sexta-feira, 27 de abril de 2012
O que eu faria se fosse um diretor de emissora local
Com o aumento gradativo do número de consumidores de TV por assinatura no Brasil, a oferta de canais locais e comunitários também aumenta. Por um lado, isso é bom, já que incentiva a produção de programas com conteúdos regionais, voltados exclusivamente para um público específico.
Acredito que, nesse sentido, a prestação de serviços, a produção de programas informativos e de entretenimento e a revelação de novos talentos para a TV são as principais contribuições que uma emissora local pode dar à sua comunidade.
Mas, infelizmente, não é o que acontece. Primeiramente, a maioria das emissoras ditas comunitárias, que por lei não podem pertencer a uma única pessoa ou grupo, são dominadas por políticos e gente graúda, que usa a máquina para ganhar visibilidade.
Quando isso não acontece, os canais são mal administrados, colocando no ar uma programação amadora e pouco interessante ao público regional. Geralmente, o diretor, junto com o departamento comercial (quando este existe), cobram a locação de horário com valores astronômicos. Com efeito, apenas alguns empresários intressam-se em ter um programa ali.
Via de regra, são programas de entrevistas chatíssimos, que levam o nome do empresário para realçar a visibilidade dele perante o público e não acrescentam nada de interessante. Geralmente, a "atração" (que não atrai ninguém) se passa em uma bancada minúscula, com o tal empresário levando seus amiguinhos para falar mais chatices.
Com as emissoras comerciais a história é um pouco diferente. Algumas até tentam colocar no ar uma programação de qualidade e relevante para a comunidade mas, quase sempre, são engolidas pelo mercado tecnológico, uma vez que o investimento em equipamentos e bons profissionais é algo que custa muito caro.
Nesses casos, quando o diretor ou presidente dão um passo maior do que a perna, a empresa vai para o buraco e os telespectadores da região acabam ficando órfãos novamente.
O Grande ABC, ou ABC Paulista como queiram, região onde nasci e moro atualmente, tem o 3º maior PIB do país. Maior do que o de cidades como Belo Horizonte e até de países como Uruguai e Paraguai.
O mercado consumidor aqui é altíssimo. Mesmo assim, não há uma emissora de televisão decente que provém a contento a região com um conteúdo bem feito e uma programação de qualidade. Também falta visão do empresariado em investir nessas emissoras e contribuir para o crescimento da mídia local.
O que eu faria se fosse um diretor de TV local, ainda mais de um canal comunitário? Primeiramente, convocaria a comunidade para uma conversa. É obvio que as pessoas que compõem a comunidade, por serem leigas, não têm condições de produzir e fazer o conteúdo da TV. Mas o mínimo que qualquer diretor pode fazer é convocar alguns líderes e perguntar a que tipo de programa gostariam de assistir.
Depois, convidaria alguns jornalistas locais para tentar montar uma grade de programação decente cobrando, apenas, o rateio com todos pelos custos de manutenção dos equipamentos. Assim, teríamos uma emissora com qualidade, mas sem lucro.
Depois de um ano, com a grade estabilizada e a credibilidade conquistada perante o público, aí sim, com o auxílio do departamento comercial, partiríamos para a rentabilização dos programas e para o lucro da emissora. Teríamos então um canal respeitado na região, com a credibilidade e a confiança dos telespectadores e, provavelmente, rentável.
Para isso, é preciso paciência, persistência, inteligência, pulso, comando, vontade de trabalhar, acabar com a preguiça e deixar a síndrome de vira-lata de lado. Jamais uma TV regional vai ter a qualidade técnica de uma Rede Globo,é claro, mas poderá ser imensamente estimada pelos moradores locais. É fácil? Claro que não! Mas é preciso tentar.
O que não pode é a direção das emissoras cobrar horários como se fossem a Globo, oferecer uma estrutura meia boca e, ainda por cima, permitir a exibição de programas amadores.
As emissoras viram motivo de chacota, vão à falência e a região fica carente de informações relevantes. Por isso que a Globo é a Globo e as outras são as outras. Mentalidade e visão empresarial são fundamentais para o sucesso de uma emissora de TV. É preciso pensar grande diante da pequenez dos incompetentes. Um forte abraço.
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quinta-feira, 26 de abril de 2012
Respostas ao leitor Pedro Martins
O leitor Pedro Martins, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, mandou-me um e-mail solicitando algumas opiniões sobre web TV. A entrevista foi para um trabalho de faculdade, mas decidi publicá-la aqui no blog para externar minha posição sobre questões que considero importantes no que diz respeito às novas mídias. Acompanhe.
