terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Fotos do programa Esporte na Rede, de 30/01/2012

Olá, amigo leitor e teleinternauta do programa Esporte na Rede! Ontem voltamos com nossa atração AO VIVO, no horário de costume, 18h45, na UPTV (www.uptv.com.br). Com estúdio mais amplo e cenário reformulado (veja as fotos abaixo), começamos falando de Copa Libertadores da América e Paulistão!

Ainda estamos com ajustes finais no áudio, por isso não ficou 100%, mas já estamos trabalhando duro pra resolver isso. Então, não se esqueça! Toda segunda-feira temos um encontro marcado com você! Esporte na Rede é análise esportiva de qualidade! Um forte abraço.










sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

O caso Vanusa e os limites da invasão de privacidade



Não é novidade que a cantora Vanusa está internada há cerca de dois meses em uma clínica de reabilitação para o tratamento de depressão, no interior de São Paulo. Pelo menos, essa é a versão oficial da família. Vanusa tem ficado mais conhecida por esquecer as letras das músicas do que por seu belo trabalho nos tempos áureos da Jovem Guarda. Os esquecimentos viraram motivo de piada na internet quando, certa vez, a  cantora errou a letra do Hino Nacional em pleno Congresso.

Segundo Vanusa, os motivos dos esquecimentos são a depressão e a solidão que a carreira trouxe, já que, nas viagens para shows e eventos, sempre ficava sozinha. Por isso, a internação. Quem tem o mínimo de bom senso sabe que, quando qualquer pessoa passa por uma situação delicada como essa, a última coisa que ela quer é expor sua debilitada imagem na mídia.

Porém, alguns órgãos de imprensa são verdadeiros abutres à espera da carniça. Tem gente que diz que os jornalistas adoram uma carnificina, um desastre, para dar mais sensacionalismo às reportagens (nesse viés, o desabamento dos prédios no Rio de Janeiro tem sido um prato cheio para muito colegas de profissão!).

Tudo na vida deve ter limites. Mas tem gente que os ultrapassa constantemente. Segundo dois filhos de Vanusa, membros do programa "Muito +", da TV Bandeirantes, apresentado por Adriane Galisteu, "forçaram a barra" numa tentativa de entrevistar a cantora.

Aretha Marcos e Rafael Vanucci disseram que a equipe do programa usou seus nomes para conseguir entrar na clínica e entrevistar médicos e outros profissionais. De acordo com o rapaz, as pessoas ligadas à atração teriam simulado até um telefonema para ele, numa tentativa de mostrar aos responsáveis pela clínica que teriam autorização dos filhos da cantora para conversar com ela.

A produção do programa ainda teria dito que a divulgação na mídia faria propaganda espontânea da clínica e que seria bom para o estabelecimento. Segundo os colunistas de internet, a emissora foi procurada e não quis comentar o episódio.

Os filhos disseram que Vanusa teve uma crise nervosa depois do ocorrido e precisou ser medicada. Como a emissora não quis se pronunciar, não podemos acusar ninguém sem provas, mas a riqueza de detalhes exposta por Aretha e Rafael sugere que a situação tenha sido, de fato, a relatada por eles.

Se isso aconteceu mesmo, manifesto meu profundo pesar pela equipe do programa. Já sabemos que esse tipo de "atração" (que não atrai nem um pouco quem gosta de ver coisa boa na TV) não faz jornalismo e sim, entretenimento. Mas invadir a vida das pessoas e ainda usar de mentiras para conseguir uma declaração sensacionalista é o fim dos tempos. Por essas e outras, sinto, de quando em quando, imensa vergonha alheia por fazer parte da mídia.

Isso não é jornalismo, nem entretenimento. É crime! É invadir a vida das pessoas! É a briga pela audiência bombástica a qualquer preço! Muita gente sempre reclamou (com razão) que a RedeTV! seguia essa conduta em programas como "Pânico Na TV" e "A Tarde é Sua", de Sônia Abrão. Mas a Band, ultimamente, não está deixando nada a desejar nesse aspecto. Já fez uma edição tendenciosa no programa "Mulheres Ricas" (leia post abaixo) e, agora, este episódio com o "Muito +".

Esse tipo de coisa denigre a imagem e a credibilidade da própria mídia perante o público. Os mais leigos não fazem distinção entre emissoras e programas. Para eles, "tudo é mídia". E, com tais atitudes, jogam na lama também a imagem de gente séria, que procura sempre fazer um trabalho correto, dentro da ética e do bom senso.

Por isso, defendo cada vez mais a TV por assinatura a um custo acessível à população de baixa renda. E é importante lembrar: mesmo os televisores mais antigos, que não possuem controle remoto, têm um seletor de canais. Não engula tudo de bate-pronto. Use o controle e o seletor! Ou o botão de desligar mesmo! Busque alternativas de programação como canais pela internet. Ou leia um livro. Você tem sempre uma escolha. Um forte abraço.

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quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Quando a edição pode causar danos ao conteúdo da mídia


Para quem não está acostumado com os jargões e termos jornalísticos, explico: o editor é a peça fundamental de uma reportagem, de um anúncio publicitário, de uma foto, de uma entrevista na rádio ou de qualquer programa de televisão.

Como o próprio nome diz, editor é a pessoa que edita, isto é, dá o acabamento, a cara final do produto midiático. O editor pode ser de texto, de conteúdo, de arte, de imagem e de áudio. Em todos os casos, esse profissional é importantíssimo.

Por exemplo, em mídia impressa, o editor de texto checa a veracidade das informações da reportagem e questiona sempre o repórter sobre a verdade daquilo que está escrito. O editor de imagem trata as fotos e escolhe as que melhor representam aquilo que o repórter transmitiu em seu texto.

Já o editor de arte faz infográficos, ilustrações e artes para dar apoio ao texto. E quando o anúncio publicitário não vem pronto da agência, é esse profissional que vai desenvolver uma arte para fazer a propaganda de um produto no veículo. Em rádio e televisão, o editor precisa ser extremamente criativo para usar efeitos especiais nas reportagens, músicas e outros recursos para torná-las atraentes ao público.

