sábado, 2 de junho de 2012

O jornalista deve sempre falar a "língua" do entrevistado



Existem diversas técnicas para a realização de uma boa entrevista. Para que o trabalho saia a contento, é preciso que o jornalista informe-se minimamente sobre a fonte a ser entrevistada, seja por telefone ou conversando com ela minutos antes da gravação das declarações. Tal procedimento é válido para qualquer fonte, da mais baixa à mais alta classe social.

Para que a entrevista seja bem feita, também é fundamental que a fonte sinta-se à vontade. Assim, a qualidade, a naturalidade e a espontaneidade das declarações permitirão que a reportagem não soe falsa (forçada) ou em tom de simulação.

Para isso, é preciso que o jornalista tenha habilidade para deixar o entrevistado tranquilo frente às câmeras. Seja com conversas sobre amenidades e temas cotidianos no início da entrevista, seja porque ele fala a "língua" do seu entrevistado.

Quando digo "língua", não quero dizer idioma, obviamente. Mas sim, à maneira como o jornalista se relaciona com sua fonte. Suponhamos que o repórter esteja fazendo uma reportagem sobre a pacificação das favelas do Rio de Janeiro. Um dos entrevistados é um morador local.

Quando for realizar a entrevista, o repórter não pode dirigir-se ao morador da mesma forma que faria com um diretor de empresa multinacional. Com o diretor, a linguagem a ser usada seria  mais culta e formal (até porque o diretor tem instrução suficiente para entender perguntas formuladas de maneira mais rebuscada).

Com o morador, o repórter pode usar uma linguagem mais coloquial, até mesmo com gírias conhecidas para aproximar-se da fonte e, assim, ganhar-lhe a confiança. Claro, este procedimento só pode ser feito em entrevistas gravadas, uma vez que a pergunta do repórter (com a gíria) pode ser cortada na edição. Em entrevistas ao vivo, a recomendação é a prática da coloquialidade, sem no entanto o uso de tais gírias ou termos muito rasos ou até chulos.

A maneira como o jornalista se expressa diante da fonte também é importante. O entrevistado sempre observa se o "jeitão" do jornalista é mais "largado" ou mais formal, independemente do terno e da gravata.

Quando o jornalista fala a "língua" de qualquer entrevistado, o trabalho flui muito melhor. É até uma arma de persuasão para quem não gosta de falar diantes das câmeras. O entrevistado sente-se mais calmo, tranquilo e enxerga no jornalista alguém familiar, que sabe conversar com ele no mesmo patamar.

A regra vale para todo e qualquer tipo de entrevistado. Homens ou mulheres de vários cargos, credos, religiões, raças e profissões. É o que fazem os grandes entrevistadores como Marília Gabriela e Jô Soares em seus "talk shows". Nessas horas, o jornalista deve ser um camaleão e se adaptar a toda e qualquer situação. Com certeza, a qualidade da reportagem e da informação será muito melhor. Um forte abraço.

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