sexta-feira, 27 de julho de 2012

Uma pitada sobre Globo, Record e as Olimpíadas de Londres 2012



Muita gente acusa constantemente a Rede Globo de omitir informações em sua programação sobre eventos dos quais não possui direito de transmissão. Li e ouvi muita gente criticar a Vênus Platinada por praticamente ignorar as Olimpíadas de Londres, espetáculo esportivo de importância mundialmente reconhecida.

Isso é meia verdade. A própria emissora esclareceu os telespectadores a respeito de suas limitações com relação à divulgação de imagens dos jogos, uma vez que a detentora da exclusividade de transmissão no Brasil, como TV aberta, é a Rede Record. Informações mais detalhadas sobre as limitações você pode encontrar na ótima coluna de Maurício Stycer, no portal Uol, neste link: http://olimpiadas.uol.com.br/analise/mauricio-stycer/2012/07/26/por-que-a-globo-preferiu-pagar-a-usar-imagens-de-graca-da-record.htm.

O uso de fotos é livre. Mas, em televisão, meio sedutor justamente pela imagem em movimento, ter de usar fotos significa uma derrota e tanto. A Globo poderia usar imagens da Record (com as devidas limitações) de forma gratuita. Porém, teria de usar o logo da rival.

A Globo preferiu então pagar à OBS (Olympic Broadcast Services) cerca de 19 mil reais para obter imagens em boletins, de 30 em 30 minutos, o que facilita a divulgação das informações. Existem ainda limitações de tempo e quantidade de vezes em que as imagens podem ser mostradas. Enfim, com essa medida, a Globo deve creditar as imagens à detentora dos direitos aqui no Brasil, a Rede Record. Mas não precisa exibir a logomarca da rival em sua tela.

Logo, a Globo não fala sobre as Olimpíadas porque, sem imagem, a informação perde muito na TV. Claro, já ouvi a Vênus Platinada dar alguns resultados de jogos e informar o telespectador na medida do possível. Ou seja, esqueçam a teoria da conspiração e do complô. Mas tenham uma coisa muito clara: a Globo só é a Globo porque jamais se curva. E só recebe tantas críticas porque é a emissora de maior audiência do país e está entre as cinco maiores do planeta.

O post de hoje do blog começa realmente aqui. Uma vez exposta a situação, o que a Globo poderia fazer para abordar as Olimpíadas de modo mais aprimorado? Acredito que poderia fazer reportagens especiais com os atletas, familiares, e outras curiosidades sem, no entanto, transmitir as competições.

Agora pense comigo, amigo leitor. Isso não seria dar uma enorme munição a uma empresa diretamente concorrente? Se você, que lê este blog, tivesse um negócio próprio, iria ajudar seu concorrente de mão beijada? É claro que não!

E, em que pese o interesse popular na divulgação das informações, o viés comercial deve sempre ser levado em consideração pois, pelo que sabemos, o modelo de negócios da Rede Globo é baseado em publicidade e audiência, sem o apoio de qualquer entidade religiosa por trás.

Não tenho nenhuma procuração para defender a Globo. Até porque também é uma emissora com vários defeitos. Mas esse tipo de atitude é perfeitamente compreensível. Ainda mais diante do esclarecimento das limitações feito acima. Quer queiram, quer não, a Globo está muito à frente das rivais brasileiras, principalmente em planejamento. Mas esse é assunto para outro post.

A grande reflexão que se deve fazer é: por que, para transmitir eventos como as Olimpíadas, Copa do Mundo, campeonatos de futebol e automibilismo adota-se, sempre, o MONOPÓLIO? O problema está aí. No regime de venda do evento.

Por que o monopólio é bom para as emissoras? Porque todos os patrocinadores, se quiserem divulgar sua imagem neste evento, deverão comprar cotas da emissora detentora dos direitos de transmissão. Ou seja, as fatias do bolo de dinheiro não são divididas, mas sim vão para um único estômago.

