quinta-feira, 29 de agosto de 2013
Jornalismo: só cresce na profissão quem está disposto a aprender. Mas... quem vai ensinar?
Hoje em dia, muitas redações de jornais não têm mais na chefia aquelas raposas velhas, de cabelos brancos, que fumavam feito chaminés e bebiam litros de café enquanto sentavam-se à frente da máquina de escrever para redigir uma reportagem. Na prática e no mercado de trabalho, eram os verdadeiros professores dos focas. Essas figuras, agora lendárias, estão escassas no jornalismo.
Quem os ouvia, aprendia e depois, com certeza, tinha sucesso na carreira. O jornalista que está disposto a ouvir e a aprender com os mais experientes tem grandes chances de obter sucesso e ser um profissional exitoso. Mas, pergunto: quem vai ensinar?
A velocidade dos fatos, a modernização das redações, os avanços da internet hoje modificaram a rotina dos jornalistas. É preciso saber fazer cinco, dez coisas diferentes. E todas ao mesmo tempo. Falar vários idiomas, estar sempre informado e atualizado. Os jovens se adaptam melhor às novas tecnologias do que os mais velhos. E, com isso, hoje estão mais presentes nas chefias das redações.
O jornalista iniciante precisa mesmo ouvir e aprender. Por isso, insisto: quem vai ensinar, já que os chefes são jovens e não têm tempo para nada? Está cada vez mais comum vermos reportagens mal escritas, com erros de informação básicos. Culpa dos repórteres? Sim e não.
Claro que o repórter deve saber se virar, checar e cruzar informações. Mas também deve receber orientação adequada no trabalho. Quem tem mais vivência tem a obrigação de ensinar aos mais novos. Porém, não é isso que acontece hoje. Logo, hoje destaca-se mesmo na profissão quem tem talento, quem vai atrás dos objetivos, quem não é acomodado, quem lê muito sobre tudo, quem está sempre bem informado.
Hoje, é raro encontrar aquele chefe que está na empresa há 20, 30 anos. Tudo é muito rápido e dinâmico. As pessoas mudam de emprego com uma velocidade enorme. Ninguém fica muito tempo no mesmo lugar, o que também contribui para que a pessoa não crie raízes e, com isso, não tenha tanto conhecimento sobre o próprio local em que trabalha. Isso dificulta o crescimento profissional e inviabiliza que o profissional crie uma identidade com a empresa, algo fundamental para galgar degraus mais altos na mídia.
Para ser um jornalista de sucesso nos tempos atuais, a preguiça é um defeito intolerável. É preciso inteligência, tato, sensibilidade e muito esforço pessoal. Os relacionamentos interpessoais com gente de todos os setores da sociedade (desde os mais humildes até autoridades e empresários) e também no ambiente de trabalho, ajudam e muito numa carreira próspera.
Mesmo assim, procure ouvir quem já tem mais tempo de casa. Observe as atitudes. Filtre e fique com os bons exemplos para você. Se tiver alguma dúvida, pergunte. Mesmo que a dúvida pareça tola. Ninguém é obrigado a saber tudo. É melhor perguntar e descobrir a resposta do que ficar com dúvida ou dar uma informação errada.
Vasculhe, fareje, estude. Jornalismo é isso. Em qualquer veículo. Em qualquer empresa de comunicação, por menor que seja. São alguns ingredientes que podem levá-lo ao sucesso. Esteja sempre preparado. Um dia a oportunidade bate à porta e o cavalo passa celado. Aí é só montar, agarrar firme e continuar na batalha. Um forte abraço.
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segunda-feira, 26 de agosto de 2013
Lei da Mídia Democrática é lançada no Congresso Nacional
O Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC), enviou ao Congresso Nacional, na última quinta-feira (22/08) um projeto de lei (popularmente conhecido como PL) que pretende regulamentar o funcionamento de meios dos comunicação no país.
A lei já se popularizou com a alcunha de Lei da Mídia Democrática. Mas, para que o projeto de iniciativa popular possa ser considerado válido, é preciso registrar cerca de 1,3 milhão de assinaturas para tramitar no Congresso. Segundo reportagem do site Comunique-se (cujos trechos reproduzo entre aspas mais abaixo), o PL já tem mais de 50 mil assinaturas.
Entre outros aspectos, o projeto prevê a "proibição da concessão de meios de comunicação a pessoas com cargo eletivo – como deputados e senadores – e a grupos ligados a igrejas. Também veda o controle de mais de cinco canais de comunicação por uma mesma empresa."
