segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Blog entrevista jornalista Frank Fortes, da Rádio Bandeirantes


Ele era vendedor na época de faculdade. Com o trabalho, conseguia dinheiro para pagar o curso de Jornalismo na Universidade Metodista de São Paulo, que concluiu em 1998. Mais tarde, deixou anos de carreira como trabalhador assalariado para realizar um sonho: atuar na área em que se formou.

Frank Robson de Oliveira Fortes, ou, simplesmente, Frank Fortes, é hoje funcionário do grupo Bandeirantes de Comunicação. Tem uma rotina agitada. Muito trabalho e poucas horas de sono. Acorda de madrugada, quando ainda tem gente indo dormir.

Tem mil e uma utilidades: apresenta programas, faz reportagem, coordena e produz. O início de carreira com muitas dificuldades transformou Frank em um profissional versátil e batalhador. Como pessoa, apenas o manteve humilde, com pés no chão e bem humorado.

O jornalista nasceu no dia em que se comemora a Abolição da Escravatura, um dia 13 de maio. Talvez seja uma boa explicação para que ele tenha se libertado dos grilhões dos trabalhos anteriores para fazer o que realmente gosta.

Na entrevista, Frank Fortes conta histórias engraçadas e transmite com fidelidade as adversidades da profissão que escolheu por amor. Acompanhe o bate-papo com esse rapaz de 40 anos, vindo de Águas da Prata, no interior de São Paulo e que hoje ostenta grande sucesso na mídia.

Leandro Martins - O que achou do curso de graduação quando estudou jornalismo?
Frank Fortes - O curso de graduação me passou daquele desejo de ser jornalista para a iniciação no meio. Depois do curso veio a iniciação no mercado. Sinceramente eu gostei da graduação. Conheci bons profissionais, alguns apenas dentro da sala de aula, outros apenas fora da sala de aula, e o melhor, alguns bons profissionais dentro e fora da sala de aula. Como estudei sempre em escola pública até a conclusão do antigo colegial, cheguei à faculdade sem expectativas de grandes ensinamentos. Talvez por isso tenha gostado e aprovado o nível dos professores e a grade curricular. Claro que não foi a perfeição, mas acho que universidade nenhuma será perfeita algum dia.

LM - Você acredita que a faculdade prepara bem uma pessoa para o mercado de trabalho?
FF - Só o mercado prepara bem para o mercado. A faculdade te ajuda a conhecê-lo. Porém, entrar e se adequar depende muito mais daquilo que você vai fazer no dia-a-dia, na redação, para se manter no mercado.

LM - Em quais empresas de mídia já trabalhou?
FF - Rádio ABC, Canal ABC3 (hoje NET Cidade), Portal Terra, Grupo Bandeirantes de Comunicação. Além de free lancers pra empresas diversas.

LM - Quando decidiu que gostaria de trabalhar na mídia?
FF - Sempre quis trabalhar em rádio. Desde criança foi o veículo que mais me chamou a atenção. Eu não conseguia entender como as vozes conseguiam sair de dentro de um aparelho tão compacto. Ouvia futebol e me impressionava com o a velocidade com que os narradores contavam a história de cada jogo. Então, nunca deixei de sonhar com o rádio. O jornalismo foi a maneira de entender e me aproximar verdadeiramente deste veículo.

LM - Como foi seu início de carreira?
FF - Foi difícil. Trabalhava como vendedor para pagar a faculdade. Assim, só consegui entrar no mercado após a faculdade, quando não tinha mais as mensalidades para pagar. Deixei o trabalho assalariado de anos para seguir a carreira começando do zero. Aos poucos as coisas foram acontecendo. Trabalhei de madrugada, e de graça, até aparecer a primeira oportunidade. Trabalhei em dois empregos ganhando meio salário mínimo pra poder procurar um “emprego de verdade”. O primeiro teste que fiz pra trabalhar com registro em carteira, direitos trabalhistas, etc... ocorreu num mês de outubro. Fui chamado pra trabalhar só em março do ano seguinte. Mas acho que era pra ser assim mesmo. Ainda me sinto um iniciante a procura de uma oportunidade.

LM - Como é sua rotina hoje?
FF - Entro muito cedo, às cinco da manhã, por isso também durmo cedo, exceto em dias de jogos pelos vários campeonatos que temos no calendário. Na Rádio Bandeirantes executo a chamada rotina da redação, com edição, produção e coordenação de programas. Às cinco em ponto estou no ar com um noticiário geral. Volto no Pulo do Gato falando de esportes com o inigualável José Paulo de Andrade. Participo também do Primeira Hora, nosso jornal falado, do Jornal Gente, a revista de opinião diária da RB, e do Manhã Bandeirantes, com o José Luiz Datena. Sempre trazendo o noticiário esportivo. Enquanto isso edito e produzo o Esporte Notícia, nosso noticiário esportivo que vai ao ar às onze e meia.

Participo também com algumas informações e apresento quando é necessário (em escalas especiais, por exemplo). Ainda temos os programas do fim de semana que produzimos paralelamente. Parece comercial do 1406: mas ainda tem mais. De acordo com as escalas faço também a cobertura dos clubes, reportagens e entrevistas especiais. O que quer dizer que não é raro estar na ativa também fora da redação. Não tenho um horário fixo para sair. Depende da demanda.

LM - O que já fez fora do esporte?
FF - Olha, no início da carreira, na Rádio ABC fazia todas as editorias. Iniciamos uma cobertura do trabalho legislativo na região. Antes, pra saber o que acontecia nas câmaras municipais, só pelos veículos impressos. Esse tipo de cobertura permanece até hoje na grade da emissora. No Terra trabalhei, além de esportes, com conteúdo corporativo também. Produzindo sites especiais para parceiros da empresa. Na própria RB apresento um noticiário matutino com notícias gerais. Também já escrevi para uma revista de arquitetura. Já fiz assessoria de imprensa.

LM - Já foi setorista de um clube? Como é essa experiência?
FF - Já acompanhei a rotina dos clubes, mas nunca fixo em um clube. A Bandeirantes não usa o que chamamos de setoristas. Normalmente os repórteres alternam a cobertura entre os clubes da cidade. Uma semana faz o Corinthians, outra faz o São Paulo, depois o Palmeiras. Só em Santos é que temos uma reportagem fixa. É uma experiência importante principalmente pra aqueles que podem usar o microfone para opinar também. É certo que o profissional que acompanha o dia-a-dia dos clubes tem informações distintas daquilo que a gente, muitas vezes, só vê pela televisão. Por isso sempre considero prioritária a informação da reportagem.