O editor de conteúdo, nesse contexto, tem função fundamental. Tanto na mídia impressa como no rádio e na TV, ele precisa tomar muito cuidado para que as informações contidas no produto sejam verdadeiras ou estejam apoiadas em declarações que as sustentem. Esse profissional é o responsável direto por tudo o que é publicado ou vai ao ar.

Por isso, é preciso ter atenção e, acima de tudo, agir de boa fé para não alterar o sentido das declarações dadas pelos entrevistados ou personagens e transmitir uma ideia ou informação diferente da original. Por exemplo, suponhamos que, na reportagem, o repórter escreve um texto sobre a opinião de um entrevistado sobre um prato em um restaurante.

Na entrevista na íntegra, o convidado diz assim. "Eu gostei muito". Por uma questão de espaço, cada tipo de mídia vai tratar a declaração de uma forma. A mídia impressa costuma ter mais espaço e pode publicar a frase tal como foi dita. No rádio, pode ser que o editor "corte" a palavra "muito" e deixe o entrevistado falando: "Eu gostei".

E na TV, no curto tempo que existe para a exibição de conteúdo, o editor pode "cortar" as palavras "muito" e "eu" e deixar apenas a declaração "gostei". Em todas elas, o sentido do que o entrevistado disse não foi alterado. Mas, suponhamos que a declaração fosse oposta: "Eu não gostei". Se na TV aparecer apenas a palavra "gostei", o sentido da declaração foi brutalmente modificado e, mais do que isso, invertido.

Tem editor de fotografia que, para denegrir a imagem de um político que seja rival ao pensamento do dono do jornal, por exemplo, publica uma foto dele limpando o suor na testa ou com o dedo no nariz.

Infelizmente, muita gente na mídia usa destes expedientes de má fé, apenas para dar apoio à sua reportagem e não ao que disse o personagem. Isso vale para qualquer matéria escrita ou falada ou qualquer programa de rádio ou televisão. E por isso também muita gente tem raiva e não fala com a imprensa.

Certa vez, em meu perfil do Facebook, fiz uma crítica ao programa da TV Bandeirantes, Mulheres Ricas. Critiquei a postura da piloto de Fórmula Truck, Débora Rodrigues, que, ao comparar o valor de uma moto da marca BMW (que custava 90 mil reais) com o de um carro popular, disse: "Puxa, 90 paus... É o preço de um carro popular hein." Eu disse que, para um carro popular custar 90 mil reais, só se fosse o carro popular dela.

Débora me respondeu na própria rede social e disse que sua fala foi editada, pois na sequência, ela mesma se corrigiu e disse: "um não, uns carros populares né". Leia a resposta dela à minha crítica. "Quanto ao valor da moto eu brinquei depois dizendo "uns carros" mas na edição cortaram e você com 7 anos de jornalismo sabe que isso acontece!!!"

Infelizmente, sei. Mas sempre tento acreditar que as pessoas são profissionais e podem fazer um trabalho correto. Tentei contato com a edição do programa para repercutir a declaração, mas não obtive sucesso. Respondi à Débora que, se isso aconteceu de fato, ela deveria procurar a direção do programa e relatar o ocorrido, pois o sentido do que ela disse foi alterado. Mais do que isso, passou uma imagem de soberba, que não combina com Débora, notadamente a mais simples e pé-no-chão entre as ricaças.

Ou seja, ela não podia deixar que sua imagem fosse, de certa forma, denegrida pela edição. Este é apenas um exemplo do que a edição (seja em programa de entretenimento ou jornalístico) é capaz de fazer com o conteúdo. E a distorção pode ser fatal em muitos casos. Por isso, não apenas o cuidado deve ser tomado, mas também, é preciso que os profissionais ajam de boa fé. Um forte abraço.

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segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Alguns cuidados que ajudam a evitar problemas com a justiça


Ontem fiz uma prova de concurso público. E o tema da redação envolvia o caso de um menor de idade que teve sua imagem divulgada por uma grande emissora de TV, foi exposto a uma situação delicada e processou o veículo de comunicação que exibiu seu rosto sem resguardar sua identidade.

A redação propunha que indicássemos algumas medidas para evitar que tal situação se repetisse. Vou citar algumas opções que valem tanto para televisão quanto para as fotos publicadas na mídia impressa. A primeira medida a se fazer é conseguir da pessoa a ser gravada a autorização para uso de imagem e voz. Pode ser por escrito ou gravada na própria câmera.

No caso de menor de idade, tal autorização deve ser assinada pelos pais ou responsáveis legais. No caso citado acima, a reportagem era sobre uso de drogas. Ou seja, o menor era um menino de rua, sem responsáveis pela sua guarda. Assim, uma autorização não resolveria o problema.

Uma solução possível e necessária seria a de resguardar a identidade do entrevistado por meio de efeitos audiovisuais como a colocação de tarjas pretas em seus olhos ou rosto, ou ainda o embaçamento da imagem, tirando-lhe a nitidez. A voz deveria ser alterada eletrônicamente para ocultar seu verdadeiro timbre.

Outra possibilidade seria gravar apenas partes do corpo do entrevistado como mãos e pernas, ou apenas um enquadramento do rosto que não o identifique, mostrando a penas boca ou parte do nariz. Ainda é possível mostrar o personagem da reportagem de costas.

Tais cuidados simples ajudam a evitar problemas com a justiça, mesmo quando a reportagem é de interesse denunciativo e social. Esses detalhes não atrapalham a relevância do assunto abordado e evitam um tom de sensacionalismo barato que hoje se prolifera em várias emissoras brasileiras. Um forte abraço.