"O objetivo da medida é regulamentar artigos da Constituição que versam sobre comunicação. Caso o texto proposto seja aprovado, as novas normas valerão para atuação de meios de comunicação social, não produzidos por usuários, em diversos meios – rádio e TV abertas, rádio e TV digitais e web TV."
Há realmente pontos bem interessantes no projeto que, tenho certeza, jamais será aprovado. Este PL de INICIATIVA POPULAR reflete o descontentamento do povo brasileiro com o atual "modus operandi" dos nossos veículos de comunicação. As pessoas são inteligentes e, as mais bem informadas, sabem que a mídia é, de modo geral, vendida.
Claro. Os meios de comunicação são empresas privadas e, como tais, devem seguir as diretrizes de seus proprietários. Estes proprietários, por sua vez, têm interesses em diversas situações para alavancar os negócios e tirar um bom lucro das mídias.
Alguns veículos têm um perfil político claramente definido na linha editorial. Coincidência ou não, são os políticos que votam pela outorga das concessões. Logo, é possível e provável que um determinado candidato em época de eleição seja favorecido pelo veículo A ou B, assim como alguém já eleito também pode ser favorecido por reportagens que, de isentas, não têm absolutamente nada.
O projeto quer acabar também com a pouca vergonha da outorga de concessão de emissoras a políticos. Pelo menos, abrandaria um pouco a calhordice que existe hoje nesse sentido, mas estaria longe de resolver o problema, já que é muito fácil encontrar um laranja ou testa-de-ferro para "comprar" uma rede de TV.
O mesmo se daria com as igrejas. A iniciativa do PL é ótima, mas não acabaria com a corrupção e as trocas de favores e interesses entre os magnatas da comunicação e os governantes da classe política. Assim como as grandes empresas de comunicação continuariam dando um jeitinho brasileiro de ter mais de cinco canais de mesmo dono, também com laranjas, testas-de-ferro e outras picaretices.
Apesar da lei ajudar, não resolve. Sempre haverá brechas e caminhos escabrosos pelos quais os grandes barões da mídia trilharão em busca de seus triunfos pessoais. Infelizmente, os traços de retidão, correção, ética, moral e caráter estão no próprio ser humano. E quando ele não os possui ou é corrompido pelos que estão ao seu redor por lidar com verdadeiras fortunas, as tramoias sempre acontecerão.
O aspecto mais positivo nisso tudo é que, se o FNDC conseguir as cerca de um milhão e 300 mil assinaturas para que o PL possa ser validado, significará que, de fato a população já está cansada de ver a mídia corrompida que temos hoje em dia. Corrompida e cheia de valores vazios e vãos.
Esta também é uma das razões para termos tantas porcarias nas emissoras de TV aberta. A falta de regulamentação (inclusive da programação) e de critério. Por isso vemos tantos programas babacas, que nada acrescentam à educação e à consciência cidadã dos telespectadores. Ainda assim, torço utopicamente para que a lei possa ser aprovada. Pelo menos, mesmo sem coibir as relações espúrias na mídia, seria uma pequena lamparina no fim do túnel. Um forte abraço.
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A lei já se popularizou com a alcunha de Lei da Mídia Democrática. Mas, para que o projeto de iniciativa popular possa ser considerado válido, é preciso registrar cerca de 1,3 milhão de assinaturas para tramitar no Congresso. Segundo reportagem do site Comunique-se (cujos trechos reproduzo entre aspas mais abaixo), o PL já tem mais de 50 mil assinaturas.
Entre outros aspectos, o projeto prevê a "proibição da concessão de meios de comunicação a pessoas com cargo eletivo – como deputados e senadores – e a grupos ligados a igrejas. Também veda o controle de mais de cinco canais de comunicação por uma mesma empresa."
"O objetivo da medida é regulamentar artigos da Constituição que versam sobre comunicação. Caso o texto proposto seja aprovado, as novas normas valerão para atuação de meios de comunicação social, não produzidos por usuários, em diversos meios – rádio e TV abertas, rádio e TV digitais e web TV."
Há realmente pontos bem interessantes no projeto que, tenho certeza, jamais será aprovado. Este PL de INICIATIVA POPULAR reflete o descontentamento do povo brasileiro com o atual "modus operandi" dos nossos veículos de comunicação. As pessoas são inteligentes e, as mais bem informadas, sabem que a mídia é, de modo geral, vendida.
Claro. Os meios de comunicação são empresas privadas e, como tais, devem seguir as diretrizes de seus proprietários. Estes proprietários, por sua vez, têm interesses em diversas situações para alavancar os negócios e tirar um bom lucro das mídias.
