sábado, 10 de março de 2012

Não podemos abraçar o mundo


Se você, amigo leitor, não convive com um jornalista, quando vir um, reconhecerá na hora. Via de regra, jornalistas são pessoas que vivem apressadas, andam de um lado para outro inquietos, têm pouco tempo para dar atenção a quem quer falar com eles, estão sempre perocupados com algum evento ou em fechar uma reportagem sobre determinado assunto.

Ficam sempre ansiosos à espera de ligações de fontes e de confirmações para poderem dar andamento ao seu trabalho. Para piorar (ou aguentar) o ritmo estressante e a inquietação, muitos bebem litros de café ou fumam dezenas de cigarros (ou fazem os dois ao mesmo tempo!).

Com as longas jornadas e os baixos salários pagos na concorrência do mercado, muitos profissionais (de todas as áreas, não apenas do meio jornalístico) procuram ter mais de um emprego. Como as exigências e as pressões são grandes em todos os cargos da área midiática, o desgaste é inevitável.

Estresse demais pode colocar a saúde em risco. Aumenta as chances de doenças cardíacas, estomacais, renais e psicológicas. Quando isso começa a acontecer, não só o jornalista, mas qualquer um que apresente os sintomas, deve ter uma realidade na mente: não podemos abraçar o mundo! Ele é muito grande e nossos braços não conseguem se fechar.

É hora de rever os benefícios e malefícios dos vários empregos que você tem. É o momento de tomar uma dura decisão e optar por apenas um deles. Temos de admitir que não somos heróis e temos limitações físicas e psíquicas. Ninguém sobrevive ao "workaholiquismo". Os dias passam a ser curtos demais, falta tempo suficiente para a execução das tarefas ordinárias e a pessoa começa a "entrar em parafuso", querendo dar conta de tudo e ser ainda mais apressada.

Impossível. Se isso acontecer com você, pare e reflita. Eleja suas prioridades e dê importância ao que realmente faz diferença em sua vida (não me venha com essa de que TUDO faz a diferença! Não faz, não, admita! Basta pensar direito!). A condição humana não permite o abraço de uma só pessoa ao planeta Terra. O mundo só pode ser abraçado por muitos braços juntos.

Cada escolha é uma renúncia. É verdade. Mas é melhor renunciar a algum trabalho do que renunciar à saúde mais tarde. Meu chefe costuma dizer assim: "cuide da vaquinha mais importante, que é aquela que lhe dá o leite. Alimente ela com pasto de boa qualidade. No mais, elimine os outros "penduricalhos". Eles só atrapalham". Ele tem toda razão. Um forte abraço.

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