quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

O jornalista e o tal diploma


A questão do diploma é algo muito complexo. Alvo de enorme polêmica. Como tudo na vida, acredito que não deveria ser para tanto. É mais falta de bom senso do que qualquer outra coisa. Vou explicar. Mas antes, uma consideração sobre a foto que abre o post.

Coloquei aqui a foto do meu diploma pendurado na parede, em um quadro de vidro. A imagem representa exatamente o significado que o diploma tem no mercado de trabalho. Até hoje, desde que o recebi na faculdade, ele está lá. Na parede e no quadro de vidro.

Nunca saiu, pois jamais me pediram o diploma em todas as empresas que trabalhei. Fato. Ninguém pede o diploma. O problema é que jornalistas, pessoas da mídia e curiosos que comentam o assunto fazem do diploma a questão central. Errado. A questão central dessa discussão tem de ser o bom senso.

O diploma deveria, de fato, garantir uma reserva de mercado, já que mais de cinco mil jornalistas saem da faculdade todos os anos e não há empresas e cargos suficientes para absorver tal demanda. Porém, mais do que a reserva de mercado, o diploma deveria garantir para o empregador a competência de quem o tem. Não garante.

Diploma não é sinônimo de bom profissional. Em qualquer área. Já vi muito jornalista sem talento, com pouca inteligência e que sequer sabe escrever ou falar corretamente usando a Língua Portuguesa. E ainda quer arrumar emprego em uma grande empresa de mídia? Como?

O que quero dizer com isso é: para trabalhar em boas empresas (principalmente na mídia) é preciso ter talento e inteligência. Alguns grandes nomes da mídia hoje não são jornalistas. Juca Kfouri é sociólogo. Paulo Andrade, execelente apresentador e narrador da ESPN Brasil, também não fez jornalismo. É publicitário ou Relações Públicas, se não me engano. Agora, vai falar que o cara é ruim? Não é! É fera! Manda muitíssimo bem!

O diploma fora do quadro



Ou seja, a verdadeira questão é: todas as empresas deveriam contratar APENAS bons profissionais. Nesse caso, eu prefiro um RP inteligente a um jornalista diplomado e burro. Porém, o que acontece em algumas empresas é a contratação de não-jornalistas burros! Nesse caso sim, o diploma deveria estar fora do quadro. Garantir emprego ao jornalista nesse tipo de competitividade.

Ora, entre um jornalista burro e um não-jornalista igualmente burro, a vaga tem de ser dada ao jornalista. O mesmo vale se ambos forem inteligentes. Aí sim, entra a reserva de mercado. O raciocínio de reserva também deveria valer para apadrinhados sem talento, filhos de artistas, ex-jogadores de futebol, ex-árbitros, filhos de diretores de TV ou de gente influente, políticos, etc. Minha indignação é essa. Contratar gente burra só porque é indicação, porque tem influência ou porque tem uma bunda enorme.

Mas, entre um jornalista burro e um não-jornalista inteligente e bom profissional, fico com a pessoa que vai dar um retorno maior. Com a mais talentosa, é claro. Conclusão: o diploma não é a questão central. É o bom senso. Eu jamais ficaria triste de perder uma vaga para o apresentador Paulo Andrade em um processo seletivo, por exemplo. Ele é muito mais talentoso do que eu.

Mil vezes contratar uma pessoa inteligente do que uma burra. Seja jornalista ou não. Concordem ou não, essa é a minha opinião (usei esse bordão no rádio durante um tempo... hehehe). Um forte abraço.

2 comentários:

  1. Muito bem explanado da sua parte sobre o tão famigerado " Diploma de Jornalista ", não tiro uma só virgula do que você escreveu.
    Parabéns pelo seu (bom) senso crítico .

    Abraços

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  2. Muito obrigado! É uma questão controversa e é difícil explicar apenas na escrita o exato raciocínio que tenho. Pelo menos tentei. Hehehe. Se vc entendeu bem, então é porque tá "entendível". Hahaha. Um gde abraço!

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