sexta-feira, 8 de julho de 2011

Blog entrevista jornalista Gustavo Villani, da Rádio Estadão-ESPN



Ele é uma das vibrantes vozes que ecoam nas ondas da Rádio Estadão-ESPN. Gustavo Villani já passou por várias emissoras de rádio e TV de grande porte. Agora, empresta suas cordas vocais e sua experiência a esse recém-criado veículo de comunicação, que conta com um time de primeira.

Formado pela Faculdade Cásper Líbero, em 2005, o jornalista chegou a estudar um ano e meio de pós-graduação em Madri: Master Periodismo do jornal El Mundo, em parceria com a faculdade San Pablo CEU.

Nascido em Marília, terra de um dos nomes mais importantes do rádio (o Garotinho e Pai da Matéria, Osmar Santos), Guga Villani ainda espera cobrir, in loco, sua primeira Olimpíada. A competição é tida como um dos grandes prêmios que um jornalista esportivo pode ter na carreira, juntamente com a Copa do Mundo. Confira o bate-papo.

Leandro Martins - O que achou do curso de graduação quando estudou jornalismo?
Gustavo Villani - Achei bom. A Faculdade Cásper Líbero, ainda que na época desse mais atenção e espaco à formação de profissionais de imprensa escrita, foi muito útil para minha profissionalização.

LM - Você acredita que a faculdade prepara bem uma pessoa para o mercado de trabalho?
GV - Eu acho que a faculdade cumpre com uma parte importante da profissionalização, que é a introdução às teorias, pensadores, conceitos éticos e morais da profissão. A prática tambem e importante.

LM - Em quais empresas de mídia já trabalhou?
GV - A Gazeta Esportiva, Rádio Transamérica, Rádio Globo, Rádio e TV Record e canais ESPN. Já contribuí para a revista Placar, revista Trivela e blog do Juca (Kfouri).

LM - Como é sua rotina hoje?
GV - Trabalho nos canais ESPN, mais especificamente para a Rádio Estadão-ESPN, ESPN e ESPN Brasil. De segunda a sexta, apresento, ao lado de Conrado Giulietti, o programa Esporte.Com, das 11h30 as 13h, na rádio. E fico à disposição das escalas para narrar jogos na TV e rádio, o que não me dá uma rotina fixa de horários.

LM - O que já fez ou faz fora do esporte?
GV - Já fiz cobertura de carnaval, trânsito nas estradas, eleição.

LM - Já foi setorista de um clube? Como é essa experiência?
GV - Sim, já fui estagiário, produtor, plantonista e repórter. Cobrir um clube exige atenção permanente, a todo instante, principalmente para cobertura de rádio. Ja cobri São Paulo, Corinthians e Palmeiras.

LM - Quando decidiu que ia trabalhar com mídia?
GV - Estava na Austrália, era intercambista, quando decidi fazer jornalismo. Cheguei a cogitar cursar Direito, mas decidi por Jornalismo. Ainda bem, não me arrependo. Sempre gostei de esportes. Imitava locutores esportivos desde pequeno.


LM - Como foi seu início de carreira? Quais as principais dificuldades e obstáculos encontrados?
GV - Meu início de carreira foi ótimo, essencial. Trabalhei de graça ou ganhando pouco porque sempre gostei do que faço, sabia que era um início e que o importante era prestar atenção em tudo e em todos, estar envolvido. As dificuldades foram naturais da minha pouca idade e inexperiência. Mas tudo valeu muito a pena.

LM - Como avalia o mercado de trabalho na mídia hoje?
GV - O Brasil cresce e a demanda por bons profissionais acompanha o ritmo. Eu sou da geração de cobertura ampla e diversificada dos meios de comunicação. A cada dia tem mais gente nos clubes, cobrindo futebol. Uma pena que as coberturas das outras modalidades não acompanham o esporte mais popular do Brasil.

LM - Alguns jornalistas tornam-se amigos de fontes pela convivência. Você acredita que o jornalista ser amigo da fonte ajuda ou atrapalha o trabalho?
GV - Atrapalha quem se deixa atrapalhar por essa proximidade. Isenção é um dever.

