segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Como um jornalista deve agir em um jogo da Seleção Brasileira?


Há um tempo atrás, estava em um bar com os amigos Renato São Pedro e Alexandre Aníbal. Lá pelas tantas, a conversa caiu no tema "narração dos jogos da Seleção Brasileira". Falamos sobre os locutores que mais gostamos e os que achamos mais ultrapassados. E aí veio a pergunta: você narraria um jogo da seleção canarinho como torcedor?

Algumas pessoas defendem que o jornalista brasileiro deve narrar sim, como torcedor, já que, no mundo inteiro, os locutores torcem visivelmente pela sua seleção. Estendo a discussão ao jornalismo, de modo geral. Rádio, TV, veículos impressos e internet. Você escreveria uma reportagem torcendo pelo futebol brasileiro?

Para mim, seria um tanto piegas. Escrever algo do tipo: "nossa seleção massacrou o adversário". Qualquer tipo de envolvimento que o jornalista tenha com o fato que cobre pode macular sua isenção e sua credibilidade. Todos os comunicadores, de todos os países, torcem pela sua seleção. Fato. E eu entendo que nenhum deveria torcer. É a linha que defende o comentarista da ESPN Brasil, Mauro Cezar Pereira.

Pelo menos, é a maneira na qual me balizo para executar meu trabalho. Por mais que a torcida aproxime o jornalista do povo, o afasta da isenção. E outra. Também tem muito jornalista e muita gente do povo que torce contra a Seleção Brasileira por vários motivos.

O profissional da comunicação deve se lembrar sempre de que trabalha para todas as pessoas que compõem o público. Logo, vai trabalhar para gente que gosta e que não gosta do futebol brasileiro. Partindo do princípio que todos devem ser contemplados por um trabalho bem feito, torcer está fora de cogitação. Eu agiria dessa forma. O mesmo vale para repórteres e comentaristas.

Na foto que abre o post, Galvão Bueno (esq.), narrador da TV Globo, sempre narrou torcendo. João Palomino (dir.), dos canais ESPN, não. E você? O que faria? Um forte abraço.

Facebook: Leandro Martins
Twitter: @leandropress

Um comentário:

  1. Acredito que a imparcialidade deve prevalecer. O jogo deve ser narrado naturalmente, sem favoritismo algum.
    Abraços!!!

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