LM - Alguns jornalistas tornam-se amigos de fontes pela convivência. Você acredita que o jornalista ser amigo da fonte ajuda ou atrapalha o trabalho? Em que sentido?
FF - Se a gente levar em consideração que amizade é sinônimo de confiança, é normal que você tenha alguma relação de amizade com suas fontes. O que é preciso discernir é a intenção da informação que lhe foi passada. Muitas vezes os jornalistas são utilizados como massa de manobra pra atender um ou outro interesse. Por isso, por mais confiável que seja a fonte da informação, por mais amiga que possa parecer a informação, será sempre oportuno checar por outros meios a veracidade do que lhe foi informado.

LM - Você já se sentiu alvo de perseguição no meio? Ou já fizeram alguma "sacanagem" com você?
FF - Perseguição? Não sei viu. Sei que tem gente que não gosta de mim. Mas aí fica no zero a zero porque eu também não gosto de quem não gosta de mim. Desta forma também não posso me sentir traído porque quem me sacaneia é porque não vai com a minha cara.

LM - Como é cobrir um grande evento como a Copa do Mundo e as Olimpíadas? Dorme-se pouco e trabalha-se muito?
FF - Sim, dorme-se pouquíssimo. E tem gente que pensa que estamos de férias quando estamos longe da redação, em uma viagem de cobertura. No Pan de 2007, por exemplo, a carga de trabalho tinha mais ou menos 16 horas. Só dava tempo de tomar banho, comer alguma coisa e tirar uma soneca. E foram 21 dias nesta correria. Mas as coisas dão certo e o resultado aparece junto com a sensação de dever cumprido, de satisfação pelo que conseguiu realizar.

MOMENTO MAIS EMOCIONANTE DE FRANK:
UMA ENTREVISTA EXCLUSIVA COM PELÉ

LM - Qual a maior emoção que já viveu na carreira?
FF - Uma entrevista exclusiva com o Pelé foi, até hoje, o que me deu mais satisfação. Nunca imaginei que um dia fosse sentar ao lado do Rei e ficar batendo papo com ele por quase 20 minutos. Foi demais. Fora que é emocionante trabalhar com feras como o José Silvério e o Milton Neves, que são pessoas que eu sempre admirei e que hoje fazem parte do meu dia a dia. Além de ter por perto ídolos do futebol como o Neto e o Edmundo.

LM - Como vê a guerra pela transmissão do futebol brasileiro em 2012? Acha certo um regime monopolista?
FF - Não acho certo que apenas uma emissora tome conta e dite as regras. Mas os clubes são os culpados por isso. Eles é que aceitam e se submetem a este tipo de tratamento. Enquanto cada um pensar apenas em si as coisas serão assim. Os dirigentes são muito demagogos no discurso. Se tivessem uma posição coesa, se quisessem se ajudar, fortalecer os campeonatos e os clubes, andariam juntos e não se submeteriam às imposições desse ou daquele veículo.

LM - Para os estudantes de jornalismo ou jornalistas recém-formados que pensam que o jornalismo é só televisão e que vão ficar famosos, o que tem a dizer? E o que falaria para aqueles que pensam que não vão trabalhar muito e nem aos finais de semana?
FF - Pra quem pensa em aparecer na televisão e ficar famoso digo o seguinte: vá fazer teatro ou se inscreva em algum reality show. Sobre não trabalhar muito, esquece. Você vai trabalhar pra caramba. Se de repente você se interessar por assessoria de imprensa e for para um setor corporativo, você pode até ter uns fins de semana livres. No mais, prepare-se para estar à disposição aos sábados e domingos.

LM - O que gostaria de fazer na carreira e ainda não conseguiu realizar? Que sonhos profissionais ainda alimenta?
FF - Quero fazer um programa de entrevistas. Sobre esporte, cultura e educação. Acho que são coisas que se relacionam. Acredito na educação pelo esporte e acho que temos poucos campeões porque nossas crianças simplesmente não conhecem a maioria dos esportes. Não tem acesso a eles. Acho que a escola pública deveria ter essa função também, de disponibilizar esportes menos nobres para a rede. Fazer oficinas com campeões, esportistas de expressão. Despertar as crianças para algo além do futebol. Gostaria de ajudar de alguma maneira.

LM - Você acha que um jornalista esportivo deve assumir seu time de coração?
FF - Acho que isso vai de cada um. Eu sou palmeirense, nunca escondi, mas não acho que é algo que eu deva sair falando no ar. Na rádio evito o assunto. Me limito aos fatos, notícias e informações.

LM - Como fazer para controlar a emoção quando trabalha em um jogo do seu time? Tem alguma técnica para ensinar a quem está começando?
FF - Não há técnica. Você simplesmente se acostuma a acompanhar uma partida como um profissional de jornalismo.

LM - Quem são os jornalistas e/ou profissionais da comunicação que mais admira?
FF - Narrador: José Silvério. Apresentador: Milton Neves. Comentaristas: PVC e Mauro Beting. Também gosto muito dos textos do Antero Grecco. Narradores: Milton Leite e Luis Roberto. Mas são apenas alguns. Temos excelentes profissionais no jornalismo esportivo.

OS EXEMPLOS DE PROFISSIONAIS PARA FRANK

LM - Tem alguma história curiosa ou engraçada da profissão?
FF - Eu tinha uma semana de rádio, meu primeiro emprego. Fui fazer uma matéria na rua e, na volta, o chefe me liga no rádio. - Frank, você pode fazer um trânsito? E eu respondo: posso, claro. Mas dá pra gravar pelo rádio?. – Não, tem que ser ao vivo, ele responde. Seria aquela a minha primeira entrada ao vivo no ar.

Pois bem, na hora "H", o apresentador fez aquela baita apresentação: - Agora, prestação de serviço aqui na rádio... Vamos às ruas da cidade saber do trânsito neste fim de tarde. Informações com o repórter Frank Fortes. Boa tarde Frank. E eu até que entrei embalado: Boa tarde fulano de tal, aqui na avenida José da Silva o trânsito está bom, o motorista para somente nos semáforos. Já pela rua João Freitas, lentidão no sentido da marginal por causa do excesso de veículos...

