terça-feira, 14 de abril de 2015

As demissões no jornalismo esportivo: apenas corte de gastos?


Numa manhã de sábado, 11 de abril, fui até o Colégio Singular, em Santo André, escola em que cursei o Ensino Médio. Para os mais antigos, os três anos do colegial. Todo ano, sou convidado a dar palestras de orientação profissional sobre jornalismo, a carreira que escolhi seguir.

E disse aos ouvintes que, em nosso meio, há três tipos de impressões com relação ao mercado de trabalho. Há os mensageiros do apocalipse, para quem tudo está ruim, nada presta, os salários são péssimos, as jornadas de trabalho são longas, um trabalho quase escravo. No extremo oposto, estão os otimistas coloridos, para os quais tudo está lindo, maravilhoso, acabaram de entrar no mercado e estão amando a carreira, as condições de trabalho e até mesmo o salário baixo.

E há os realistas, pés no chão, que procuram fazer uma análise mais fria sobre o assunto e tentar entender o que realmente acontece. Que a mídia passa por uma crise de emprego, é fato. Mas não podemos desvincular o mercado jornalístico do país. Hoje, o Brasil passa por graves problemas econômicos. O jornalismo, assim como a metalurgia, a engenharia, a moda, o direito e outras dezenas de carreiras, estão inseridas no contexto do país e, portanto, apresentam problemas de empregabilidade.

Frequentemente, observamos demissões em massa nos principais veículos de comunicação de são paulo, como Estadão, que demitiu 125 pessoas, Diário Lance!, Folha de S. Paulo, TV Bandeirantes e Rádio Jovem Pan. Muitos dos demitidos são jornalistas esportivos, assim como há profissionais de economia, política, etc.

Até pelo tema da coluna, vou ater-me aos colegas do jornalismo esportivo para fazer uma análise. A dança das cadeiras nos mostrou que a Rádio Bandeirantes, recentemente, desfez-se de um de seus ícones, Mauro Beting, que foi para a Jovem Pan. Esta, por sua vez, demitiu Anchieta Filho, Vander Luiz e um de seus patrimônios, com 58 anos de serviços prestados, Claudio Carsughi (de terno, ao meu lado, há 11 anos, na foto que abre o post).

Claro que, tanto Mauro Beting, na Band, como Carsughi, na Jovem Pan, pelo tempo de casa, deviam receber um bom salário. Mas não sei se foi apenas a folha de pagamento que contou para as demissões. Afinal, são jornalistas renomados, que sabem o que falam, dão audiência e serão sempre seguidos, estejam onde estiverem.

Hoje, a mídia tem tomado novas posições políticas e as deixado bem claras. A Jovem Pan, por exemplo, adotou o perfil e o discurso anti PT. Pretende receber investimentos de empresas que apoiaram a campanha de Aécio Neves à presidência da República e outras que odeiam o governo Dilma. Para isso, tinha de demitir jornalistas isentos, esclarecidos, com posições firmes diante da sociedade. Não foi um simples corte de custos. Foi também um corte ideológico. Um forte abraço.

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