Por que o monopólio é ruim para os telespectadores? Porque tira deles a opção de assistir ao evento no canal que quiserem, ficando presos às imagens que o detentor da exclusividade quiser mostrar e em horários por ele determinados.

Monopólio é sempre ruim para a disseminação da informação. Como sempre digo, para qualquer evento, sou a favor da livre concorrência. Basta colocar um preço. Algo assim: "transmitir os Jogos Olímpicos custa 'xis'. Todas as emissoras que pagarem o valor 'xis' poderão exibir a competição". Pronto, caso encerrado. Assim, quem assiste a qualquer campeonato teria a opção de acompanhar aquele que julga ser o melhor trabalho, com os profissionais de que mais gosta, etc. O monopólio é que deve ser questionado! Ele é, em última instância, o grande vilão dessa história. Um forte abraço.

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5 comentários:

  1. Por que só agora contestar o monopólio. Se a Globo continuasse ser a emissora oficial dos jogos olímpicos transmitindo apenas flashs das competições até mesmo do Brasil , estaria sendo contestado, este monopolio agora, esse ano? Benvinda concorrência isso sim. E se a chave do crescimento é nao se curvar acho então que a Record está no caminho certo.

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    1. Quanto aos negócios escusos, acredito que quase toda empresa os tenha. Quanto ao questionamento do monopólio, acredito que vc não leia meu blog com frequência, amigo. Pois disse o mesmo quando a Globo adquiriu novamente o monopólio da transmissão do Campeonato Brasileiro. Para mim, todo e qualquer evento deve ter um preço fixado e, quem quiser transmitir, basta pagar a cota e pronto. Não sou advogado da Globo e nem defensor de sua programação. Na parte plástica, ela está, a meu ver, anos-luz à frente das outras. Mas com relação ao monopólio, sempre mantive a mesma opinião. Inclusive contra a Globo também.

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    2. Seu deslumbramento pela "parte plástica" te denuncia e ninguém contesta, até porque estes "anos-luz" foram adquiridos como era de se esperar através de mais de CINQÜENTA anos de monopólio e falta de concorrência através do aperfeiçoamento de suas imperfeições, plástica incluída, como é natural. Você deve concordar que sem uma referencia de padrão não se tem critica e o reinado absoluto é sempre perfeito bem diferente de qualquer outra que busca trilhar o mesmo caminho sem contar a falta de obstáculos para a livre manipulação na formação de um geração na qual estão incluídos apesar de vc mais jovem, eu e vc a diferença é que uns conseguem se libertar abrem a mente eu tenho 56 portanto acompanhei a formatação desde padrão desde o principio e creio que apesar dos obstáculos a concorrência ainda é o melhor pra todos. Quem defender ausência de monopólio tem que defender isso.. Concorrência! E dar tempo ao tempo.

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    3. Então estamos falando a mesma coisa meu caro! Disse isso claramente no texto. Que a livre concorrência é o melhor regime! Basta ler no último parágrafo... "Como sempre digo, para qualquer evento, sou a favor da livre concorrência."

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  2. Certamente a Globo não tem seus negócios escusos. E a questão de dinheiro de igreja acredito que hoje em dia não tem tanto peso na vida da emissora basta vermos o valo da cota de patrocínio da transmissão dos jogos olímpicos bem como de vários programas tipo A Fazenda ídolos Aprendiz... Acho que a emissora já se auto-gera e sua maior batalha deve ser contra o preconceito. Ao contrario da imensa tolerância com a Rede Globo, seus podres, seu conchavos com os poderosos principalmente ao que parece do terceiro poder, o que ela sabe muito bem lidar e esconder assim como suas feitas nebulosas ligações com o espiritismo e igreja católica, dai muito do segredo do seu sucesso não da simplória dedução do "não se curvar" justamente por ter este sombrio a lhe sustentar apesar já não ter a força que julga ter, como tinha antigamente. Por mais uma vez bem-vinda a concorrência.

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