E a coisa seguia bem até que eu fui falar da última rua que eu tinha a informação. E para finalizar, o motorista que desce a Alameda sul demora para acessar a rua, rua, rua... como é que mesmo o nome daquela rua? perguntei pelo rádio. Esqueci o nome da rua e a informação ficou incompleta. Matei o boletim que estava até bacana. Para piorar o apresentador ainda mandou essa: a rua que ele quer lembrar é a avenida sete de setembro. Não tinha nada a ver com o nome da rua que eu tinha esquecido.

LM - É possível conciliar família e trabalho?
FF - Sou casado, mas não tenho filhos. Como minha esposa também é jornalista, apesar de não exercer a função, ela entende bem quando preciso me ausentar por algum motivo profissional. Mas não é fácil. A ausência desgasta muitos relacionamentos.

LM - Para você, rádio é mais emocionante do que TV?
FF - Para mim é. O rádio é responsável por tudo que eu tenho na vida. Eu já não vivia sem ele quando era moleque. Agora então.... rs

LM - Deixe uma mensagem para quem pensa em seguir carreira, principalmente no jornalismo esportivo.
FF - Se você tem um sonho, vá em frente. Não deixe que te digam que você não serve para isso ou aquilo. Persevere sempre e nunca se sinta acomodado.

Como você, amigo leitor, pôde notar, Frank Fortes concedeu uma das mais ricas e completas entrevistas que este blog já publicou. Foi bem humorado em todas as respostas. E, aproveitando seu bom humor, digo que foi muito "franko" também (podem tocar a música de A Praça é Nossa se quiserem).

Por seu jeito de ser, conquistou o sucesso que tem na atualidade. Sempre torço pelas pessoas boas. Acredito que elas devem conquistar todos os seus objetivos na vida. Frank ainda é um menino. Está no caminho certo dos bons, éticos e grandes profissionais da comunicação. Agradeço de coração pela entrevista concedida a este blog. E para você, amigo leitor, tenho certeza de que foi um deleite e uma grande oportunidade para ter mais esclarecimentos sobre a carreira jornalística. Para quem quiser seguir o jornalista no Twitter, procure por @frankfortes. E aproveitando mais uma vez agora o sobrenome do jornalista, um "forte" abraço.

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sexta-feira, 28 de outubro de 2011

A internet e os blogs

Não é novidade que a internet fez, literalmente, o mundo ser lido, ouvido e visto de uma nova maneira pelas pessoas. Aos poucos, cada dia mais gente se interessa pelos atrativos do mundo virtual.

Isso fez com que os tradicionais veículos de comunicação passassem a disputar audiência com a rede mundial de computadores. Consequentemente, produtos de mídia gerados no universo dos bits e bytes também começaram a ganhar a atenção do público.

Os blogs são ótimos exemplos disso. Eles fazem a função que os jornais deveriam fazer. São mais analíticos e opinativos, enquanto os velhos jornais impressos continuam na ultrapassada linguagem das notícias factuais que, na verdade, já estão velhas antes mesmo de serem degustadas pelos leitores.

Por isso, os blogs têm sido alvo de informação de boa parte do público leitor. Enquanto os jornais de grande circulação têm, em média, uma tiragem de 250 mil exemplares (e público leitor potencial de um milhão de pessoas), alguns blogs alcançam vários milhões de acessos por dia.

O jornalista Juca Kfouri, por exemplo, tem um blog no UOL (http://blogdojuca.uol.com.br). Segundo o site Comunique-se, alcança mais de três milhões de acessos únicos por dia e mais de cinco milhões de page views. Bem superior, portanto, ao público leitor de jornal.

O número supera também a audiência de muitas emissoras de rádio e TV. Não há como negar o sucesso dos veículos de comunicação da internet. A força do mundo virtual hoje é tão grande que é capaz de transformar anônimos em famosos. E ainda é uma ferramenta pouco explorada. Estamos todos aprendendo a lidar com essas novas formas de comunicação.

Pelo menos, criei meu blog. E agradeço demais a você, amigo leitor, pelo carinho da audiência. Se não fosse a tecnologia, não teria contato com muitos de vocês que hoje leem estas mal digitadas linhas. Um forte abraço.

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quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Portfolio ajuda na hora de procurar emprego?


Quando estava na faculdade, costumava guardar quase todos os bons trabalhos que fazia. À medida que ia avançando no mercado de trabalho, também guardava com carinho reportagens especiais em jornais impressos e trechos de apresentação de programas de rádio e TV.

Às vezes, a preguiça batia, é verdade. Mas mesmo assim, reuni algum material editado e montei um portfolio. Será que isso ajuda na hora de procurar um emprego? Em comunicação, sem dúvida. O trabalho em mídia é um dos poucos que podem ser efetivamente vistos e comprovados.

A reportagem em qualquer veículo é um organismo vivo. Revela a maneira como o profissional escreve, fala e a imagem que transmite. O jornalista gera produtos que podem ser vistos por qualquer pessoa. Portanto, o portfolio é de fundamental importância para o profissional. Ajuda-o a aumentar a visibilidade e ser mais conhecido por vários selecionadores de empresas.

Quando alguém participa de um processo seletivo para uma vaga de emprego, é analisado em duas esferas. A pessoal e a profissional (técnica). O portfolio ajuda a mostrar o trabalho para o analisador da parte técnica. Muita gente é eliminada já nesta fase, por não ter aptidão ou não se encaixar no perfil que a empresa procura do ponto de vista profissional.

É um diferencial, sem dúvida. Muitas vezes, de caráter eliminatório. Várias corporações solicitam o portfolio antes de contratar um jornalista. E diversas são as maneiras de montá-lo. O profissional deve sempre andar ao menos com uma cópia em DVD desse material.

Outra possibilidade (praticamente obrigatória) é manter uma versão on-line do conteúdo. A internet agiliza e facilita o contato com editores e diretores de empresas de comunicação. Sites e blogs como este, em que publico minhas reportagens de TV e fotos do programa que apresento na web, também ajudam a compor o perfil de um profissional.

O portfolio não substitui o tradicional currículo (que hoje deve ser enviado com foto). É sim, um complemento de grande valor. Portanto, não deixe a preguiça bater. Junte seus principais materiais e monte um portfolio físico e on-line. Deixe-se conhecer pelas pessoas. Use e abuse profissionalmente das redes sociais. Afinal, não sabemos quem vai estar nos observando.