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sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Os modismos da internet e a falta de pauta nas redações jornalísticas


Se você, amigo leitor, acessa este blog, é porque, de certa forma, navega pela internet e convive com suas mazelas. É inegável que a rede mundial de computadores hoje exerce, além do fascínio, domínio sobre boa parte da humanidade. A internet vicia. Tem momentos em que ligamos o computador para não fazer nada, mas saber que estamos conectados já nos dá sensação de "alívio" por estarmos ligados em tudo o que acontece no mundo.

Assim, quem vive on-line o tempo todo também acaba, salvo exceções, contaminando-se com alguns modismos da internet. O último deles foi a história de Luiza, filha de um colunista social da Paraíba. O pai apareceu em um comercial de meros 30 segundos de uma construtora. Na peça publicitária, ele reunia a família na sala do apartamento para falar que o lugar era bom e tal e dizia: "por isso, reuni minha família, menos Luiza, que está no Canadá". Luiza tinha ido fazer um intercâmbio no país da América do Norte.

A frase citada acima virou febre na internet, principalmente em Twitter e Facebook. Acredito que o fenômeno deixa os analistas de redes sociais de cabelo em pé. Como explicar que uma frase tão simples e boba tornou-se "sucesso" de audiência no mundo virtual (e real também!)?

Há algumas hipóteses. A melhor delas talvez seja que o brasileiro é um povo que se ridiculariza por qualquer motivo (por isso também somos um país de quinta categoria). Rimos de coisas imbecis e idiotas como a história de Luiza ou damos espaço a discussões inócuas como o suposto estupro em um reality show de péssimo gosto. Se o brasileiro levasse seu país mais a sério, teríamos eleitores mais exigentes e conscientes, leis mais rígidas para ricos e pobres, punições verdadeiras a políticos corruptos, protestos legítimos por causas verdadeiramente significativas como melhorias na saúde, transporte e educação públicos.

Isso posto, cabe levantar outra questão. Que este tipo de fenômeno tome conta da internet é até aceitável, mas que vá parar nas redações de grandes e respeitados (ainda são?) jornais do país é algo simplesmente caótico! Tudo bem que janeiro costuma ser um mês de férias e, notadamente, até mais fraco de assuntos para abastecer as redações.

Mas daí a divulgar pseudos estupros e transformar em pseudo celebridade um nome que estava ausente é colocar o nariz de palhaço na população. Jornalismo tem o dever de informar com seriedade. Trazer assuntos relevantes ao conhecimento da população. E não fazer chacota diante da audiência. Belo jornalismo estamos criando. Parabéns, que exemplo! Na Europa, dificilmente Twitter ou Facebook pautam as redações.

Isso mostra a total falta de criatividade de pauteiros e editores e reforça o sensacionalismo que existe em torno de questões fúteis e vazias. Por causa desse tipo de conduta e da exploração de notícias "inventadas" como o suposto estupro (o que pode denegrir a imagem de uma pessoa já inocentada em depoimento à polícia pela suposta vítima), os ex-proprietários da Escola Base foram alvos de gigante injustiça, tiveram sua imagem dizimada frente à população e nunca mais viveram um dia de suas vidas sem tomar calmantes (para entender o caso completo, leia o livro "Caso Escola Base - Os Abusos da Imprensa", de Alex Ribeiro (Editora Ática; 168 páginas - veja foto de capa).


Por outro lado, quem teve seriedade e coragem para fazer uma dura crítica a tais imbecilidades originárias da virtualidade foi o jornalista Carlos Nascimento, do SBT. Durante o SBT Brasil, logo na abertura, disparou: "Luiza já voltou do Canadá e nós já fomos mais inteligentes" (veja vídeo abaixo). Faço minhas as palavras dele. Por isso, em vez de postar o vídeo do comercial da Luiza, posto com prazer o do SBT Brasil.


Para finalizar, uma última reflexão. Levar a um telejornal um assunto criado no mundo virtual é excluir grande parcela da população da informação. Afinal, quantos são mesmo os brasileiros que acessam a internet hoje? Pois é, muita gente ainda está sem entender essa história... Infelizmente, só tenho a lamentar e sentir vergonha de alguns colegas de profissão. Precisam ser mais filhos da pauta e menos filhos da outra que começa com a letra "P".

E pensar que tem muita gente boa querendo uma vaga no mercado. A guerra pela audiência está cada vez mais insana. E nela, já tivemos e vamos ter ainda muito mais mortos e feridos. Um forte abraço.

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quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

O patrão deve sempre dar o exemplo


Muita gente sonha em ter seu próprio negócio. Os motivos quase sempre são os mesmos. Falta de paciência para aturar chefe, cansaço do trabalho assalariado, perspectiva de aumento de renda e a possibilidade de poder fazer as coisas da maneira como você gosta.

Mas, há aí, às vezes, um erro de conceito que se esconde em nosso subconsciente. A falta de paciência para aguentar as chatices do chefe e o vislumbramento do aumento da renda estão, muitas vezes, ligados à nossa ânsia pelo ócio, pela preguiça.

Ou seja, o dono de um negócio acha que vai ser sempre tudo maravilhoso, que vai poder viajar pelo mundo e descansar enquanto seus funcionários fazem o trabalho duro. Ledo engano. Abrir uma empresa exige, além dos trâmites burocráticos (que são muitos e complexos), a paciência de fazer seu empreendimento ir para frente, crescer.

Isso não acontece da noite para o dia. É preciso persistência, perspicácia, atitude, ousadia, força de vontade e muita gana de vencer na vida. Principalmente no início do negócio, o patrão trabalha muito mais que seus empregados. Afinal, diz o ditado que o "olho do dono é que engorda o boi". Ou seja, isso significa perder todos os finais de semana de lazer em prol do empreendedorismo.

Fiz todo esse discurso para lamentar, mais uma vez, a postura da RedeTV! que demitiu o funcionário Marcelo Nascimento, do programa SuperPop, porque, supostamente, ele pediu que a apresentadora Luciana Gimenez fosse trabalhar em um feriado. A atitude do rapaz teria deixado o marido de Luciana, o empresário Marcelo Carvalho, louco da vida.

