sexta-feira, 21 de junho de 2013

Os protestos, as redes sociais, as emissoras de TV e a nova forma de comunicação da sociedade


A onda de protestos que toma conta do país tem mostrado vários aspectos e muitas lições. Vou ater-me aqui à parte pertinente à mídia e ao novo modelo de comunicação da sociedade. É a primeira vez na históra que vejo tantas pessoas nas ruas unidas por algumas causas contra os governantes deste país.

Não importa se é pela redução do preço da tarifa de ônibus, pelo passe livre ou pela melhora da educação e da saúde públicas no Brasil. Em que pese a presença de alguns vândalos e arruaceiros infiltrados, os movimentos pacíficos são legítimos e devem ser exaltados como exemplos de democracia e de força do povo. Os manifestantes reunidos são mais fortes do que qualquer batalhão de choque da polícia, qualquer político ou empresário.

Mas como, de uma hora para outra, tanta gente resolveu sair às ruas ao mesmo tempo, em centenas de cidades do país? Simples: o modelo de comunicação da sociedade mudou. Antes, para se conseguir notícias ou informações sobre algum assunto, era preciso ler o jornal, ouvir o rádio ou ligar a TV.

Como disse o jornalista Franklin Martins em entrevista ao programa Observatório da Imprensa, havia antes um núcleo ativo de comunicação (jornal, rádio e TV) e um núcleo passivo (o público) que não tinha uma via de mão dupla para interagir e emitir opinião.

A internet realmente revolucionou a comunicação no Brasil. Ampliou e democratizou, de certa forma, o acesso à informação. As redes sociais potencializaram tais aspectos e contribuíram para unir pessoas em torno de interesses comuns. Foi assim que tantas pessoas foram às ruas do país. Motivadas também pela divulgação das manifestações via redes sociais.

O Facebook está repleto de comentários a respeito. As fotos pipocam aos montes e em tempo real. Todo mundo quer mostrar que está ajudando a fazer a diferença nos rumos políticos da nação. Hoje, não existe mais um núcleo passivo e um ativo na comunicação. Os processos comunicacionais agora são pulverizados e todos são ativos. Todos informam e são informados.

Outro ponto importante das redes sociais é o combate ao mau jornalismo praticado por alguns órgãos de imprensa. A Rede Globo foi o grande alvo dos manifestantes na internet e nas ruas. A hostilização feita aos repórteres e a depredação de carros da Record e do SBT são atos condenáveis. As emissoras nada têm a ver com a situação política do país.

Porém, têm o dever de informar o público de modo preciso, objetivo, isento e verdadeiro. O mau jornalismo hoje é facilmente desmascarado nas redes sociais. Nos primeiros dias de protestos, a Rede Globo tratou o assunto como algo comum e limitou-se a dar informações superficiais. A situação começou a mudar quando os internautas falaram mal da emissora na rede mundial de computadores.

Até aí, seria a mesma coisa de sempre, não fosse o crescimento dos protestos e as agressões a repórteres e fotógrafos pela polícia. Quando a imprensa começou a ser atacada, passou a noticiar mais do que as manchetes repetitivas de manifestações com vandalismo, depredações e saques de comércios. A mídia enxergou que a polícia também causava violência ao agredir muitas pessoas gratuitamente ou até mesmo incitar a confusão.

Depois disso, a própria polícia diminuiu um pouco a repressão violenta. A Rede Globo deixou de exibir a novelas das 18h e das 19h. Mexeu na sua até então intocada grade de programação. O Jornal Nacional teve sua edição dedicada completamente à cobertura dos movimentos.

Portanto, não adianta hoje querer enganar o público. As redes sociais destroçam as tentativas de ludibriar as pessoas e são hoje um importante instrumento no combate ao mau jornalismo. Qualquer espécie de manipulação é desmontada em segundos. Aliás, essa história de manipulação, na minha humilde opinião, não existe.

É manipulado e alienado quem quer. Se o público está descontente com a programação da TV, basta mudar de canal ou desligar. Leia um livro que é muito melhor! Muita gente já tem tomado esta atitude e prefere interagir na internet a assistir televisão. Sim, a forma de comunicação mudou. Radicalmente. E quem não percebeu ou não quer perceber isso vai ficar para trás. Um forte abraço.

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4 comentários:

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    1. Obrigado, caro amigo! Vc é leitor de longa data! Obrigado mesmo por acompanhar minhas humildes postagens!

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  2. Muito bom! Parabéns pela matéria escrita Leandro, eu particularmente sou fã do seu trabalho.

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    1. Obrigado meu caro Tiago! Também gosto de escrever! Jornalista tem de gostar disso! hehehe Mas agradeço suas palavras... Um abraço!

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