segunda-feira, 4 de março de 2013

A inversão de valores da pequena mídia



A grande mídia, geralmente, sustenta-se com investimentos de apoiadores, patrocinadores e anunciantes publicitários. Há, obviamente, algumas exceções, mas a regra natural é essa. Para isso, é preciso ser profissional e dar "audiência", seja no rádio, na TV, na internet ou mesmo nos jornais e revistas de grande circulação. Para ser bem vista pelo público, precisa de bons profissionais em seu casting. E bons profissionais costumam ser bem remunerados.

A pequena mídia deveria se valer do mesmo expediente para o sustento próprio. Porém, não é o que acontece. Hoje, quase toda pequena empresa de comunicação vive da exploração do trabalho de estagiários e da venda de espaço em suas páginas (mídia impressa) ou em sua programação (mídia eletrônica - rádio e TV).

Esses veículos de comunicação menores não estão nem aí para a qualidade do conteúdo que chega ao público. Não ligam se a informação está incorreta, se os estúdios são ruins, se os redatores erram o português ou se a estética visual está precária. Tais veículos mantêm, quase sempre, profissionais inexperientes em seus quadros de funcionários, o que deixa a qualidade amadora.

Ou seja, há uma visível inversão de valores aí. Em vez de pagar por bons profissionais e investir em bons programas, a pequena mídia cobra dos produtores independentes para exibir suas obras, admitindo claramente a incompetência para montar um departamento comercial. Isto é ridículo! Se isso não bastasse, muitos veículos nanicos exigem que, além de pagar para exibir conteúdo, esses produtores viabilizem a venda comercial da publicação.

A pequena mídia deveria se espelhar em seus pares maiores. Qualquer emissora de TV, ainda que pequena e modesta, deveria fazer o máximo para ter uma excelente qualidade de conteúdo, programação e estética. Deveriam mirar o exemplo da Globo, só para citar a emissora de maior audiência do país.

A Globo não é perfeita, longe disso. Mas é brilhante na parte plástica. É cuidadosa, detalhista. Todas as mídias deveriam seguir essa linha. Como todos os veículos, a Rede Globo tem pontos bons e ruins. A pequena mídia deveria copiar os bons e deixar de lado os ruins. Muitas vezes, acontece o contrário...

Mas a principal inversão de valores está em desprezar o bom conteúdo. Muitos setores da sociedade realizam trabalhos comunitários e gostariam de ver divulgadas suas ações em emissoras de rádio e TV ou jornais locais.

Os canais comunitários neste país são escandalosamente explorados. Ficam nas mãos de pequenos grupos ou mesmo de uma única pessoa, quando deveriam atender aos interesses da sociedade. Pior. Os "dominadores" destes canais cobram, alugam horários. Não se importam sequer com bons projetos de programas enviados por pessoas da comunidade.

O mesmo fazem jornais e revistas que cobram para publicar uma reportagem que, por si só, seria alvo de interesse da comunidade. Ou seja, a mídia pequena, local, fica com fama de amadora, antiprofissional e vendida. Com toda a razão. Seus "donos" fazem práticas condenáveis, criminosas, exploratórias.

Assim, temos mídias locais apenas com conteúdos pagos, mal produzidos, de quinta categoria e desinteressantes para a comunidade local. É, sem dúvida, uma pena. E pensar que a mídia local tem o dever, a obrigação de informar a comunidade com conteúdo de boa qualidade...

Seria uma ótima alternativa à grande mídia, que se atém apenas às capitais. Se a mídia local agisse com discernimento e responsabilidade social, poderia ter bom conteúdo, melhorar a "audiência" e, justamente por isso, ganhar muito dinheiro. Mas tais "empresários" pensam pequeno e nivelam tudo por baixo. Lamentável. Um forte abraço.

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