E falando em portfolio, aí vai a atualização do meu, com uma reportagem sobre a inauguração de um terminal de ônibus em Guarulhos. Acompanhe o vídeo. Um forte abraço.

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terça-feira, 25 de outubro de 2011

Fotos do programa Esporte na Rede, de 24/10

Ontem tivemos mais uma edição do Esporte na Rede. Com a presença de Reinaldo Leiva e Douglas Soares. Falamos sobre o Brasileirão das Séries A e B e a Copa Sul-Americana. Abaixo, fotos de bastidores como sempre muito bem tiradas pelo nosso Marco Antonio Joares, o Gepeto.

O Esporte na Rede vai ao ar toda segunda-feira, ao vivo, pela UPTV (www.uptv.com.br). Tem quadros interativos e dinâmicos, bom humor, análise e debate, além da participação fundamental do internauta. Participe!















segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Dez mil motivos para sorrir

Hoje não vou filosofar sobre jornalismo, suas teorias e suas práticas. Farei isso na quarta-feira. Neste post, quero apenas agradecer pelo carinho da sua audiência, amigo leitor. Este blog nasceu em janeiro de 2011, da minha vontade de falar sobre a profissão, a carreira.

Sempre quis ajudar na reflexão de quem pensa estudar jornalismo. E, até aqui, chegamos a 161 posts, e 10 mil visitas! Irrisórias para o site do Milton Neves, que consegue isso em cinco minutos. Mas para mim, que não sou conhecido no mundo da mídia, é motivo de extrema felicidade.

Até porque, sei que quem acessa meu blog são amigos de longa data e também colegas de profissão de renomados a anônimos como eu. Tenho ficado muito feliz com o resultado alcançado, pois já recebi relatos de pessoas que refletiram sobre alguns posts meus, mudaram de opinião sobre alguns assuntos e até mesmo mudaram o rumo de suas carreiras baseados em meus textos.

Era esse o efeito que desejava alcançar com a criação deste "diário eletrônico". Parte da missão está cumprida. Ainda tem muita gente que precisa de mais esclarecimento sobre a carreira, sobre os bastidores e sobre os meandros da mídia e da comunicação. Não sou dono da verdade, mas tenho alguma experiência para desiludir os mais deslumbrados.

Obrigado, de coração. Sem sua leitura, este blog não teria o menor sentido de existir. Porém, mesmo que eu tenha um único leitor, já me sentirei no dever de sempre manter este veículo de comunicação no ar e atualizado. Um forte abraço.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Vale a pena fazer faculdade de jornalismo?


O post de hoje é motivado pela conversa que tive com o assistente de externa que trabalha junto comigo na Lumiar Multimídia, Silas Lira. O irmão dele, Paulo Lira, sempre teve o sonho de ser jornalista.

Porém, está hesitante com a atual situação do jornalista no mercado de trabalho. O que mais o amedronta é a não obrigatoriedade do diploma. Paulo está com medo de fazer uma faculdade cujo certificado final hoje não vale para termos legais de registro profissional.

Bom, vamos por partes. Essa história do diploma é antiga. De tempos em tempos, o diploma para o exrcício do jornalismo passa a não ser necessário. Mais tarde, sempre vem uma lei que revoga a anterior e retoma a legalidade do diploma.

Essas "brechas" que acontecem periodicamente favorecem aqueles que, de alguma maneira, já estão na mídia ou pleiteiam cargos nesse ramo, mas que não se deram ao trabalho de estudar quatro anos em uma universidade séria para ter uma formação completa em comunicação.

Casos de artistas, filhos de políticos, gente famosa, ex-atletas profissionais e outras atrocidades como algumas "mulheres frutas" e diversas assistentes de palco de programas famosos. Ou seja, é a legalização da bandalheira que sempre houve na comunicação. Ou você, amigo leitor, acha que o ex-jogador e hoje comentarista esportivo da TV Bandeirantes, Neto, mostra no ar inteligência de quem fez uma faculdade?

Na realidade, muita gente sem diploma sempre trabalhou em mídia. Como a "classe" jornalística (inexistente e pouco preocupada) é muito desunida, o reflexo é ter um sindicato pouco atuante. Resultado: passe livre para a bagunça nas contratações.

O DIPLOMA É APENAS UM PEDAÇO DE PAPEL.
O IMPORTANTE É O CONHECIMENTO QUE SE ADQUIRE NA FACULDADE

Mas o sentido deste post é responder ao Paulo Lira e a tantos outros estudantes que se perguntam se ainda vale a pena fazer faculdade de jornalismo. Em minha opinião, sim, vale. A faculdade de comunicação vai abrir sua mente para várias e novas possibilidades de trabalho na área.

Não existem apenas as mídias tradicionais como rádio, televisão, jornal e revista. Hoje temos a internet, análise de redes sociais e cada vez mais o avanço em mídia training e assessorias de imprensa. Além disso, a faculdade vai trazer a você o conhecimento técnico da área. Vai ensinar como escrever um bom texto para os diversos veículos de comunicação.

Foi durante o período de faculdade que tive o primeiro contato com as mídias de forma profissional. É ali que você aprende a escrever no jornal, a falar no rádio, a aparecer na TV. Nas aulas, você pode errar à vontade. Afinal, tem um professor para orientá-lo. No mercado, não. Então, de que maneira você vai se preparar para ingressar em uma grande empresa de mídia? Fazendo a faculdade da área, claro.

Para finalizar, não podemos nos esquecer de que diversos Trabalhos de Conclusão de Curso, os famosos TCCs, acabam virando veículos efetivos de mercado, como jornais, livros, documentários e importantes temas para grandes reportagens.

Portanto, Paulo e demais interessados, as conclusões são as seguintes.

1) É bem possível que, quando você terminar a faculdade, o diploma já tenha voltado a ser obrigatório.
2) A faculdade vai abrir sua mente para novos caminhos no mercado de trabalho.
3) Na faculdade você vai aprender a escrever para os diversos tipos de mídia.
4) Na faculdade você pode errar. No mercado, não. Ali é seu espaço de aprendizado.
5) Antes de se matricular ou prestar vestibular, pesquise e veja qual a faculdade que mais tem o seu perfil e a que possui melhores condições de estudo e aprendizado.
6) Ligue nas secretarias, visite as universidades e faça aulas como ouvinte para ter certeza de que é isso mesmo o que quer.

