segunda-feira, 9 de abril de 2012

Ex-goleiro do Palmeiras, Marcos agiu certo ao recusar proposta de emissora de TV


Não há como negar que o ex-goleiro do Palmeiras, Marcos, é um bom contador de histórias. Quando jogava, sempre foi querido e odiado pelo elenco. Querido por ser uma pessoa de grupo, extremamente familiar. E odiado por, muitas vezes, falar a verdade quando o time não jogava bem.

Marcos é uma dessas figuras que extrapolam os limites da paixão clubística e acabou sendo adorado pelas torcidas de diversas agremiações. Por isso, seria a pessoa ideal para cativar a audiência do público.

Há quem diga que Marcos recebeu uma proposta de 150 mil reais por mês de salário da TV Bandeirantes. Mas, sabiamente, recusou. Marcos sabe que a Bandeirantes hoje não é uma emissora séria. Seus programas esportivos, muitas vezes, parecem mais um circo do que uma arena de credibilidade para debates e análises aprofundadas.

Além do mais, o ex-ídolo do Verdão teve algumas desavenças com o boçal "comentarista" Neto, o que tornou ainda mais inviável sua ida para a emissora da família Saad. Marcos não se prestaria ao papel de fazer parte do mesmo programa que uma figura tão antipática e grossa como o ex-ídolo da Fiel Torcida.

Além disso, o ex-goleiro teria um desgaste desnecessário em sua imagem. Uma coisa é você ser amado pelos serviços prestados ao futebol dentro do gramado (conquista do Pentacampeonato Mundial com a Seleção Brasileira). Outra coisa é virar "palpiteiro" como os que existem aos montes nas emissoras de TV aberta.

O desgaste seria extremamente prejudicial à essência que Marcos representa ao futebol. Principalmente no que tange ao amor ao clube que sempre teve. Marcos deixaria rapidamente de ser ídolo para ser criticado como "comentarista".

Sou parcialmente contra a que ex-jogadores de bola virem comentaristas. Eles tomam o lugar de jornalistas gabaritados, estudados e que poderiam fazer programas de ótimo nível. Por isso, não considero a Band uma emissora séria no quesito "programas esportivos".

Acredito que o ex-jogador deva ser contratado por emissoras com parcimônia. Não sou radicalmente contra, mas entendo que deveria haver um equilíbrio. Por exemplo, para cada ex-jogador contratado, que houvesse também um jornalista de respeito para fazer parte da atração ou da transmissão de um evento. Assim, a empresa não seria "acusada" de lesar os jornalistas.

Mas não é o que acontece. Desde que Luciano do Valle começou a trazer ex-jogadores para a TV, a prática tomou corpo e hoje é o que predomina no mercado. Péssimo negócio. Por essas e outras razões, levanto-me para aplaudir de pé, mais uma vez, o ex-goleiro Marcos.

Sempre foi honesto e sincero enquanto jogava e mantém isso fora de campo. É um excelente traço de seu caráter. Tendo consciência disso ou não, Marcos foi ético também com os jornalistas, que tanto o elogiaram durante a carreira. Parabéns a ele pela postura. Um forte abraço.

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4 comentários:

  1. Olá amigo !
    Respeitando sempre suas postagens, mas confesso que trabalhar na Band, pelos motivos que você mesmo cita, é uma furada. Mas confesso que com exceção feita ao Neto, pois só me vem ele a mente, sou totalmente a favor de jogador comentarista. Jornalista gabaritado para comentar futebol , dificil, digo até raros. Juarez Soares, Armando Nogueira, José Trajano,Alberto Helena Jr, são poucos que tenho como gabaritado. O ex-jogador Caio, Junior (ex-Flamengo), Casagrande, Zenon (que trabalha na Tv de SC) são ótimos exemplos, até o proprio Edmundo se sai bem. Confesso que comentar sobre uma partida de futebol o cara tem que conhecer de futebol e não de jornalismo.

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    1. Foi por isso que eu disse. Para cada jogador contratado, deveria também ter um jornalista. O jogador entende de bola, mas se expressa pessimamente (salvo exceções). Por isso, sou parcialmente contra. Aceito, desde que um jornalista também faça da equipe de transmissão.

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  2. Assim seria muito bom, realmente o ex-jogador é limitadíssimo em material de expressão verbal, mas seria interessante dentro do mesmo jogo comentários de um ex-jogador e de um jornalista que entendesse do assunto.

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    1. Exato! Mas é essa a fórmula em que eu acredito e que descrevi no post. Uma equipe de transmissão seria bem mais completa assim.

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