sexta-feira, 29 de abril de 2011

Blog entrevista o experiente jornalista Fernando Vannuci: "Alô, você!"

 O JORNALISTA FERNANDO VANNUCCI
E A ESPOSA, ALESSANDRA TERRA

Ele já cobriu seis Copas do Mundo, seis edições das Olimpíadas e uma das Paraolimpíadas. Tem 39 anos de carreira na televisão e coleciona algumas situações inusitadas nos veículos de comunicação. Hoje, após a Sexta-feira da Paixão e o feriado de Páscoa (quando este blog não foi atualizado), o entrevistado da vez é o ex-global e atual Rede TV!, Fernando Vannucci.

O jornalista, que também é formado em Direito pela UNIUBE (Uberaba-MG, sua terra natal), fala das polêmicas que envolveram sua saída da TV Globo e explica a curiosa noite em que ficou "fora do ar" na Rede TV!, por misturar medicamentos com vinho. Casado e pai de três filhos, Vannucci hoje curte mais a carreira e a vida. Acompanhe a entrevista.

Leandro Martins - Você acredita que a faculdade prepara bem uma pessoa para o mercado de trabalho?
Fernando Vannucci - No caso de jornalista, não acredito que a faculdade seja primordial. É importante, claro, mas quem tem talento para tal, já nasce com ele. Escrever bem é cortar palavras, já dizia Carlos Drummond de Andrade.

LM - Em quais empresas de mídia já trabalhou?
FV - Comecei a trabalhar em jornal, em Uberaba. Era o "Lavoura e Comércio", que não existe mais. Depois, fui para o rádio, trabalhar na Rádio Sociedade e Rádio Sete Colinas (ambas de Uberaba). Mais tarde fui para a Rádio Inconfidência de Belo Horizonte. A seguir surgiu a TV em minha vida: TV Globo-MG. Na sequência, fui para o Rio, para a Rede Globo. Só na Globo fiquei 26 anos. Vindo para São Paulo, trabalhei na Traffic que havia arrendado o esporte da TV Bandeirantes. Depois, Record (apenas por 6 meses para cumprir o contrato com a Traffic). Finalizado o contrato, fui chamado por José Emílio Ambrósio para assumir o esporte da Rede TV! onde estou até hoje.

LM - Como é sua rotina hoje?
FV - Não tenho horário fixo, apresento o Bola na Rede no final da noite de domingo, gravo as chamadas do esporte e os offs de todos os programas da emissora.

LM - O que já fez fora do esporte?
FV - Fora do trabalho, estou escrevendo um livro de memórias junto com um amigo, também jornalista.

LM - Já foi setorista de um clube? Como é essa experiência?
FV - Fui setorista do Cruzeiro em BH, quando trabalhava na Rádio Inconfidência. Era a época de ouro do Cruzeiro que tinha Tostão, Piazza, Raul, Dirceu Lopes, Zé Carlos, Palhinha, etc. Foi um aprendizado.

LM - Alguns jornalistas tornam-se amigos de fontes pela convivência. Para você, o jornalista deve ser amigo da fonte?
FV - Acho que sim. Tenho vários amigos que me passam notícias de primeira. Mas prefiro não citar nomes.

LM - Você já foi alvo de algumas polêmicas conhecidas. A primeira, quando saiu da TV Globo, após o caso de ter comido a bolacha no ar. Quer dar sua versão do caso?
FV - Foi um lapso coletivo, meu, do diretor de TV, da minha colega de trabalho na época. Mas este não foi o motivo de minha saída da Globo. O meu amigo J. Hawilla da Traffic já vinha insistindo há meses para eu fazer parte do projeto Band. Aceitei e vim para São Paulo, cidade que me acolheu com muito carinho. Sou feliz!

LM - Você já se sentiu alvo de perseguição? Ou já fizeram alguma "sacanagem" com você? Sentiu-se traído?
FV - Infelizmente em todos os meios, em todas as profissões existem essas coisas. Mas, repito: Sou feliz!

LM - O que aconteceu exatamente no episódio da Rede TV! após a final da Copa de 2010, quando muitos o acusaram de estar embriagado? Você estava tomando remédio? Quer dar sua versão do caso?
FV - Não é versão. É a verdade: tenho problemas cardíacos (já fiz duas cirurgias no coração) e a mistura de vinho com remédios me deixou fora de mim. Infelizmente aconteceu, mas faz parte do passado.

LM - Como é cobrir um grande evento como a Copa do Mundo e as Olimpíadas? Dorme-se pouco e trabalha-se muito?
FV - Já cobri 6 Copas e 6 Olimpíadas. É a realização maior de um jornalista esportivo. Claro, trabalha-se muito, mas o prazer supera tudo.

LM - Como vê a guerra pela transmissão do futebol brasileiro em 2012? A Rede TV! vai transmitir o Brasileirão 2012?
FV - Se a Rede TV! vai transmitir ainda não sei, mas ela merece pois foi a única que dentro da legalidade apresentou uma proposta concreta. Vamos ver! Tomara que sim. Gosto muito da Rede TV! e quero vê-la crescendo sempre. É a mais nova das emissoras e já está incomodando muita gente.

LM - Para os estudantes de jornalismo ou jornalistas recém-formados que pensam que o jornalismo é só televisão, o que tem a dizer?
FV - Claro que jornalismo não é só TV. Isso é ilusão da meninada. É um trabalho penoso que requer muita dedicação.

LM - Que sonhos profissionais ainda alimenta?
FV - Meu sonho é ter um programa de entrevistas, mesmo que seja semanal.

LM - Você acha que um jornalista esportivo deve assumir seu time de coração?
FV - Não vejo nada de errado um jornalista assumir seu clube de coração. O que não é admissível é distorcer os fatos por causa disso.

 PARA VANNUCCI, ARMANDO NOGUEIRA FOI SEU MESTRE

LM - Quem são os jornalistas e/ou profissionais da comunicação que mais admira?
FV - Vários da atual geração. É melhor não citar nomes pois é muita gente. Mas meus mestres foram Armando Nogueira e Pedro Luiz, um dos maiores narradores que o rádio já teve e que foi meu diretor na época da Globo.

LM - Tem alguma história curiosa ou engraçada da profissão?
FV - Os tropeços naturais de uma televisão ao vivo, são sempre traiçoeiros, mas engraçados. Tive vários. Quando estreei no Jornal Nacional, a emoção era tanta que misturei tudo. Era tudo ao vivo. Pensei até que seria punido, Mas fui compreendido na época e hoje dou risadas sobre a situação.