E por fim, a mais importante das conclusões. Se você, assim como eu, alimenta o sonho de ser jornalista desde criança, corra atrás da sua felicidade. Poucas são as pessoas que, na vida, conseguem atingir a real felicidade, que é composta pelo bem-estar pessoal e profissional. Só o dinheiro não basta. É preciso fazermos também o que gostamos. A sensação interior de conquista e vitória é muito mais prazerosa do que qualquer montante de dinheiro. Reflita e tome a melhor decisão. Um forte abraço.

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quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Falta de preparo "desinforma" e prejudica a transmissão de grandes eventos

Ontem, lá pelas tantas, conversava com meu amigo e comentarista do programa Esporte na Rede, da UPTV, Alexandre Aníbal, sobre a transmissão de grandes eventos como os Jogos Pan-Americanos de 2011, em Guadalajara, no México. E o papo que tivemos motivou o conteúdo do post de hoje.

Em minha opinião, foi muito saudável que a TV Record tenha conseguido pagar pela transmissão do Pan e pelas Olimpíadas de Londres, no ano que vem. Isso tira um pouco o foco da TV Globo, que é líder incontestável de audiência no Brasil. O fato promove um outro olhar sobre o esporte e cria novas vagas aos profissionais da comunicação no (restrito) mercado de trabalho.

É louvável que uma rede de comunicação como a Record transmita o Pan. E para que o trabalho seja bem feito, é necessário dispor não apenas de recursos financeiros, mas também de profissionais preparados, com larga bagagem, boa cultura geral e gabaritados para levar ao público um evento de grandes proporções.

O segredo está no material humano. Claro que, na transmissão de um acontecimento como esses, as imagens, na maioria das vezes, falam por si sós. Mas cabe ao comunicador, locutor, jornalista, comentarista e repórter levarem ao público a informação de um modo compreensível. Isso é feito com palavras simples, muita informação e excelente conhecimento das regras dos esportes que são transmitidos.

Aníbal disse-me, com total razão, que, no Brasil, temos uma monocultura esportiva. Ou seja, aqui as pessoas só gostam, assistem, entendem e falam sobre futebol. É verdade. A grande massa brasileira é apaixonada pelo esporte bretão. Mais do que isso, é clubista. Torce só pelo time de coração, sem um sentimento nacional pela Seleção Brasileira (resposta, aliás, à atitude de muitos jogadores que vestem a "amarelinha", indiferentes ao povo brasileiro. Este tem usado a máxima: a recíproca é verdadeira).

Justamente por isso, muita gente acaba não gostando de futebol e valorizando os outros esportes que, aqui no Brasil, sofrem para conseguir apoiadores e dinheiro para se desenvolverem. Logo, quando esse público vê a transmissão dos outros esportes, não suporta ouvir termos futebolísticos.

Foi o que eu e Aníbal vimos ontem na transmissão do jogo de Handebol Masculino, entre Brasil e Venezuela, em Guadalajara. Reinaldo Gottino era o narrador. E usava termos do futebol como "na entrada da área", "dando de goleada", "golaço", "fulano fica na barreira". Não citava o nome de um jogador sequer, nem das jogadas específicas do handebol como a vaselina (lance em que o arremessador encobre o goleiro).

Pura e visível falta de preparo. Na sequência, vi uma repórter loira, alta, da qual não me lembro o nome, entrevistando as ginastas brasileiras. Falou sobre tudo, sobre a maquiagem, o cabelo, o uniforme. Tudo, menos sobre a competição, as adversárias, os movimentos. Gaguejava a cada cinco segundos. Um show de horrores.

A transmissão do Pan tem sofrido duras críticas por quem acompanha o jornalismo esportivo. E com razão. Não morro de amores pela TV Globo, nem tenho por que defendê-la mas, verdade seja dita: a emissora dos Marinho está anos-luz à frente das concorrentes em qualidade. Percebe as tendências (ou as cria) antes das outras. E nas transmissões, se não é um primor, pelo menos faz um trabalho bem aceitável.

Portanto, está mais do que claro que investimento em estrutura e modernos equipamentos não basta. A tecnologia de ponta deve ser sempre acompanhada de material humano qualificado. Gente inteligente, esforaçada, trabalhadora, talentosa. E isso ainda falta nas grandes transmissões de eventos. A Record é um bom exemplo. Um forte abraço.

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terça-feira, 18 de outubro de 2011

Fotos do programa Esporte na Rede, de 17/10

Amigos leitores. Aqui vão as fotos do programa Esporte na Rede, exibido ontem pela UPTV (www.uptv.com.br). Fizemos um programa com garra, com apenas meio time. Reinaldo Leiva, o comentarista Show de Bola, ficou preso no trânsito e não conseguiu chegar.

Luciane Bruno, nossa querida Simpatia da Bola, teve um outro compromisso profissional e também não pôde comparecer. Eu e a Enciclopédia da Bola, Alexandre Aníbal, seguramos o barco e remamos firme rumo à 25ª edição do programa. E até que o público gostou!

A atração vai ao ar toda segunda-feira, AO VIVO, a partir das 18h45. Assistam ao ER de ontem no link direto: http://www.uptv.com.br/programas.php?video=2238. Obrigado a todos os teleinternautas pelo imenso carinho da audiência. Um forte abraço.



segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Boicote, falta de informação ou simples concorrência de mercado: uma palavra sobre as notícias dos Jogos Pan-Americanos


A Rede Record é detentora da exclusividade de transmissão dos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara pela televisão aberta. Além disso, também exibe as imagens na Record News e publica fotos, vídeos e notícias no site R7. As organizações Globo, por sua vez, pagaram pela transmissão de conteúdo apenas pelo site Globo.com.

Em seus noticiários, a TV Globo pouco fala sobre esta edição do Pan, limitando-se a dar parcas notas sobre os atletas brasileiros. Prefere, claro, falar sobre o evento do qual tem o monopólio da transmissão: o Campeonato Brasileiro de futebol. Com relação a este certame (como diriam os locutores mais saudosistas), a TV Record limita-se a mostrar apenas alguns minutos de gols (cedidos obrigatoriamente por lei pela detentora da exclusividade).

A prática é bastante comum no meio midiático. Quem transmite determinado evento procura exaltá-lo da melhor maneira. E a concorrência faz de conta que ele não existe. Há quem julgue o fato como uma falta de respeito ao público. Eu entendo como concorrência natural de mercado. A empresa vende o produto que possui.