Pedro Martins - Qual a sua interatividade na web TV com o público?
Leandro Martins - Total! O público participa ativamente do programa que apresento, o Esporte na Rede, toda terça-feira, AO VIVO, às 20h, na UPTV (www.uptv.com.br). A interatividade do público se dá por meio de quadros de opinião, como a enquete e diretamente, com perguntas para os comentaristas e para os convidados da atração, além do quadro Torcedor na Rede, em que o internauta nos envia uma foto demonstrando o amor pelo seu time e colocamos no ar. Indiretamente, o público participa por e-mail e pelas redes sociais (facebook e twitter), além de nosso blog (pgmesportenarede.blogspot.com)
Pedro - Esta é a interatividade que vocês esperavam para ter contato com o público ou esperavam mais interatividade disponível no mercado para dispor ao público na web TV?
Leandro - Acredito que sim. A participação é em tempo real e tem se mostrado muito ativa! Por enquanto, a estrutura tem sido suficiente para que a interatividade ocorra a contento.
Pedro - Como está a audiência na web TV, ela existe ou não?
Leandro - Claro que existe! Nosso programa prova isso. Basta assistir! O que acontece é que a audiência da web TV é mais pulverizada. Muitos internautas, por exemplo, já me disseram que não conseguem assistir ao programa AO VIVO, mas que o assistem "on demand" (sob demanda), já que a atração fica armazenada no site por uma semana até que entre a nova edição. No entanto, continua sendo audiência. Mas na hora do programa ao vivo, nossa estimativa é de 12 mil acessos ao site.
Pedro - Como está o crescimento da web TV no Brasil.
Leandro - As pessoas ainda precisam entender o que é web TV. Muita gente acha que basta ligar um live stream da vida que você já está fazendo web TV. Por conta dessa qualidade amadora e questionável, muitos empresários não se interessam (ainda!) em anunciar e patrocinar atrações de internet. Sou chato que nem o Boni (ex-diretor e ex-vice-presidente da Globo) nesse aspecto. A UPTV tem estúdio próprio, 3 câmeras e todo um aparato de emissora mesmo. Por isso, nossa atração tem qualidade. No entanto, ainda falta muita coisa. Muita gente acha que montar uma emissora web é fácil e engana-se redondamente. Os equipamentos são caros. Se as pessoas que pensam em montar uma web TV conversassem mais, poderiam se associar e criar web TVs maiores. Por isso, acredito que ainda vai levar alguns anos para o efetivo crescimento e implantação dessa modalidade de ver TV no Brasil. Até porque, pouca gente ainda usa a internet por aqui.
Pedro - Qual é a diferença de um programa produzido para ser transmitido pela web TV e um programa produzido para ser transmitido em uma televisão convencional?
Leandro - Se os programas forem feitos direito, nenhuma. Os dois devem ter excelente qualidade. Porém, há, evidentemente, os formatos técnicos peculiares a cada veículo, como transmissores, tamanho de estúdio, equipamentos, etc. Eu gosto da internet por ser interativa e por poder "sentir" a participação do internauta em tempo real.
Pedro - Existe comercial ou merchandising num programa para web TV?
Leandro - Existe sim! Desde que o anunciante se interesse, isso é possível de ser feito, tal como numa TV convencional ou até de modo superior, já que a interatividade é maior.
Pedro - Como o mercado publicitário vê este novo mercado da mídia através da WEB TV?
Leandro - Como disse acima, infelizmente, o amadorismo ainda impera na internet. Porém, há muitas emissoras sérias, que desenvolvem um trabalho respeitável na área e, por isso, já têm conseguido alguns anunciantes. Ainda assim, os empresários vêem a internet com desconfiança e, de certa forma, torcem o nariz para este veículo. Mas acredito que, dentro de pouco tempo, o olhar empresarial vai mudar e as emissoras que realizam um bom trabalho vão se destacar em meio ao mar de sites amadores hoje existentes no planeta. Para que qualquer coisa dê certo na vida, o segredo é profissionalismo. Um forte abraço.
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quarta-feira, 25 de abril de 2012
Fotos do programa Esporte na Rede, com Léo Lucas
Ontem, o programa Esporte na Rede, da UPTV, recebeu o jornalista e empresário Léo Lucas. Ele falou sobre a carreira, sua produtora, a L2M, e a rádio web que acabou de lançar. Léo também comentou a rodada da Copa do Brasil, Taça Libertadores e Campeonato Paulista.
