segunda-feira, 9 de julho de 2012

"Jornal Nacional - Modo de Fazer"



O post de hoje deste blog é uma dica de leitura fácil, agradável e instrutiva. Terminei de ler recentemente o livro "Jornal Nacional - Modo de Fazer", do jornalista William Bonner. O âncora do jornal mais assistido do país é também seu editor-chefe.

No livro, Bonner explica como é montado o JN. Desde a reunião de caixa, em que são discutidos os assuntos de uma determinada edição, até o momento em que a atração entra no ar. Período durante o qual também poderá ser modificada.

O apresentador do JN explica tudo de maneira simples. Assim o livro pode ser lido por quem cursa ou não a faculdade de jornalismo, já que são poucos termos técnicos e, os que existem, são minuciosamente explicados. Bonner também conta vários casos interessantes, que permitem ao leitor entender como funciona a estrutura do programa e, de certa forma, da Rede Globo.

Durante a leitura, é possível entender por que o nível de estresse de alguns jornalistas é tão alto. A edição diária do Jornal Nacional pode ser modificada mesmo quando está no ar, dependendo da notícia que chega à redação naquele momento. E como notícia não tem hora e nem lugar, às vezes, o estresse passa para os repórteres, com a "encomenda" de reportagens "em cima da hora" do jornal ir ao ar.

Imagine você, amigo leitor, a responsabilidade de William Bonner, que, como editor-chefe, precisa escolher, dentre dezenas de assuntos, aqueles que estarão presentes em uma edição de telejornal de apenas 31 minutos líquidos. É muita loucura. E tudo que vai ao ar é, em primeiro grau, responsabilidade dele.

Bonner também fala sobre os bastidores da cobertura de grandes eventos e conta boas histórias com uma pitada de humor em seu texto. Ele explica, por exemplo, como conseguiu driblar milhares de fiéis que se aglomeravam na Praça de São Pedro poucos minutos antes de apresentar o JN do alto do Colégio Santa Mônica, em 2005, quando o papa João Paulo II faleceu.

Ele fala da ajuda abençoada que recebeu de algumas freiras e de um policial. Também conta como, horas antes de começar o JN, embarcou do Rio de Janeiro para São Paulo, para ancorar o jornal ao vivo da cidade onde ocorriam ataques do PCC (movimento intitulado como Primeiro Comando da Capital) a bases policiais de toda a cidade, em 2006.

O livro é bem didático e mostra detalhes importantes na confecção de um jornal, como a produção, a pauta, o uso de materiais de arquivo, das artes gráficas e até a maneira de montar um espelho. O subtítulo "Modo de Fazer" sugere que o Jornal Nacional possa ter uma receita habitual para ser preparado. Até tem, mas seu editor-chefe deixa bem claro como as coisas mudam até segundos antes do "boa noite" inicial ou mesmo antes do "boa noite" final.

Para fechar, Bonner também explica alguns critérios de seleção de notícias para a edição do dia do JN e explica como cada notícia é tratada, dependendo do grau de relevância que apresenta. Ele fala sobre qual notícia pode ser apenas uma nota de 20 segundos e qual deve ser reportagem, com texto, imagem e a condução de um repórter.

Fala ainda sobre como compor os blocos do jornal, que devem ser feitos com notícias que permitam ao telespectador compreender melhor os assuntos daquela edição, ou seja, com notícias-gancho. Eu, que também sou editor-chefe, sei bem o que Bonner passa (guardadas as devidas proporções, é claro).

É uma leitura que vale muito a pena para quem cursa ou pensa em cursar a carreira jornalística. O livro, da Editora Globo, faz parte de uma coletânea de fotos e vídeos que se chama "Memória Globo". Conteúdos que ajudam a preservar a história de um dos maiores conglomerados de mídia do planeta. Obviamente, tem sua pitada institucional, é claro, mas, mesmo assim, o conteúdo é bem interessante. Um forte abraço.

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