sexta-feira, 26 de agosto de 2011

É mais fácil falar com assessores do que com as estrelas do espetáculo



Como você, amigo leitor, bem sabe, apresento um programa de esportes em web TV. A estrutura do programa é calcada em um apresentador, um comentarista, uma moça que lê as participações dos internautas e um convidado. Procuro mostrar o melhor para meu telespectador. Por isso, sempre tento levar ao estúdio um nome de peso do meio esportivo.

Há mais ou menos 25 anos, era mais fácil fazer contato com o próprio convidado diretamente para trazê-lo às atrações. Assim, atletas, ex-atletas, técnicos, artistas ou outras celebridades acertavam a data e horário de participação em programas de rádio, tv ou entrevistas para veículos impressos diretamente com jornalistas e produtores.

Mas, no início da década de 90, isso mudou. Os assessores de imprensa começaram a inundar o mercado e passaram a cuidar da agenda dessas pessoas. O resultado deveria bom para os dois lados. Para a imprensa e para os assessorados. Não é bem assim.

De modo geral, os assessores são solícitos e contribuem para o bom trabalho da imprensa. Mas tem aqueles que mais atrapalham do que ajudam. São verdadeiras pedras no sapato (por isso a foto que abre o post). Ou então que servem de escudo para assessorados que querem esquivar-se de declarações à mídia.

Quando isso acontece, nós, jornalistas, damos um jeito de falarmos diretamente com a fonte. Passei recentemente por essa experiência. Porém, para minha surpresa, a pessoa com quem entrei em contato era mais mal informada do que o próprio assessor.

Ele não conhecia a própria agenda, era confuso e pediu para que eu recorresse ao assessor novamente para ver como estava seu calendário de compromissos. Infelizmente, este é um sinal dos tempos. Hoje, as pessoas não vivem mais sem celular, internet, computador, energia elétrica. Ficamos dependentes demais de algumas coisas. Umas, mais importantes e fundamentais do que outras.

O que quero deixar bem claro é que lamento que as celebridades hoje não consigam gerir as próprias vidas e as próprias carreiras. Tudo tem que passar pelas mãos de um terceiro. Antigamente, você se aproximava de um jogador e falava: "vamos lá em tal programa, tal dia?"

E o cidadão acertava tudo com você ali mesmo, no campo, antes de entrar no vestiário. Apenas verbalmente. Mas era de confiança. No horário e dia certos, a pessoa estava lá. Hoje, tem atleta que tem mais de um assessor. Nem o atleta sabe mais para onde vai em determinado dia da semana. E ainda assim, alguns dão furo no combinado. Vida dura.

Resumo da ópera: você, jornalista, hoje em dia, precisa dar a sorte de falar com bons assessores, que efetivamente vão ajudá-lo. Caso o assessorado tenha um profissional ruim ao seu lado, reze muito para que você consiga desempenhar um trabalho a contento. Tem gente que passa informação errada, esquece-se de dias e horários agendados e sequer liga para avisar sobre imprevistos.

Em qualquer setor, há bons e maus profissionais. Mas um assessor ruim atrapalha e muito o trabalho jornalístico. Eles invadiram o mercado e não há mais como a gente se livrar dessa nova realidade. A solução é tentar conseguir as informações sem a "ajuda" do assessor. Tente fugir dessas fontes e buscar outros caminhos. Um forte abraço.

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