O Esporte na Rede vai ao ar pela UPTV (www.uptv.com.br), toda terça-feira, AO VIVO, às 20h. Veja abaixo as fotos e a edição completa na íntegra. Um forte abraço.
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O Esporte na Rede vai ao ar pela UPTV (www.uptv.com.br), toda terça-feira, AO VIVO, às 20h. Veja abaixo as fotos e a edição completa na íntegra. Um forte abraço.
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segunda-feira, 23 de abril de 2012
O dia em que a página teima em ficar em branco
Quantas vezes você já falou para si mesmo a expressão "hoje é um dia em que eu não deveria ter levantado da cama"? Pois é... Existem dias em que as coisas parecem não dar certo para a gente. Porém, mesmo assim, você vai ter de encarar seu trabalho, seus chefes e suas responsabilidades.
No caso do jornalista, um dia ruim pode significar ausência de pautas boas, fontes que não atendem a telefonemas, discussões bobas com colegas de trabalho e até falta de inspiração para escrever a reportagem. São aqueles dias em que o repórter tem de "parir" o texto, já que o dito cujo não flui de jeito nenhum.
Quando isso acontece, a solução é acalmar-se, esfriar a cabeça e relaxar, por mais que a pressão seja constante. Levante-se, saia da frente do computador, beba um café, um suco, ouça uma música para renovar as energias. A música sempre é uma boa fonte de inspiração.
O jornalista não pode permitir que a página continue em branco, já que a reportagem tem um "dead line" (prazo de entrega, no jargão midiático) a ser cumprido. O trabalho, ainda mais em condições estressantes, suga o ser humano. Nessas horas, a renovação da energia interior é necessária. Sei que este texto mais parece coisa de terapeuta ou psicanalista. Mas é a pura verdade.
Outra coisa que pode ajudar é sair com os amigos, espairecer. Não no momento do expediente, claro. Mas tente dê atenção a você mesmo. Acredite, você merece. Divirta-se, curta, descontraia. Estas pequenas atitudes ajudam a manter o cérebro saudável, longe de depressões, loucuras e sufocamentos. Isso é essencial na vida de qualquer ser humano (em que pese o tom de autoajuda).
Com a cuca fresca, como dizem os mais velhos, é impossível que, pelo menos, algumas mal traçadas (ou digitadas) linhas não brindem seus leitores, ouvintes ou telespectadores com um bom texto. Ainda que não seja um primor, existem dias nos quais o mais importante é cumprir a missão da jornada. Ninguém é genial todos os dias. Mas o trabalho não espera isso e sim dedicação. Esse é o segredo para que a página nunca fique em branco. Um forte abraço.
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sexta-feira, 20 de abril de 2012
Os cargos criados nas novas mídias
As novas mídias, principalmente a internet, têm contribuído para a criação de novas vagas de emprego na área da comunicação. Assim, vemos alguns cargos com nomes aos quais ainda não estamos acostumados. "Atualizador de sites", "analista de redes sociais", "web repórter", etc.
Recentemente, recebi uma vaga em meu e-mail, do site trampos.co (ponto co, assim mesmo). Foi a primeira vez que li o título "blogueiro" na descrição de um cargo (foto que abre o post). Realmente, os tempos são outros.
A internet ainda carece de credibilidade, mas acredito que, dentro de poucos anos, vai ser uma das mídias mais importantes do país. Alguns portais e sites têm investido na contratação de bons e experientes profissionais, pagando-lhes um salário digno e aumentando a confiabilidade de seu conteúdo.
Para se tornar uma mídia realmente levada a sério por todos (inclusive para os empresários que sustentam os veículos com anúncios e patrocínios), tal investimento em profissionais de gabarito é mais do que necessário.
De qualquer forma, é um alento para o tão concorrido mercado midiático. Novas tecnologias desenvolvem novas mídias e estas, por sua vez, precisam criar novos cargos e contratar bons profissionais. Nesse caso, onde há tecnologia, há esperança de uma vaga de emprego. Um forte abraço.
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quinta-feira, 19 de abril de 2012
Alguns cuidados que ajudam a evitar danos nos equipamentos (e nas pessoas!)
Semana passada, gravei uma reportagem aqui, para o Canal Guarulhos, na Usina de Reciclagem de Entulho da Prefeitura. É o lugar mais empoeirado em que já gravei em toda a minha vida. Também, não poderia ser diferente. O próprio nome já diz. Lá tem toneladas e toneladas de entulho da construção civil.
Então, com o movimento executado pelos tratores para transportar o material, o pó voa constantemente. Por isso, alguns cuidados são necessários para preservar o equipamento de gravação, como colocar uma capa na câmera e tirar o excesso de poeira com um pincel, já que as partículas de pó insistem em entrar nos lugares mais escondidos da câmera.