LM - É possível conciliar família e trabalho? Como suportar as viagens?
FV - Hoje já não viajo tanto. Mas esse é um dos problemas da profissão. A distância da família. Mas nada que seja insuportável. (Vannucci tem três filhos: um cirurgião torácico, um jornalista e uma que cursa Psicologia)

LM - Deixe uma mensagem para quem pensa em seguir carreira, principalmente no jornalismo esportivo.
FV - Estude muito, leia muito, e tente escrever as suas idéias. Não é uma profissão fácil como muita gente pensa. Além do mercado de trabalho, que hoje está muito pequeno para a quantidade de jornalistas que as faculdades despejam a cada seis meses. Trabalho e atenção, além da busca permanente da verdade, sempre ouvindo os dois lados. Nunca um lado só. Ser jornalista requer muita dedicação!

Quem quiser, pode seguir o jornalista no Twitter @FerVannucci. "Alô, você!" Um forte abraço.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

Jornal Folha de S. Paulo divulga nomes de jornalistas no "Erramos": humilhação ou não?


O jornal Folha de S. Paulo adotou, como norma interna, a divulgação dos nomes dos jornalistas responsáveis por erros de informação no "Erramos". No segmento, estão escritos o nome do autor da reportagem, o equívoco cometido e sua correção (veja o exemplo abaixo, extraído do site da Folha, na imagem que ilustra este post).

"Erramos: Alckmin corta aulas da rede pública em escola de idioma
Diferentemente do informado por Fábio Takahashi em "Alckmin corta aulas da rede pública em escola de idioma" (Saber - 25/04/2011 - 09h23) publicada na Folha e reproduzida na Folha.com, os 80,8 mil alunos que se inscreveram no programa no ano passado não estão sem aulas porque já concluíram o curso em 2010."

No trecho, está o nome do repórter Fábio Takahashi. Alguns funcionários entenderam a medida como humilhação aos profissionais. Discordo. Claro que a exposição negativa do nome não é algo bom. Mas o repórter assina a matéria. Então, tem de ser responsável pelo seu conteúdo. Se passou informação errada, faltou apuração e checagem correta dos dados. O leitor deve saber quem errou.

Como já escrevi em outro post, o erro de informação é o pior que o jornalista pode cometer. Não entendo a publicação do nome do repórter como algo constrangedor. Muito mais humilhante é o editor passar sermão aos berros em um jornalista no meio da redação para que todos ouçam e vejam. Isso sim é assédio moral. Divulgar o nome, não.

Existem outros meios de se constranger um profissional. Ameaças, chantagens pessoais, bilhetinhos indiscretos, oferecimento de benefícios e vantagens ou corte deles. A atitude da Folha é legítima e honesta. Não ofende nem humilha ninguém.

E outra. Jornalista que tem humildade para assumir um erro perante o público tem a sua credibilidade aumentada e não o contrário. Assumir o erro é uma corajosa virtude. É digno, honesto. E o leitor, ouvinte, telespectador ou internauta sabem reconhecer isso. Portanto, para mim, não há motivos para reclamação. Um forte abraço.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Vou voltar a apresentar um programa esportivo na web


Hora de tornar pública uma boa notícia. Voltarei a apresentar um programa esportivo na web tv. Vou ninar novamente um filho meu, o Esporte na Rede, na UPTV (http://www.uptv.com.br/). O ER foi idealização minha e contou, no início, com a colaboração de vários amigos, como Katia Verri e Reinaldo Leiva.

Foi a atração que inaugurou as transmissões da emissora, no dia 6 de maio de 2008. Por lá já passaram inúmeros convidados conhecidos no meio esportivo. E agora passarão muito mais. Estrearemos num formato remodelado, no próximo dia 2 de maio, às vésperas de três anos do programa e da TV.

Comigo estarão, nesse momento, colaboradores de confiança e da mais alta competência. Katia Verri saiu temporariamente. Vai ter bebê. Para seu lugar, vem a jornalista e radialista Luciane Bruno. Reinaldo Leiva e Alexandre Aníbal serão os comentaristas. Eu, o âncora (pelo menos, se a coisa afundar, já sei que a culpa será minha!).



ACOMPANHE UM TRECHO DO PROGRAMA

Por trás das câmeras estarão Heloá Miranda como câmera de estúdio. Marco Antonio Ribeiro será o coordenador de switcher, responsável por não me deixar fugir do roteiro (árdua tarefa, Marcão!). Na direção de imagem (o "cortador" do programa), Marco Perin. A supervisão geral cabe a Mara Rodrigues Alves. Na direção da UPTV, Lucky Ravaneli e Liliana Gonçalves.

O programa é um bate-papo com bom humor e descontração. E tem alguns quadros que necessitam da colaboração do internauta. Um deles é a "Piada do Internauta". Você pode nos enviar uma piada tirando sarro de um time rival, desde que sem ofensas ou termos pejorativos. E vamos ler no ar.

Outro quadro é o "Torcedor na Rede". Aqui, internautas enviam fotos demonstrando o amor pelo seu time, seja com camisa, bandeira, no estádio, etc. Também exibimos no ar. E para darmos os devidos créditos, lembrem-se sempre de mandarem nome completo, cidade e estado de onde falam.

No ar, o contato será ao vivo, pelo próprio site da UPTV (no espaço lateral ao vídeo, à direita) e também pelo Twitter (@uptvweb). Fora do ar, você pode mandar sua piada ou foto para uptvesportenarede@gmail.com. E tem mais novidade. Ainda vamos dar uma "Dica Cultural" relacionada ao esporte em cada programa. E um novo quadro envolvendo camisas de times está sendo desenvolvido.

Não perca! A atração vai ao ar apenas pelo site http://www.uptv.com.br/, ao vivo, a partir das 18h45. Vamos com você até às 19h45, todas as segundas-feiras, a partir do próximo dia 2 de maio. A interatividade será garantida. E faremos o possível para levarmos sempre convidados mais do que especiais.

Agradeço demais o carinho que você, amigo leitor, tem com o meu trabalho. Obrigado a você que acompanha minha carreira. E você pode fazer parte dela, comentando neste blog e no programa. É só participar! Quero deixar claro que continuo firme em Guarulhos. Vamos bater escanteio e correr pra cabecear. Fazer tudo junto! Correria grande, mas que vale a pena. Então agora, toda segunda-feira, te espero também na telinha! Um forte abraço.

