segunda-feira, 18 de março de 2013
Ser feliz ou ganhar um bom salário?
Verdade seja dita: no mercado de trabalho, raras são as pessoas que fazem o que gostam e, além disso, são bem remuneradas. Já vi muito as duas situações separadas (ou fazem o que gostam ou trabalham num emprego chato, que odeiam, e ganham bem). Também vi muitas pessoas sem qualquer destas possibilidades, ou seja, que trabalham no que não gostam e, ainda por cima, ganham mal.
Realmente, fazer o que gosta e ainda ganhar bem para isso deve ser algo que acontece com uma fração muito pequena dos trabalhadores. Excluindo as duas situações extremas (para o mal e para o bem), o que você prefere? Ganhar bem num emprego que não lhe dá prazer ou fazer o que gosta e não ser tão bem remunerado?
Trazendo a pergunta para minha profissão, fico com a opção número dois. Jornalismo é uma missão, uma vocação. Não é uma profissão que vai te deixar rico (com poucas exceções, é claro). Portanto, só faz jornalismo quem ama a carreira. Ainda assim, dentro do jornalismo, existem os que fazem o que gostam e os que fazem o que não gostam.
A peculiaridade é que, no jornalismo, a pressão sempre existe em qualquer editoria de qualquer veículo, jornal, revista, internet, programa de rádio ou TV. E é muito pior sofrer pressão para fazer o que não gostamos, ainda que o salário seja recompensador.
Conheço pessoas que trabalham na editoria de economia, mas queriam estar em cotidiano. Tem gente que trabalha com política, mas queria escrever sobre cultura. Outros escrevem sobre ciência e tecnologia, mas gostariam de desenvolver a criatividade na área de esportes. Alguns preferem a editoria de moda, mas precisam se contentar com a famosa "geral".
Entre as duas opções, ser feliz ou ter dinheiro, prefiro ser feliz. Não há coisa pior para um profissional do que acordar cedo e ainda ter o desprazer de ir para o trabalho com a sensação de que vai para o matadouro. É deprimente. E acaba afetando a vida pessoal e familiar. É um peso que nenhum coração merece carregar.
Por que aconselho a ser feliz profissionalmente em vez de aproveitar um bom salário? Pelo seguinte. Você pode trocar de cônjuge, mudar de religião, até virar a casaca no seu time de coração. Mas você vai ter de, em média, trabalhar de 35 a 40 anos da sua vida, entre 5 e 6 dias por semana.
E vai ter de fazer isso com vigor até poder se aposentar. Seu trabalho vai te acompanhar em toda sua jornada. E, ao terminá-la, não é digno de nenhum ser humano olhar para trás e constatar que sua vida profissional foi uma enorme frustração. Ninguém na face da Terra merece tamanho desgosto.
Se pararmos para fazer a conta de um trabalhador normal, que exerce sua atividade mais ou menos 22 dias por mês, temos 264 dias no ano e cerca de 10.560 dias de sua vida dedicados à labuta, ao labor de uma profissão, para construir e solidificar uma carreira. Tem gente que escolhe a profissão desde menino, antes de conhecer marido ou esposa, antes de ter filhos, antes mesmo de terminar o colégio.
Por isso, considero o trabalho na vida de uma pessoa algo tão importante e fundamental. Se você não é filho de algum magnata milionário, terá de trabalhar para se sustentar. Assim, é justo e digno que o profissional seja feliz em sua carreira durante os 30, 40 anos em que tiver de exerecê-la. O resto, com exceção de pai, mãe e irmãos, é totalmente secundário.
Conclusão: se você não faz o que gosta e está na dúvida em mudar de carreira ou profissão por conta de ter filhos, esposa ou outra questão qualquer, pondere. Pare, reflita. Mas busque sua felicidade. Jogue tudo para o alto se for o caso. Comece de novo, do zero, quantas vezes for necessário. Se sua família o amar de verdade, vai apoiá-lo.
Mas não permita que, mais tarde, ao olhar para trás, veja-se obrigado a dizer a si mesmo: fui um profissional frustrado, fracassei e nunca fiz o que gostava. Isso significa jogar fora anos e anos da sua vida. Se tiver de se demitir, pedir as contas, vá sem medo. Aqueles que se esforçam e demonstram competência vão sempre ter uma porta aberta no ramo de trabalho que escolherem. Um forte abraço.
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Para mim, mais importante do que de fato amar meu emprego é manter a qualidade de vida. Possuo um emprego ocm um salário razoável, mas que não me consome fins de semana, e ainda tenho a possibilidade de, eventualmente, trabalhar de casa ou pegar uma folga, meu chefe é bem flexível.
ResponderExcluirTrabalhava antes na ESPN, lugar em que sempre sonhei trabalhar, mas que exigia dois fins de semana por mês, escaladas de feriado, escolha entre Natal e Ano Novo... pedi as contas e estou muito satisfeito no setor de transportes, algo que nunca me vi trabalhando, porém descobri que é muito bacana.
Só trocaria o emprego aqui talvez por algo mais perto de casa, e com este "custo-benbefício" entre salário e satisfação em um nível de médio para alto.
Muito bom saber seu ponto de vista xará. Obrigado pelo comentário no blog!
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