O patrão deve sempre dar o exemplo. Quem trabalha em mídia, principalmente em TV, sabe que fim de semana, feriado, datas comemorativas simplesmente não existem. Isso significa trabalho. O pior é que, depois, querem que a dondoca seja levada a sério. Não dá pra levar a sério nem ela, nem o marido e nem a emissora, já conhecida por atrasar salários.

Vê-se, pelos péssimos exemplos da RedeTV!, que algumas emissoras grandes não têm a menor credibilidade. E o glamour não paga as contas no fim do mês. Aliás, glamour só existe para quem vê de fora. Quem trabalha na empresa, com certeza, deve sofrer muito estresse, pressão e achincalhações. Repito. O patrão, o chefe, os que estão acima devem sempre dar o exemplo. Só assim você conseguirá extrair o máximo de seus funcionários em motivação, em produtividade, em vontade de dar e fazer o melhor.

A relação mais horizontal e menos vertical entre patrões e empregados facilita esse tipo de conduta. Quando o funcionário nota que o patrão arregaça as mangas da camisa e vai à luta, ele redobra a motivação para mostrar ao patrão que também pode dar o sangue pela empresa. O reflexo da situação do empreendimento está nas atitudes dos donos. Com tais atos, o proprietário mostra que, para trabalhar na empresa dele, é preciso gana, vontade e esforço. E faz dali uma empresa séria.

É uma pena que nem todos pensem assim. Por isso, muita gente quebra a cara quando resolve abrir o próprio negócio. De sonho, passa a pesadelo, dívidas, incômodo, processos trabalhistas. Basta agir corretamente, com vigor e muito trabalho que seu negócio prosperará. Não faça como Luciana Gimenez e Marcelo Carvalho. Isso desune qualquer equipe. Faça o oposto. Crie uma energia positiva ao seu redor. Seja você o exemplo entre seus pares ou subordinados. Um forte abraço.

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segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Twitter pode ser negócio rentável, mas só para gente famosa


Diferentemente do Facebook (onde você faz amigos e encontra colegas das antigas), o Twitter é mais dinâmico e menos dialogado. É muito mais uma via de mão única do que de mão dupla. O Twitter é feito para o público consumidor de informação que recebe conteúdo e compartilha menos. Por isso, já se fala em "audiência" nessa rede social.

E quando se fala em audiência, logo nos lembramos de televisão. As personalidades mais famosas da televisão são as que ostentam mais seguidores. O Twitter está intimamente ligado à imagem das pessoas da grande mídia. E alguns artistas já descobriram que isso pode ser um negócio rentável.

Algumas personalidades chegam a cobrar 15 mil reais ou mais por tweet patrocinado, ou seja, com alguma marca ou produto. A rede social faz marketing viral, com naturalidade. Teoricamente, no Twitter, as pessoas são mais espontâneas e, por isso, suas "recomendações" são mais bem aceitas pelo público.

O ponto positivo é que algumas empresas já entendem que o marketing e o merchandising pela internet é válido e necessário. O ponto negativo é que a maioria delas aposta apenas em artistas já ricos, famosos e consagrados. Um erro. As empresas deveriam variar mais as ações de marketing investindo em emissoras menores e potenciais revelações artísticas.

Isso faria com que o mercado crescesse e as emissoras "nanicas" pudessem investir e contratar bons profissionais, absorvendo a mão-de-obra que inunda o mercado midiático todos os anos. Com certeza, tais empresas poderiam abrir ainda mais seus mercados consumidores. Seria ótimo para a economia e um novo nicho efetivo de trabalho para os profissionais da comunicação. Seria a tal bola de neve positiva. Apesar de não retratar uma tendência, quem sabe essa mentalidade não mude em breve. Um forte abraço.

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sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Existe liberdade de imprensa no Brasil?


"Você acha que a imprensa de seu país é livre?" Essa foi a pergunta respondida com um sonoro NÃO por 21% dos brasileiros a uma pesquisa realizada pelo Institulo Gallup em 112 países. O resultado foi publicado em novembro pelo site Comunique-se.

Segundo a reportagem, "o Brasil aparece na 47° posição, atrás de países como Kuwait, Nigéria e Senegal. Na lista, o País também aparece perto da Indonésia e do Líbano". Analisando os números com frieza, podemos também ver o outro lado. Ou seja, 79% dos brasileiros acreditam que o país tem liberdade de imprensa. Índice bem expressivo.

A pergunta que este blog faz é outra. O que você, amigo leitor, entende por liberdade de imprensa? Durante minha formação jornalística, entendi que liberdade de imprensa é, não apenas a possibilidade da veiculação livre de opiniões e informações, mas também a não-restrição ao trabalho realizado pelos órgãos de comunicação.

Por exemplo, em algumas situações a imprensa é impedida de entrar em certos lugares para noticiar com precisão determinados acontecimentos. Ter acesso a informações de denúncias políticas é quase sempre algo dificílimo.

Existe também outro tipo de "poda" da imprensa e que é o mais perigoso. É a proibição feita pela própria imprensa. Uma autocensura, muitas vezes movida por interesses de patrocinadores e anunciantes. Nessa "brincadeira", muita coisa deixa de ser publicada ou noticiada. Quem perde sempre é você, leitor, que faz parte do público consumidor de informação.

Mas, temos de ser justos. Nunca enfrentei qualquer restrição ao meu trabalho até hoje. Sempre tive possibilidade de passar as informações de interesse do público. Em uma ou outra pauta a burocracia atrapalha. Mesmo assim, acredito que sempre houve meios de transmitir a informação precisa, clara e cristalina.

E você? Acredita que nossa imprensa seja livre ou não? Um forte abraço.


