sexta-feira, 1 de abril de 2011

Os jornalistas nas redes sociais: perigoso ou não?


Não há como negar. As redes sociais vieram para ficar. Milhões de pessoas trocam informações, experiências, desabafam, escrevem nelas o que sentem. Esses veículos tornaram-se meios de comunicação eficazes e muito utilizados pela velocidade com que propagam a notícia.

Twitter, Orkut e Face Book são usados por pessoas comuns, empresas, conglomerados de comunicação e também por famosos. Artistas, autoridades, atletas, atores, cantores e, claro, jornalistas. Aí é que mora o perigo.

Já ouvimos falar de muitos casos de declarações importantes via Twitter que depois foram negadas pelos seus autores por terem passado algo interno do trabalho ou por representarem ofensas a alguém. Quem não se lembra do famoso "twitcam" dos jogadores do Santos, que humilharam outros jogadores falando de salários?

Pois bem. Vou ater-me ao uso das redes pelos jornalistas, mas o que vou escrever aqui vale para profissionais de diversas áreas. Afinal, esses meios são espaços pessoais, sociais ou profissionais? A realidade é que eles se misturam.

A TV Globo, por exemplo, em suas normas internas, proibiu jornalistas, artistas, atores e outros profissionais de exporem questões de trabalho ou da empresa nas redes. Considero justo.

Uma coisa é você escrever que vai passear com os filhos. Conteúdo altamente pessoal. Outra é expor problemas de trabalho para todo o público. Questões de profissão devem ser tratadas internamente, com os chefes, superiores e outros envolvidos. Para desabafar sobre esse assunto, existem colegas de trabalho, amigos, família ou, em último caso, um psicólogo ou terapeuta.

Jornalistas adoram passar e receber informações. Isso sim, é muito válido. Também é possível aumentar a rede de trabalho e fazer novos contatos. Divulgar reportagens, portifólio. Tudo bacana.

Não sou adepto de quem expõe muito a vida particular contando, inclusive, quando entra ou sai do banheiro. Mas mesmo esse tipo de coisa pode ser colocada. Basta você escolher quem seguir ou não. O que não pode é jogar no ventilador as questões empresariais e profissionais. E isso vale para todos.

As redes sociais hoje são meios poderosos. As declarações espalham-se como rastilho de pólvora. O site "Comunique-se" publicou no dia 29 de março que a Secretaria de Cultura de São Paulo escreveu em seu Twitter: "Pq foi o José Alencar e não o #Sarney? (sic)", referindo-se à morte de José Alencar e dando a entender que José Sarney também já deveria ter morrido.

A assessoria de imprensa do órgão afirmou que a pessoa responsável por controlar a conta confundiu-se com o perfil. E que a declaração deveria ser colocada no perfil pessoal dela e não da Secretaria de Cultura. Tarde demais. O estrago já estava feito. E tome pedido público de desculpas!

Sim, isso dá demissão por justa causa. Um erro grave. É preciso ter atenção. Depois de uma mensagem publicada, é muito difícil voltar atrás. Ou dimensionar o tamanho do problema causado. Por isso, todo cuidado é pouco. E a atenção deve ser sempre redobrada. Cada palavra tem um peso e merece ser medida com carinho antes de ser publicada. Um forte abraço.

Um comentário:

  1. Cautela sempre!!! sendo jornalista, profissional da área da comunicação ou qualquer pessoa....as redes sociais ajuda muito, mas pode transformar a vida em um verdadeiro inferno...bjs

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