O programa que apresento na UPTV (www.uptv.com.br) toda terça à noite, o Esporte na Rede (www.esportenarede.org), recebe, em algumas edições, um convidado. Logo, também dedico-me à busca de pautas e pessoas interessantes para levar à atração.
Já conhecia o blog do jornalista Duda Rangel (http://desilusoesperdidas.blogspot.com), que, por sinal, está aqui na aba lateral deste blog, na parte "Vale a pena ler". Mas, com a santa ajuda das redes sociais, encontrei o perfil dele no Facebook e, cara de pau que sou, resolvi arriscar um convite.
Para minha surpresa, ele não só aceitou participar do programa como também me explicou quem era. Duda Rangel é, na verdade, um personagem criado por dois irmãos gêmeos, Anderson Couto e Emerson Couto. Figuras extremamente simpáticas e inteligentes. Para melhorar ainda mais a situação, são andreenses como eu e se formaram na Universidade Metodista, em São Bernardo do Campo, também como este jornalista e blogueiro que vos escreve.
Duda Rangel foi criado para levar ao público textos maravilhosamente bem escritos. Com bom humor, ele fala sobre a profissão de jornalista. Desempregado e abandonado pela mulher, está num momento de "desilusão", ou seja, primeiro ele se iludiu com o mundo da mídia, que traria fama, glamour e muito dinheiro (só que não).
Ao constatar que nada disso acontece na carreira de um jornalista, desiludiu-se e, segundo os autores, sem dinheiro para fazer terapia e sem vocação para o suicídio, decidiu escrever na internet. Fez um blog que deu tão certo que virou o livro "A vida de jornalista como ela é: o melhor do blog de Duda Rangel". Os textos são um deleite a quem aprecia uma leitura fácil e agradável.
São sátiras, paródias de músicas e mesmo profundas reflexões sobre a profissão, levadas aos leitores com palavras leves, bem colocadas e carregadas de importantes significados que, só um jornalista que rala muito, saberá interpretar. O livro é um grande prazer e um grande divertimento. Recomendável a todos que trabalham com mídia e jornalismo, que estudam a carreira nas faculdades deste país, que pensam em ingressar na profissão ou mesmo que tenham curiosidade em entender um pouco melhor o que é ser um jornalista.
Pelo pouco contato pessoal que pude ter, os irmãos Anderson e Emerson são pessoas de bem. Têm boa índole, cresceram no meio jornalístico, trabalharam muitos anos no jornal O Estado de S. Paulo, cobriram Copa do Mundo (1998) e jamais puxaram o tapete de ninguém para subir os degraus da escada midiática. São pessoas éticas, honestas e sinceras. Agradabilíssimas, daquelas de você reunir com mais amigos, sentar numa mesa redonda, beber cerveja, comer amendoim e passar horas e horas conversando.
Uma hora de programa com eles foi pouco. Mas valeu a pena cada minuto ao lado dos novos amigos. Na pessoa de Duda, eles também falam, no livro, sobre mercado de trabalho na mídia e contam histórias que, apesar dos traços de ficção, em muito se assemelham às situações que vivenciaram na faculdade e na vida profissional.
Para adquirir o livro, basta curtir a página oficial do blog de Duda Rangel no Facebook (www.facebook.com/blogdesilusoesperdidas). A venda é somente online, por uma loja criada exatamente na rede social. O preço é acessível a todos. Vale como presente de Natal, mas também recomendo o ano todo, em qualquer ocasião. Para quem gosta de ler, é um prato cheio e saboroso. Uma verdadeira gastronomia textual. Para aguçar o paladar do melhor degustador de palavras.
Ao amigo Duda, deixo aqui meu abraço e aproveito para dizer que, assim como o conteúdo de seus textos, compartilho de algumas mágoas e frustrações na profissão, mas também de alegrias e recompensas que o jornalismo pode trazer. Pessoais e as mais importantes: sociais. Quando o jornalista consegue, de fato, mudar para melhor a vida de uma pessoa ou de uma comunidade. Uma profissão desgastante, porém apaixonante, sem dúvida.
Aos irmãos Anderson e Emerson Couto, autores do livro, outro abraço, acompanhado de muito respeito, admiração profissional e honra por tê-los conhecido pessoalmente. Seres humanos como eles merecem sempre o melhor que a vida pode oferecer. Não apenas materialmente, mas principalmente na esfera pessoal.
Bens intangíveis, como amigos honestos, família com saúde, necessidades básicas para que tenham condições psicológicas de desenvolver o brilhante trabalho que desenvolvem. Tenho certeza de que ambos são aqueles tipos de pessoas das quais todos gostam e a quem todos sempre fazem referências positivas nas rodas de conversas. Se você, amigo leitor, quiser comprar o livro pelos belos textos, compre. Mas se quiser comprar principalmente pensando nas pessoas que o escreveram, o motivo será ainda mais nobre e legítimo. Um forte abraço.
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