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quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

A recomendação da Acerj e a diferença das redes sociais em nossas vidas


A Acerj (Associação dos Cronistas Esportivos do Rio de Janeiro) definiu, em reunião realizada ontem, que vai punir jornalistas que comemorarem gols no gramado durante o Campeonato Estadual do Rio de Janeiro. Coincidência ou não, a decisão aconteceu depois da polêmica envolvendo o repórter Eric Faria (foto), da TV Globo, ao comemorar um gol do Vasco da Gama contra o Fluminense na penúltima rodada do Campeonato Brasileiro do ano passado.

Segundo a assessoria de imprensa da Ferj (Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro), tal resolução não foi motivada pelo caso de Eric, mas sim por causa de vários repórteres de rádio que sempre exageraram nas comemorações, inclusive com pulos e berros. A assessoria ainda não soube informar de modo claro qual seria o tipo de punição aos profissionais.

O mais engraçado é que tal proibição não está no conjunto de normas da imprensa publicadas no site da Acerj. Lá existem várias orientações de comportamento para os repórteres. Ainda segundo a assessoria, as comemorações estariam trazendo constrangimentos no relacionamento das emissoras de rádio com os torcedores.

Esse é o resumo da notícia, extraído do portal de notícias UOL. A análise é minha. Vamos lá. Sempre defendi que um jornalista esportivo não deve torcer ou assumir seu time de coração em público. Hoje em dia, isso significa segurança pessoal, já que muitos torcedores (?) agem com violência contra simpatizantes de times rivais.

Vários entrevistados deste blog disseram não assumir a equipe para a qual torcem por medo de sofrerem retaliações de alguns marginais travestidos de fãs de futebol. Outros assumem o time de coração abertamente e enxergam na atitude uma maneira de serem ainda mais honestos com o público e consigo mesmos. Ou seja, o posicionamento que o jornalista assume é uma decisão particular, pessoal, nada tendo a ver com o profissional.

Tudo bem que todo jornalista esportivo é, antes do profissional, um torcedor. Aliás, via de regra, é isso que o leva a trabalhar no esporte. Mas fazer isso durante o trabalho não combina, não cabe, destrói a isenção e soa de maneira antiética. Nesse aspecto, o jornalista tem de torcer para o seu trabalho e não para os times que estão em campo.

Não sei exatamente o que moveu a Acerj a dar tal recomendação aos jornalistas, mas uma coisa é certa. No mundo moderno, as redes sociais fazem uma diferença gritante. As pessoas públicas não dão um passo sem que alguém as mencione no twitter, facebook ou orkut. No caso de Eric Faria, a repercussão da comemoração foi imensa. O repórter da TV Globo "ouviu" duras críticas e sonoros elogios. Não importa. O episódio foi assunto muito comentado nas tais redes sociais.

É preciso que saibamos lidar com essa novidade tecnológica. Devemos ter cuidado. Estarmos sempre antenados a tudo o que acontece e tentarmos agir da melhor forma possível nessa "televisão" que virou o globo terrestre. Hoje, todo mundo sabe de tudo, todo mundo vê tudo. Existem câmeras de segurança nos lugares em que você menos imagina. Elas revelam nossos passos e movimentos.

Há quem saiba tirar proveito disso e canalizar as redes até para propagandas pessoais. Mas também há quem se morda de raiva toda vez que é flagrado em alguma situação constrangedora que vai parar na internet. A Acerj fez uma recomendação que, na verdade, deveria ser fruto do bom senso de todos. E se os profissionais a seguirem à risca, as redes sociais vão perder um pouquinho do assunto. Só um pouquinho, pois neste novo universo tem muitas outras coisas para se comentar. Um forte abraço.

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segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Os atrasos de salário e a demissão de Rita Lisauskas da Rede TV!


Infelizmente, atraso em salário é algo que acontece com relativa frequência no ramo midiático. Já sofri com isso em um jornal impresso para o qual trabalhava em São Bernardo do Campo. Nesse quesito, a Rede TV! não é exceção. O diferencial é como cada empresa lida com a situação.

A emissora de Amilcare Dallevo lidou da pior forma. A jornalista e apresentadora Rita Lisauskas (foto) fez uma reflexão (e não reclamação!) pública sobre o assunto.

Rita disse em uma rede social que não entendia como um empresário podia dormir tranquilo enquanto os funcionários estavam com dois meses de salários atrasados na semana do Natal. Resultado, Rita foi demitida depois de oito anos de casa.

Pior do que isso, a Rede TV! exige que ela pague a multa da rescisão contratual e disse que foi demitida por justa causa, por revelar "informações internas e sigilosas da emissora". Simplesmente patética a postura da empresa de comunicação.

Já tinha ouvido que os salários lá atrasavam, mas não sabia que a postura da emissora era essa. Rita condoeu-se da situação delicada de seus colegas e ganhou um pé naquele lugar. Lamentável. Enquanto os salários na Rede TV! atrasam, seu proprietário, Amilcare Dallevo, está construindo a maior casa particular do Brasil.

A mansão deve ter 17 mil metros quadrados e 43 quartos. As maiores casas do país têm cerca de 2 mil metros quadrados. Acredito que isso diz tudo. A demissão de Rita não a transforma em mártir, mas serve para mostrar a solidariedade dos companheiros com a jornalista. Competente, Rita logo estará empregada. Digamos até que sua imagem saiu fortalecida do episódio.

Ficar sem receber salário é deprimentente. Só quem passou por isso sabe como é. Você não pode fazer compras a prazo, já que não tem a certeza do depósito na conta no fim do mês. Condomíno, água, luz e gás acabam atrasando também. Você acaba se envolvendo em dívidas e sua vida vira uma bagunça. Também presto aqui minha solidariedade à Rita. Ela foi corajosa e fez o que poucos fazem nos meios de comunicação: defendeu seus colegas! Um forte abraço.

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sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Atualização de portfolio - 06/01 - terminais de ônibus

Um repórter de rua está sujeito a passar por todo tipo de situação no jornalismo. Uma delas é fazer reportagens sobre obras. Não tem jeito. Você vai enfrentar muita terra, muita lama e muito barro. Seus sapatos ficarão imundos. Mas, no final, o resultado será recompensador por prestar um serviço útil à população.

