segunda-feira, 28 de abril de 2014
Paixão é uma coisa, informação é outra: isenção é fundamental no jornalismo esportivo
O post de hoje foi motivado pela indignação do amigo Roberto Rogério Rocha ao ver a capa do jornal Lance! (foto que abre o post) antes da decisão do Campeonato Paulista, entre Santos e Ituano, disputada no último dia 13 de abril. Roberto questionou-me sobre a imparcialidade no jornalismo esportivo.
Muito bem, vamos por partes. "Imparcialidade" é uma palavra que hoje não se usa mais no jornalismo. A partir do momento que um repórter escolhe uma fonte e não outra, por exemplo, ele, em algum momento, já está sendo parcial.
O termo mais adequado que usamos hoje é a isenção. Sim, o jornalista deve ser isento, coeso, claro e objetivo, ainda que lide com a paixão provocada por um esporte, em especial, o futebol.
Acredito que, assim como o Lance! tenha tomado partido do Santos aqui em São Paulo, algum jornal de Itu também tenha tomado partido do Ituano. Se assim fez, ambos erraram. É claro que a manchete, tal e qual está escrita e exposta em letras garrafais, tende a vender mais jornal. Mas... será que vende?
Analisemos. Obviamente, os torcedores mais envolvidos com esta final do estadual de São Paulo foram santistas e ituanos. Mas, ao fazer uma capa declaradamente santista, o Lance! absolutamente ignorou a existência dos torcedores rivais, de Corinthians, Palmeiras e São Paulo.
Ainda que estes outros três times tenham um destaque mínimo na capa da publicação, são esmagados pela manchete santista. Ao agir assim, o Lance! não está considerando que os torcedores rivais que, juntos, somam muito mais torcedores do que apenas os santistas, iriam comprar o jornal para torcer contra o time da Baixada.
Para mim, além de maléfico ao jornalismo, o partidarismo, seja ele de qualquer natureza, é, também, um erro mercadológico ao eliminar público que poderia se envolver com a publicação, caso ela não tivesse o viés que teve. Não agregou mais gente. E sabemos que, para a mídia, quanto mais pessoas consumirem seu produto, melhor. Mais se ganha com anúncios, com apoiadores e também em credibilidade e propaganda espontânea.
Não sei se eu é que sou um cubo de gelo, frio, racional demais, se não entendo patavina de marketing ou se sou muito conservador, mas acredito sempre que a isenção jornalística é fundamental em qualquer área. Esporte é entretenimento mas, se trouxer informação, também é jornalismo. Logo, deve ser tratado e respeitado como tal.
Nem preciso dizer que esta capa deve ter sido mostrada aos jogadores do Ituano pelo técnico Doriva que, inteligentemente, a usou como uma forma a mais de motivação. O Santos pode continuar sendo o Time do Amor para seus torcedores, mas na decisão do Paulistão não foi o Time da Virada. Nesta capa, a paixão falou mais alto. O jornalismo perdeu. Um forte abraço.
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