quarta-feira, 11 de janeiro de 2012
A recomendação da Acerj e a diferença das redes sociais em nossas vidas
A Acerj (Associação dos Cronistas Esportivos do Rio de Janeiro) definiu, em reunião realizada ontem, que vai punir jornalistas que comemorarem gols no gramado durante o Campeonato Estadual do Rio de Janeiro. Coincidência ou não, a decisão aconteceu depois da polêmica envolvendo o repórter Eric Faria (foto), da TV Globo, ao comemorar um gol do Vasco da Gama contra o Fluminense na penúltima rodada do Campeonato Brasileiro do ano passado.
Segundo a assessoria de imprensa da Ferj (Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro), tal resolução não foi motivada pelo caso de Eric, mas sim por causa de vários repórteres de rádio que sempre exageraram nas comemorações, inclusive com pulos e berros. A assessoria ainda não soube informar de modo claro qual seria o tipo de punição aos profissionais.
O mais engraçado é que tal proibição não está no conjunto de normas da imprensa publicadas no site da Acerj. Lá existem várias orientações de comportamento para os repórteres. Ainda segundo a assessoria, as comemorações estariam trazendo constrangimentos no relacionamento das emissoras de rádio com os torcedores.
Esse é o resumo da notícia, extraído do portal de notícias UOL. A análise é minha. Vamos lá. Sempre defendi que um jornalista esportivo não deve torcer ou assumir seu time de coração em público. Hoje em dia, isso significa segurança pessoal, já que muitos torcedores (?) agem com violência contra simpatizantes de times rivais.
Vários entrevistados deste blog disseram não assumir a equipe para a qual torcem por medo de sofrerem retaliações de alguns marginais travestidos de fãs de futebol. Outros assumem o time de coração abertamente e enxergam na atitude uma maneira de serem ainda mais honestos com o público e consigo mesmos. Ou seja, o posicionamento que o jornalista assume é uma decisão particular, pessoal, nada tendo a ver com o profissional.
Tudo bem que todo jornalista esportivo é, antes do profissional, um torcedor. Aliás, via de regra, é isso que o leva a trabalhar no esporte. Mas fazer isso durante o trabalho não combina, não cabe, destrói a isenção e soa de maneira antiética. Nesse aspecto, o jornalista tem de torcer para o seu trabalho e não para os times que estão em campo.
Não sei exatamente o que moveu a Acerj a dar tal recomendação aos jornalistas, mas uma coisa é certa. No mundo moderno, as redes sociais fazem uma diferença gritante. As pessoas públicas não dão um passo sem que alguém as mencione no twitter, facebook ou orkut. No caso de Eric Faria, a repercussão da comemoração foi imensa. O repórter da TV Globo "ouviu" duras críticas e sonoros elogios. Não importa. O episódio foi assunto muito comentado nas tais redes sociais.
É preciso que saibamos lidar com essa novidade tecnológica. Devemos ter cuidado. Estarmos sempre antenados a tudo o que acontece e tentarmos agir da melhor forma possível nessa "televisão" que virou o globo terrestre. Hoje, todo mundo sabe de tudo, todo mundo vê tudo. Existem câmeras de segurança nos lugares em que você menos imagina. Elas revelam nossos passos e movimentos.
Há quem saiba tirar proveito disso e canalizar as redes até para propagandas pessoais. Mas também há quem se morda de raiva toda vez que é flagrado em alguma situação constrangedora que vai parar na internet. A Acerj fez uma recomendação que, na verdade, deveria ser fruto do bom senso de todos. E se os profissionais a seguirem à risca, as redes sociais vão perder um pouquinho do assunto. Só um pouquinho, pois neste novo universo tem muitas outras coisas para se comentar. Um forte abraço.
Facebook: Leandro Martins
Twitter: @leandropress
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Gosto do seu ponto de vista e concordo pelo lado da segurança do indivíduo. Tirando isso não vejo problemas das pessoas assumirem seu time. Achei errado a comemoração do Eric pois ele estava trabalhando e deveria ter uma postura profissional, se fosse narrador esportivo e desse uma enfase maior a gol do time x ou y eu entenderia, o Luciano do Valle faz isso, o Galvão então nem se fala. Mas reporter de campo comemorar gol é uma piada e um desrespeito, faltou ética profissional.
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