Apresento hoje aqui no blog duas reportagens que fiz em Guarulhos sobre dois terminais de ônibus. Um está em construção e o outro foi inaugurado recentemente e já está em funcionamento. Nas obras, muita gente trabalhando, muito suor. Na outra matéria, uma passagem (momento em que o repórter aparece) criativa, executada de dentro de um ônibus e previamente combinada com o cinegrafista.

Com relação ao transporte público, apenas lamento que as tarifas tenham subido mais uma vez em vários pontos do país. É um transporte caro, cada vez mais elitizado e menos público e com uma qualidade sofrível. O povo brasileiro merece serviços à altura da economia que o Brasil tem hoje no mundo.

Mas a corrupção não deixa. E como disse o ex-técnico de futebol Carlos Alberto Parreira, campeão mundial com a seleção canarinho em 1994, na Copa dos Estados Unidos, a corrupção é uma mazela brasileira. Uma pena. No mais, fique com os vídeos sobre os terminais de ônibus. Um forte abraço.

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quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

"Vem que tem!" Blog entrevista jornalista Gustavo Baena, da TV+


Polido, educado e atencioso com todos. De familiares a funcionários e admiradores. Profissional sério, trabalhador e competente, Gustavo Baena já soma 15 anos de carreira no jornalismo. Criador do bordão "Vem que tem!", o jornalista e apresentador de televisão é conhecido também por sua sinceridade, honestidade e ética. Hoje, partilha sua visão a respeito do mercado midiático com este blog.

Para Baena, que hoje está na TV+ (emissora com sede no ABC Paulista) e montou sua própria assessoria de comunicação, o mercado é restrito, fechado. Mas sempre há espaço para quem tem competência, disciplina e boas ideias.

Baena (sobrenome de origem espanhola) já passou por inúmeros veículos de comunicação. Fez de tudo. De esportes a variedades. Formado na Universidade Metodista de São Paulo, em 1998, e defensor do diploma (como eu!), acredita na faculdade como a porta de entrada do jornalista para o mercado profissional. Mas ressalta que dom, vocação e talento são fundamentais para que a pessoa não desista da carreira ao tomar conhecimento da rotina pesada, exaustiva e estressante.

O jornalista respondeu a todos os questionamentos com franqueza e sutilidade, traços marcantes de sua personalidade. Trabalhei com Gustavo em 2008 e 2009, na TV+. Pude conhecê-lo melhor pessoal e profissionalmente. Pessoa de fino trato e excelente coração. Cativa da criança ao idoso. Baena esqueceu-se de mencionar que, para trabalhar em televisão, é preciso, além do dom e da vocação, muito carisma. O que ele tem de sobra.

Suas respostas refletem a dura realidade do mercado de trabalho em nossa área. Percebi que temos pensamentos afins. Este blogueiro que vos escreve compartilha, linha por linha, das filosofias e conceitos de Gustavo Baena sobre a profissão. Confira a íntegra da entrevista com este "monstro" de profissionalismo (no bom sentido), que hoje emprestou sua experiência para abrilhantar o conteúdo do blog.


Leandro Martins - O que achou do curso de graduação quando estudou jornalismo?
Gustavo Baena - No meu caso o curso forneceu uma base teórica importante e a possibilidade de ter um conhecimento básico em diversas áreas que são fundamentais para o desenvolvimento do jornalista (um observador nato dos fatos e da natureza humana): psicologia, sociologia, filosofia, direito. Isso é fundamental para que possamos entender o presente traçando um paralelo com acontecimentos do passado. Mas é claro que vai depender do instinto de cada um a busca por um aprofundamento e o desenvolvimento profissional. Nisso a prática das redações ou estúdios de rádio e TV também vai ajudar muito.

LM - Você acredita que a faculdade prepara bem uma pessoa para o mercado de trabalho?
GB - Acredito que a faculdade dá os conceitos gerais e as técnicas para que o jornalista siga em jornais, tvs, rádios ou assessorias de imprensa. Mas sem dúvida alguma o conhecimento vem  com a prática e o interesse individual. Sem esquecer que competência profissional e talento contam muito.

LM - Em quais empresas de mídia já trabalhou?
GB - Nos jornais Diário do Grande ABC e Diário de São Paulo passei por várias editorias como Geral, Economia, Automóveis, Cultura e TV, desenvolvendo funções de repórter, editor, crítico e colunista. Também fiz TV, com passagens por RedeTV!, Band e TV+. Mas meu início foi como apresentador de telejornais num canal local do Grande ABC, a extinta TV São Caetano.

LM - Como é sua rotina hoje?
GB - Hoje sou apresentador na Rede TV+, emissora com sede no ABC, mas que já se expande para outras praças. Sou um prestador de serviços e tenho certa flexibilidade de horário, com o compromisso de estar em gravações ou transmissões ao vivo. Pela manhã toco projetos da minha empresa de comunicação e conteúdo, a Baena Produções & Assessoria, e no período da tarde sigo para a TV, onde fico até à noite. E não só no ar, participo da rotina de produção dos meus programas.

LM - Quando decidiu que ia trabalhar com mídia?
GB - Sempre tive interesse pelo universo da comunicação, embora a intenção da minha mãe era que eu fizesse Odontologia e meu teste vocacional tenha dado Psicologia (mas com diferença pequena para Jornalismo e Artes Cênicas). Meu negócio sempre foi a área de humanas. Aos 12 anos já desenvolvia o jornal da minha escola e mobilizava todos os colegas para a produção de textos em várias editorias, uma mini-redação (rs).

LM - Como foi seu início de carreira?
GB - Meu início foi como apresentador de telejornais locais na minha cidade (São Caetano). Acredito que quando você começa e é muito jovem, no meu caso tinha 17 anos, é dificil que as pessoas acreditem no potencial e na capacidade criativa que tem. Se bem que esse tipo de coisa você vai enfrentar o tempo todo. Sempre temos de estar provando algo...