Para proteger a gente, máscaras, toucas e capacetes. Vida de jornalista é assim mesmo. Ir aos lugares mais inusitados, fazer as reportagens mais curiosas, vestir-se das maneiras mais esquisitas, mas, acima de tudo, levar informação de qualidade ao telespectador. É para isso que estamos aqui. E quem não encara isso numa boa, está na profissão errada. As fotos abaixo são do meu amigo Fabio Nunes, fotógrafo da Prefeitura de Guarulhos. As imagens e a edição da reportagem são de Diego Andrade e a Assistência, de Marcela Freitas. Um forte abraço.
Facebook: facebook.com/profile.php?id=1354275209
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Então, com o movimento executado pelos tratores para transportar o material, o pó voa constantemente. Por isso, alguns cuidados são necessários para preservar o equipamento de gravação, como colocar uma capa na câmera e tirar o excesso de poeira com um pincel, já que as partículas de pó insistem em entrar nos lugares mais escondidos da câmera.
Para proteger a gente, máscaras, toucas e capacetes. Vida de jornalista é assim mesmo. Ir aos lugares mais inusitados, fazer as reportagens mais curiosas, vestir-se das maneiras mais esquisitas, mas, acima de tudo, levar informação de qualidade ao telespectador. É para isso que estamos aqui. E quem não encara isso numa boa, está na profissão errada. As fotos abaixo são do meu amigo Fabio Nunes, fotógrafo da Prefeitura de Guarulhos. As imagens e a edição da reportagem são de Diego Andrade e a Assistência, de Marcela Freitas. Um forte abraço.
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quarta-feira, 18 de abril de 2012
Fotos do programa Esporte na Rede, com Hugo Hoyama (2)
Ontem, o Esporte na Rede recebeu, pela terceira vez, o mesatenista Hugo Hoyama, que vai representar o Brasil nas Olimpíadas deste ano, junto com Gustavo Tsuboi. Hugo falou sobre a carreira e deu a entender que não deve parar tão cedo, mesmo já estando com 43 anos. "Como a próxima Olimpíada vai ser no Rio de Janeiro em 2016, vai dar uma coceirinha para jogar", disse.
Abaixo, imagens dos bastidores do programa e o vídeo completo da edição. O Esporte na Rede vai ao ar toda terça-feira, AO VIVO, das 20h às 21h, pela UPTV (www.uptv.com.br). Esporte na Rede! Análise esportiva de qualidade! Um forte abraço.
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Abaixo, imagens dos bastidores do programa e o vídeo completo da edição. O Esporte na Rede vai ao ar toda terça-feira, AO VIVO, das 20h às 21h, pela UPTV (www.uptv.com.br). Esporte na Rede! Análise esportiva de qualidade! Um forte abraço.
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segunda-feira, 16 de abril de 2012
Os vícios que os locutores de rádio trazem para a TV e vice-versa
Aproveitando que hoje é o Dia Mundial da Voz, este post é em homenagem aos locutores esportivos. O rádio e a televisão são dois veículos com linguagens completamente diferentes. Enquanto o rádio tem apenas o áudio como recurso informativo, a TV apoia-se na imagem. Consequentemente, a locução esportiva tem suas peculiaridades em cada um desses meios.
Alguns locutores são formados no rádio e, quando migram para a TV, precisam de um período de adaptação. O mesmo vale para o caminho contrário que, no entanto, é mais raro de acontecer na mídia.
Ao migrar de uma mídia para outra, os locutores, inicialmente, carregam com eles vícios de linguagem do veículo ao qual estavam acostumados, o que causa estranheza ao ouvinte e ao telespectador.
Vamos primeiro falar sobre o locutor que migra do rádio para a TV. Uma vez que não faz uso da imagem, o rádio é extremamente descritivo. O locutor precisa posicionar o ouvinte o tempo inteiro em qualquer esporte e dizer o que está acontecendo para que o público "enxergue" os detalhes do evento. Por isso, usa expressões como "recebe na meia direita", "cruza a linha central do gramado", "coloca a bola na grande área", "passa a linha que divide o campo", "a bola foi pela linha de fundo", "toca a bola na grande lua do gramado".
Alguns locutores, ao migrarem para a TV, repetem tais expressões, que se tornam desnecessárias por causa da imagem. Quem está vendo a partida sabe que a bola está nesses locais. Outro vício de quem vem do rádio é a articulação das palavras. O rádio exige que cada palavra seja muito bem articulada para que o ouvinte a entenda de forma rápida.
