Ainda há pouco foi ao ar a primeira edição do programa Bola Dividida, na Rede TV! Comandado por Silvio Luiz, com comentários de Juarez Soares, Luiz Ceará e a participação de Priscila Machado, ex-Miss Brasil, no contato com o público.
Honestamente, não sei por que, mas esperava mais. Definitivamente, a TV aberta como um todo continua com uma linha editorial superficial e pífia. Trata do esporte sempre como papo de boteco e menospreza o torcedor ao crer que ele só quer ver polêmica, piadas mal feitas e já muito manjadas. O programa mostrou comentários previsíveis e velhas piadas de mesa de bar.
Com todo respeito que estes profissionais merecem e em nome dos muitos anos de serviços por eles prestados ao jornalismo esportivo, vou esperar um pouco mais até esculhambar de vez com a nova atração. Entendo que a intenção foi buscar uma linha nova, diferente da maioria dos programas de TV aberta hoje, mas só o bom humor não serve. A profundidade poderia ser o grande diferencial quando se monta um time como esses. Mas não rolou.
A edição dos vídeos, em alguns momentos, lembrou o humorístico que esteve na casa pouco tempo atrás, o Pânico na TV, hoje na Bandeirantes. De que adianta Silvio Luiz, Luiz Ceará, Juarez Soares e Priscila Machado se gabarem de fazer um programa formado apenas por jornalistas se o conteúdo é fraco? Cadê a reciclagem destas raposas velhas? Será que, um dia na vida, ainda iremos ver um programa em TV aberta em que os comentaristas saibam fazer uma análise tática decente como vemos nos canais por assinatura?
A desculpa que sempre usam é que a cultura do brasileiro é diferente. Dizem que o cara que assiste TV aberta tem um nível social assim ou assado e que não gosta de ver tática, análise profunda e tal. Balela. O mesmo vale para o que dizem sobre a ida do público aos estádios de futebol. Falam que brasileiro não sabe ter civilidade nem respeitar o bem coletivo.
Mentira. Na última quarta-feira (24/04), assisti pela TV ao amistoso entre Brasil e Chile, em Belo Horizonte. Embora alguns problemas tenham acontecido como o acesso ao estádio, dificuldade na entrada dos torcedores e brigas por lugares marcados e não respeitados nas arquibancadas, o que se viu é que qualquer ser humano gosta de conforto e aprecia o bem-estar.
Vi, em muitos lances, os torcedores SENTADOS nas cadeiras, de modo digno e decente. Ninguém ficou em pé sobre os assentos. Todos os torcedores (ou sofredores?) mostraram civilidade e bom comportamento, mesmo sendo ainda as pessoas mais mal tratadas do futebol, quando deveriam ser o maior bem de um espetáculo.
Gostaria muito de saber qual será a emissora de televisão aberta que, um dia, terá a coragem de mostrar ao público o esporte no nível cultural e intelectual que o povo realmente merece. Tenha essa emissora apenas jornalistas ou não. Um forte abraço.
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