sexta-feira, 25 de janeiro de 2013
O preço que a Globo (e a gente!) paga por contratar ex-jogadores de futebol como comentaristas
Um texto publicado no portal UOL no último dia 17 de janeiro, expôs o preço que algumas emissoras (como Globo e Bandeirantes) pagam por contratar ex-jogadores de futebol para serem comentaristas.
Os ex-jogadores, salvo raríssimas exceções, não são pessoas estudadas. Quase a totalidade sequer passou todo o tempo necessário no Ensino Fundamental e Médio, tampouco sentou alguma vez na vida em um banco de faculdade.
A mais nova contratação dos canais SporTV (das Organizações Globo), Roger Flores (foto que abre o post), o marido da atriz Deborah Secco, admitiu que já levou chamada de atenção por falar no ar o que não devia. Segundo a reportagem do UOL, ele não quis dizer quais foram os pontos polêmicos em que foi podado.
Roger ainda mencionou algumas gírias no ar, como quando disse "ao comentar uma substituição do Botafogo no clássico contra o Fluminense, que 'Seedorf e Vítor Júnior também entraram na mesma vibe'". Esse é o preço que as emissoras pagam. O da ignorância, da falta de preparo, da ridicularização e da gozação.
Para abrir a boca diante de um microfone, é preciso preparo. Ao UOL, Roger disse: "Por mais que se interesse e tente fazer da melhor maneira, o nervosismo e a insegurança atrapalham um pouco. Gafes, deslizes aconteceram, mas nada que fosse muito feio, coisas normais (Ahan! "Vibe" nem é feio né...). Já tomei várias broncas no ponto, sobre coisas que não pode falar ao vivo. Às vezes estou falando alguma coisa e o ponto já me chama a atenção, diz o que não devo falar, ou o que é melhor deixar para o narrador".
Claro... Se Roger tivesse estudado comunicação algum dia na vida é bem provável que ele já teria com mais facilidade a percepção do que cabe a cada profissional dizer no ar. Lamentável, péssimo! Fico nestes dois juízos de valor para não dizer coisa pior ou soltar um palavrão, mas pondero que você, amigo leitor, não merece tal desrespeito.
Luiz Ademar, comentarista dos canais SporTV e presidente da ACEESP, disse, em entrevista ao programa Esporte na Rede, da UPTV, que, mesmo sendo funcionário da Globo, não concorda com essa postura. Para ele, a equipe de transmissão de uma partida de futebol deve ser composta por um narrador, um comentarista jornalista, os repórteres e, eventualmente, pode haver o comentarista de arbitragem e o ex-jogador.
Neste caso, o espaço do jornalista estaria garantido. E mais: o ex-jogador e o jornalista teriam visões diferentes, que poderiam até se complementar e enriquecer as transmissões para o telespectador do ponto de vista da informação e das curiosidades.
Não é a opção da Globo. E paga o preço pelas aberrações que faz o telespectador engolir em seco. Outra mestra nisso é a Bandeirantes, com Denílson, Edmundo e Neto. Na minha opinião, os considero médio, fraco e péssimo, respectivamente.
Por lá também passaram Müller, hoje no SporTV e considerado o pior comentarista de 2012 pelos jogadores, e Marcelinho Carioca, que chegou a ser processado pelo técnico Vanderlei Luxemburgo pelas bobagens que disse no ar a respeito do treinador, sem ter provas.
Em entrevista ao programa Esporte na Rede, o locutor da Band, Luciano do Valle, que, entre idas e vindas está na emissora há 32 anos, lamenta que o jornalista tenha perdido espaço. Luciano introduziu o ex-jogador como comentarista, com Rivellino, Gerson, Tostão, entre outros. Mas, ele foi incisivo: "Sim, introduzi o ex-jogador como comentarista. Mas eu tinha um ex-jogador e um jornalista na equipe, como o Juarez Soares, por exemplo. No vôlei, eu tinha um ex-atleta e o Álvaro José. Eu sempre privilegiei o trabalho do jornalista. Mas hoje parace que os valores se inverteram", disse.
Por isso, sempre que posso, assisto futebol na TV fechada. Globo e Band são hoje, com todo o respeito, um acinte à inteligência do fã de futebol. E você, amigo leitor, faça sua parte. Mais do que a gozação e a ridicularização, que estas emissoram paguem com a perda da audiência. Só assim elas vão mudar a maneira de fazer a programação, já que audiência significa dinheiro, grana! Um forte abraço.
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Taí um assunto que sempre vamos divergir Leandro, falo como expectador. Sim o ex-jogador sempre deve estar preparado, tem que saber o que fala e tudo mais, claro qtem que haver qualidade. Mas nestes mais de 30 anos que acompanho futebol, são raríssimos os casos de comentários que não falam groselhas, pra não dizer outra coisa. Prefiro mil vezes ex-jogadores por que eles sabem o que falam, mas existem exceções sim, não é poque ele é ex-jogador que outras pessoas não podem ter conhecimento maior, claro que tem, mas os que tem não usam. O Galvão Bueno tá na Tv a uns 40 anos e muitas vezes parace estagiário de tantas groselhas que diz. Hoje vejo futebol na TV para companhar campeonatos que não poderia ver, tipo Copa Nordeste campeonato carioca, mas as narrações e os comentários são pífios e ridículos. José TRajano, o falecido Armando Marques, Mauro Cesar, Caio Ribeiro, ex- jogador Zito, Raul Plasman são os poucos que posso ouvir sem medo, os demais, me desculpe se eles tem o famoso diploma, não souberam usar de forma digna !
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