Porém, numa conversa coloquial e informal do dia-a-dia, ninguém articula todas as palavras com perfeição. Por exemplo, na frase "a bola passa por baixo do corpo do goleiro", o locutor de rádio enfatiza a pronúncia do "baixo", ressaltando o "i". Coloquialmente, nem pronunciamos esse "i" e fica "por baxo". Mas TV é coloquial, é informal e essa é a pronúncia mais aceitável.
Em TV, quem articula tudo perfeitinho é considerado arrogante e estranho, o que pode gerar a antipatia do telespectador. TV é massa, é simplicidade. No dia-a-dia, em nossas conversas habituais, muitas vezes, pronunciamos a letra "o" com som de "u", principalmente nas terminações das palavras, como "meio de campo". Coloquialmente, pronunciamos "meiu de campu". Já no rádio o locutor pronuncia efetivamente as duas letras "o".
Mas o locutor de rádio não faz isso porque quer. É quase automático pois, para fazer rádio, aprendemos na faculdade (e nas aulas de fono) que todas as letras devem ser pronunciadas. Então, esse é um vício adquirido difícil de ser deixado de lado, principalmente para o locutor que é ativo (simultaneamente) nos dois veículos. Porém, é algo que deve ser trabalhado para não gerar antipatia do público.
Por fim, um último vício está no ritmo. Em rádio, a narração esportiva é frenética e não para um minuto sequer. Não pode haver o chamado "hiato" (tempo de silêncio). Em TV, a narração é pausada e pouco descritiva, além de menos "corrida".
O inverso também acontece. O locutor que vai da TV para o rádio leva os vícios da telinha. Narra sem ritmo adequado e não articula bem as pronúncias, o que gera desconforto no ouvinte, acostumado (muitas vezes inconscientemente) à linguagem radiofônica. Outra coisa importante. Geralmente, os locutores de TV não precisam ter uma voz primorosa em timbre e tom, mas os de rádio quase sempre a possuem. E o ouvinte também estranha essa alteração.
Por isso, via de regra, é mais fácil um narrador de rádio acostumar-se à TV do que o contrário. O locutor de rádio é mais versátil. É mais fácil abrandar o ritmo de uma narração do que acelerá-lo, pois nem todo mundo consegue pronunciar palavras de forma rápida. Também é mais fácil você se acostumar a não descrever tanto a jogada do que ter de descrever tudo. E, por fim, para trabalhar no rádio (que considero mais emocionante que a TV) é preciso fôlego e exercícios constantes de aquecimento vocal e fonoaudiologia.
Três exemplos que considero muito bem acabados de locutores que adaptaram-se com perfeição aos dois veículos são Luiz Roberto, hoje na TV Globo (oriundo da Rádio Globo), Paulo Soares e Everaldo Marques, dos canais ESPN e narradores da rádio Estadão-ESPN.
Mas, para quem está começando na profissão e pretende trabalhar com as duas mídias, ficam as dicas. As linguagens de rádio e TV são muito diferentes. E vale a pena um esforço para trabalhar em ambos a contento e cativar os dois tipos de público que, curiosamente, não raras vezes, são formados pelas mesmas pessoas, acostumadas às distintas linguagens. Um forte abraço!
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sexta-feira, 13 de abril de 2012
Uma pausa no jornalismo para falar de português: a diferença entre "ÃO" e "AM"
Ultimamente, tenho reparado que algumas pessoas, ao escrever, não SABEM aplicar a correta diferença de grafia entre os verbos conjugados no futuro do presente (com terminação ÃO) e os conujgados no pretérito perfeito ou presente do indicativo (com terminação AM). Como os textos que tenho lido com tais erros são de jornalistas formados, acredito que possa dar alguma contribuição ao explicar tal diferença (meu momento "Professor Pasquale").
Normalmente, os verbos conjugados no pretérito perfeito do indicativo (passado) e na terceira pessoa do presente (agora), TERMINAM suas conjugações com "AM". Já usei dois aqui neste post: "sabem" e "terminam" (presente). Outros PODEM estar no passado, como FORAM, VIERAM, PEGARAM, ABRIRAM, CURTIRAM, DOBRARAM, INFORMARAM, APURARAM, GOSTARAM, EDITARAM, GRAVARAM, etc. A ideia de passado ou presente é dada justamente pela terminação "AM".
