terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Os raros casos do jornalismo e o padrão Globo


Segundo notícia publicada no site Comunique-se, o apresentador e editor-chefe do Jornal Nacional, da TV Globo, William Bonner, renovou seu contrato com a emissora por mais sete anos. Como trabalha lá desde 1986, ao término do acordo, o jornalista terá completado 31 anos de casa.

Bonner não é regra. É exceção. Hoje são cada vez mais raros os jornalistas e outros profissionais da mídia que permanecem por muito tempo em uma mesma empresa. Seja por vontade própria ou pela imposição do mercado, que obriga a constantes mudanças de rumo.

Assim como Bonner, o Jornal Nacional também tem história. Mais de 40 anos no ar. Outra raridade. Hoje os programas costumam ter uma brevidade maior. Mas as exceções estão aí. Quase sempre, na TV Globo que, dentre as emissoras abertas, notadamente, é a que tem mais respeito pelo telespectador.

Faustão tem seu programa há mais de 20 anos. O Globo Repórter está quase quarentão. Casseta & Planeta durou outras duas décadas. Luciano Huck está no seu Caldeirão há mais de dez anos. Apenas para citar alguns exemplos.

Nisso a Globo realmente é fera. Mantém suas tradições. O conteúdo é discutível. O prazo de validade de alguns apresentadores e locutores, também. Mas o tal "padrão Globo" deveria ser exemplo para todas as emissoras.

Já visitei os estúdios da Globo em São Paulo, no Morumbi. Além das megainstalações, iluminações programadas por computador e câmeras-robôs, vê-se o bom profissionalismo. Passei pelo estúdio do programa Arena SporTV, então apresentado por Cleber Machado. Durante o intervalo, entra o cabeleireiro e corta uma pequena madeixa do jornalista. Tudo porque estava com uma ponta, no vídeo. Preservação da imagem.

Por isso a Globo ainda é líder de audiência no Brasil. Por isso tem público fiel e cativo. E por isso você liga sua TV quase sempre no canal 5 (a não ser que tenha TV a cabo). Do conteúdo, confesso: não sou muito fã. Pelo contrário. Sou até bem crítico. Mas quanto à estrutura e o padrão, não tem como não elogiar. Forte abraço.

4 comentários:

  1. Legal, gostei dos seus argumentos e comentários. Por isso te pergunto e a Tv Cultura ou mesmo a TV Brasil (antiga TV E) você não acredita que eles estão no caminho? No caso da Cultura com seus programas de cinho jornalísticos não demonstram um grau a mais de qualidade diante das demais emissoras?
    E quanto a Record News você não acredita que o canal está sendo um divisor de águas uma vez que é aberto a todos sem discriminação ?

    Abraços

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  2. Depende do que vc quer dizer com "caminho certo". A Cultura meio que se perdeu da sua origem nos últimos tempos. Virou quase comercial. Agora teve de demitir um monte de funcionários para reduzir a folha de pagamento. Por outro lado, abriu inscrições para projetos de programas. Ou seja, um convite às novas ideias. A TV Brasil, pelo que me dizem, é muito desorganizada. Não paga direito seus funcionários e tem sérias dificuldades estruturais. A Record News é uma boa. Um canal de notícias aberto é muito interessante até para ajudar na democracia (mas muitas vezes as reportagens também são manipuladas, o que não adianta muito). Mas a ideia é ótima e em breve deve ter a Rádio Record News. Sem dúvida, além de boas iniciativas, auxiliam na movimentação do mercado de trabalho midiático.

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  3. soube realmente destes problemas organizacionais das Tv´s públicas, e também não é algo que eu possa optar devido ao meu grau de " leiguice " no assunto.
    Fico feliz que em breve tenhamos uma rádio Record News, nada mais justo, é uma nova forma, um novo olhar sobre a notícia. As vezes me pego fazendo comparações entre o Domingo Espetacular e Fantástico. Tirando o sensacionalismo e no " nível " das notícias abordados confesso que por vezes me inclino a dizer que o Domingo Espetacular vem dando trabalho e dando conta do recado.

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  4. O Fantástico caiu na mesmice. Antes era realmente Fantástico, o Show da Vida, com toda a pompa. Agora virou uma revista eletrônica comum. O Domingo Espetacular com certeza fez uma boa sombra.

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