorias como comportamento, saúde, economia, etc. O endereço eletrônico já foi acessado por jornalistas famosos e contratados de grandes veículos de comunicação.

UMA DAS INTERFACES DO SITE CRIADO POR GUSTAVO

O fato curioso está em uma pessoa formada em Relações Públicas criar o site e não um jornalista. Abaixo segue a entrevista com o idealizador da empreitada, Gustavo Medeiros Carneiro. Formado pela faculdade Cásper Líbero em 2006, ele explica o que o levou a desenvolver essa nova ferramenta.

Leandro Martins - De onde surgiu a ideia de montar um site para ajudar jornalistas a encontrarem fontes?
Gustavo Carneiro - O Ajude um Repórter surgiu após observar iniciativas semelhantes de crowdsourcing nos Estados Unidos. O que me impressionou é que uma ideia tão simples, de unir o jornalista à fonte, poderia fazer uma enorme diferença para diversos profissionais. Minha formação é em relações públicas e quem atua nessa área tem uma dimensão mais clara do quanto o relacionamento com a imprensa pode influenciar nos negócios. Um serviço que torna isso possível a qualquer profissional pode mudar o mercado.

O ARPO (acrônimo para Ajude um Repórter) começou em março de 2010 com um simples perfil no Twitter, a forma mais rápida e barata de testar a ideia por aqui. Hoje agrega milhares de pessoas que trabalham colaborativamente para encontrar as fontes que os profissionais de imprensa necessitam todos os dias.

LM - Qual sua relação com o jornalismo?
GC - Muitas pessoas pensam que eu sou jornalista só porque criei o Ajude um Repórter, mas na verdade eu sou relações públicas. Meu entendimento profissional sobre a importância do relacionamento com a imprensa é que me levou a enxergar a oportunidade.

LM - Tem conseguido ganhar dinheiro com o site?
GC - Não, com o site especificamente nunca ganhei nada. Pelo Twitter consegui fazer cerca de R$ 500,00 em algumas experiências com campanhas de seeding, mas não achei viável continuar.

LM - Como está o número de acessos?
GC - Os acessos são razoáveis para um site de nicho, mas ainda há o que melhorar. Espero investir em algumas mudanças para o ano que vem e continuar aumentando isso.

LM - Que tipos de fontes os jornalistas mais pedem?
GC - Existem dois grandes grupos, os personagens e os especialistas. Mas os assuntos são dos mais diversos, não tenho como indicar um perfil mais específico.

LM - Quais os diferenciais de seu site para um mecanismo de busca comum?
GC - O Ajude um Repórter é uma ferramenta de crowdsourcing e funciona com base nos contatos de um coletivo de pessoas, bem diferente dos mecanismos de busca que criam rankings com base em algoritmos, de forma automática. No ARPO você encontra pessoas que querem falar com o jornalista, no Google você encontra páginas indexadas.

GUSTAVO CARNEIRO CRIOU O SITE AJUDE UM REPÓRTER

LM - Quais veículos de comunicação buscam fontes em seu site?
GC - Existe de tudo, das grandes emissoras de TV aos jornais de bairro. Dos blogs às rádios de notícias.

LM - Algum jornalista famoso já falou algo com você sobre sua iniciativa? E alguma fonte?
GC - No Twitter já identificamos alguns seguidores de peso, mas é um ambiente que muda muito rápido. Minha primeira entrevista foi para o site do Marcelo Duarte, do Guia dos Curiosos. Quando o Fantástico e a Renata Ceribelli passaram a nos seguir, ganhamos uns 500 seguidores na hora seguinte. Quando apareci no Happy Hour do Canal GNT, liderado pela Astrid, a receptividade também foi ótima. Recentemente participei de uma entrevista com o Marcelo Tas no Terra e também foi muito positivo. Essas oportunidades aparecem eventualmente e acredito que sejam uma grande forma de reconhecimento.

LM - Qual a contribuição você acredita dar aos jornalistas com esse mecanismo?
GC - Acredito que o Ajude um Repórter seja mais uma ferramenta para o bom jornalista encontrar fontes que normalmente teria maior dificuldade de achar, evitando apelar para as velhas figurinhas carimbadas da mídia. Como o serviço funciona como uma rede de indicações, é possível encontrar oportunidades que não seriam encontradas utilizando os meios de busca convencionais.

LM - Qual o pedido de fonte mais esquisito que já recebeu?
GC - Acredito que tenha sido um em que procuravam uma pessoa que não escovava os dentes.
Mas sempre tem algo meio bizarro por lá e isso sempre é motivo de algumas gargalhadas.

LM - Quantos usuários espera atingir em 5 anos?
GC - Para um serviço de nicho, acredito que um número viável seja entre 150 e 200 mil usuários.

O site está no endereço eletrônico www.ajudeumreporter.com.br. Para mais informações, siga Gustavo Carneiro no Twitter. Basta digitar @gustacarneiro. A você, amigo leitor, boa sorte na busca de novas fontes. Um forte abraço.

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