Saiba quem é quem no ESPORTE NA REDE


HELOÁ MIRANDA, câmera de estúdio



MARCO ANTONIO RIBEIRO, coordenador de switcher



MARCO PERIN, diretor de imagem



REINALDO LEIVA, comentarista



ALEXANDRE ANÍBAL, comentarista



LUCIANE BRUNO, contato com o internauta



MARA RODRIGUES ALVES, supervisora



LUCKY RAVANELI, diretor


LILIANA GONÇALVES, diretora


LEANDRO MARTINS, editor-chefe e apresentador

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Quando a pedra vira vidraça e quem critica é criticado


O site Comunique-se é conhecido no meio midiático por exercer na internet praticamente o mesmo papel que o programa "Observatório da Imprensa" desempenha na TV. Ambos criticam a mídia, trazem notícias sobre ela e debatem temas polêmicos que surgem no meio.

O Comunique-se publicou ontem, em sua home page (1º Caderno - imagem acima), uma notícia sobre o campeonato de futebol da Aceesp, a Associação dos Cronistas Esportivos do Estado de São Paulo. A
manchete era "Pela Band, pentacampeão Denílson acaba expulso em partida contra jornalistas". O texto do repórter Renan Justi trazia um pouco de entretenimento às sempre tão sérias páginas do veículo.

A matéria falava que o ex-jogador de futebol, Denilson, tinha sido expulso logos nos primeiros minutos do jogo com os jornalistas. E dava alguns detalhes da peleja. Desde então, o Comunique-se começou a ser alvo de crítica de alguns leitores. Passou de pedra a vidraça. Transcrevo abaixo os comentários feitos sobre a reportagem para que possa expressar minha opinião depois. Acompanhe.
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Moacyr Victor Minerbo [20/04/2011 - 00:47]
(Âncora / Apresentador TV / Apresentador Rádio-ALLTV - IG - SP)
Está me lembrando o amador Bastidores do Rádio.

Cesar Augusto Komoti [19/04/2011 - 22:48]
(Profissional Contratado)
Existem jornalistas que tratam de banalidades, isso da dinheiro.

Paulo Sérgio Aguiar [20/04/2011 - 00:49]
Essa é a pura verdade, uma banalidade que dá dinheiro... Ficar pendurado em jogador...
E aqueles que tem alto patrocínio de marcas então...Tentam abafar tudo que afeta a imagem,
jogar a sujeira para debaixo do tapete. Tem corpo que até hoje não foi encontrado... Mas quando a casa cai, não fica um...

Aline dos Santos Matos [19/04/2011 - 22:37]
(Estudante)
Boa escrita, nada demais!

Rodrigo Lobo [19/04/2011 - 22:26]
(Diretor - Executivo-On Air Comunicação & Marketing - SP - Itapevi)
Realmente...isso aqui já foi melhor. Urght!

Eveli Santos Rocha [19/04/2011 - 22:21]
(Estudante)
E??? Essa matéria é de grande utilidade pública. Fará enorme diferença em nossas vidas.

Wilson Moreira dos Santos [19/04/2011 - 17:43]
O atual redator do C-se tem forte queda para o noticiário esportivo, com grande tendência
para banalidades e futilidades como esta matéria!

Paulo Sérgio Aguiar [19/04/2011 - 21:19]
Bota futilidade nisso...Cadê a notícia...
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Pois bem. Diga-me, você, leitor deste blog, qual é o grande problema da reportagem? Nenhum! É muita pretensão de jornalistas e pessoas que se acham grandes intelectuais (mas não passam de intelectualóides) que o esporte não possa ser comentado nas páginas dos jornais.

Tudo bem, a notícia é mesmo banal. Mas quem acha que jornalismo é única e exclusivamente informação o tempo todo está redondamente enganado. Além da informação, que é sem dúvida a grande estrela da nossa profissão, jornalismo também vive de algum entretenimento. Às vezes, é preciso respirar, quebrar o ar de seriedade o tempo todo, divertir leitores, ouvintes, telespectadores e internautas.

De que adianta publicar sempre notícias ditas relevantes para a sociedade quando muita gente pouco se importa com política, por exemplo? Todos os dias os jornais noticiam política. Mas pergunte a 20 pessoas na rua se elas se lembram o nome dos candidatos a deputado para os quais votaram no ano passado. A maioria vai dizer um sonoro "não"!

Na hora do noticiário político, muita gente muda de canal, vira a página do jornal e sintoniza outra estação de rádio. Qualquer que seja o veículo, o importante é fazê-lo de forma equilibrada. Com notícias sérias e outras mais leves.

Afinal, quem é o gênio que determina o que é ou não relevante para a sociedade? O editor do jornal? Não! As pessoas escolhem o que querem ver. E, muitas vezes, o que é importante para um, não é para o outro.

Os tais intelectualóides têm de entender que o Brasil é um país imenso, com diversas culturas espalhadas em seu território continental. E, entre essas culturas, o futebol está inserido. Se as pessoas não vissem ou não gostassem do esporte bretão, por que a TV Globo iria gastar a fábula que está gastando para negociar os direitos de transmissão com cada clube, de forma individual?

Para encerrar, quero dizer que as notícias que também parecem "sérias" muitas vezes têm informações manipuladas por autoridades ou mesmo pelos órgãos de imprensa. Veiculam apenas o que querem. Nem tudo que está nessas "notícias relevantes" é sempre real. E quem trabalha na mídia sabe disso.

Para mim, os comentários sobre a reportagem de Justi foram patéticos. Sociedade vive de seriedade e vive de riso também. Duvido muito que, quando os autores destes comentários reunem-se com os amigos no bar para tomar uma cerveja, falem apenas de "assuntos importantes para a sociedade" ou de política ou de economia. Não falam!

E não têm capacidade para se dar conta disso ao ler a matéria do Comunique-se. Sociedade é isso! É gente no parque, na rua, no bar! É muita hipocrisia! A você, leitor, que não tem nada com isso, desculpe o desabafo. Mas faz parte do meu trabalho criticar as injustiças que presencio.

Afinal, este blog também critica a mídia. Mas não espero virar vidraça tão cedo. Pelo menos, hipócrita eu não sou! Ótima Páscoa, cuidado com o chocolate e bom feriado. Um forte abraço.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

A reportagem sobre José Luiz Datena na revista Veja: faltou bom senso ao repórter


A revista Veja publicou, na semana passada, uma reportagem mostrando o perfil do apresentador da TV Bandeirantes, José Luiz Datena. Entre outras coisas, o autor da reportagem, João Batista Jr., publicou o salário do jornalista, alguns bens materiais que possui (carros, relógios e uma casa recém-comprada) e até o nome de seus filhos.