LM - Em quais editorias você já trabalhou?
GB - Já passei por várias áreas, até esporte que não sou muito fã, cobrindo folga de colegas. Mas gosto e acredito mesmo numa mistura de entretenimento e informação com boas doses de prestação de serviços. Gosto de me sentir útil para quem me assiste.

LM - Como avalia o mercado de trabalho na mídia hoje? O tal do "quem indica" existe de fato ou é lenda?
GB - Acho que o QI é uma realidade e em certos casos positiva, pois trata-se de um mercado fechado e vivemos de certa forma de contatos. Mas isso não exlcui o bom histórico, as boas referências, até porque quem indicou pode se queimar lá na frente! É um mercado restrito, com muitos aventureiros deslumbrados com ideia de fama e dinheiro fácil, mas quando se deparam com a realidade da profissão, a rotina de um fechamento diário num jornal de grande circulação, desistem na hora. Seguem mesmo os que nasceram pra coisa, têm vocação, vontade de trabalhar e crescer. Dinheiro e sucesso são consequências.
LM - O que pensa a respeito dos salários iniciais no jornalismo? E dos pisos salariais determinados pelos sindicatos?
GB - Pelo tanto que se trabalha e comparado a outras categorias, baixos! E pouco se tem feito para mudar a realidade, dificil conseguir...

LM - Você acha que os sindicatos dos jornalistas são omissos? Eles deveriam agir mais? Ou são reflexo da "classe" desunida?
GB - Não diria uma desunião da classe, até porque os coleguinhas estão sempre trocando figurinhas.... Há, de certa forma, um desrespeito de muitos empregadores e uma ineficiência na investigação de irregularidades trabalhistas. Muitos profissionais se acomodam ou se submetem também temendo represálias por conta até do circuito fechado que já citei anteriormente em nossa área.

LM - Alguns jornalistas tornam-se amigos de fontes pela convivência. Você acredita que o jornalista ser amigo da fonte ajuda ou atrapalha o trabalho?
GB - Não vejo problema algum. Eu mesmo tenho fontes amigas, o que é preciso saber é separar amizade, trabalho e interesses.

LM - Em algumas empresas de diversos setores existe sempre uma puxada de tapete. Você já se sentiu alvo de perseguição no meio? Sentiu-se traído?
GB - Isso você vai ver a todo momento. Mas não sou daqueles que ficam neuróticos achando que a todo momento estão conspirando contra seu trabalho. Acredito em fazer o meu e bem-feito. Mas em TV, por exemplo, a fogueira das vaidades é bem ardente, é muito ego pra administrar e muita gente incompetente em postos de destaque, que por não se garantirem temem qualquer ameaça de quem é preparado de fato. (nota do blogueiro: infelizmente, vemos muito isso)

LM - Como é cobrir um grande evento? Quais você já cobriu?
GB - Já cobri tantos grandes eventos que seria impossível listá-los... Com artistas famosos, grandes empresários, presidentes da república. O segredo é você estar preparado, conhecer assuntos e pessoas e se garantir. Não importa se é algo no seu bairro ou para toda a nação, o que conta é a essência, preparo, como conduz seu trabalho.

LM - Qual foi a maior emoção da sua carreira até hoje?
GB - São 15 anos de carreira e a maior emoção pra mim foi ter trabalhado com profissionais que sempre me ajudaram a crescer, com diálogo, apontando erros e acertos. Isso é motivo de muita alegria, pois vejo hoje jovens saírem totalmente despreparados das universidades, cometerem as maiores barbaridades nas redações e isso passar batido por falta de interesse num aprimoramento, tanto por parte de quem comanda quanto de quem é comandado. (nota do blogueiro: concordo e lamento junto em gênero, número e grau!)

LM - O que faz para preservar a voz?
GB - Não sou muito cuidadoso. Deveria me precaver mais, pois perco a voz muito fácil. Tomo água gelada por exemplo, mas tento compensar dormindo cedo, fugindo de ar condicionado, essas coisas...

LM - Para os estudantes de jornalismo ou jornalistas recém-formados que pensam que o jornalismo é só televisão e que vão ficar famosos, o que tem a dizer? E o que falaria para aqueles que pensam que não vão trabalhar muito e nem aos finais de semana?
GB - Busquem outra carreira! Só no dicionário Dinheiro e Sucesso vêm antes de Trabalho. Jornalista é operário da notícia, não é artista. Você tem de estar atualizado, ser um cara antenado, mesmo quando está de férias!

LM - O que gostaria de fazer na carreira e ainda não conseguiu realizar?
GB - Meu projeto é conseguir conciliar uma carreira multimídia, rádio, impresso, tv e internet e encontrar tempo para fazer tudo bem feito.

LM - Com as novas mídias, existem novas possibilidades de trabalho para o jornalista? Quais?
GB - Acho que isso é cada vez mais evidente em sites, portais de notícias, blogs patrocinados. Conheço muita gente ganhando dinheiro e trabalhando em casa. Mas não acredito que o fim dos jornais impressos esteja próximo, nem sei se acredito num fim... Acredito que eles serão mais focados na análise/reflexão, o que as novas mídias, até pela instantaneidade das propostas, não conseguem fazer.

LM - O mercado restrito exige a criação de novos espaços? Como fazer para criá-los?
GB - Acho que avaliando deficiências de concorrentes. De repente, com espírito empreendedor, uma boa ideia, cria-se um canal de internet que acada sendo muito visto e virando referência. Tem de ter aquela dose de empreendedorismo e vontade de comandar uma equipe própria, tocar projetos nos quais acredite. Há espaço pra todo mundo.

