sexta-feira, 5 de julho de 2013

Os palavrões no rádio e na TV


Engana-se quem pensa que jornalismo de rádio e TV é sinônimo de pegar o microfone nas mãos e sair falando qualquer coisa que venha à cabeça. A palavra pronunciada, ainda mais quando é registrada e gravada, traz à pessoa que transmite a mensagem uma grande responsabilidade.

Qualquer deslize e pronto. O jornalista pode ser processado e ainda terá criado provas contra si próprio por causa das asneiras e abobrinhas que falou. O uso da palavra requer cuidado, cautela. É como pisar sobre ovos. Requer também calma, discernimento, inteligência, precisão, objetividade e clareza para que não ocasione dupla interpretação.

Nessa linha, o cuidado também deve ser redobrado para que não "escapem" palavras indevidas das bocas que têm o poder de falar ao microfone. Recentemente, durante o programa "Jogo Aberto", da Rede Bandeirantes, o comentarista (?) Neto, a quem sempre considerei das piores aberrações que habitam a televisão brasileira, descuidou-se e, usando de sua boçalidade habitual, soltou um palavrão no ar.

Seu entrevistado, um outro boleiro, havia falado que fizera muita "m..." na vida. Neto, de pronto, emendou. "Ah, também já fiz muita 'm...' por aí." Detalhe: o programa é exibido no horário do almoço, em rede nacional.

Palavrões são abomináveis na TV. Do Neto, eu não podia esperar outra coisa. Mas é preciso ter cuidado também com os entrevistados. É preciso conversar um pouco antes com a pessoa que se deseja entrevistar para entender melhor seu perfil e "tentar adivinhar" se ela pode falar algum impropério no ar.

Já outras situações são imprevisíveis e inevitáveis, como a famosa entrevista do jogador de futebol Gil (ex-Corinthians), então atuando pelo Cruzeiro de Belo Horizonte (MG). Após um primeiro tempo árduo de uma partida, um repórter de uma rádio evangélica foi entrevistá-lo. No contexto das perguntas, encaixou a seguinte. "O jogo está muito difícil. Vamos ouvir aqui o atacante Gil. E aí, Gil, vale tudo hoje?" E o atleta respondeu: "só não vale dar o c..." A respota foi em alto e bom som, aos microfones da rádio religiosa.

O repórter, sem saber o que fazer, disse: "É cada coisa que a gente é obrigado a ouvir numa rádio evangélica viu!" Saia justa total. Não havia o que ser feito. Jamais alguém poderia prever uma resposta como a de Gil. Acontece. Digamos que é uma fatalidade, um acidente de trabalho.

Mas, sempre que possível, o problema deve ser evitado. Como disse, uma conversa despretenciosa com a fonte antes da entrevista pode ajudar nesse sentido. Quanto aos boçais, que bradam palavrões de maneira consciente, desejo apenas que deixem a mídia o quanto antes. Tem muita gente que não é digna de estar em boas emissoras, com bons cargos e bons salários. Uma pena que seus superiores não vejam assim. Aliás, muitos são igualmente ou até mais boçais do que estes ogros da mídia. Um forte abraço.

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Um comentário:

  1. em muita gente que não é digna de estar em boas emissoras, com bons cargos e bons salários. Uma pena que seus superiores não vejam assim. Aliás, muitos são igualmente ou até mais boçais do que estes ogros da mídia.

    Só neste texto você diz tudo. Conheço o ex-jogador Neto pessoalmente, não posso dizer que sou " amigo ", mas sou próximo e realmente assino embaixo do que você escreve e digo que ruim não é a pessoa, em questão o Neto, ruim é o veículo que deixa esta pessoa trabalhar.

    Novamente parabéns pela coluna.

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