terça-feira, 12 de maio de 2015

Uma pitada histórica: Chacrinha e os programas de auditório dos anos 80


A década de 1980 é considerada, por muitos envolvidos com a mídia, como o período de ouro da TV e da música brasileira. Foi, realmente, uma explosão de cultura, de todos os tipos e modos que se pode imaginar. Eram anos de transição do final da ditadura militar para as famosas eleições diretas. Ou seja, a sociedade estava experimentando uma mudança enorme.

Durante a ditadura, a Censura determinava o que ia ou não ao ar na TV, proibia ou permitia composições musicais e cinematográficas. Torturava e perseguia pessoas. Ninguém aguentava mais tanta repressão. Era sufocante.

Por isso, nos anos 80, todas as áreas de cultura mudaram e explodiram em várias produções artísticas. Era como uma libertação, na qual a Censura não daria mais pitaco. Pensando assim, tais produções passaram até a abusar do bom senso. As músicas tinham letras mais soltas e contundentes, até mesmo retratando o ato sexual. O cinema exibia nudez explícita e os programas de TV passaram a fazer quadros apelativos ou chamativos.

Estava, dia desses, revendo um dos programas do Cassino do Chacrinha, exibido num sábado à tarde. Só o nome já deixava claro o tom ferrenho contra a ditadura e à subversão às leis, já que os cassinos eram e são probidos no Brasil até hoje.

O Chacrinha fazia um programa absolutamente popularesco. Para o povão mesmo, a massa. Entre um quadro maluco e outro, lia anúncios dos programas do governo Sarney. Uma transição, sem dúvida. Recebia juradas como Cláudia Raia, Monique Evans e Elke Maravilha para apurar talento musical de calouros. Fazia concursos de quem levava o maior pepino ao estúdio ou o cão mais pulguento. Distribuía chaveiros de plástico do programa para a plateia. Era quase surreal.

Num período em que ninguém imaginava que a internet poderia existir um dia, a TV e o rádio eram as grandes formas de lazer eletrônicas da população. Formavam opinião. Fato que, hoje, graças às redes sociais, está mudando. Ou seja, o que o Chacrinha exibia, todo mundo via!


Nos programas de auditório atuais, as apresentações musicais são apenas com uma ou duas bandas. Elas cantam várias músicas. Praticamente, um mini show. Muitas, cantam ao vivo. Chacrinha levava artistas renomados da época. E a procura deles por espaço num programa como o do Velho Guerreiro era tanta que iam, cantavam apenas uma música em playback (sem direito à entrevista posterior como acontece hoje) e saíam.

Nesta edição que vi, Chacrinha recebeu sete bandas e artistas em estrondoso sucesso na época. Nomes como Katia (a cantora cega da música "não está sendo fácil"), Tim Maia, Titãs, Ultraje a Rigor, Fábio Júnior e outros entravam no palco, cantavam só uma mísera música em playback e saíam como se nada tivesse acontecido.

Léo Jaime cantou três e fechou o programa. Entravam no tom popularesco do programa, iam até a plateia, beijavam as fãs, tiravam a camisa e jogavam para o público, deixavam-se pegar, tocar, tomavam beliscões. Levavam pessoas do auditório para o palco para dançarem juntos. Hoje, tudo está muito blasé. Os artistas ficam distantes do público.

Nos tempos atuais, nestes de jornalismo de celebridades, se um artista tirasse a camisa no palco, teríamos várias manchetes. "Fulano tirou a camisa e foi para a galera". "Fulano mostrou boa forma ao tirar a camisa em público". Ou "Fulano mostra a barriguinha no palco do Faustão". Até mesmo o beijo na fã seria notícia e geraria várias fotos em close do momento ou fotos da tela da TV. Os artistas iriam se cansar de tanto fazerem selfies com as pessoas da plateia.

Sinal dos tempos. Não há como negar que a década de 80 era bem romântica. Tais atos hoje soariam premeditados, calculados. Naquela época, o artista sentia a energia e fazia as coisas por emoção. Não tinha tanta assessoria de imprensa ou pessoas do marketing preocupadas com sua imagem. Tempos românticos, repito!

E fica a constatação de que Chacrinha sempre foi genial. Fazia um programa que, até hoje, serve de modelo para muitas atrações de auditório. Era atemporal. Dava closes gigantes nas bundas das Chacretes. Sem o menor pudor. Liberdade de censura! Que saudades dos anos 80... Um forte abraço.

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segunda-feira, 4 de maio de 2015

As diferenças entre o esporte do campo e o da TV


Até que provem o contrário, a tecnologia existe para nos ajudar (embora, às vezes, atrapalhe bastante). Não é de hoje que atletas, árbitros e técnicos de muitas modalidades apoiam-se em recursos eletrônicos para medir distâncias, estudar adversários, melhorar preparação física, técnica e nutricional. A tecnologia melhora até as transmissões da TV.

Graças a isso, os árbitros também podem fazer uso de imagens (em esportes que permitem, como o tênis) para julgar lances e, dessa forma, diminuírem as injustiças que provavelmente ocorreriam contra o trabalho dos atletas.

O tênis, por exemplo, usa o recurso tecnológico na própria competição. Ou seja, durante a prática esportiva. É possível que, em determinados lances, os jogadores peçam "desafios" para comprovar eletronicamente se a bolinha pingou fora ou dentro da quadra. Já o futebol é relutante em adotar a tecnologia dentro do campo de jogo. Ou, quando faz isso, não é para se decidir sobre um lance.

Hoje, os árbitros usam microfones, dispositivos eletrônicos de comunicação mais rápida com os auxiliares, spray de espuma para demarcar cobranças de falta. Estão até tentando implantar o chip na bola para determinar se ultrapassou a linha do gol ou não. Mas não admitem usar o recurso televisivo para marcarem ou não um impedimento, falta ou pênalti, por exemplo.

Há dois tipos de esporte. O mostrado pela TV e o que acontece no local, seja campo de jogo, quadra, ginásio, etc. Naquele momento, um árbitro de qualquer modalidade tem poucos segundos para decidir um lance. É tudo muito rápido e, mesmo que você esteja cem por cento concentrado, algo sempre escapa à sua visão e dos auxiliares.

Logo, usar um recurso eletrônico para determinar se uma bola foi fora ou não em uma certa modalidade é possível e acho até válido. Mas, os esportes coletivos, de modo geral, apresentam regras mais complexas e interpretativas. E isso um computador ou robô jamais saberá julgar.

Por isso, o esporte do mundo real é diferente do mostrado pela TV. Nenhum árbitro dispõe, apenas com o olho humano, do recurso de parar um lance, voltar três ou quatro vezes, revê-lo em câmera lenta. O erro faz parte do esporte. De árbitros e de atletas. O que ambos não podem jamais é agir de má fé. Um forte abraço.

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