A terminação "ÃO" é usada somente para verbos no futuro (fatos que IRÃO acontecer), jamais para o passado. Por exemplo, sei que alguns leitores ainda LERÃO este post (futuro). Outros já LERAM (passado). Eis o futuro de alguns verbos pertinentes ao jornalismo: INFORMARÃO, APURARÃO, ANALISARÃO, ESCREVERÃO, LERÃO, etc.
Outras palavras que não são verbos, mas sim, substantivos, já são escritas com a terminação "ÃO" e algumas pessoas também escrevem errado, com "AM" no final. Aqui vai a grafia correta de alguns: PORTÃO, INTERROGAÇÃO, CALDEIRÃO, ACENTUAÇÃO, AFEIÇÃO, INFORMAÇÃO, EDIÇÃO, ALÇAPÃO, etc.
Portanto, amigos jornalistas e demais cidadãos brasileiros, muito cuidado com a Língua Portuguesa. Ela é o instrumento de trabalho de todos nós. No momento em que você vai a uma entrevista de emprego, para qualquer que seja o cargo pretendido, se falar ou escrever errado, pode ter certeza de que acumulará pontos negativos.
Errar a língua pátria na fala ou escrita representa desleixo, falta de informação, de leitura e de cultura geral. E isso é ruim para qualquer profissional. O pedreiro, por exemplo, deve escrever corretamente a lista de materiais de que precisa para executar a obra. E mais, ele tem de fazer cálculos para saber o gasto desse material, tanto em quantidade, quanto em dinheiro.
Por essa razão, todos os concursos públicos exigem em suas provas um mínimo de conhecimento em português e matemática, o que considero muito válido. Por hoje é isso. Aproveitem bem a sexta-feira 13. Apesar das crenças e lendas que cercam esta data, não se esqueçam de sexta é sempre sexta. Portanto, um dia bastante propício ao lazer e à DIVERSÃO (substantivo terminado em ÃO). Tudo, é claro, com MODERAÇÃO (mais um!). Um forte abraço.
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quarta-feira, 11 de abril de 2012
Fotos do programa Esporte na Rede, com Ana Carla Portella
O programa Esporte na Rede de ontem recebeu a jornalista Ana Carla Portella. Ela falou sobre o documentário "Telê Santana, Meio Século de Futebol Arte", do qual é uma das autoras. Ana colocou o dedo na ferida e disse até que o São Paulo Futebol Clube "boicotou" o lançamento de seu produto.
Também teve Libertadores e Copa do Brasil, ambas chegando às fases mais agudas. O ER vai ao ar toda TERÇA-FEIRA, pela UPTV (www.uptv.com.br). A atração é AO VIVO, a partir das 20h. Veja algumas fotos abaixo, iclusive flagras de bastidores. Um forte abraço.
Também teve Libertadores e Copa do Brasil, ambas chegando às fases mais agudas. O ER vai ao ar toda TERÇA-FEIRA, pela UPTV (www.uptv.com.br). A atração é AO VIVO, a partir das 20h. Veja algumas fotos abaixo, iclusive flagras de bastidores. Um forte abraço.
terça-feira, 10 de abril de 2012
Band vai bem na estreia de seu novo game-show
Uma no cravo, outra na ferradura. Se ontem critiquei a TV Bandeirantes por causa das diretrizes tomadas na área esportiva, hoje vou elogiar a emissora da família Saad no que tange o entretenimento.
Este blog é essencialmente jornalístico, é verdade. Mas também procura abordar a comunicação de modo geral. E como você, amigo leitor, bem sabe, os game-shows também são minha paixão. Sempre fui fã e telespecatdor assíduo de todos os programas do gênero no SBT, Record, Band, etc.
Só para lembrar alguns: no SBT - "Show do Milhão", "Qual é a Música", "1 Contra 100" (do qual participei no estúdio), "Roletrando", "Roda a Roda Jequiti", "Topa ou Não Topa?", "Nada Além de 1 Minuto", "Um milhão na Mesa", etc. Na Band, assistia a "Supermarket", "Melhor de Todos" e "A Grande Chance". E como deixar de fora o "Quem Sabe, Sabe!", e o "Enigma da Pirâmide", ambos da TV Cultura?
Na Record, lembro-me do "Top TV", game no qual me inspirei para criar o "TV Mania", que vou exibir nesse fim de ano, na UPTV (www.uptv.com.br). Também gostava do "Roleta Russa", que tem formato similar a este novo game da Band, o "Quem Fica em Pé".
Gostei muito do formato de disputa deste programa, no qual um participante desafia outros dez em busca de 100 mil reais. O nível de dificuldade das perguntas vai crescendo conforme a disputa e abrange a contento vários aspectos da cultura geral.