Entendo que uma parcela do público espera, em uma matéria de perfil, ler coisas desse tipo. Parece uma espécie de fetiche, tal qual perguntar a um jornalista esportivo para que time ele torce. Muita gente quer "entrar" na vida particular das pessoas públicas.

Mas tudo tem limite (ou deveria ter). É claro que Datena deve ter comentado a respeito desses detalhes com o repórter. A questão é: publicar ou não? Uma questão de bom senso. Salário é algo muito particular. Tem gente que tem vergonha de dizer que ganha pouco. Outros, têm medo de falar que ganham muito.

No mundo atual, isso se justifica. Não faltam invejosos e criminosos querendo tomar os bens de quem os conquistou com o suor do trabalho. Sequestros e assassinatos mediante extorsão são cada vez mais comuns.

Publicar esse tipo de informação é uma imprudência. Assim como listar os carros que possui. Já publicar os nomes dos filhos, não sou contra. Mostra que tem família e se importa com ela. Mas, uma vez escrito o salário do apresentador, a informação familiar ganha uma importância maior. Mulher e filhos passam a ser pessoas visadas.

Datena não gostou nem um pouco da reportagem. E rebateu, desafiando o repórter a dizer quanto ganha o patrão dele (Roberto Civita, presidente do grupo Abril). Ainda chamou João Batista Jr. de "brucutu" e disse que será culpado caso sua família sofra algum tipo de ameaça.

Faltou bom senso a João Batista. Não importa se Datena ganha muito ou pouco. Isso é problema da emissora que o paga. E se o faz, tem um bom motivo. Os índices de audiência. TV aberta vive disso. É uma guerra.

Abaixo coloco os links das duas reportagens. Da revista Veja e da resposta de Datena. Repito. Para mim, o repórter foi imprudente. Datena não deveria ter dito o quanto ganha (afinal, também é verdade que, se não queremos que alguém saiba de algo, basta não dizer ou fazer). Mas, já que disse, a ética e o bom senso deveriam prevalecer. Pois também é verdade que Datena abriu cordialmente as portas de sua casa para a equipe de reportagem da revista. Um forte abraço.

Reportagem da Veja: http://vejasp.abril.com.br/revista/edicao-2212/datena-band-apresentador-perfil
Resposta de Datena: http://inblogs.com.br/news/artigosnews/datena-desafia-revista-veja

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Blog entrevista jornalista Eduardo Affonso, da Rádio Estadão ESPN

Hoje, este espaço tem a honra de registrar a segunda entrevista com um colega de profissão. Na semana passada, o entrevistado foi o locutor da Rede TV! e da Rádio Clube de Pernambuco, Octávio Muniz. Agora, quem fala aos "microfones" deste blog é um apaixonado por rádio.



Ele, que entrevista o atacante Luís Fabiano na foto acima, é Eduardo Affonso, repórter da recém-inaugurada Rádio Estadão ESPN. Além de pisar os gramados pelo Brasil e o mundo, ele também é locutor e técnico de futebol formado pelo curso do sindicato. Atividade que, obviamente, não exerce atualmente.

Eduardo prefere os microfones. É formado há mais de 20 anos na universidade Anhembi Morumbi e hoje é setorista do São Paulo. O jornalista conhece bem o "chão que pisa" na carreira. Admite que não pode levar "furo" de um companheiro e que ainda sonha em cobrir uma temporada de Fórmula-1. Torcedor da Lusa, encara a árdua rotina de jornalista esportivo com naturalidade, mesmo tendo que trabalhar todos os finais de semana e em muitos feriados. Acompanhe a entrevista na íntegra.

Leandro Martins - Você acredita que a faculdade prepara bem uma pessoa para o mercado de trabalho?
Eduardo Affonso - A faculdade é importante em qualquer situação. Na minha época, a preparação foi boa para o mercado, porque fui trabalhar na Radio Brasil 2000 FM, justamente a emissora da faculdade onde estudava. Mas a melhor preparação é conseguir um estágio.

LM - Em quais empresas de mídia já trabalhou?
EA - Brasil 2000 FM; Rádio FM 90 de Salto; rádio Nova Difusora Oeste de Osasco; Rádio Iguatemi; Rádio Bandeirantes de SP, Canal 21, e atualmente Rádio Estadão ESPN.

LM - Como é sua rotina hoje? Que horas você entra? Tem hora pra sair?
EA - Um repórter não tem rotina. Trabalha na hora que a notícia acontece e notícia não tem hora para acontecer. Sou setorista do São Paulo e normalmente acompanho os treinos e jogos do Tricolor.

LM - Como é ser setorista de um clube?
EA - Ser setorista é estar envolvido totalmente com o clube. É viver de acordo com os horarios do clube. E é ser cobrado pela chefia se tomar um "furo" no clube onde vc é setorista.

LM - Alguns jornalistas tornam-se amigos de fontes pela convivência. Para você o jornalista deve ser amigo da fonte? Você acredita que o jornalista ser amigo da fonte ajuda ou atrapalha o trabalho?
EA - Claro que deve ser amigo da fonte! Se você não for amigo da fonte, qual a vantagem da fonte te passar alguma informação? A não ser que você pague a fonte, coisa com a qual eu não concordo.

LM - Como é cobrir um grande evento como a Copa do Mundo e as Olimpíadas? Dorme-se pouco e trabalha-se muito?
EA - Eu nunca fiz Olimpíada. Somente Copa e Panamericano. Quanto a dormir, é a última coisa que você pensa num evento desses. Você quer viver cada segundo... você não dorme, apenas descansa o corpo.

LM - Como vê a guerra pela transmissão do futebol brasileiro em 2012? Acha certo um regime monopolista?
EA - Acho que os clubes devem procurar o melhor para si, mas não devem prejudicar o público. Creio que o monopólio é ruim em qualquer circustância da vida. Então sou contra.

LM - Para os estudantes de jornalismo ou jornalistas recém-formados que pensam que o jornalismo é só televisão, o que tem a dizer? E o que falaria para aqueles que pensam que não vão trabalhar muito e nem aos finais de semana?
EA - Acho que cada um deve ter um objetivo próprio. Se a pessoa se forma em jornalismo pensando em trabalhar somente em TV, é um direito dela. Eu, particularmente, sempre pensei em rádio que é o veiculo que amo. Mas isso não impede que faça trabalhos em TV, internet, impressos, assessoria de imprensa. Agora entrar no jornalismo esportivo e achar que vai ter uma vida normal, esqueça. Se quiser ter fim de semana, tem que ser bancário.