Alguns veículos têm um perfil político claramente definido na linha editorial. Coincidência ou não, são os políticos que votam pela outorga das concessões. Logo, é possível e provável que um determinado candidato em época de eleição seja favorecido pelo veículo A ou B, assim como alguém já eleito também pode ser favorecido por reportagens que, de isentas, não têm absolutamente nada.
O projeto quer acabar também com a pouca vergonha da outorga de concessão de emissoras a políticos. Pelo menos, abrandaria um pouco a calhordice que existe hoje nesse sentido, mas estaria longe de resolver o problema, já que é muito fácil encontrar um laranja ou testa-de-ferro para "comprar" uma rede de TV.
O mesmo se daria com as igrejas. A iniciativa do PL é ótima, mas não acabaria com a corrupção e as trocas de favores e interesses entre os magnatas da comunicação e os governantes da classe política. Assim como as grandes empresas de comunicação continuariam dando um jeitinho brasileiro de ter mais de cinco canais de mesmo dono, também com laranjas, testas-de-ferro e outras picaretices.
Apesar da lei ajudar, não resolve. Sempre haverá brechas e caminhos escabrosos pelos quais os grandes barões da mídia trilharão em busca de seus triunfos pessoais. Infelizmente, os traços de retidão, correção, ética, moral e caráter estão no próprio ser humano. E quando ele não os possui ou é corrompido pelos que estão ao seu redor por lidar com verdadeiras fortunas, as tramoias sempre acontecerão.
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quarta-feira, 21 de agosto de 2013
Fotos do Esporte na Rede, do dia 20/08
Ontem o Esporte na Rede analisou o Brasileirão. Abordamos a crise do São Paulo, o polêmico pênalti para o Corinthians contra o Coritiba. Também falamos da Série B e da Copa do Brasil, que chega agora às oitavas-de-final.
O programa Esporte na Rede é exibido pela emissora web UPTV (www.uptv.com.br). Vai ao ar toda terça-feira, AO VIVO, a partir de 20h. Tem uma hora de duração e recebe muitos convidados do mundo esportivo.
Foca na análise esportiva inteligente e bem-feita, com a participação do internauta em tempo real. A interatividade é nosso diferencial. Mais informações: www.esportenarede.org. Confira abaixo o vídeo e as fotos da atração. Esporte na Rede, análise esportiva de qualidade! Um forte abraço.
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Link do vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=S-BuExL74Xo
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segunda-feira, 19 de agosto de 2013
O "duelo" entre ex-jogadores de futebol, jornalistas e a inversão de valores da mídia
Já escrevi sobre isso aqui no blog outras vezes mas, diante de acontecimentos recentes, é necessário abordar novamente este assunto. Infelizmente, a mídia vive hoje uma inversão de valores muito grande. Os proprietários dos meios de comunicação só enxergam cifras, sem se importar tanto com conteúdo e credibilidade.
Quando vão "contratar" alguém, pedem que o "contratado" leve consigo um patrocinador que ajude a pagar seu salário. Isso ocorreu recentemente com um colega meu, ex-árbitro de futebol. Uma grande emissora de rádio o contactou e o convidou para ser comentarista, desde que ele trouxesse um patrocínio de 40 mil. Ele ficaria com 12 e o restante seria para a emissora. É o fim dos tempos!
Nesse embalo, com o argumento de que a emissora deveria conter gastos, a Rádio Bandeirantes, há pouco tempo, demitiu seu melhor comentarista esportivo, o jornalista Mauro Beting, que tanto defendeu o veículo com unhas e dentes e sempre se mostrou apaixonado pelo que faz.
Alguns boatos disseram que Mauro Beting tinha um alto salário e, na rádio, só poderia permanecer um: ele ou o comentarista Neto (à direita da foto que abre o post). Para mim, o Neto é um boçal. Sempre disse isso aqui. Não sabe falar, não sabe se colocar, comenta mal pra caramba. Mas teve uma atitude muito digna ao abrir mão de seu cargo e colocá-lo à disposição para que Mauro permanecesse.
Continuo não gostando do comentarista Neto, mas, nessa atitude, mostrou nobreza e consciência. Diante da repercussão do caso, a Bandeirantes trouxe Mauro Beting de volta, um dia depois da demissão. Assim, fica evidente a inversão de valores.
Gabaritado que é, Mauro Beting merece ganhar um bom salário. É polido, educado, sabe colocar as palavras e comenta muito bem. Ganhou inúmeros prêmios pelo trabalho que desempenha. Mas, acredito que, por ser jornalista, não traga patrocínios e anúncios para a emissora. Nem é mesmo esse o papel do jornalista. Ele deve ser isento, sem se envolver em questões empresariais e ter a liberdade de criticar quem quiser e como quiser (jogadores envolvidos com a empresa X ou Y, por exemplo).
