segunda-feira, 25 de julho de 2011

Quando a transmissão de um evento extrapola o bom senso


Estava assistindo ontem ao jogo Fluminense X Palmeiras, pelo Campeonato Brasileiro de Futebol quando, de repente, deparei-me com uma cena bizarra na TV Globo. Em dado momento, a bola estava no campo de ataque do Fluminense. O diretor de imagem "cortou" para uma das câmeras que estavam no campo, para mostrar o jogo no nível do gramado.

A partida se desenrolava no estádio Raulino de Oliveira, em Volta Redonda, no Rio de Janeiro. O local é acanhado, com pouco espaço entre o gramado e os torcedores. Ou seja, a faixa que sobra fora do campo de jogo é muito estreita.

Pois bem, lá estava o cinegrafista da TV Globo. Espremido fora do campo. No tal lance em que a bola estava no ataque do time carioca, ele passou à frente do árbitro auxiliar, o bandeirinha. Atrapalhou a visão do assistente que, para desviar do câmera, invadiu o campo. Não contente, o rapaz deu a volta por trás do juiz de linha para enquadrar melhor o lance.

E o diretor de imagem continuava cortando para a tomada do câmera. Até que a bola saiu para a lateral em favor do Tricolor das Laranjeiras. O jogador pegou a bola para cobrar e, pá! Deu de cara com o "intrépido" cinegrafista, que invadiu o gramado e passou à frente do jogador, para registrar o lance em "detalhe".

No momento em que o diretor de imagem cortou para a câmera do cinegrafista, que passava em frente ao jogador, este estava com expressão irritada e deu pra ouvi-lo dizendo um palavrão: "sai daí, p..." (montagem ilustrativa e irônica que abre o post).

Não bastasse o monopólio que a Globo tem sobre a transmissão do futebol no país, a emissora ainda conseguiu atrapalhar o andamento do jogo nesse lance. Interferiu diretamente dentro de campo. Bizarro!

O registro da imprensa nos vários eventos é importante. Mas não pode atrapalhar o andamento do que quer que seja. Não pode prejudicar a parte técnica ou plástica dos artistas. É o que também acontece em algumas transmissões de shows. O câmera sobe no palco, fica à frente do artista (cantor, ator) e limita seus movimentos.

No futebol, são muitas as cenas em que jogadores arrastam os cabos atrás do campo para poderem cobrar em paz um escanteio (tiro de canto). Nos shows, artistas chegam a tropeçar nos tais cabos. Esse tipo de interferência da mídia é danosa a qualquer espetáculo.

Por mais que uma bela imagem provoque no telespectador a sensação de que ele esteja ao vivo no local do evento, ela tem de ser captada com cautela. Caso contrário, pode compremeter a parte técnica do espetáculo. E o telespectador, com certeza, jamais faria isso. Vale para shows, esportes, peças de teatro, entregas de prêmio, etc. Um forte abraço.

2 comentários:

  1. Poxa não vi essa imagem , mas acho um absurdo. Também fiquei chateado quando o Scolari retirou os microfones que estavam ao lado do banco do reserva do palmeiras. Mas as coisas estão saindo do sério, o monopólio daqui a pouco vai pedir parada técnica para rodar comerciais.

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