LM - O que gostaria de fazer na carreira e ainda não conseguiu realizar? Que sonhos profissionais ainda alimenta?
EA - Um único. Cobrir uma temporada de Fórmula-1. Nada além disso.

LM - Você acha que um jornalista esportivo deve assumir seu time de coração? Por quê?
EA - Na minha opinião, deve. Porque quem é jornalista esportivo, com toda certeza, escolheu a profissão porque sempre gostou de futebol. E se gostou de futebol, é porque sempre torceu para algum time. Então para que esconder, ou mentir? Eu nunca escondi que torço para a Portuguesa. O importante é não levar esse sentimento de torcedor para o microfone.

LM - Quem são os jornalistas e/ou profissionais da comunicação que mais admira?
EA - Eu seria desleal em citar um único nome. Até porque admiro o trabalho de muita gente. Mas, por ter me ajudado no começo da carreira e por ser um excelente profissional e ter um ótimo caráter, vou citar o Ricardo Capriotti, da Rádio Bandeirantes.


Ricardo Capriotti ajudou
Eduardo Affonso no início de carreira

LM - Deixe uma mensagem para quem pensa em seguir carreira, principalmente no jornalismo esportivo.
EA - Eu não gosto muito de mensagens, porque o que eu penso é a minha ideologia e talvez ela não seja a melhor do mundo. Só digo uma coisa, corra atrás do seu objetivo sem derrubar ninguém. Porque o tombo lá na frente, quando você não respeita as pessoas, é muito grande.

Para quem quiser seguir o jornalista no Twitter, o contato é @eduaffonsoespn. Aproveito o espaço para agradecer a ele imensamente por esta entrevista exclusiva e pela cordialidade com que tratou este colega de profissão que vos escreve.

O milésimo "freguês" - Muitas lojas, principalmente nos Estados Unidos, costumam oferecer promoções ao receberem o milésimo freguês. Graças a vocês, amigos e leitores, este blog alcançou mais de mil visitas. Estou anos-luz de distância de ser um Mark Zuckerberg (criador do Facebook) que, com um simples jogo online, derrubou a rede de Harvard às 4h da manhã de um dia qualquer, com 22 MIL ACESSOS EM DUAS HORAS! Tenho mil visitas em quatro meses. Mas estou feliz! Os amigos que passam por aqui são mais do que especiais. A vocês, muito obrigado! Um forte abraço.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

O sensacionalismo não é a espetacularização da notícia


Pelo visto, o debate sobre a cobertura do caso ocorrido no Realengo suscitou todo tipo de polêmica. Até a imprensa foi alvo de estudos e análises da sociedade. Dizem que a mídia foi sensacionalista no trato com crianças, pais e familiares dos envolvidos.

Discordo. Primeiramente, é preciso distinguir sensacionalismo de espetacularização. Segundo o dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, SENSACIONALISMO é o "uso e efeito de assuntos sensacionais, capazes de causar impacto, de chocar a opinião pública, sem que haja qualquer preocupação com a veracidade". Nesse caso, a veracidade foi comprovada pelos fatos. E um fato verdadeiro que chame a atenção é notícia.

Já a espetacularização é quando existe a tentativa de prender a atenção das pessoas pela repetição exaustiva de tal fato nos órgãos de imprensa. Repito. Para mim, sensacionalismo não houve. Espetacularização, sim. Logo, vou ater-me à discussão sobre a espetacularização da notícia. É certa? Errada?

Pois bem. Todo professor de faculdade de jornalismo defende sempre que a notícia não pode ser motivo de espetáculo. Pergunto: qual o dever de uma faculdade? Formar cidadãos conscientes, mas também prepará-los adequadamente para o mercado de trabalho, na parte prática. Afinal, é para nos especializar em uma carreira que cursamos a graduação.

O que acontece quando o jornalista chega ao mercado de trabalho? Se for contratado por uma empresa grande de mídia, o chefe, quase sempre, vai obrigá-lo a esquecer todos esses princípios que aprendeu na faculdade e limitar-se aos resultados.

No caso de mídia, isso significa audiência. E se você se recusar a seguir a linha editorial e quiser discutir jornalismo com a direção da TV, adeus emprego. Pouco se discute o fazer jornalístico no trabalho.

Exatamente. No fundo, as mídias pouco se importam com as pessoas. Elas se importam com a audiência. Audiência grande significa patrocinadores que pagam mais. A espetacularização é parte do jogo. Compra a ideia quem quer.

Alguém aqui vai dizer que não grudou os olhos na TV para assistir as reportagens sobre o caso? Pois é. Você, amigo leitor, também faz parte da engrenagem. Se tem espetacularização, é porque tem plateia.
Hoje tem espetáculo? Tem, sim senhor! Bem-vindo ao clube.

E não fique surpreso com a descoberta de que você, o alvo principal do sensacionalismo, foi fisgado. Muita gente liga a TV na espera de, assim que a imagem aparecer na tela, ver, de bate-pronto, algo sobre o assunto. Não sou hipócrita. Eu também fiz isso. Pouco vejo TV aberta, mas queria entender a repercussão e o andamento do caso.

Estamos em um regime capitalista. A lei que impera é da oferta e da procura. Se não tem audiência, a TV corta o programa, muda a pauta na hora. Desde que os números do tal IBOPE subam. Logo, se ninguém visse as reportagens dos assassinatos e preferissem assistir a um canal que mostrasse uma receita de bolo, as audiências das emissoras envolvidas iriam cair e a pauta seria mudada.

Mídia é massa. Ninguém gosta de falar para a parede ou a porta. Há sim, muitas vezes, interesse mórbido do público por esses assuntos. Isso se explica. Quando se vive uma outra realidade por meio da reportagem, sente-se, em parte, chocado, mas de outro lado, bem informado. Tem assunto para discutir.

O que passa batido é que, às vezes, a vida vira novela. Parecemos estar rodeados de bandidos, mocinhos, vilões, heróis, etc. Veja o desfecho do sequestro da menina Heloá. Foi assassinada. E ainda acharam bonito o rapaz matar por amor, como em novela mexicana.

Hoje, as guerras são transmitidas ao vivo pela TV! Como se fossem jogos de videogame. Do mesmo modo como o caso no Rio de Janeiro foi superexposto, também foram a morte de José Alencar, de Ayrton Senna, o Tsunami no Japão, o caso Nardoni, o caso Bruno, entre tantos outros episódios que marcaram as vidas de muita gente.

Isso não é sensacionalismo. É espetáculo. Sensacionalismo foi o caso Escola Base, também retratado neste blog. Ali, não houve verdade e os fatos chocaram o público. Mas para a mídia, sensacionalismo e espetáculo vendem. Eu também não gosto. Enjoa ver um dia inteiro a mesma coisa. Por isso, vi com mais atenção as reportagens do Jornal Nacional sobre o Realengo.