Neto, ex-jogador, ídolo de uma das maiores torcidas do país, segundo os proprietários da emissora, teria mais apelo, mais marketing, mais condições de atrair investidores. Olhando assim, friamente, você poderia dizer que o jornalista dá prejuízo (não traz dinheiro e ganha salário) enquanto o ex-jogador dá lucro (traz dinheiro e, de certa forma, paga seu próprio salário).
Mas os proprietários deveriam se importar mais com a credibilidade. Nada melhor do que ter a credibilidade do jornalista, isento, que fala corretamente a Língua Portuguesa, que tem preparo para comunicar, para empunhar um microfone ou redigir um texto. Não pensam assim. Os donos dos veículos preferem dar ao público qualquer coisa para que ele engula.
Assim foi, há algum tempo, o programa Debate Bola (foto acima), na Rede Record, apresentado por Milton Neves. O programa tinha até caixão para enterrar os clubes, era demasiadamente circense. As piadas prevaleciam. Não tinha uma análise séria e bem feita. E não tinha um ex-atleta sequer comentando, diga-se de passagem. Mas era uma porcaria da mesma forma.
Um de seus ex-comentaristas, Paulo Roberto Martins, apelidado de Morsa por Milton Neves, disse, em entrevista ao portal UOL, que, na TV aberta, o telespectador não quer saber de tática. Quer saber apenas se o time está jogando bem ou não. Balela!
Com todo respeito que tinha ao comentarista quando estava na Rádio Globo e hoje está na Rádio Transamérica, ele não é ninguém para determinar o gosto do telespectador. As emissoras não podem dar ao público qualquer coisa para que ele engula e pronto. Está errado! As emissoras devem oferecer programas de qualidade, com análises aprofundadas e informar bem o telespectador. É muito mais fácil acostumar-se às coisas boas do que às ruins.
Logo, se as emissoras abertas oferecessem também programas educativos, as pessoas iriam habituar-se a assistir a conteúdos com boa qualidade. O comentarista esportivo Paulo Calçade, hoje nos canais ESPN, disse que, na Record, não faziam jornalismo esportivo e sim chacotas. Ele também foi comentarista do programa Debate Bola.
Paulo Vinícius Coelho, comentarista dos canais ESPN e um dos mais respeitados do Brasil, chegou a receber uma proposta da emissora que, na época, diziam ter oferecido o triplo do salário que ganhava. Ele não aceitou, pois sabia que não havia um planejamento para poder desenvolver um trabalho de maneira decente. Ou seja, esta é uma situação que incomoda os próprios jornalistas que gostam de trabalhar de modo pleno.
Nos Estados Unidos, os ex-atletas são astros e também são contratados pelas emissoras de TV. Mas as vagas dos jornalistas são asseguradas ao lado deles nas transmissões. Este é o modelo que sempre defendi aqui. Um ex-atleta com um jornalista. As visões são complementares e ambos contribuem de formas diferentes para se fazer uma boa transmissão. Mas, para economizar, as empresas optam por apenas um: o ex-atleta, que ainda pode trazer alguma grana. Aí fica o lixo que está hoje e o mercado piora cada vez mais.
Infelizmente, não acredito que os empresários vão rever essa postura. Pior para o público, que só tem a perder. Meu conselho: evite assirtir TV aberta. Se não tiver condições de pagar uma operadora de TV por assinatura, leia jornais on-line que informam muito melhor do que esses programas rasos das emissoras abertas. Não dê audiência a quem trata você como um ser incapaz de absorver bons conteúdos. Um forte abraço.
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quarta-feira, 14 de agosto de 2013
Fotos e vídeo do Esporte na Rede do dia 13/08/2013
Ontem o Esporte na Rede falou sobre Brasileirão das Séries A e B e abordou os confrontos das oitavas-de-final da Copa do Brasil. Um bate-papo descontraído, com muita polêmica e bom humor nas análises de Bruno Gonçalves e Arthur Dafs.
O programa Esporte na Rede é exibido pela emissora web UPTV (www.uptv.com.br). Vai ao ar toda terça-feira, AO VIVO, a partir de 20h. Tem uma hora de duração e recebe muitos convidados do mundo esportivo.
Foca na análise esportiva inteligente e bem-feita, com a participação do internauta em tempo real. A interatividade é nosso diferencial. Mais informações: www.esportenarede.org. Confira abaixo as fotos e o vídeo da atração. Esporte na Rede, análise esportiva de qualidade! Um forte abraço.
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