terça-feira, 16 de julho de 2013

Mercado saturado: São Paulo tem 60% dos jornalistas trabalhando fora da mídia e 25% não trabalham no jornalismo


A Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) realizou uma pesquisa que traçou o perfil profissional do jornalista brasileiro. O instrumento foi baseado em respostas de 2.731 profissionais de todo o país. Alguns números são bastante interessantes.

O estudo indica que a categoria tornou-se majoritariamente feminina (64%) e jovem (59% têm até 30 anos). O levantamento também constata que 98% da categoria têm formação superior (não necessariamente em jornalismo) e 40% já possuem pós-graduação.

Dos jornalistas, 60% recebem até cinco salários mínimos. A pesquisa aferiu a distribuição dos profissonais por tipo de atividade: os que atuam principalmente na mídia são 55%, os que atuam em assessoria de imprensa ou outras atividades jornalísticas fora da mídia são 40%, e os que atuam como professores são 5%.

O mercado se comprova saturado quando vemos, por exemplo, o índice de empregabilidade na mídia no Estado de São Paulo. São 40% apenas de jornalistas empregados na mídia. Ou seja, 60% atuam fora da mídia. E 25% dos entrevistados sequer trabalham na área. Ainda assim, São Paulo é o estado que mais concentra jornalistas que atuam na mídia. Nas outras unidades da federação, esse número diminui.

O que isso quer dizer? Primeiramente, que hoje a mídia tradicional (jornais, revistas, internet, rádio e TV) oferecem poucas vagas. Segundo: se menos da metade dos jornalistas estão empregados na mídia, tem muita gente que não é formada na área e está ocupando nosso lugar.

Outra situação importante: aproximadamente 45% dos jornalistas trabalham mais de oito horas por dia e 27% trabalham em mais de um emprego na área. Ou seja, os salários ainda não são satisfatórios e é preciso trabalhar muito para melhorar a renda. Mas o efeito é prejudicial à classe. Se um jornalista trabalha em mais de um emprego na área, ele ocupa duas vagas e tira uma de um companheiro.

Por isso o mercado é inchado e muito acirrado, com pouquíssimo espaço. Outra observação importante está no início do post. A juventude dos jornalistas. Hoje o profissional entra no mercado de trabalho cada vez mais cedo. Metade dos entrevistados iniciou na carreira há no máximo, cinco anos.

Se por um lado isso ajuda a prolongar e consolidar a carreira, por outro representa uma inexperiência inicial grande. E a muitos jornalistas iciantes são dadas importantes tarefas, que exigem grande responsabilidade. Logo, alguns erros acontecem em maior proporção e a qualidade da informação cai.

Outro dado importante com relação aos jornalistas que atuam na mídia. Deles, 64% trabalham nos meios impressos, 45% em internet e apenas 34% em rádio, TV ou cinema (juntos). Conclusão: para escrever, os impressos ou os portais online não podem empregar qualquer um. A palavra tem mais credibilidade quando é escrita por um jornalista. De preferência, especializado em determinado setor e que domine a Língua Portuguesa.

A calhordice mesmo está no rádio e na TV, em que muitos não-formados em jornalismo exercem funções e ocupam cargos essencialmente jornalísticos. Casos de muitos locutores, apresentadores, comentaristas de notícias ou esporte que são radialistas ou apenas influentes no meio e conseguem se colocar sem ao menos ter a formação necessária para isso.

Por essas e outras razões o mercado na mídia é um caos. Logo, sempre digo a você, amigo leitor, estudante do Ensino Médio, que deseja cursar jornalismo: pense bem. Reflita. Os números mostram as dificuldades. Poucas vagas, muito trabalho e salários nada atraentes. A você, colega de profissão, que está empregado na área, levante as mãos para o céu, agradeça a Deus e tente conservar o máximo possível seu emprego. A você, formado e diplomado em jornalismo  que não está na área, boa sorte e muita persistência.

Em tempo. Uma pena que sejamos uma "classe" desunida, pois, aproveitando a onda de protestos que se espalhou pelo Brasil, também poderíamos sair às ruas exigindo a votação da PEC do diploma e pedindo uma regulamentação para a área a fim de que esse mar de lama acabe no meio midiático. Um forte abraço.

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