segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Uma palavra sobre a polêmica manchete do jornal Lance!, do Rio de Janeiro


Na semana passada, a diretoria do Vasco da Gama, clube de futebol do Rio de Janeiro, anunciou à imprensa que a multa rescisória do zagueiro Dedé havia aumentado de sete para dez milhões de euros, o que inviabilizaria a transferência do jogador para um outro clube do futebol brasileiro, principalmente o Corinthians, que assediava o atleta.

O jornal Lance!, em sua edição carioca, ao noticiar o ocorrido, preferiu fugir do senso comum e estampou na capa, sem meias palavras, a manchete: "Chupa, Corinthians!" (foto). Os torcedores do alvinegro paulista, obviamente, detestaram a tiração de sarro e criticaram o jornal nas redes sociais.

A pergunta principal é: por mais que o esporte e o jornalismo esportivo envolvam paixão, qual o limite para o texto de um jornal? Até que ponto a tiração de sarro é tolerada e qual a linha tênue que a separa da vulgaridade e da ofensa?

Bem, antes de mais nada, é preciso entender a diferença cultural que envolve Rio de Janeiro e São Paulo, quando o assunto é futebol. No Rio, o esporte bretão é tratado com mais romantismo, molecagem, malandragem (no bom sentido) e malemolência. Os cariocas parecem ter mais prazer de ir ao estádio, gritar gol e tirar uma onda do amigo que torce para o rival. Isso sem que ninguém se ofenda nem queira matar o "inimigo" futebolístico.

Em São Paulo, a coisa é um pouco diferente. O paulista parece tratar o futebol como algo mais sério. Além de negócios, o esporte é uma espécie de válvula de escape para os problemas dos paulistanos, como trânsito, enchente e o trabalho excessivo, do qual muitos se orgulham em desempenhar.

Muitos torcedores paulistanos, em vez de gritar gol quando seu time balança as redes, prefere bradar em alto e bom som: "Chupa, fulano de tal!", no qual "fulano de tal" é um dos times rivais.

No Rio, o futebol é tratado mais como uma tiração de sarro, uma gozação, não com a mesma seriedade dos paulistanos. É, portanto, mais romântico. Diria até mais poético. Voltando à manchete do jornal, o Lance! carioca escreveu tais palavras no intuito da malandragem, da brincadeira.

Concordo que o termo "chupa" é um pouco ofensivo. Eu sou do tempo em que a palavra significava a abreviação de "chupa, que a cana é doce". Uma frase sem tanta malícia, digamos assim. Hoje, o verbo é carregado de sentido maldoso e sexual. Por isso, tal incômodo dos corintianos.

Para mim, a malícia está nos olhos de quem a vê. Recentemente, o verbo "chupa" também virou o encurtamento da expressão "chupa que é de uva", de uma música brasileira. Para mim, os corintianos se doeram à toa. Primeiro, por causa de uma simples brincadeira. Provocativa sim, mas brincadeira. Segundo, porque o Corinthians está anos-luz à frente da nau vascaína em termos de elenco, time, estrutura e, recentemente, títulos. Em minha análise, Dedé não fará falta ao Timão.

Então, menos, bem menos, corintianos. E que não queiram matar (no sentido literal da palavra) nenhum vascaíno na vinda do Vasco a São Paulo para enfrentar o Corinthians no próximo Campeonato Brasileiro. Foi apenas uma brincadeira, repito. Um forte abraço.

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