LM - O que pensa a respeito do jornalismo regional? É algo que tem futuro?
GB - Hoje estou num projeto que tem essa proposta e acredito muito. As grandes redes de televisão e rádio, por exemplo, têm investido em programas locais como forma de aproximar a comunidade dos veículos. Com tamanha globalização, as pessoas têm ficado muito por dentro do que rola no mundo, em todos os lugares e carentes de notícias sobre o que está perto e que de fato vai interferir no dia-a-dia.

LM - Quem são os jornalistas e/ou profissionais da comunicação que mais admira?
GB - Gosto de muita gente, dos mais cultos com espaços em jornais e revistas de grande circulação aos mais populares. Mas citaria Marília Gabriela como uma profissional que tem uma postura que me cativa na hora de entrevistar. É uma referência.

      MARÍLIA GABRIELA É EXEMPLO DE POSTURA
PROFISSIONAL PARA BAENA

LM - Tem alguma história curiosa ou engraçada da profissão? Conte-nos.
GB - Engraçada posso citar uma de quando comandava o Culinária +, na TV+. Programa ao vivo, recebo a culinarista que ia preparar a seguinte receita: Rosca Princesa. Quando pergunto: "fulana, o que vamos fazer hoje?", ela responde: "Nós vamos dar a rosca princesa!". Foi difícil segurar o riso (nessa hora nos bastidores o pessoal já rolava de rir). Mas é o jogo de cintura necessário para o "ao vivo". Saí com essa: "Ah, vamos dar a receita da Rosca Princesa!!!". Mas a convidada passou o programa todo sem graça, após perceber a gafe e que tinha sido motivo de piada.

LM - É possível conciliar família e trabalho? Como suportar as viagens?
GB - Quando queremos conseguimos conciliar tudo. Costumo brincar que essa de falta de tempo é pretexto, pois, às vezes, pras coisas erradas ou que não acrescentam nada, muita gente arruma um tempinho pra escapar!

LM - Deixe uma mensagem para quem pensa em seguir carreira no jornalismo.
GB - Leia, ouça rádio, veja TV, fique na internet, mas não só atrás de assuntos que o atraiam, busque o conhecimento geral, conheça os profissionais, em vez da música do FM passe também pelos noticiários e programas do AM, seja uma pessoa completa! E, claro, se pretender se especializar em alguma área, informe-se, dedique-se!

Para quem quiser acompanhar o dia-a-dia do apresentador, pode segui-lo no twitter. Basta procurar por @GustavoBaena. Gustavo deu uma das entrevistas mais ricas e cheias de conteúdo que este blog já viu. Começamos bem 2012! Um forte abraço.

Facebook: Leandro Martins
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segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Feliz Ano Novo com reflexões jornalísticas


Olá, amigo leitor! Depois de uma semana de folga, estamos de volta em 2012 para o segundo ano do nosso blog. Em 2011, foi o ano de criação. Este ano será o do (re)conhecimento. Feliz ano novo a você, com muita saúde, paz, amor, harmonia e prosperidade. Realizar sonhos é algo que depende muito mais de nós do que de terceiros. Por isso, acredite em si mesmo, em seu potencial e trabalhe muito para que as coisas aconteçam da maneira como imagina.

Quero começar o ano com uma reflexão jornalística. Início de ano significa, no jornalismo esportivo, especulações no mercado da bola. Os jornais manchetam em letras garrafais nomes de jogadores famosos que podem ser contratados por este ou aquele clube.

Recentemente, a TV Globo, mais precisamente o programa Globo Esporte, lançou o quadro "Chico, o torcedor", em que ilustra o olhar do torcedor sobre o jornalismo esportivo. Em um deles, exibido no dia 22/12/2011, Chico se pergunta como os jornalistas "descobrem" as manchetes de contratações do fim do ano.

O personagem ilustra sua reflexão em uma conversa entre repórter e editor. No "diálogo", o editor dá um pote com vários papeizinhos ao repórter. Ele escolhe um e sai o nome do jogador Kaká. E aí o repórter lança Kaká como uma possível contratação do Flamengo, clube do qual o jornalista "não tinha nada para escrever naquele dia".

O editor apoia e acrescenta: "escreva 'grupo de empresários' e 'negociações avançadas'. As pessoas sempre acreditam nisso". Existem aí duas vertentes jornalísticas ante o quadro. Há quem defenda a brincadeira justamente por ser humor e não transmitir toda a realidade da mídia ao público.

Outra corrente defende que o grande público, que não tem conhecimento de redação para saber como se faz bom jornalismo, pode acreditar que é assim mesmo que as coisas são feitas. Pois bem. Já diria minha mãe: nem tanto ao mar, nem tanto à terra.

Realmente, o vídeo pode induzir o público à desinformação. A crer piamente que o jornalismo é feito dessa forma. Veículos de comunicação sérios jamais fariam tal procedimento. Porém, é bom que o leitor saiba que existem empresas que fazem "jornalismo" exatamente dessa maneira.

Já ouvi de gente que trabalha dentro da emissora que a TV Bandeirantes é uma delas. Durante o programa Terceiro Tempo, apresentado por Milton Neves, alguns nomes de atletas eram "ventilados" no Corinthians apenas para dar audiência. O debate persistia no assunto mentiroso da contratação deste ou daquele jogador enquanto o IBOPE era rigorosamente monitorado.

Outro passarinho me contou que no programa Brasil Urgente também eram forjadas participações por SMS. E que estagiários escreviam algumas mensagens quando as participações estavam pouco numerosas. Pior. Eram induzidos a escrever com erros de português para fingirem que não sabiam escrever direito, pois segundo um peixe grande da Band, "ninguém sabe escrever direito no Brasil mesmo".

Portanto, é bom que você, amigo leitor, também saiba que isso existe. E em lugares que você pode até julgar imaculados. Sempre digo que televisão é uma enorme mentira. Farsa. É produção. Pouca coisa se salva efetivamente. Ainda mais na péssima programação da TV aberta. Mas esse blog jamais vai se furtar de dizer a você a verdade dos bastidores da mídia. O que eu fico sabendo, você também fica! Feliz Ano Novo! Um forte abraço.


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