segunda-feira, 22 de agosto de 2011
A "viagem" de Bonner, a emoção de Ana Paula Padrão e outros deslizes
É muito fácil para o telespectador apontar e criticar erros e falhas de repórteres e apresentadores. Só quem trabalha com mídia sabe qual é a dificuldade de fazer TV ao vivo. Alguns desses telespectadores acabam estudando jornalismo e, posteriormente, passam de pedra a vidraça. Sentem o drama na pele.
Mas, enquanto isso não acontece, observamos algumas coisas bem interessantes. O que importa não é o erro em si, mas como os jornalistas lidam com eles. Semana passada, William Bonner literalmente "viajou". Depois de Fátima Bernardes ter lido uma notícia, era a vez dele falar no Jornal Nacional.
Porém, distraiu-se. Ficou mudo e, logo que se deu conta de que era ele quem deveria falar, soltou essa: “Me distraí aqui, Fátima”. E continou sem problemas, como se nada tivesse acontecido. Já Ana Paula Padrão emocionou-se com uma reportagem sobre adoção de crianças brasileiras por italianos, no Jornal da Record. E transpareceu isso no ar.
Hoje pela manhã, no Bom Dia Brasil, da TV Globo, dois repórteres atrapalharam-se em seus respectivos "links" sobre o frio no sul do país. Ambos falavam uma nota coberta (quando algumas imagens aparecem durante a fala do repórter) e começaram a ler seus textos.
O rapaz demorou muito para ler. Acabaram as imagens e ele foi mostrado lendo no ar. Já a menina travou, talvez por estar com o papel do texto dobrado ou amassado e demorou a ler o texto sobre as imagens. Na televisão, como a atenção do telespectador é quase total, qualquer erro toma uma proporção gigante. Parece um absurdo que aquilo tenha acontecido.
Em todos esses casos, os jornalistas passaram por cima das falhas e seguiram em frente. Hoje, a sociedade aceita melhor o jornalismo mais informal, mais improvisado. O mito da bancada, do terno e gravata e da voz retumbante está caindo aos poucos.
A ideia é ser mais humano, admitir que televisão nada mais é do que produção. E quem está ali, em frente à câmera, é tão mortal como qualquer outra pessoa. Essa estratégia aproxima mais o comunicador do público, que se sente mais apto a interagir com as emissoras.
Os sites da Globo e da Record infelizmente retiraram os erros da edição. Para mim, deveriam ter ficado na internet. É um contra-senso com a linha editorial que tais veículos abordam atualmente. Quem está em casa já percebeu que nós, jornalistas, somos feitos de carne e osso e podemos cometer gafes.
E a "desglamourização" do telejornalismo tem outro grande benefício. Mostra para estudantes da área ou pessoas que querem cursar jornalismo que, de glamourosa, a profissão não tem nada. Tem sim, muita ralação, muito trabalho, muito suor, muita crítica e, quando necessária, uma boa dose de improviso. Um forte abraço.
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Le com certeza os telespectadores não perceberam o erro, ou melhor devem ter achado até bonito os erros, e com certeza já esqueceram. Somente nós companheiros de jornalismo que nos apegamos a este detalhe de falhas.
ResponderExcluirMas quem pode pode né?
bj
Paula
É dificil achar que não TORÇA por um tropeço dos apresentadores de telejornal ou qualquer um que esteja a frente da telinha. Lembro na minha infãncia que ao cometerem erros os apresentadores proferiam o famoso jargão " Desculpem a nossa falha " . Confesso que as vezes um erro mostra um lado que as pessoas não conhecem, pois por vezes as pessoas veêm soberba por parte dos apresentadores da Venus platinada. Quanto a emoção eu já não acredito como NUNCA iria acreditar que o William Bonner ficou realmente emocionado (triste e abalado) com a morte do Roberto Marinho, sorry mas aquilo foi muiito fake !
ResponderExcluirTinha me referido à emoção da Ana Paula Padrão... hehehe. Sim, na dele nem eu acredito!
ResponderExcluirSim, sim Leandro eu entendi, mas depois do Bonner, me desculpe não acredito em mais NENHUM momento de EMOÇÂO de qualquer ancora televisivo.
ResponderExcluirPra tudo me remete aquele filme da década de 80 Batidores da Notícia com Holly Hunter e William Hurt
Hahaha, sim, com ctz! Muito bem lembrado, amigo!
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