Explico o porquê. Quando um estudante de jornalismo senta no banco da faculdade, aprende a ser ético, independente, crítico e cético. Os professores instigam os alunos a pensarem, questionarem tudo e todos, a apurar e investigar.
Desta forma, cria-se um jornalista consciente, capaz de questionar até mesmo o próprio patrão ou denunciá-lo em caso de receber uma ordem para mentir publicamente. O jornalista tem o compromisso com a verdade sempre.
Sem a obrigatoriedade do diploma para o exercício do jornalismo, os donos das empresas de mídia têm uma importante moeda de barganha nas mãos. Por exemplo, podem pedir que determinado político apresente um projeto favorável à tal empresa de mídia e, em troca, oferece um cargo ao filho dele ou algum parente.
Sem a obrigatoriedade do diploma, qualquer um, em tese, pode ser "jornalista". Qualquer profissional, de qualquer área, pode ser colunista. Isso é desvirtuar a profissão. E tal situação ainda favorece os "barões da mídia" em outro aspecto. Sem o diploma que garanta reserva de mercado, este fica extremamente acirrado e nivelado por baixo.
Assim, a concorrência é enorme e os salários, obviamente, despencam. Além disso, os patrões podem contratar "jornalistas" com pouco senso crítico, político e investigativo. Espero, do fundo do coração, que a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que está no Congresso seja aprovada e que a calhordice em nosso meio diminua, embora vá continuar a existir. Um forte abraço.
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