segunda-feira, 17 de dezembro de 2012
A moeda de barganha nas transmissões esportivas
O monopólio (ou exclusividade) dos direitos de transmissão dos eventos esportivos é uma característica global. Em todos os países, existem determinados veículos que, quase sempre, monopolizam a transmissão dos principais campeonatos de várias modalidades. Às vezes, com maior ou menor grau, estes veículos recebem até certos favorecimentos na hora de disputar a compra dos direitos das competições.
A exclusividade é muito cobiçada, principalmente pelas emissoras de TV. Reflita comigo, amigo leitor. Se você tem nas mãos o monopólio de transmissão de determinado evento, todos as empresas que gostariam de vincular sua marca a ele vão, obrigatoriamente, procurar a detentora dos direitos e, provavelmente, anunciar em sua programação.
Assim, a "fatia do bolo" de dinheiro não precisa ser dividida com nenhuma emissora concorrente e a cotas de anunciantes ficam mais caras. Portanto, a exclusividade dos direitos de transmissão de um evento pode ser uma importante moeda de barganha para que uma emissora negocie com a outra a divisão da exibição de algum campeonato que deseja obter.
Explico. Recentemente, o canal FOX Sports adquiriu o monopólio de transmissão dos jogos da Copa Libertadores da América e da Copa Sul-Americana de 2012 a 2018, que antes pertencia aos canais SporTV, das Organizações Globo. Neste ano, a FOX transmitiu as partidas com exclusividade pelo canal por assinatura.
Mas, como há o interesse da emissora em transmitir outros eventos dos quais não tem o direito, a FOX deve ceder para a Globo (SporTV) os direitos de transmissão das competições continentais. Isso em troca de poder transmitir as Copas do Mundo de 2014 e 2018, além das Olimpíadas de 2016 e lances gravados do Brasileirão, dos quais a Globo obtém os direitos de exclusividade.
Desta forma, a FOX conseguirá abastecer seus dois canais na TV por assinatura. Ou seja, a aquisição da exclusividade dos direitos de transmissão da Libertadores e da Sul-Americana fez com que a FOX tivesse uma importante moeda de troca para transmitir outros eventos, provavelmente muito mais caros do que as competições sul-americanas e pelos quais ela não teria condições de pagar nem de concorrer.
Assim, a FOX fez uma boa aposta e uma aquisição estratégica, que lhe permitiu melhorar e ampliar o conteúdo. Tudo isso, claro, acreditando também na competência de sua equipe jornalística para comandar as transmissões e dividir a audiência com os canais SporTV, estimulando a concorrência direta e dividindo também a grana dos anunciantes. Conclusão: às vezes, vale ousar e investir um pouco mais para adquirir a exclusividade de transmissão de determinado evento. Os lucros podem não ser imediatos, mas com certeza virão.
No entanto, cabe aqui uma conclusão minha. Sempre fui contra todo tipo de monopólio ou exclusividade de qualquer emissora para transmitir qualquer evento que seja. Para mim, o modelo ideal seria o seguinte. O organizador do evento colocaria um preço "XIS" e todas as emissoras que pagassem o montante teriam direito de transmiti-lo. Simples, prático e lucrativo. Um forte abraço.
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