segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Por que as pessoas não sabem mais o que querem ser quando crescer?


No último sábado (06/09), estive no XXXI Encontro de Informação Profissional do Colégio Singular, em Santo André. O evento reúne profissionais de diversas áreas que conversam com estudantes de Ensino Médio para trocar experiências e tirar dúvidas sobre as carreiras.

Acredito que deva ter atendido entre 25 e 30 pessoas, num período de três horas e meia. Confesso que algumas coisas me soaram um tanto incômodas. A pergunta que mais ouvi dos alunos foi: "Como é o jornalismo?"

Uma indagação bem abrangente, para dizer o mínimo. Em que pese a juventude e a pouca idade dos adolescentes, deixo aqui uma dica importante: tente ser mais detalhista, mais preciso nas perguntas. Questionamentos muito abrangentes podem suscitar respostas vagas, já que é difícil de entender o que realmente a pessoa quer saber.


Se você vier ao encontro minimamente informado sobre a carreira, pode investigar melhor os detalhes e entender melhor a profissão. Diante de tal pergunta, eu respondia aos alunos com uma outra pergunta: "Você nunca teve um sonho de criança em ser alguma coisa? O que você gostaria de ser quando crescer?".

E descobri que mais de 90% das pessoas que atendi não têm mais o sonho de ser "algo" quando crescer. A pergunta é: por quê? Conversei no mesmo dia com profissionais de outras áreas e alinhavamos algumas possibilidades.

Hoje o mundo não é mais tão limitado apenas a algumas profissões tradicionais. Antigamente, muita gente já tinha resposta na ponta da língua sobre a carreira que queria seguir: medicina, direito, engenharia. Às vezes, surgiam no meio jornalismo, enfermagem, biologia. Mas, via de regra, ficavam nessas.

Com a internet, celulares de última geração e o bombardeio de informações que recebemos todos os dias, os adolescentes passaram a ter contato com inúmeras profissões. Hoje, existem carreiras específicas até demais, como abastecedor de aviões, limpador de caldeira de navio, até analista de tecnologia de informação e desenvolvedor de perfis de redes sociais para empresas.


Diante desse mundo extremamente impaciente, como o jovem de 16, 17 anos, pode, em sã consciência, escolher uma profissão a seguir na vida sem ter um bom punhado de dúvidas? Humanamente impossível. Se você não tem na veia, no sangue, algo que queira muito seguir desde criança, sua escolha será cruel e bastante complicada.

No meu modo de entender, essa é uma questão que deve ser pensada desde criança, por volta de dez ou 11 anos. É preciso que orientadores e professores ajudem aos alunos que formam a escolherem suas carreiras. E as habilidades podem facilmente ser percebidas durante as aulas e trabalhos em grupo.

A não ser que você nasça rico, terá que trabalhar para se sustentar um dia. Por isso, escolher a profissão que mais lhe traga prazer é fundamental. Com a palavra "prazer", refiro-me a uma carreira em que você desenvolva, pelo menos, mais tarefas de que gosta do que tarefas das quais não gosta. Ninguém faz só o que gosta na vida. Até no trabalho que você ama, certamente executará atividades das quais não gosta. Mas que, no compto geral, faça mais coisas prazerosas.


O salário também é importante, pois é um motivador natural. Por fim, veja se, nesta carreira escolhida, o mercado é atraente, se há condições de crescer e ser reconhecido profissionalmente. Já escrevi sobre a escolha do melhor emprego aqui, em outra oportunidade. Texto que você pode ler neste link: http://leandrojornalista.blogspot.com.br/2012/03/formula-para-escolher-o-melhor-emprego.html

De qualquer forma, foi um imenso prazer ter participado, mais um ano, do Encontro do Colégio Singular. É sempre bom poder falar sobre jornalismo de peito aberto para mentes e olhos sedentos por informações sobre a profissão e sobre a carreira que exerço há mais de dez anos, sempre com mais alegrias do que tristezas.

Aos alunos que me procuraram, disse que o jornalismo tem seus pontos positivos e negativos, como em qualquer carreira. A economia do Brasil hoje passa por instabilidade. Logo, todos os mercados de trabalho, com poucas exceções, estão mais demitindo do que contratando. Todas as áreas profissionais vivem algumas dificuldades.


Mesmo com o acirramento do mercado, a não obrigatoriedade do diploma para exercer a função, as longas jornadas, os salários pouco atraentes, a "pejotização" da mídia e a grande pressão e estresse que a profissão causa, sempre digo a quem me pergunta: "Se é seu sonho ser jornalista, se isso está dentro de você, siga! Faça a faculdade, estude, leia, saiba mais de um idioma, goste muito de ler e aprenda a escrever bem para qualquer veículo".

Em nossa curta passagem pela Terra, concretizamos poucos sonhos. Portanto, não deixe que nada nem ninguém o demova deles. Lute para realizar o máximo de sonho que puder. Materiais, pessoais, profissionais. É disso que vive o homem. É para isso que estamos aqui. É um dos reais sentidos da vida. Boa sorte e sucesso a todos nós! Um forte abraço.





Facebook: https://www.facebook.com/leandro.martins.1232760
LM Comunicação: https://www.facebook.com/lmcomunicacaooficial
LinkedIn: http://www.linkedin.com/profile/view?id=158526010&trk=tab_pro
Tela Brasileira: http://www.telabrasileira.com.br/profile.php?uid=855038
PORTIFÓLIO ONLINE:
Esporte na Rede (Apresentador): http://www.youtube.com/playlist?list=PLRGSEWuLuYihlxNYE6IqfMsOfi-_9qC7W
Câmara em Pauta: (Apresentador) http://www.youtube.com/playlist?list=PLRGSEWuLuYig7m7XR73tuGbaYiKmO6dr_
Reportagens e entradas ao vivo: http://www.youtube.com/playlist?list=PLRGSEWuLuYiiehtWKOSNGSPwlQOrvO0Ws



























Um comentário:

  1. Texto impecável, como sempre; e amei que colocou nossas fotos! :) Parabéns, Lê! Tb tive o mesmo sentimento durante o encontro! Trata-se das limitações que esta geração Z apresenta, meu caro! São adolescentes que estão acostumados com a tecnologia desde a mais tenra infância, acesso ilimitado à internet e jogos de videogame, em sua maioria da vezes, sem a supervisão de um adulto (pais e mães trabalham integralmente hj em dia). A criança cresce alienada, sem contato com livros e filmes, sua imaginação não é devidamente estimulada. Ao se deparar com um momento de importante escolha como este, simplesmente não sabe que rumo tomar e sua decisão é incerta (veja o grande número de pessoas que trocam de curso durante o período da faculdade). Por que, antigamente, tínhamos o sonho de realizar tal carreira? Porque, em algum momento da infância, nossas brincadeiras foram estas tais carreiras, muitos jornalistas brincaram de escrever textos e apresentar programas, muitos professores brincaram de escolinha, muitos pesquisadores brincaram de cientista (eu!). Enfim, a escola e os pais devem estimular a ludicidade durante a vida das crianças a fim de formar adolescentes mais seguros.

    ResponderExcluir