Entendo que, neste caso, o público não fica privado da informação, já que, de uma ou outra maneira, uma emissora de televisão aberta transmite o evento e as notícias referentes a ele. Basta mudar de canal. O povo tem essa opção. Porém, o monopólio nunca é bom. Limita o modo como o público vai receber as notícias, já que são transmitidas apenas pelo olhar de quem detém os direitos de exclusividade. Nem boicote, nem falta de informação. Livre (mas discutível) concorrência capitalista.

Para você, amigo leitor, é importante que uma coisa fique muito clara. Nenhum órgão de comunicação está efetivamente preocupado com o modo como você vai receber as informações. A qualidade da notícia, a maneira mais correta de se fazer jornalismo, a ética, o pensamento no público são as últimas coisas que passam pelas mentes dos proprietários das empresas do ramo.

O primeiro pensamento dos empresários é comercial. "Como vamos ganhar dinheiro"? Isso vem em primeiro lugar. Depois vem a qualidade, a ética, o respeito ao profissional, ao jornalismo, ao público. O dinheiro é o carro-chefe dessas empresas. A grana manda. Dita as regras. E ponto.

Portanto, não tenha a ilusão de que os fatos são transmitidos pensando em você, leitor. Não são. Os diretores miram audiência, anunciantes, vendas e faturamento. Essa é a grande razão de ser dos monopólios. Caso contrário, a livre concorrência impediria que eles existissem e democratizaria a informação, que é um direito de todos.

Tenha muito claro que o dinheiro sempre virá em primeiro lugar na cabeça dos grandes diretores de mídia. Eles nem sequer são capazes de julgar o que o público realmente gostaria de ver, ler ou ouvir. Fosse assim e teríamos um país melhor, mais bem informado. E emissoras de televisão aberta com programação de qualidade. Não é, nem de longe, o que vemos hoje em dia. Um forte abraço.

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sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Web TV: dá para confiar nesse novo tipo de mídia?


Geralmente, você, amigo leitor, chega cansado do trabalho, por volta das 18h30 ou 19h em casa. Depois de passar pela porta da sala e tirar o sapato, qual a primeira coisa que faz? Provavelmente, liga a TV. E, quase sempre, ela está previamente sintonizada na TV Globo.

À noite, depois de uma exaustiva jornada e com o jantar posicionado num prato sobre as pernas, é hora de ver alguns programas, relaxar, beber uma cerveja e curtir as atrações da telinha, ao sabor da vontade dos dedos que tocam o controle remoto.

Esse é um hábito sedimentado na sociedade brasileira, com perfil notadamente televisivo. O brasileiro é um consumidor quase compulsivo da TV (principalmente dos canais abertos), além de ser visivelmente influenciado por esse meio de comunicação.

A TV por assinatura cresceu muito em território nacional, oferecendo novas possibilidades de conteúdo, com uma gama enorme de canais. Ainda assim, existem alguns momentos em que você procura algo de bom para ver e não encontra? Se a resposta for sim, não se preocupe. Você não está sozinho. Isso acontece porque o comportamento do brasileiro está mudando.

Ainda falta à televisão algo importante. Seres humanos vivem em sociedade. Logo, necessitam de relações sociais. A TV não traz ao telespectador a interatividade que ele procura. O consumidor televisivo está deixando de ser passivo. Ele quer atuar mais, ter voz ativa, interferir diretamente na programação, fazer perguntas a artistas, celebridades, apresentadores de telejornal.

Por isso, muitas vezes, quando o telespectador se sente enfadado da TV, prontamente liga o computador e consegue, na internet, interatividade e relacionamento social ativo. É aí que ganham espaço as redes sociais, os programas de bate-papo e a web TV (televisão por internet).

A Web TV é uma alternativa à programação da televisão convencional. Mais do que isso, traz interatividade em tempo real com o público. No entanto, esse crescente veículo de comunicação ainda é visto com desconfiança por parte do público e de empresários (anunciantes). Com certa razão.

Muitas emissoras via web têm uma estrutura precária. Arrumam qualquer espaço para chamar de estúdio. Os cenários geralmente são fixos e acabam sendo utilizados por diversos programas, o que cansa quem está assistindo. Esse tipo de atitude antiprofissional causa o desinteresse do empresariado em investir.

A Web TV deve, literalmente, ser uma emissora de televisão dentro da internet. Fazer TV custa caro. É necessário montar boa estrtutura, ter equipamentos adequados, estúdio que ofereça várias possibilidades de gravação. Há algumas poucas que fazem isso. Essas sim, merecem atenção.

A vantagem da Web TV deve estar na concessão. As emissoras de TV "normais" precisam de concessão do governo federal para colocarem a programação no ar. As Web TVs não precisam de concessão. E essa não obrigatoriedade deveria servir de estímulo para favorecer a produção de programas variados e produzidos em condições adequadas e não significar economia de gastos e investimentos.

Ainda assim, a Web TV é uma mídia crescente, que deve gerar frutos brevemente. Se você procurar bem, vai encontrar programas de excelente qualidade. Nesses, dá para confiar. Tem que ter gente séria e talentosa produzindo a atração. Com credibilidade e uma imagem solidificada no mercado, esse tipo de programa atrairá recursos naturalmente. Um forte abraço.

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quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Como montar uma boa equipe de trabalho


Alguns jornalistas que ocupam cargos de chefia são responsáveis por montar uma equipe de trabalho. Uma tarefa árdua e não tão simples. Jornalistas não são profissionais de Recursos Humanos. Por isso, nem sempre avaliarão corretamente os perfis das pessoas que se encaixam perfeitamente no time.

Para que uma boa equipe seja montada, alguns itens são fundamentais. Primeiramente, você deve encontrar pessoas que tenham afinidade com seu modo de trabalhar. Elas devem complementar seu raciocínio e, em algum ponto, pensarem de modo parecido ao seu. Assim, elas confiarão mais facilmente em seu trabalho. E confiança no trabalho é essencial para que um projeto dê certo.

A escolha também passa por pessoas leais, que vão respeitar a liderança e a hierarquia, mesmo que não concordem com algumas decisões. A lealdade fará com que os subordinados "corram pelo time" e se esforcem ao máximo para conquistar um bem coletivo e não apenas alcançar metas individuais.