Achei o material equilibrado e me senti bem informado. Uma boa reportagem, bem feita, bem apurada e caprichada vale mais do que um dia inteiro de blá, blá, blá. Mas fica a lição. Não confundam sensacionalismo com espetacularização. São coisas sutilmente diferentes. Forte abraço.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

Quando falta o bom senso - a manchete do jornal A Tribuna


Tem jornalista que gosta de ser póetico, original, sensacionalista, diferente, polêmico. Muitas dessas características foram misturadas na manchete do jornal A Tribuna, de Santos, sobre o ocorrido no Realengo, no Rio de Janeiro.

Faltou bom senso. Do jornalista que fez a reportagem e do editor, que normalmente dá os títulos e fecha a capa do jornal. Lembrei-me do finado NP, o Notícias Populares. No meio jornalístico, era tido como um jornal que, ao ser espremido, jorrava sangue.

Ao que me parece, o autor do título bizarro não teve a intenção de ser totalmente sensacionalista. Ele quis sim, causar a comoção popular. Quis emocionar. E, ao mesmo tempo, vender sua capa. Mas o efeito foi o mesmo de um sensacionalismo barato.

É preciso ter parcimônia. Saber a hora de brincar ou emocionar sem parecer ridículo e patético. Não funcionou. "Na lista de chamada, 12 alunos não dirão 'presente'" foi uma manchete bisonha, descabida.

Ninguém riu, ninguém chorou. Causou raiva nos leitores comuns e nos colegas de profissão. Com certeza, o autor deste título foi alvo de chacota no meio. Perdeu a medida. Publicou o que quis, ouviu o que não quis. Arriscou. Não foi bem.

Não se brinca com a emoção de pais feridos na alma. Fica a lição para quem estuda jornalismo, para quem está iniciando na carreira ou para quem já tem uma boa estrada. Manchetes interessantes atraem público. Mas o bom senso é fundamental. Um forte abraço.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Blog entrevista jornalista esportivo Octávio Muniz


Hoje o blog tem a honra de publicar a primeira (de muitas, espero) entrevista com um colega de profissão. E para dar início aos trabalhos, começamos com o pé direito. A bola da vez é um profissional gabaritado e experiente.

"Octávio Muniz, o que é que só você viu?" Quem não se lembra da famosa frase narrada pelo locutor Sílvio Luiz, então na Band, que chamava o repórter após um lance perigoso ou polêmico no futebol? Octávio Muniz completou 47 anos ontem. Só de carreira, tem 34. Cobriu sete Copas do Mundo e seis edições das Olimpíadas. Tem no currículo mais de 250 viagens internacionais.

Hoje, o ex-repórter virou locutor. Trabalha na Rede TV! e na Rádio Clube de Pernambuco (Recife). Tatá Muniz, como é popularmente conhecido, fez parte da equipe da TV Bandeirantes no auge das transmissões esportivas da casa. No tempo em que a emissora era identificada como "o canal do esporte" e a área crescia no país (início dos anos 90 para frente).

Tatá carrega na bagagem a passagem por mais de 20 veículos de comunicação. Aceitou gentilmente dar entrevista para mim. E agora, publico aqui neste blog. Entre outras coisas, citou Luciano do Valle como modelo de narrador. Não vê problema em assumir o time de coração e ainda disse que é possível administrar a carreira e formar uma família. Acompanhe a entrevista na íntegra.

Leandro Martins - Você acredita que a faculdade prepara bem uma pessoa para o mercado de trabalho?
Octávio Muniz - Acredito, lamentei quando houve a discussão sobre não precisar mais do diploma de jornalista. Acho que a faculdade/universidade dá uma base importante que será aplicada no resto da vida.

LM - Como é ser setorista de um clube?
OM - Puxa, eu fui durante muito tempo. É um trabalho que se baseia na confiança que adquire de atletas, técnicos e dirigentes. Fui muito tempo setorista do Corinthians e a relação que tinha com esta gente era estreita, motivo pelo qual me dei sempre bem nas notícias.

LM - Alguns jornalistas tornam-se amigos de fontes pela convivência. Você acredita que o jornalista ser amigo da fonte ajuda ou atrapalha o trabalho?
OM - No meu caso sempre ajudou. Sempre soube separar o “amigo” da notícia. Por isso, não vejo problema, desde que não haja mistura.

LM - Como é cobrir um grande evento como a Copa do Mundo ou as Olimpíadas? Dorme-se pouco e trabalha-se muito?
OM - É muito especial, é outro desafio, você se comporta de outro jeito, é uma sensação indescritível. Só pra se ter idéia, em Seoul, 1988, Jogos Olímpicos na Coreia, dormíamos 4 horas por noite no máximo.

LM - Como vê a guerra pela transmissão do futebol brasileiro para o período 2012-2015? Acha certo um regime monopolista?
OM - Um boa disputa é sempre melhor do que uma ditadura absoluta. O regime de monopólio é um erro. o “remédio” de hoje é na verdade uma pequena dose de veneno que mata aos poucos. Se a direção da empresa "X" mudar e não quiser mais futebol, o esporte morre, pensem nisso!

LM - Para os estudantes de jornalismo ou jornalistas recém-formados que pensam que o jornalismo é só televisão, o que tem a dizer?
OM - Não é! Existem outras áreas muito interessantes. Eu por exemplo gostaria muito de escrever numa revista. E mais. As novas mídias vão mexer muito na nossa área.

LM - E o que falaria para aqueles que pensam que não vão trabalhar muito e nem aos finais de semana?
OM - Se forem fazer esporte, como eu, esqueçam, o final de semana é a segunda-feira dos outros.

LM - O que gostaria de fazer na carreira e ainda não conseguiu realizar?
OM - Olha, eu já fiz bastante na carreira, muita coisa mesmo, mas agora que ingressei pra valer na minha função de narrador (que é relativamente nova), desejo ser o primeiro narrador de uma grande emissora de TV.

LM - Que sonhos profissionais ainda alimenta?
OM - Nesse caminho o sonho profissional é narrar o Brasil ganhando mais uma Copa do Mundo e narrar uma grande vitória olímpica brasileira numa disputa de ouro.

