Que a Copa do Mundo no Brasil está sendo um show, ninguém pode negar. A melhor média de gols nas partidas desde a Copa de 1950, jogos tecnicamente lindíssimos e bem disputados, festas e shows para quem quer curtir a mistura de música e futebol e estádios com padrão de arenas multiuso.
Em que pese toda a picaretagem de gastos de verba pública com estádios, desvios de dinheiro e pouco legado à população nos quesitos transporte público e mobilidade urbana, a Copa é um evento dos mais bem produzidos.
E isso passa pela transmissão de TV, que é padronizada pela FIFA. Logo, todas as emissoras licenciadas recebem o mesmo sinal de transmissão de imagem e devem seguir regras rígidas no momento em que a bola estiver rolando. Por exemplo, a FIFA proíbe que se coloque qualquer imagem sobre a sua enquanto o jogo estiver acontecendo.
Isso acontece para que a transmissão seja isenta. Para que as seleções sejam mostradas de modo igual, para que você possa ver lances de impedimento ou pênalti também de modo igual e para que a imagem do espetáculo que é uma Copa do Mundo de futebol seja propagada pelo mundo da melhor maneira possível.
As imagens são um deleite à parte. A super câmera lenta exibe detalhes quase imperceptíveis ao olho humano em movimentos de músculos da face dos atletas, das pernas, dos pés, e até respingos de suor ou partículas de grama que se deslocam no ar quando jogadores cabeceiam ou chutam a Brazuca.
São inúmeras câmeras nos estádios que trazem todos os âgulos possíveis e imagináveis dos lances de um jogo de futebol. Como o sinal é o mesmo, as emissoras brasileiras apostam em diferenciais para atrair a audiência.
Tem de tudo. Tem quem aposte sempre no jornalismo, na informação em primeiro lugar. Há quem aposte no bom humor, com uma transmissão mais despojada. Há quem aposte também em ex-jogadores nos comentários para atrair o grande público fã de futebol.
Seja como for, a concorrência é mais do que saudável. Cada um dá o tratamento que entende ser o melhor. Mas, como uma transmissão é feita essencialmente com imagens, a FIFA, nesse quesito, está de parabéns. Pensa nos detalhes, mostra o verdadeiro espetáculo que quer vender para o mundo. Como deveria ser o espetáculo no futebol interno, no Campeonato Brasileiro.
Mas aí a nossa querida CBF (Confederação Brasileira de Futebol), que só pensa na Seleção Brasileira e larga o futebol tupiniquim às traças, está pouco se lixando. Para ela, espetáculo é a Seleção e não o futebol nacional. Espero que, ao menos, os estádios novos sejam um alento para mudar a cara do futebol brasileiro. Eu disse MUDAR, não elitizar. Um forte abraço.
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