segunda-feira, 28 de março de 2011

A Rádio Estadão/ESPN e o mercado de trabalho


A Rádio Estadão/ESPN estreou ontem. Sou suspeito para falar dos profissionais que lá trabalham, pois sempre fui fã quase incondicional dos jornalistas da ESPN, como é do conhecimento dos leitores deste blog.
A criação dessa rádio, que ocupa o lugar da Rádio Eldorado/ESPN, levanta uma questão interessante.

Você já reparou que muitos jornalistas de TV começaram a ser contratados também por rádios? Aqui temos João Palomino, Cledi Oliveira, Paulo Soares, PVC, Mauro Cezar Pereira, Leonardo Bertozzi, entre outros. Na Rádio Globo, já tinha trabalhado Carlos Ceretto. Pois bem. Isso tem uma explicação.

O rádio é uma mídia que, nos tempos modernos, vem perdendo muito espaço. Isso porque hoje, a imagem tomou conta da sociedade. Tudo é imagem. Até mesmo no carro, local em que o rádio predominava, já é possível ver a imagem de um DVD ou mesmo instalar um receptor de TV Digital, em algumas capitais brasileiras.

Trazer jornalistas da TV para o rádio é uma tentativa de resgatar a audiência desse meio de comunicação, hoje meio esquecido. O contrário também acontece. Oscar Ulysses e Paulo Julio Clement, ambos da Rádio Globo, atuaram no SporTV.

Já que a massa se identifica com a televisão, é só levar os jornalistas da telinha para as ondas sonoras. E vice-versa. Garantia de audiência? Nem sempre. Mas a ideia é boa. Para as empresas, claro.

Como sou um ferrenho defensor da abertura dos espaços no mercado de trabalho, entendo que essa medida torna ainda mais difícil a contratação de novos jornalistas no setor esportivo. Sou a favor da manobra por causa da boa qualidade e, ao mesmo tempo, contra por causa do estrangulamento do mercado. Se tivesse de escolher um dos dois, fico do lado da mão-de-obra que tanto precisa sustentar casa, família ou pagar as contas. Portanto, contra.

É uma pena que alguns projetos novos aconteçam e velhas caras sejam colocadas neles. É preciso renovar, dar oportunidade a quem tem talento. Não digo que isso não aconteça, mas ocorre numa proporção bem menor do que todos gostaríamos. Jornalistas com três empregos tiram pelo menos duas vagas do mercado.

De qualquer forma, desejo que a Rádio tenha muita sorte, vida longa e transmita grandes eventos esportivos. Não tenho dúvida de que será um sucesso. Fiquei arrepiado ao ouvir quando entrou no ar. Só coloco esse ponto e vírgula do mercado. Jornalistas ocupando várias vagas de emprego são um câncer da mídia em geral e não apenas da Estadão/ESPN. Um forte abraço.

4 comentários:

  1. De qualquer forma, desejo que a Rádio tenha muita sorte, vida longa e transmita grandes eventos esportivos. Não tenho dúvida de que será um sucesso. Arrepeie-me quando ouvi o veículo etrar no ar. Só coloco esse ponto e vírgula. Mas essa é um câncer da mídia em geral e não apenas da Estadão/ESPN.

    Desculpa " juro " que não entendi a ultima
    parte !

    ResponderExcluir
  2. Este comentário foi removido pelo autor.

    ResponderExcluir
  3. Desculpe... digitei rápido demais esta manhã. Fora o sono... kkkkkk. Mas agora já esclareci. Acho que dá pra entender. Leia de novo e diga-me se ficou claro. Um abraço.

    ResponderExcluir
  4. Legal, agora sim. Parabéns pelo seus textos, estava mesmo esperando algum comentário sobre a nova rádio. Já gostava quando era Eldorado/Espn porque me lembrava os tempos de criança em que dormia ouvindo os jogos narrados por Osmar Santos e Fiori Gigliotti e depois ouvia os comentários no plantão Final e as imitações no Show de Rádio da Bandeirantes

    ResponderExcluir