LM - Você acha que um jornalista esportivo deve assumir seu time de coração? Por quê?
OM - Olha eu assumi desde sempre, mas com responsabilidade, acho que pode assumir sim, afinal, só sou jornalista/cronista esportivo porque torço pra alguém. (Tatá é corintiano)

LM - Quem são os jornalistas e/ou profissionais da comunicação que mais admira?
OM - Olha, muitos! Acho que como narrador de TV, por exemplo, na sua fase áurea, Luciano do Valle foi um monstro! Tenho admirição por muitos, mas não vou citá-los porque seria deselegante com os demais.


"MONSTRO": Octávio Muniz
elogiou o locutor Luciano do Valle

LM - O que diria para quem pensa em seguir carreira, principalmente no jornalismo esportivo?
OM - Siga, vá em frente, encare os desafios, vale a pena... Eu criei minha família atuando neste ramo e tenham certeza, faria tudo de novo. (Tatá é casado e tem três filhos)

Para quem quiser acompanhar os passos do jornalista, pode encontrá-lo no twitter (@octaviomuniz) ou então acessar o seu blog: http://octaviomuniz.blog.uol.com.br/ Um forte abraço.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

07/04 - Dia do Jornalista


Não costumo atualizar o blog às quintas-feiras, é verdade. Mas hoje é um dia especial. O Dia do Jornalista. Este ser estranho, inquieto, afobado, apressado, estressado, humano. Para algumas pessoas, a profissão fascina. Quando você diz que é jornalista, olhos brilham e passam a tratá-lo de modo diferente, respeitoso, com admiração.

Outros não querem ver os jornalistas nem pintados de ouro. E a reação é completamente oposta. "Jornalista? Ai, que saco! Mais um para infernizar minha vida!" Esse é o tipo de gente que não tem paciência ou tem coisas a esconder e, geralmente, quer nos "matar".

Jornalista vai a campo, sai na rua, dá a cara a tapa. Também toma tapa. É xingado, agredido. Recebe cotovelada de colegas quando a entrevista com alguém é muito concorrida. Passa frio, calor, toma chuva, pisa na lama, sua a camisa.

Tem repórter que cobre guerra, acompanha polícia em operação e quase toma tiro. Também cobre desastres. Tsunamis, terremotos, furacões. Faz de mineiros presos debaixo da terra um espetáculo. Alguns são sensacionalistas, outros mais sentimentais.

Choram por mortes em desastres de aviões ou quando observam alguém pedindo esmolas nas ruas. Choram também se o Brasil ganha uma Copa ou um ouro nas Olimpíadas. Jornalista tem ótimos e péssimos momentos. Bons e maus dias. Mas acha tudo lindo quando consegue uma imagem exclusiva, uma declaração chocante, uma foto inusitada.

Tem estresse para fechar o jornal. Ainda assim, uns são mais bem educados do que outros. Também tem jornalista mala. Com o rei na barriga. Que acha que está acima de tudo e todos. Tem certeza de que é Deus. A esses, meus pêsames. Lamento informar que não são Deus, nem deuses. Tão humanos quanto qualquer ser mortal.

Tem jornalista que pensa que é super-herói. Também não é. Não resolverá os problemas do mundo, tampouco a fome e a miséria de milhões de pessoas espalhadas pelo planeta. Mas tem obrigação de ajudar a comunidade. Levar informação, esclarecer.

Jornalista é camaleão, é personagem e é ator. Da verdade. É um cara que, mesmo em uma classe desunida, briga pelos seus direitos. Mesmo sem a obrigatoriedade do diploma, continua estudando e se atualizando.

Jornalismo não é uma profissão para deixar ninguém rico. Como em qualquer carreira, apenas cinco por cento são abençoados com um salário milionário por mês. Os outros 95%, gramam e lutam para dar dignidade aos seus.

Jornalista viaja, deixa a família. Sente saudades. Sofre. Trabalha até tarde. De fim de semana e feriado. A notícia não tem hora. Nem os eventos importantes. Jornalista vive de adrenalina, emoção, credibilidade, ética.

O falecido deputado Antônio Carlos Magalhães dizia: "Não dê informação a jornalista que quer dinheiro e não dê dinheiro a jornalista que quer informação". Verdade. Como em toda profissão, existem os bons e os ruins. Os competentes e os incompetentes. Quem fica e quem passa. Jornalista é intensidade. É contador de histórias da vida. Fato.

Se você é jornalista, parabéns! Este é oficialmente o seu dia! Resumo de trabalho de anos. Se não é mas admira nossa carreira e nosso trabalho, obrigado. Sinta-se tão parabenizado quanto a gente! Afinal, o trabalho do jornalista jamais existiria se não houvesse interesse do público. Você, leitor, ouvinte, telespectador, internauta é e sempre será a razão da nossa existência. Um forte abraço.

quarta-feira, 6 de abril de 2011

As safadezas que algumas empresas fazem com os jornalistas


Em todas as circunstâncias da vida, você irá conhecer gente com bom ou mau caráter, honesta ou desonesta, com boas ou más práticas de conduta, ética e moral ou antiética e amoral (e imoral também!). Assim também são as empresas. Organismos vivos, refletem as filosofias de seus proprietários, sócios, acionistas, gestores ou presidentes. Vou aqui, como de costume, falar pelo lado do jornalista.

Algumas grandes empresas e corporações, principalmente as que não são do ramo da comunicação, fazem safadezas com os jornalistas. Uma prática condenável é contratar o jornalista e registrá-lo com outra função, para que não precise pagar-lhe o piso.

Assim, muitos jornalistas são contratados como assistentes administrativos, auxiliares de escritório e colaboradores de toda espécie. Mas acabam exercendo as funções próprias de um jornalista. O "auxiliar administrativo" passa a escrever textos, fazer reportagem para TV, cuidar da clipagem, editar, enviar releases, elaborar jornal interno, etc.

Não importa. São práticas abomináveis. Um amigo contou-me que uma grande instituição com sede em São Paulo (note que escrevi INSTITUIÇÃO e não EMPRESA) realiza tal sujeirada. Como pediu-me para não divulgar o nome do lugar e nem o dele, vou respeitar. Afinal, como já escrevi neste blog, o jornalista tem de saber trabalhar com o "off".

Ele tem medo de retaliações. Com razão. No mercado de trabalho atual, a parte mais fraca sempre perde no final. Mas saiba que é uma instituição grande e rica! Não posso dar mais detalhes aqui, mas se você quiser saber qual é, procure-me no e-mail ou Face Book e terei imenso prazer em falar. Infelizmente, o mundo corporativo serve sempre melhor aos empresários e administradores.

Mas os jornalistas também têm sua parcela de culpa. Fossem uma classe unida (se é que formam mesmo uma classe), jamais aceitariam tal calhordice. Nenhum jornalista deveria ocupar uma vaga na qual é registrado como auxiliar de escritório.