A lealdade também fará com que essas pessoas não tentem, sorrateiramente, puxar o tapete umas das outras. A inveja e o egoísmo são grandes pedras no sapato para que um líder administre a equipe. Tais sentimentos contribuem para o desabamento do time, a perda de confiança no projeto e a dificuldade em melhorar a produtividade de maneira acertada e satisfatória.

Mas engana-se quem pensa que um chefe deve contratar apenas pessoas submissas. Submissão não tem nada a ver com lealdade. Submissão excessiva significa também, muitas vezes, raciocínio lento, preguiçoso e falta de pró-atividade.

Os funcionários devem ter, em algum grau, espírito de liderança. Isso faz com que também tomem atitudes e decisões na ausência do líder e consigam resolver certos problemas de trabalho. Essas pessoas costumam ser mais pró-ativas e lidam melhor com imprevistos e situações em que precisam improvisar.

Melhor será se seus funcionários forem também seus amigos. Mas isso não é uma prerrogativa para que o trabalho dê certo. O brasileiro, geralmente, tem o péssimo hábito de misturar sentimento com a parte profissional. Existem ótimas pessoas que são péssimas profissionais e péssimas pessoas que são ótimas profissionais.

O que não pode é misturar as duas e envolver sentimento ou amizade com a parte profissional. Para que uma empresa tenha lucro e o projeto sucesso, a segunda deve sempre prevalecer. No entanto, fazendo entrevistas, olhando nos olhos dos postulantes aos cargos, você conseguirá identificar quem pode ser, ao mesmo tempo, um ótimo profissional e um grande amigo. Um forte abraço.

terça-feira, 11 de outubro de 2011

Fotos do programa Esporte na Rede, com Sandro Gaúcho

Ontem o Esporte na Rede recebeu o ex-centroavante e atual técnico de futebol, Sandro Gaúcho, eterno ídolo do Esporte Clube Santo André. Foi um gostoso bate-papo sobre Brasileirão, Seleção Brasileira, Fórmula-1 e a Copa do Brasil de 2004, vencida pelo Ramalhão.

Abaixo seguem as fotos de bastidores. O Esporte na Rede vai ao ar toda segunda-feira, AO VIVO, pela UPTV (www.uptv.com.br). Veja o programa na íntegra acessando o vídeo abaixo. Um forte abraço!

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segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Jornalismo especializado oferece boas oportunidades de emprego


Sempre digo aqui que o mercado de trabalho em comunicação é concorrido, disputado, estrangulado. Poucas vagas e muitos profissionais formando-se todos os anos. Salários baixos e jornadas exploratórias. Estagiários substituindo profissionais em redações.

O cenário aparentemente caótico sugere que não há solução viável para esse tipo de problema. Mas há sim, uma luz no fim do túnel e, como digo, não é o trem vindo ao contrário. Existe um nicho do jornalismo ainda pouco explorado e relativamente rejeitado pelos jornalistas. Trata-se do jornalismo segmentado.

Existem diversos veículos de comunicação voltados ao jornalismo especializado. Emissoras de TV locais ou regionais, jornais de bairro ou de empresas e revistas segmentadas para todos os tipos de assunto, gêneros e gostos.

Muitos profissionais da comunicação não conhecem esse tipo de publicação ou mesmo "rejeitam" trabalhar neles. Isso está condicionado ainda à visão romântica ou glamourizada do jornalismo, arraigada nas mentes de vários estudantes universitários.

A visão romântica prega que o jornalismo deve ser essencialmente investigativo. E que o sucesso está condicionado a grandes furos de reportagem, como a descoberta de escândalos. Já a visão glamourizada refere-se, geralmente, ao sucesso na mídia eletrônica, principalmente a televisão.

Hoje, fazer bom jornalismo significa menos furo de reportagem e mais prestação de serviços. Significa mais análise e menos factual (principalmente em jornais impressos). Linguagem mais popular e menos "hard news".

Normalmente, o jornalista que se especializa em determinado assunto pouco comum nas redações, ganha melhores salários, tem melhor qualidade de vida (já que a periodicidade desses veículos é mais branda) e torna-se referência no assunto, podendo até mesmo agregar renda extra com palestras e consultorias.

Especializar-se requer preparo. É sempre bom fazer cursos, viajar, conhecer mais de um idioma, além do português. E não é todo mundo que tem disposição para isso. No entanto, vale a pena. É uma possibilidade de ingressar em um mercado de trabalho tão concorrido como é o da comunicação. Um forte abraço.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Jornalismo é lucrativo para os veículos de comunicação


Alguns meios de comunicação sempre difundiram o pensamento de que o jornalismo só trazia prejuízos para as empresas do setor. Alegavam que pouca gente queria anunciar nos intervalos comerciais dos telejornais. Como os jornalistas normalmente não podem fazer merchandising, seria, em tese, pouco atraente para as empresas.

Além disso, sempre se vendeu a imagem de que o jornalismo é crítico demais. E ninguém quer pagar para correr o risco de, mais tarde, ser criticado por conta de determinada crise. Ou por, de repente, prejudicar a imagem de algo que a empresa patrocine. Enfim, seja qual fosse a argumentação, as empresas de comunicação sempre alegaram que o jornalismo dava prejuízo à arrecadação e ao departamento comercial.

Mentira deslavada. A reportagem de Anderson Scardoelli, publicada ontem no site Comunique-se, revela que o jornalismo pode faturar muito dinheiro para um veículo de comunicação. Sem divulgar números, ele revela que "o jornalismo e a dramaturgia são os núcleos que mais geram receita para a TV Globo".

A informação é do diretor geral da emissora, Octávio Florisbal. São as duas principais fontes de receita da casa. Ainda segundo a reportagem, "atrás do jornalismo e dos folhetins produzidos pela Globo, o departamento de esportes é o que mais arrecada. Os shows e outras atrações de entretenimento e variedades, incluindo seriados e programas esporádicos somam a quarta força de arrecadação do canal".

Ou seja, jornalismo só dá prejuízo para empresa picareta. Para empresa cuja direção é incompetente, que aposta em profissionais mal preparados, que enche a redação de estagiários e que não sabe vender, ou melhor, FAZER, um bom produto. Jornalismo feito com seriedade e credibilidade vende e fatura, como o próprio Florisbal confirmou.

