quarta-feira, 9 de novembro de 2011

É possível jogar tudo para o alto e (re)começar do zero na carreira?


Olhe para dentro de si mesmo e reflita sobre seu trabalho. Você realmente faz o que gosta? O salário é compensador? Atua na sua área de formação? Gostaria de ser mais feliz profissionalmente? Gostaria de mudar de área e respirar novos ares? Está num serviço que não lhe traz prazer e tem medo de jogar tudo para o alto, ficar sem renda para o sustento do lar e recomeçar do zero? Você não é o único, amigo leitor.

Alguns dos entrevistados deste blog passaram por este dilema. Decidiram deixar um trabalho assalariado resgistrado e vários anos de empresa em busa da felicidade e da satisfação profissional.

Eram pessoas que trabalhavam em bancos, vendiam produtos nas ruas ou eram até mecânicos. E jogaram uma relativa estabilidade para o alto para recomeçar do zero na carreira e na profissão que queriam exercer: o jornalismo. Outros fizeram o caminho contrário. Deixaram o jornalismo para serem felizes em outras carreiras como marketing, publicidade e comércio exterior.

Também já fiz este tipo de escolha no âmbito universitário. Comecei a estudar jornalismo na ECA-USP. Fiquei lá dois anos e, diante da falta de estrutura para as aulas práticas, pedi transferência para a Universidade Metodista de São Paulo. Louco foi o adjetivo mais leve que ouvi. Como as grades curriculares das faculdades não tinham equivalência, tive de recomeçar do zero e fazer todos os quatro anos novamente.

Quando alguém faz este tipo de escolha, deve saber que há implicações boas e ruins. As vantagens não são muitas, de início. Você vai estudar ou fazer o que gosta e sentir-se bem mental e emocionalmente. Até a página dois, quando as desvantagens começam a pesar na balança.

As desvantagens são claras. Recomeçar significa receber salários baixos, de estagiário. Significa, também, não ter o mesmo reconhecimento que já havia adquirido na outra empresa, com o tempo de casa. Significa aceitar receber ordens de pessoas bem mais jovens do que você, mas que já estavam em determinada área desde o início da carreira. Significa deixar cargos de importância e ser apenas mais um na nova corporação.

Isso deve ser muito bem trabalhado psicologicamente. Tal mudança representa força de vontade. É um ato de coragem. Que pode dar certo ou não. Com meus entrevistados e comigo deu muito certo. Meus entrevistados realizaram sonhos, cobriram Copas do Mundo, Olimpíadas, grandes eventos jornalísticos nacionais e internacionais. Transformaram-se em profissionais gabaritados e respeitados. Prosperaram na nova carreira, apesar do sofrimento inicial.

Mas também, é bom ressaltar que não tiveram preguiça. Batalharam duro. Esforçaram-se. Foram à luta. Mas é um risco que se corre. O importante é ter muito claro que somos responsáveis pelos nossos atos. E, caso a tentativa de mudança não saia como o esperado, nada de arrependimento!

Não tem conhecimento necessário? Estude! Não seja braço curto. O mercado não tolera pessoas assim. Com empenho todos são capazes de prosperar na vida. Muito trabalho! Esse é o único segredo do sucesso. Um forte abraço.

Facebook: Leandro Martins
Twitter: @leandropress

2 comentários:

  1. Leandrão!
    Vivo exatamente esse dilema. Atualmente, tenho a minha profissão na área de T.I. como analista de sistemas. Estou há 14 anos trabalhando nisso. Atingi uma condição financeira que torna difícil abrir mão disso, nesse momento.
    Paixão, vocação e muita motivação para realizar um sonho nobre. Investi dinheiro e tempo para me qualificar minimamente na área de comunicação.
    Fiz diversos cursos. Tenho DRT de Locutor (Radialista). Me preparei no limite do meu alcance. Só não tenho formação superior em jornalismo ou em rádio TV, por que me faltou tempo para cursar uma segunda faculdade. Entretanto, estou fazendo "o estágio de luxo" na Net Cidade, para absorver o máximo possível de experiência.

    Atualmente, ao invés de descansar no meu tempo livre, saio da zona norte da capital rumo ao ABC, para participar do Lente (semanalmente), fazer reportagens e narrar jogos de futebol.

    Já deixei passar algumas poucas oportunidades, por questões de salário. Como era muito, mas muito abaixo do que ganho atualmente como analista de sistemas, não tive como fazer a troca. Sou casado e isso pesa muito para a mudança. Às vezes não se trata de coragem, mas sim de responsabilidade. Não é uma situação nada fácil.
    Mas não desisto. Sou jovem. Estou em busca de uma oportunidade, pelo menos razoável. Tenho muita esperança que um dia serei recompensado. Sempre achei que valeria a pena o sacrifício.
    Quem sabe, tenho um pouquinho de sorte!
    Abraços!

    P.A.

    ResponderExcluir
  2. Pois é... uma nova faculdade é importante. O complicado é começar do zero, com salários baixos. É um dilema que só quem passa pode tentar resolver! Abraços!

    ResponderExcluir