Recentemente, todos os profissionais que trabalham com comunicação ficaram chocados com o caso da Rádio Record AM, que demitiu todos os funcionários e voltou a programação apenas para música e religião. Espanto geral.
O fato chamou a atenção de comunicadores, jornalistas, técnicos e diversos profissionais para um grave e persistente problema midiático: a insegurança no trabalho. Na semana passada, o jornal Diário do Grande ABC, com sede em Santo André-SP, também mandou embora muita gente. Foram 14 pessoas demitidas de uma só vez. Doze jornalistas. A alegação foi o velho corte de gastos.
Em entrevista a Silvana Chaves, no site Comunique-se, uma ex-repórter do veículo, que não quis se identificar, disse que "era uma das que mais trabalhava e tinha um dos menores salários". Ou seja, tem caroço no angu. No caso da Record, a justificativa da contenção de despesas nem se aplica, já que a empresa tinha um bom faturamento.
O que aconteceu nos dois veículos é mais comum do que se imagina. Muitas empresas de comunicação se desmancham com um simples sopro de crise econômica. Outras mudam completamente o foco ao sabor dos interesses dos proprietários. E nós, profissionais da comunicação, que nos viremos.
A Rádio Record tinha profissionais consagrados como Gil Gomes, Paulo Barboza, Rony Magrini, Leão Lobo. Este último, havia renovado por dois anos com a emissora e recusado propostas da televisão para permanecer na empresa.
Fatos assim deixam jornalistas, radialistas, comunicadores e profissionais da parte técnica inseguros com relação ao local onde trabalham. Como essas situações são comuns, o jornalista sempre trabalha com frio na barriga e sob enorme pressão. Seja para entregar as reportagens no prazo, para atender às expectativas do editor ou então para se manter no emprego.
Pergunto: onde foi parar a humanização dos empregadores? Os empresários pouco se importam se as pessoas têm ou não família, filhos e casa para sustentar. Por isso, muita gente acaba desistindo da carreira em comunicação e procura coisas mais seguras e estáveis para fincar raízes, como cargos públicos conseguidos em concursos.
Resumo da ópera. Jornalismo é uma carreira insegura. Profissão de risco. Muitos altos e baixos. A gangorra está sempre em movimento. Estabilidade é luxo. Você, que pensa em iniciar na área, pense muito bem. Essa corda bamba sempre existirá e o chão que pisar sempre parecerá areia movediça. Adrenalina constante. De todas maneiras. Boas e ruins. Um forte abraço.
Olá Leandro, curso o 2° ano de Jornalismo na USCS, e estou seguindo seu blog...
ResponderExcluirQuando a essa demissão em larga escala, fiquei perplexa, e acho muito "suspeito" de uma hora para outras, tantos jornalistas perderem seus empregos. Aí tem coisa...
Oi Regine! Obrigado por acompanhar meu blog! Essas coisas nos motivam ainda mais a escrever. Não sei o que vc quis dizer exatamente com "aí tem coisa". Na verdade, o Edir Macedo é o dono. E ele decidiu só tocar música e divulgar a religião. Mas que é estranho, é sim. A rádio tinha um bom faturamento. Não pq ele tomou essa lamentável decisão com um veículo de mais de 80 anos de história. Uma pena.
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