Porém, jornalismo demanda investimento pesado. Fazer cobertura de notícias é dispendioso. Precisa ter bons equipamentos, montar grandes equipes de reportagem e, acima de tudo, contar com profissionais gabaritados, experientes e donos de excelente bagagem, reputação e imagem.

Quando se faz isso de modo sério, sem achar que um bando de estagiários vai resolver o problema de produtividade de determinada empresa, já é um passo para construir um produto de boa qualidade, que poderá ser comercializado com facilidade.

Scardoelli ainda escreve que, "dividido entre conteúdo local e nacional, a Globo dedica cerca de cinco horas diárias da sua programação para o jornalismo. Ao todo, nove noticiários são produzidos por dia pelas duas principais geradoras de conteúdo da rede: São Paulo e Rio de Janeiro".

Por isso, considero a TV Globo anos-luz de distância à frente da concorrência. Não tem a reputação totalmente imaculada, pois alguns fatos, como a "cobertura" das "Diretas Já" e o famigerado compacto do debate entre Collor e Lula, em 1989, exibido durante uma edição do Jornal Nacional, editado de forma suspeita, mancharam um pouco o jornalismo da emissora.

No entanto, foram fatos pontuais. Nada disso impediu que, hoje, a TV Globo tenha com o jornalismo o mesmo faturamento de suas tão renomadas e endeusadas novelas. Amigos empresários, dá para ter lucro com jornalismo e com o esporte. Não tenham medo. Invistam! Um forte abraço.

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quarta-feira, 5 de outubro de 2011

A cobertura jornalística de eventos internacionais


No próximo dia 14/10, começam os Jogos Pan-Americanos de Guadalajara, no México. A rede de comunicação Record é a detentora exclusiva dos direitos de transmissão do evento para o Brasil.

Segundo reportagem de Anderson Scardoelli, publicada no site Comunique-se, a empresa vai levar 230 profissionais para a cobertura do evento. Destes, 67 serão jornalistas. Eles estarão divididos em Rede Record de Televisão, site R7 e canal Record News. Um verdadeiro exército.

Assim como os outros profissionais, eles trabalharão diuturnamente para fazer uma cobertura exemplar e com a melhor qualidade possível. A razão? Aproveitar a exclusividade para desbancar a TV Globo na audiência.

Por isso, algumas competições importantes disputadas por brasileiros tiveram seus horários alterados para concorrerem com as novelas e os principais programas da emissora da família Marinho.

Isso posto, vamos ao que interessa. Em todas as entrevistas que realizei aqui no blog, sempre perguntei aos colegas como era cobrir um evento de grande porte como a Copa do Mundo, as Olimpíadas e o Pan.

Eles foram unânimes ao dizer que tinham muito trabalho, viviam numa correria frenética e quase não havia tempo para descansar ou mesmo dormir. Entrevistas todos os dias, reportagens especiais, edição de material, um verdadeiro sufoco! Mesmo assim, todos demonstraram grande satisfação em fazer parte de uma equipe que, um dia, cobriu essas competições.

Para que você, amigo leitor, entenda melhor a cobertura de um evento desse porte, sugiro a leitura do livro "Nos Bastidores do Jornalismo Esportivo", de Marcos Linhares. O autor retrata exatamente isso e traz entrevistas com os melhores profissionais do meio. Segue sinopse do livro e seu autor pelo site Observatório da Imprensa".

"Nos bastidores do jornalismo esportivo desnuda o mundo dos correspondentes internacionais. O jornalista Marcos Linhares cobriu os Jogos Pan-Americanos de Santo Domingo, em 2003, e as Olimpíadas de Atenas, em 2004. Sempre que pôde fez entrevistas reveladoras com jornalistas brasileiros e de outros países, que também cobriam eventos internacionais. Tais depoimentos mostram a dura rotina, os sacrifícios pessoais e algumas gafes que eles passaram, revelando o mundo desses profissionais da comunicação. O livro presenteia o leitor com a opinião do autor e de convidados dos bastidores do Pan de Santo Domingo e das Olimpíadas de Atenas".

O LIVRO DE MARCOS LINHARES

O autor

"Marcos Linhares é jornalista, radialista, professor, tradutor e escritor. Trabalhou como repórter para vários veículos em Brasília: Sportv (Globosat), caderno "Torcida" do Jornal de Brasília, revista Classe A, TV Record (Cidade Alerta e Jornal da Record-2ª.edição), 104 FM, TV Brasília, Painel Brasil TV e site Comunique-se.

Foi idealizador e âncora do programa Educa, Brasil (Band e depois TV Brasília) e diretor de redação das publicações Saúde Agora e O Magistrado em Revista. É o diretor-executivo da Redactor Assessoria e Comunicação, coordenador de comunicação da ONG Missão Criança, presidente do Instituto de Estudos Sociais Comparados, Tem um videoblog em www.painelbrasil.tv".

Leitura mais do que agradável. Definitivamente, prazerosa. Para se ter uma ideia da estrutura mobilizada para os jogos de Guadalajara, a TV Record vai transmitir oito horas de programação esportiva diária relacionadas às diversas modalidades do Pan. Já o site R7 fará 12 horas de cobertura e, por fim, a Record News exibirá 22 horas de programação, com competições ao vivo, reprises e programas especiais.

Segundo o site Comunique-se, "a Record reservou espaço de 750m² no centro de imprensa. A emissora pretende operar 24 horas por dia, alimentada por ampla estrutura técnica, que inclui apoio de três satélites exclusivos e transmissão em HD. Parte desse investimento logístico será bancado com a venda de 11 cotas de patrocínio, no valor de R$ 124 milhões cada".

Números astronômicos, nos quais a emissora do bispo Edir Macedo aposta para fazer frente a "Toda Poderosa" TV Globo. No final, quem vai receber a medalha de ouro da audiência? Globo ou Record? O Pan ou as novelas? A briga será boa. Um forte abraço.

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Fotos do programa Esporte na Rede, de 03/10 - Caras e bocas

Aqui estão as fotos do programa Esporte na Rede de ontem, dia 03/10. Dessa vez, o Gepeto, nosso câmera e fotógrafo, caprichou e flagrou muitas caras (caretas, na verdade) e bocas da equipe do ER. Falamos sobre Seleção Brasileira, Brasileirão e Fórmula-1. A atração vai ao ar toda segunda-feira, às 18h45, AO VIVO, pela UPTV (www.uptv.com.br). Um forte abraço.

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