segunda-feira, 13 de agosto de 2012
Falta preparo para que alguns ex-atletas sejam comentaristas nas Olimpíadas
Não é todo jornalista que sabe comentar as diversas modalidades olímpicas. Para isso, geralmente, as emissoras de rádio e TV apostam em ex-atletas que consigam elucidar o público sobre regras e peculiaridades de determinados esportes.
Porém, o ex-atleta, por não ter o preparo necessário, acaba cometendo gafes ou mesmo prejudicando algumas transmissões na mídia eletrônica. Não é raro vermos os ex-atletas vibrando e torcendo desesperadamente pelo Brasil, esquecendo-se, às vezes, de analisar o esporte e dar méritos aos adversários.
Quando o ex-atleta passa a ser comentarista, deve entender que, apesar da carga de emoção que existe numa transmissão esportiva, o relato objetivo ainda é o caminho a ser seguido. Portanto, nada de torcida ufanista. O comentarista deve ser equilibrado, neutro, centrado. O ex-atleta, por ter laços umbilicais com o esporte, acaba vibrando, torcendo e se emocionando no ar. Não é o mais recomendável.
O linguajar também é importante. Cada palavra pronunciada na mídia eletrônica é sagrada. Uma vez proferida, não tem volta. Portanto, tem de ser precisa e pensada antes de sair da boca de quem transmite o evento. Xingamentos como o de Romário - foto que abre o post - (quando disse "esporro", comentando futebol Olímpico pela Rede Record) são impensáveis.
Por isso, é preciso preparo, treino e instruções adequadas para que ex-atletas tornem-se comentaristas de modalidades olímpicas. Porém, aqui vai um puxão de orelha para os jornalistas. A opção das emissoras de rádio e TV por levarem ex-atletas para comentar muito se dá porque os jornalistas também não se especializam em outros esportes que não seja o futebol.
Existem alguns comentaristas de vôlei, de automobilismo e de basquete. Mas das outras modalidades, pouca gente sabe falar com precisão e fazer boas análises. Assim, o jornalista esportivo deve sempre estudar os mais variados esportes para não ser "substituído" por um ex-atleta só porque ele não sabe comentar determinada modalidade.
É claro que o ex-atleta sempre vai analisar detalhes que passam despercebidos pelos jornalistas, uma vez que vivenciou na prática determinado esporte. Porém, se estiver bem preparado, o jornalista pode fazer uma boa dupla com o ex-atleta, inclusive, dando dicas de postura e comunicação a quem foi apenas esportista.
Um complementa o outro. E ninguém perde espaço. Mas para isso, o preparo de ambas as partes é fundamental. Há alguns anos, isso aconteceu na TV Globo, nas transmissões da Fórmula-1. O ex-piloto Luciano Burti, hoje comentarista da emissora, detectou que havia algumas falhas de análise do locutor e do comentarista que só ele, justamente por ter sido piloto, percebia.
Burti ofereceu-se para auxiliar nos comentários. Depois de fazer um teste e mostrar aptidão para a comunicação, ele foi contratado. Na época, dizem que a contratação de Burti causou mal-estar em Reginaldo Leme, comentarista de automobilismo há mais de 30 anos. Mas Reginaldo não perdeu espaço. Pelo contrário, fez uma ótima dupla com Burti e tenho certeza de que também ensinou muita coisa de televisão ao ex-piloto.
É isso que defendo em todas as transmissões esportivas, inclusive o futebol. Que se formem duplas entre ex-atletas e jornalistas. Assim, ninguém perde espaço e as transmissões ficam ricas em qualidade. Quem ganha é o público. Um forte abraço.
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