quarta-feira, 16 de novembro de 2011

O comportamento da personagem Marcela, da novela Fina Estampa

SUZANA PIRES, A MARCELA DE FINA ESTAMPA

Fique tranquilo, amigo leitor, que não estamos mudando o foco do blog e nem vamos falar sobre novela. Mas a personagem vivida por Suzana Pires na novela Fina Estampa, da TV Globo, sugere algumas reflexões do meio jornalístico. Suzana interpreta a jornalista Marcela, que está sempre atrás de um furo de reportagem para o "Diário de Notícias".

Recentemente, a personagem agiu da maneira que alguns jornalistas agem quando buscam matérias exclusivas e bombásticas. Marcela interferiu na vida pessoal de suas fontes. Aparentemente, o lutador Wallace Mu (Dudu Azevedo) tem um problema cardíaco e não pode lutar. O rapaz é teimoso e, mesmo assim, treina para uma luta.

O lutador namora Teodora (Carolina Dieckman), interesseira que só pensa em dinheiro. Teodora não queria que Wallace lutasse mais. A jornalista disse à mulher do lutador Wallace que ele havia feito um seguro de vida no nome dela e que ficaria rica caso ele morresse. Depois, Marcela foi até o local onde o lutador treina e contou que havia dito isso à mulher dele. Disse que ela mudaria de opinião por ser interesseira. E foi além. Disse que, se estivesse certa, Wallace deveria uma entrevista exclusiva a ela.

Alguns jornalistas usam deste expediente para criar conflito entre suas fontes e, dessa maneira, conseguir uma reportagem bombástica. Usam da perspicácia e das informações privilegiadas para fazer com que os fatos aconteçam da forma como imaginam. A atitude é antiética. É o sensacionalismo a qualquer preço.

Isso existe no mundo real. Porém, a interferência na vida pessoal de uma fonte pode causar grandes estragos. Logo, é uma invasão de privacidade. Tanto quanto as fotos tiradas de Neymar em seu iate, ao lado da modelo Carol Abranches, com quem, especula-se, tenha um "affair".

Vida pessoal não deve ser da conta dos jornalistas. Como jornalista, analiso o que Neymar faz em campo. Fora dele, só me importa se cometer um crime. Isso é notícia. O resto, não. Neymar pode ficar com quem quiser, beber e comer o que quiser. A vida pública do jogador é dentro de campo.

Conclusão: amigos jornalistas, não misturem vida pessoal com a vida profissional de suas fontes. Ninguém gosta de bisbilhoteiros fuçando na vida alheia. Para tudo há um limite. É preciso equilíbrio para não passar do ponto. Use o bom senso e ouça a voz da sua consciência. Um forte abraço.

Facebook: Leandro Martins
Twitter: @leandropress

Um comentário:

  1. Infelizmente esse tipo de coisa vende mais do que uma vitória nas quadras ou em campo. Acho que muitos leitores deveriam rever o seu conceito e parar de valorizar esse tipo de notícia fútil e sem conteúdo. Enquanto houver leitores interessados por esse tipo de notícia da vida alheia. Haverá mais e mais jornalistas empenhados em bisbilhotar a vida das pessoas públicas. Acho que deve haver uma mudança de conceito de ambas as partes.
    beijos
    Luciane Bruno

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