LM - Como é cobrir um grande evento como a Copa do Mundo e as Olimpíadas?
GV - O trabalho é exaustivo. É recompensador. É o que existe de melhor para se fazer, penso.

LM - Quantas edições de cada uma você já cobriu?
GV - Cobri a Olimpíada de Sidney, como estagiário de A Gazeta Esportiva. Em 2002, acompanhei a Copa do como produtor/repórter da Transamérica - altas madrugadas! Em 2006 estive na Alemanha pela Record (rádio e TV). Em 2010, narrei meus primeiros jogos de Mundial, pela Rádio Globo, mas fiquei no Brasil.

LM - Qual foi a maior emoção da sua carreira até hoje?
GV - Tenho onze anos de carreira. Um momento bacana foi entrevistar os pais do Cafu, ao vivo, no momento em que ele levantava a taça da Copa do Mundo em 2002, do outro lado do mundo.

LM - Cobrir outros esportes que não o futebol é mais fácil ou mais difícil? Quais exigem mais técnica?
GV - É igual. Exige conhecimento da modalidade, dedicação, atenção...

LM - O que faz para preservar a voz?
GV - Não como muito antes de entrar no ar, nem tomo gelado antes e durante as transmissões. Um aquecimento mínino de voz e exercícios para melhor dicção também ajudam. (como mascar chiclete, por exemplo)

LM - Como vê a disputa pela transmissão do futebol brasileiro em 2012? Acha certo um regime monopolista?
GV - Renderia um debate bem mais longo. Basicamente, acho que os direitos de quem paga por eles devem ser preservados. Penso, porém, que a abertura para diferentes empresas seria saudável ao público, aos times, a todos, no mais amplo sentido. Renderia mais, seria mais democrático. A concentração dos direitos nao me parece inteligente.

LM - O que gostaria de fazer na carreira e ainda não conseguiu realizar?
GV - Muitos! Quero cobrir in loco minha primeira Olimpíada, quero narrar finais de campeonatos, grandes eventos, enfim, tudo está apenas começando. Tenho muita ambição de progredir sempre.

LM - Você acha que um jornalista esportivo deve assumir seu time de coração?
GV - Respeito aos que divulgam o clube do coração. Mas eu não o faço porque não vibro mais como fazia quando era garoto. A minha paixão virou minha profissão. Há muitos torcedores que não entenderiam a minha preferência dos tempos de criança, portanto, não digo o time pelo qual torci. Hoje, torço para eu fazer um bom trabalho, onde estiver.

LM - É muito difícil trabalhar num jogo do seu time e ter de controlar as emoções? Tem uma técnica para ensinar aos jovens que estão começando na profissão?
GV - A técnica do bom senso aprendemos no exercício diário da reflexão. Meu desafio é tentar me entregar ao máximo a cada jogo, independentemente dos times em disputa.

LM - Quem são os jornalistas e/ou profissionais da comunicação que mais admira?
GV - Juca Kfouri, Cleber Machado, PVC, Milton Leite, Casagrande, Oscar Ulisses... certamente me esqueco de alguns mais.

OS ÍDOLOS DE GUSTAVO VILLANI

LM - Tem alguma história curiosa ou engraçada da profissão?
GV - Não sou bom contador de histórias! Às vezes, me lembro de alguns episódios engraçados. Mas assim, de repente...

LM - É possível conciliar família e trabalho?
GV - Sou casado com uma jornalista, que compreende todos os revezes da profissão. Tentamos conciliar nossa vida familiar, ainda sem filhos, com a profissão. E acho que conseguimos. Mas já tive de faltar a muitos compromissos familiares, faz parte.

LM - Deixe uma mensagem para quem pensa em seguir carreira, principalmente no jornalismo esportivo.
GV - Não sou muito de ditar regras e caminhos. Aos que se interessam pela profissão, desejo muita dedicação, carinho pelo ofício e sucesso. A faculdade é fundamental, elementar. A leitura também ajuda a construir vocabulário, senso crítico. Organiza as ideias. A prática, desde cedo, também tem importância, penso.

Para quem quiser seguir o jornalista no twitter, basta procurar por @gustavovillani. E quem quiser me seguir, @leandropress. Um forte abraço.

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