Na apresentação, está José Luiz Datena. Ainda meio "durão" para um apresentador de game-show, mas ele vai evoluir (assim espero). Digo isso porque sei bem como é você trabalhar em um programa jornalístico (ainda mais policial como é o caso dele) e depois fazer um game. O astral é outro, tem que mudar muita coisa dentro de você mesmo. E nós, jornalistas, levamos um tempo para adaptação.
O mesmo aconteceu comigo na UPTV, quando apresentei o game "TV Mania". O importante para Datena é que ele evolua. Melhore e fique mais leve e solto. E como ele é uma pessoa inteligente, deve conseguir esse resultado logo. Na estreia, até fez embaixadas com uma bola e dançou tango.
A atração vai ao ar de segundas, terças e quintas-feiras. A puxada de orelha vai para o horário. Anunciado para as 21h20, o "Quem Fica em Pé" foi começar mais de meia hora depois (esperando o fim da novela da Globo). Por isso, não dá para se falar em horários fixos. Mas vai passar três vezes por semana, à noite.
De modo geral, gostei do resultado da estreia. Cativou minha audiência. Ainda falta um pouco de ritmo e dinamismo, mas esses ajustes vão sendo feitos com o passar das gravações. Mas o interessante é que, sem cortes e intervalos comerciais (até pela falta de patrocinadores), o programa fluiu diretamente, o que não permitiu que o telespectador sequer pensasse em mudar de canal. No saldo, ponto positivo para o Saad! Um forte abraço.
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segunda-feira, 9 de abril de 2012
Ex-goleiro do Palmeiras, Marcos agiu certo ao recusar proposta de emissora de TV
Não há como negar que o ex-goleiro do Palmeiras, Marcos, é um bom contador de histórias. Quando jogava, sempre foi querido e odiado pelo elenco. Querido por ser uma pessoa de grupo, extremamente familiar. E odiado por, muitas vezes, falar a verdade quando o time não jogava bem.
Marcos é uma dessas figuras que extrapolam os limites da paixão clubística e acabou sendo adorado pelas torcidas de diversas agremiações. Por isso, seria a pessoa ideal para cativar a audiência do público.
Há quem diga que Marcos recebeu uma proposta de 150 mil reais por mês de salário da TV Bandeirantes. Mas, sabiamente, recusou. Marcos sabe que a Bandeirantes hoje não é uma emissora séria. Seus programas esportivos, muitas vezes, parecem mais um circo do que uma arena de credibilidade para debates e análises aprofundadas.
Além do mais, o ex-ídolo do Verdão teve algumas desavenças com o boçal "comentarista" Neto, o que tornou ainda mais inviável sua ida para a emissora da família Saad. Marcos não se prestaria ao papel de fazer parte do mesmo programa que uma figura tão antipática e grossa como o ex-ídolo da Fiel Torcida.
Além disso, o ex-goleiro teria um desgaste desnecessário em sua imagem. Uma coisa é você ser amado pelos serviços prestados ao futebol dentro do gramado (conquista do Pentacampeonato Mundial com a Seleção Brasileira). Outra coisa é virar "palpiteiro" como os que existem aos montes nas emissoras de TV aberta.
O desgaste seria extremamente prejudicial à essência que Marcos representa ao futebol. Principalmente no que tange ao amor ao clube que sempre teve. Marcos deixaria rapidamente de ser ídolo para ser criticado como "comentarista".
Sou parcialmente contra a que ex-jogadores de bola virem comentaristas. Eles tomam o lugar de jornalistas gabaritados, estudados e que poderiam fazer programas de ótimo nível. Por isso, não considero a Band uma emissora séria no quesito "programas esportivos".
Acredito que o ex-jogador deva ser contratado por emissoras com parcimônia. Não sou radicalmente contra, mas entendo que deveria haver um equilíbrio. Por exemplo, para cada ex-jogador contratado, que houvesse também um jornalista de respeito para fazer parte da atração ou da transmissão de um evento. Assim, a empresa não seria "acusada" de lesar os jornalistas.
Mas não é o que acontece. Desde que Luciano do Valle começou a trazer ex-jogadores para a TV, a prática tomou corpo e hoje é o que predomina no mercado. Péssimo negócio. Por essas e outras razões, levanto-me para aplaudir de pé, mais uma vez, o ex-goleiro Marcos.
Sempre foi honesto e sincero enquanto jogava e mantém isso fora de campo. É um excelente traço de seu caráter. Tendo consciência disso ou não, Marcos foi ético também com os jornalistas, que tanto o elogiaram durante a carreira. Parabéns a ele pela postura. Um forte abraço.
