quinta-feira, 5 de julho de 2012

O time do coração de todo jornalista deve ser o próprio trabalho


Ontem, pouco antes da final da Copa Libertadores entre Corinthians e Boca Juniors, perguntaram-me para quem eu iria torcer. Vi muitas pessoas boquiabertas diante da resposta de que não torceria para ninguém e apenas analisaria a partida, como jornalista que sou.

Quem é torcedor apaixonado, fica ainda mais indignado diante de minha neutralidade. Na última terça-feira, no programa Esporte na Rede, que apresento toda semana pela UPTV (www.uptv.com.br), ao vivo, a partir das 20h, disse que o Corinthians já era campeão e que o jogador decisivo seria o Emerson. Para quem quiser ver, está tudo gravado em alto e bom som e imagem neste link http://www.youtube.com/watch?v=T6LXfhRwPbs.

Alguns internautas insinuaram no ar que torço para o alvinegro paulista, por isso, adiantei-me e já respondi ali mesmo que não sou corintiano. O que eu faço é análise imparcial. Por isso, nosso programa tem o slogan de "análise esportiva de qualidade". Ontem, como sempre, torci única e exclusivamente para mim.

O time do coração de todo jornalista deve sempre ser o próprio trabalho. Toda vez que recebo um elogio ou ganho um seguidor aqui no blog, é motivo de comemoração. Toda vez que leio comentários aqui de que "escrevo bem, tenho textos fáceis de ler e abordo os assuntos de maneira interessante" (palavras de leitores), vibro intensamente. E faço o mesmo quando recebo comentários elogiosos nas reportagens que divulgo em meu canal do You Tube: http://www.youtube.com/user/lsmartins100?feature=mhum.

Amigo leitor, raciocine comigo. Os jogadores de futebol torcem para mim? Não. Então, por que eu tenho de torcer por eles? Os jogadores comemoraram a merecida vitória e o título, pois torcem para o trabalho que desenvolveram ao longo da temporada.

O mesmo ocorre com um jornalista. Torce para o próprio trabalho sempre. Fiquei feliz em ter acertado 100% da minha análise no programa de terça. Também não sou um deslumbrado. Sei que não é todo dia que isso acontece.

Por isso, o que ocorreu no Pacaembu ontem é motivo de comemoração pessoal. Eu e os companheiros de programa analisamos o jogo melhor do que muito pseudo-comentarista de TV grande. E antes que a partida começasse.

Por que eu, que nunca tive uma ajuda sequer de um jogador para adentrar ao dificílimo mercado de trabalho na mídia, vou torcer para ele? Sempre me matei para conseguir vagas de emprego e, quando muito, conseguia ganhar o piso de jornalista de mil e poucos reais. Antes, trabalhei muito mais por muito menos. Enquanto isso, um jogador de futebol de time grande, em média, não ganha menos de 60 ou 70 mil reais mensais. Isso os mais rasos.

É claro, não sou hipócrita. É óbvio que tenho um time do coração. Afinal, é como torcedor que uma pessoa toma contato com essa paixão e foi com ela que tive despertado em mim o desejo de ser jornalista esportivo. Porém, devemos sempre ter consciência e controle emocional para separar o pessoal do profissional. Lidamos com paixões: as dos outros e não as nossas.

Minha torcida maior hoje em dia é para que o Esporte na Rede, na internet, torne-se referência nacional como atração esportiva de qualidade, com profissionais de altíssimo nível intelectual, reconhecidos no Brasil e no mundo e, de preferência, com o apoio de empresas sérias que nos ajudem nos investimentos presentes e futuros.

Os rojões que os torcedores jogaram ontem ao ar eu também jogaria se, amanhã, um empresário gente boa e bem intencionado me ligasse para dizer que gostaria de patrocinar nosso programa. Isso sim, é motivo para que eu vibre e comemore como se fosse um gol em final de Copa do Mundo.

O embate entre duas equipes é apenas um evento. O gol, a falta, o cartão vermelho... Tudo isso eu analiso. O carinho do internauta eu comemoro. Pelo Esporte na Rede, tenho imensa e verdadeira paixão, alucinação, obcessão.

Sou obcecado em fazer um bom trabalho. Em levar um programa de qualidade aos lares. Em transmitir a emoção que o esporte suscita para os internautas. A emoção do esporte eu transmito, mas a minha emoção pessoal se dá quando chega uma nova mensagem para que a Luciane Bruno leia no ar.

A minha vibração é quando chegam elogios gratuitos de teleinternautas que estão assistindo ao programa pela primeira vez e que sequer nos conhecem pessoalmente. A minha alegria é quando dizem que o ER é o melhor programa esportivo da web. Torço para meus companheiros de trabalho. Torço para mim, não para uma agremiação. Se eu não fizer isso, quem o fará? Um forte abraço.

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