O Carnaval pode ter diversos significados para as pessoas. Para alguns, é a oportunidade de descansar. Para outros, é a chance de cair na folia e aproveitar a festa. E para outra turma, é sinal de muito trabalho. No reinado de Momo, em 2012, estive nesta última turma.
Cobri o Carnaval de São Bernardo por uma emissora local do ABC Paulista, a TV Mais (escreve-se TV+). No sábado, entramos apenas com flashes das 19h até a 1h00 do domingo. No domingo, abrimos a transmissão às 19h e terminamos por volta de 5h15 da segunda-feira (mais de 10 horas ao vivo no ar). E na segunda, fui fazer uma reportagem para a produtora onde trabalho, em Guarulhos, das 18h até 1h30.
Foram muitas horas de trabalho e poucas de sono. Mas eu queria passar pela experiência de cobrir e transmitir Carnaval. Achei bem interessante. As escolas dão verdadeiras aulas de história em seus sambas de enredo. Por meio deles, conheci mais histórias locais, nacionais e mundiais.
Cobrir Carnaval exige concentração. É difícil aguentar tantas horas sem descanso. Chega um momento em que você começa a perder o fio da meada. O sono bate. Mas a profissão e a adrenalina da situação exigem que você mantenha o foco.
Também exige jogo de cintura para sair de algumas saias justas. Por exemplo, alguns foliões que desfilam pelas escolas acabam ficando completamente alcoolizados, bêbados. E quando veem você com o microfone, querem falar. Quiseram até tomar o microfone das minhas mãos. Esse tipo de coisa repudio veementemente.
Apesar desses episódios desagradáveis, no fim, deu tudo certo. Tanto na TV+ como na produtora Guarulhense. Entrevistei não apenas um, mas vários reis Momos, rainhas e princesas deste Carnaval. Valorizo cada minuto que passei ao lado das mais diversas figuras, fantasiados ou sem fantasia.
Carnaval é sim, entretenimento, diversão e também muita informação. Geralmente, os jornalistas esportivos são escalados para fazer esse tipo de cobertura, uma vez que o perfil de quem cobre esportes (mais divertido, informal e menos sério) é o mais indicado para cobrir a folia.
Gostei da experiência. Cada minuto de cansaço foi recompensado pela sensação e a certeza de ter feito um bom trabalho. O retorno do público, pelo menos, foi bem positivo. Mas de Carnaval agora, só quero saber no ano que vem! Um forte abraço.
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