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quinta-feira, 5 de abril de 2012
Os erros e acertos no jornalismo regional
Algumas faculdades de jornalismo costumam ter nas grades curriculares uma disciplina chamada "Jornalismo Regional". O termo ganhou força nos últimos dez anos, com o nascimento de muitos veículos pequenos que falam sobre uma cidade, bairro ou até mesmo comunidade.
São exemplos disso jornais de bairro, jornais regionais, rádios e TVs locais e rádios e TVs web. A intenção é eclarecer as comunidades sobre seus problemas internos e informá-las sobre os fatos que as afetam diretamente, como o buraco da rua, a falta de água, um novo shopping que abriu, as peças de teatro em cartaz, etc.
Quando a TV Globo nasceu, em 1965, tinha o propósito de fazer algo inédito no país: ser uma REDE de televisão, com filiais no Brasil todo e que retransmitissem boa parte da programação que era produzida no Rio de Janeiro e em São Paulo.
Para a época, esse era um conceito ousado, pois as emissoras de rádio e televisão tinham uma programação regionalizada. A Globo foi uma das grandes responsáveis por "padronizar" a programação na televisão brasileira e, assim, levar ao maior número possível de lares uma grade quase unificada.
Coincidência ou não, foi o jornalismo da Globo que solidificou a estrutura de rede de televisão, com o nascimento, em 1969, do telejornal mais assistido no país: o Jornal Nacional. A partir de então, os alunos de jornalismo das universidades passaram a mirar, como objetivo de carreira, apenas a grande mídia.
Porém, o jornalismo regional nunca deixou de existir e sempre conviveu com o jornalismo de interesse nacional. O alcance do tal "jornalismo nacional" é inegável, mas, para algumas comunidades, é muito mais interessante saber as notícias da sua região.
Não posso generalizar, até porque conheço pouquíssimos veículos regionais. Mas, os quais conheço, acredito que cometem alguns erros, principalmente as emissoras de televisão. Acompanhe o raciocínio. Os jornais impressos destacam as notícias regionais, mas também trazem a política nacional e fatos mundiais em suas páginas.
As rádios, além do conteúdo local, também abordam os fatos nacionais e mundiais com o apoio de entrevistas. Mas as televisões, principalmente as bem pequenas, têm o péssimo hábito de regionalizar tanto, a ponto de ignorar eventos importantes nas capitais. Isso acontece por uma única razão: dinheiro. Fazer televisão é caro. Você tem de, necessariamente, estar nos locais dos fatos para captar imagens e entrevistas. E não é todo canal que consegue bancar isso. Conclusão: se não tem verba, não faça!
Outro erro que vejo é nas emissoras de TV pela internet. A rede mundial de computadores pressupõe uma audiência global. Então, considero um enorme erro do ponto de vista comercial dar destaque apenas para conteúdos regionais. Isso torna a emissora pouco interessante para muitos públicos. E inviabiliza comercialmente a programação que, via de regra, já é um tanto amadora nas TVs por internet.
De qualquer forma, o jornalismo regional é sempre bem-vindo. Principalmente quando ajuda efetivamente a informar a comunidade e a resolver os problemas existentes nela. No entanto, fica a ressalva de que investimento é algo necessário para que os veículos regionais sejam fortalecidos. Nada se faz sem investimentos em equipamentos, pessoal qualificado e infraestrura. Um forte abraço.
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quarta-feira, 4 de abril de 2012
Fotos do programa Esporte na Rede, de 03/04/2012
Ontem o programa Esporte na Rede estreou seu novo horário. Agora estamos AO VIVO toda TERÇA-FEIRA, das 20h às 21h, na UPTV (www.uptv.com.br).
Nesta edição, o comentarista Alexandre Aníbal, mais conhecido como a "Enciclopédia da Bola", analisou a rodada e os grupos da Taça Libertadores e a rodada deste meio de semana da Copa do Brasil. No quadro "Vestindo a Camisa", Luciane Bruno desfilou com a camisa do Benfica, de Portugal. Aí estão algumas imagens de bastidores. Um forte abraço.
Nesta edição, o comentarista Alexandre Aníbal, mais conhecido como a "Enciclopédia da Bola", analisou a rodada e os grupos da Taça Libertadores e a rodada deste meio de semana da Copa do Brasil. No quadro "Vestindo a Camisa", Luciane Bruno desfilou com a camisa do Benfica, de Portugal. Aí estão algumas imagens de bastidores. Um forte abraço.
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