Além do (finado) diploma que, em tese, não serve hoje sequer para limpar o chão, os jornalistas ainda devem se sujeitar a isso? Quer dizer que nem ser registrado com o nome da profissão pela qual me formei e estudei duro na faculdade eu posso? Ridículo. Repugnante.

E por que muitos se sujeitam a isso? Porque o mercado é cruel. Se você, leitor, tem casa e família para sustentar, sabe ao que me refiro. Houvesse milhões de vagas sobrando e pipocando para o jornalista em todas as empresas, de comunicação ou não, seria bem mais fácil recusar as propostas indecentes.

Mas a situação é oposta. As vagas são escassas. O mercado é concorrido demais. Falta espaço para tanta gente. Mesmo assim, o jornalista deve valorizar seu trabalho. Ainda que aceite tal injúria, deve mostrar um ótimo serviço, ser digno da profissão e, assim que possível, sumir de tal lugar. Pedir demissão. Antes que seja demitido junto com vários colegas e setores inteiros sejam mandados embora. Aliás, essa é outra prática comum e não menos repugnante das empresas.

Conselho final. Está desesperado? Precisa muito desse emprego? Olhando pelo lado do ser humano, digo: aceite. Mas saia o quanto antes. De cabeça erguida e com dignidade. Certo de ter feito um bom trabalho. E jamais deixe que não o tratem como jornalista lá dentro. Pois isso é o que você é e o que escolheu para sua vida. Um forte abraço.

VAGA - Em tempo. Já que falamos de vagas, a TV ABCD está com vagas abertas para produtores de TV. Para mais informações, acesse o link http://www.tvabcd.com.br/noticias/2780/tv-abcd-abre-vaga-para-produtores-com-experiencia. Lá tem o endereço de e-mail para enviar os currículos. Forte abraço.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Atualização de portifólio - 04/04

Trabalhar quando todos estão descansando. Faz parte da profissão de jornalista. Foi o que aconteceu comigo no domingo, dia 27 de março. Fui cobrir um evento que encerra as comemorações do Mês da Mulher em Guarulhos. A Corrida e Caminhada do Batom, que teve sua décima-primeira edição.

Uma espécie de incentivo à prática de exercícios ao ar livre, com uma corrida de cinco quilômetros e uma caminhada, de dois quilômetros. Mais de duas mil e quinhentas mulheres participaram. Foi um dia ensolarado e quente. Fez mais de 30 graus às 9h30 da manhã. Detalhe: a concentração começou às 7h30. Calcule como acordei cedo este dia.

Mas valeu a pena. As pessoas foram muito simpáticas e solícitas nas entrevistas. E as imagens ficaram boas. Acompanhe o vídeo abaixo. E depois, um brinde. Fotos dos bastidores da reportagem. Eu e o cinegrafista Guilherme Oliveira subimos no caminhão de som que acompanhava a prova para captar as imagens lá de cima.

O mais interessante era notar que os semáforos da rua nunca estiveram tão perto das minhas mãos e da minha cabeça. E ainda tínhamos de nos abaixar para fugir dos fios de eletricidade presos aos postes da rua. Para quem tem 1,73m de altura apenas, nunca havia me sentido tão alto na vida. Confira a matéria. Bom divertimento. Um forte abraço.








sexta-feira, 1 de abril de 2011

Os jornalistas nas redes sociais: perigoso ou não?


Não há como negar. As redes sociais vieram para ficar. Milhões de pessoas trocam informações, experiências, desabafam, escrevem nelas o que sentem. Esses veículos tornaram-se meios de comunicação eficazes e muito utilizados pela velocidade com que propagam a notícia.

Twitter, Orkut e Face Book são usados por pessoas comuns, empresas, conglomerados de comunicação e também por famosos. Artistas, autoridades, atletas, atores, cantores e, claro, jornalistas. Aí é que mora o perigo.

Já ouvimos falar de muitos casos de declarações importantes via Twitter que depois foram negadas pelos seus autores por terem passado algo interno do trabalho ou por representarem ofensas a alguém. Quem não se lembra do famoso "twitcam" dos jogadores do Santos, que humilharam outros jogadores falando de salários?

Pois bem. Vou ater-me ao uso das redes pelos jornalistas, mas o que vou escrever aqui vale para profissionais de diversas áreas. Afinal, esses meios são espaços pessoais, sociais ou profissionais? A realidade é que eles se misturam.

A TV Globo, por exemplo, em suas normas internas, proibiu jornalistas, artistas, atores e outros profissionais de exporem questões de trabalho ou da empresa nas redes. Considero justo.

Uma coisa é você escrever que vai passear com os filhos. Conteúdo altamente pessoal. Outra é expor problemas de trabalho para todo o público. Questões de profissão devem ser tratadas internamente, com os chefes, superiores e outros envolvidos. Para desabafar sobre esse assunto, existem colegas de trabalho, amigos, família ou, em último caso, um psicólogo ou terapeuta.

Jornalistas adoram passar e receber informações. Isso sim, é muito válido. Também é possível aumentar a rede de trabalho e fazer novos contatos. Divulgar reportagens, portifólio. Tudo bacana.

Não sou adepto de quem expõe muito a vida particular contando, inclusive, quando entra ou sai do banheiro. Mas mesmo esse tipo de coisa pode ser colocada. Basta você escolher quem seguir ou não. O que não pode é jogar no ventilador as questões empresariais e profissionais. E isso vale para todos.

As redes sociais hoje são meios poderosos. As declarações espalham-se como rastilho de pólvora. O site "Comunique-se" publicou no dia 29 de março que a Secretaria de Cultura de São Paulo escreveu em seu Twitter: "Pq foi o José Alencar e não o #Sarney? (sic)", referindo-se à morte de José Alencar e dando a entender que José Sarney também já deveria ter morrido.

A assessoria de imprensa do órgão afirmou que a pessoa responsável por controlar a conta confundiu-se com o perfil. E que a declaração deveria ser colocada no perfil pessoal dela e não da Secretaria de Cultura. Tarde demais. O estrago já estava feito. E tome pedido público de desculpas!

Sim, isso dá demissão por justa causa. Um erro grave. É preciso ter atenção. Depois de uma mensagem publicada, é muito difícil voltar atrás. Ou dimensionar o tamanho do problema causado. Por isso, todo cuidado é pouco. E a atenção deve ser sempre redobrada. Cada palavra tem um peso e merece ser medida com carinho antes de ser publicada. Um forte abraço.