quarta-feira, 10 de agosto de 2011
O desafio de sintetizar e simplificar o texto
Em Guarulhos, onde trabalho, sou editor-chefe de um programa institucional, vinculado à Secretaria de Comunicação e à Prefeitura local. O projeto previa que entregássemos, toda semana, uma atração de aproximadamente 50 minutos, repleta de reportagens e quadros especiais.
No entanto, após uma reunião, foi decidido que o projeto teria seu foco mudado. Agora, faremos uma espécie de TV Minuto, similar à do metrô de São Paulo. Teremos quatro reportagens factuais, uma de obras do município e, para completar a programação, muitos serviços e notas escritas.
Como editor de texto, também estou responsável por essa parte escrita. Deparei-me com uma linguagem nova, sintética, desafiadora. Os textos devem dizer muito em poucas linhas. É uma compactação bem interessante. A intenção é identificar e transmitir a essência máxima da notícia em poucas palavras.
Não é fácil. Por isso, sempre recomendo que todo jornalista trabalhe um tempo em veículos impressos. Nos jornais e revistas o profissional aprende a moldar o texto. O "treino" melhora a escrita, que fica mais aguçada, flui com maior facilidade. O jornal diário treina a rapidez com que escrevemos. A revista formata o estilo, imprime reflexão e profundidade ao texto.
Escrever em pílulas: esse é o segredo para se passar uma informação rápida, precisa e útil. Estamos no caminho certo. O programa é exibido em espaços públicos, como hospitais, unidades de saúde, restaurantes populares, postos de serviço de atendimento ao público, etc. Ou seja, é preciso pouco áudio e muita informação.
Também devemos pensar sempre em simplificar o texto. Ter cuidado com cada palavra escrita. Em vez de escrever "reduzir", prefira "diminuir". Em vez de "produzir", "fazer". Em vez de "obter", "ter" e assim por diante. Tenha em mente a linguagem mais popular e coloquial. É uma nova linha editorial.
Essa é uma das coisas mais interessantes na carreira de um jornalista. Ter, a cada dia, um desafio novo. Mudar a rotina de tempos em tempos. Atualizar-se, modernizar-se, não ficar estático, estagnado. É dar cara nova a uma publicação, acompanhar o nascimento de um novo veículo.
Este blog entrevista, toda sexta-feira, um colega de profissão. E muitos fizeram parte de acontecimentos importantes como a fundação de novas publicações ou novas emissoras de rádio e TV, como CBN, ESPN, SporTV, Bandnews, etc. É a prova de que um jornalista também pode fazer parte da história. Um forte abraço.
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